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27/04/2021

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 27 de abril de 2021                                                         Ano 15 - N° 3.452


Preço do leite mantém estabilidade na entressafra
 
Em plena entressafra, o valor de referência do leite para abril no Rio Grande do Sul está projetado em R$ 1,4330. O indexador representa elevação de 0,85% em relação ao consolidado de março (R$ 1,4209). A previsão foi apresentada na manhã desta terça-feira (27/04) na reunião mensal do Conseleite e considera dados coletados nos primeiros 10 dias do mês de abril.
 
Segundo o professor da UPF Eduardo Finamore, o primeiro quadrimestre de 2021 indica estabilidade do valor de referência, com índices um pouco acima dos praticados em 2020 em função da inflação. Descontando o IPCA do período, os indicadores estão abaixo dos patamares praticados em 2020. “Em 2020, os preços tiveram elevação impulsionados pela pandemia e pela alta dos custos de produção”, justificou. 
 
O coordenador do Conseleite, Alexandre Guerra, indicou que, diferente do movimento tradicional de alta característico deste período do ano, o cenário é de equilíbrio. “Tínhamos a expectativa de que o mercado desse uma reagida, mas não é o que está acontecendo. Estamos com retração puxada pelo cenário nacional que vem do centro do Brasil”, argumentou. Segundo Guerra, há registro de alta de custos expressiva no setor industrial, com variações de 35% a mais de 100% dependendo do item em apenas um ano.
 
Durante a reunião, Farsul e Fetag manifestaram-se pela urgência na atualização dos custos de produção utilizados para cálculo no Conseleite. O presidente da Fetag, Carlos Joel da Silva, alertou que os parâmetros utilizados pelo Conseleite são de 2016. Frente a isso, Farsul e Fetag abstiveram-se de validar os dados do Conseleite de abril, sendo os mesmos aprovados por maioria no colegiado.
 
O professor da UPF Marco Antonio Montoya informou que a equipe técnica que atua nos indexadores já está trabalhando em uma revisão e que os novos parâmetros serão implementados nos dados a serem apresentados na reunião de maio. Os novos custos remontam ao ano de 2019, o que exige o início imediato de mais uma revisão. Segundo Guerra, o trabalho deve começar já na sequência com previsão de atualização para breve. (Assessoria de imprensa Sindilat/RS)


 
Conseleite Paraná
 
A diretoria do Conseleite-Paraná reunida no dia 27 de Abril de 2021 atendendo os dispositivos disciplinados no Capítulo II do Título II do seu Regulamento, aprova e divulga os valores de referência para a matéria-prima leite realizados em Março de 2021 e a projeção dos valores de referência para o mês de Abril de 2021, calculados por metodologia definida pelo Conseleite-Paraná, a partir dos preços médios e do mix de comercialização dos derivados lácteos praticados pelas empresas participantes.
 
 
Os valores de referência indicados nesta resolução para a matéria-prima leite denominada “Leite Padrão”, se refere ao leite analisado que contém 3,50% de gordura, 3,10% de proteína, 500 mil células somáticas/ml e 300 mil ufc/ml de contagem bacteriana. Para o leite pasteurizado o valor projetado para o mês de Abril de 2021 é de R$2,8582/litro. Visando apoiar políticas de pagamento da matéria-prima leite conforme a qualidade, o Conseleite-Paraná disponibiliza um simulador para o cálculo de valores de referência para o leite analisado em função de seus teores de gordura, proteína, contagem de células somáticas e contagem bacteriana. O simulador está disponível no seguinte endereço eletrônico: www.conseleitepr.com.br. (Conseleite/PR)
 
 
Capital nacional do leite, Castro investe em tecnologia para aprimorar produção
 
Cidade dos Campos Gerais do Paraná quer aumentar qualidade do leite produzido e melhorar trabalho dos produtores. Município produz cinco vezes a mais que a média nacional. Castro, que fica na região dos Campos Gerais do Paraná, chegou ao topo do ranking nacional de produção leiteira. Com isso, a cidade ganhou o título de capital do leite. Atualmente, a cidade investe em tecnologia para manter a produção. A conquista do título de capital nacional do leite começou há 70 anos, com a família do produtor Armando Rabbers.
 
Os pais dele vieram da Europa para o Paraná. “Meu pai, quando veio da Holanda, ordenhava leite manualmente e tinha horário para deixar na banca da estrada. Se perdesse esse horário, ele perdia a produção. Hoje, temos resfriador para gelar o leite até o caminhão vir buscar", lembrou. Atualmente, o produtor vê na tecnologia um meio para facilitar o trabalho do dia-a-dia e aumentar a qualidade do leite consumido. Rabbers investiu em tecnologia de ponta. Trouxe para a propriedade o primeiro sistema robotizado da América Latina: a ordenha voluntária. Oito anos depois de ter adquirido a inovação, ele colhe os resultados no aumento da produtividade. Na propriedade, são produzidos cerca de 5.500 litros de leite, por dia, com a ajuda da ordenha voluntária.
 
O sistema funciona 24 horas por dia e é todo automatizado. Boa parte do trabalho é feita por um braço hidráulico. Cada vaca é identificada pelo computador, que aponta todas as informações sobre o animal, inclusive a quantidade de leite produzido. Em média, são de duas a três ordenhas por dia. "A importância da ordenha robótica é principalmente para o bem-estar animal e também do colaborador, porque não tem mais aquelas horas fixas para ele fazer a ordenha”, disse o produtor.
 
Cooperativismo e inovação: A propriedade de Rabbers é apenas uma das 340 da cidade que fazem parte da cooperativa Castrolanda. De acordo com o Departamento de Economia Rural do Paraná (Deral), de 2019 para 2020, houve aumento de quase 12% na produção leiteira dos Campos Gerais. O engenheiro agrônomo do Deral, Gil Oliveira da Costa Junior, aponta alguns fatores que ajudaram na construção deste crescimento. “A genética dos animais da região é muito importante. A questão do manejo, trabalhar com pastos de qualidade, também faz a diferença”, disse. Castro também aposta em outro projeto pioneiro. A cidade deve instalar 60 salas em propriedades para ajudar o produtor a identificar as causas de uma inflamação na glândula mamária das vacas, chamada de mastite, que atrapalha a produção. A ideia é controlar o uso de antibióticos nos animais. Essas salas serão ligadas a uma central.
 
“Antes do produtor tratar o animal, ele analisa o leite e verifica o tipo de bactéria que está ali. Hoje, é um processo automatizado e simples. Aí, se necessário, faz o tratamento com medicamento”, afirma Eduardo Ribas, gerente de negócios da Castrolanda. A região dos Campos Gerais é a que mais produz leite por animal. Destaca-se também pela tecnologia e pela qualidade do produto. São fatores que contribuem para uma produção diária cinco vezes maior que a média nacional. “Se o produtor gosta e ama o que faz, o crescimento acontece. A região, nos últimos 10 anos, cresceu mais do que 10%. Quanto maior é o investimento em tecnologia, mais a região se desenvolve e mais o mercado fica aquecido”, afirma o gerente. (G1)

Jogo Rápido  

Entenda como funciona a análise de qualidade do leite que chega aos consumidores

A qualidade do leite que chega ao consumidor depende de uma série de fatores e deve obedecer a regras previstas em lei para controlar o que é produzido nas propriedades dos criadores de todo o Brasil. O Caminhos do Campo visitou um laboratório, em Curitiba, que é um dos 10 do país com permissão para fazer a análise de controle de qualidade. Por mês, são analisadas amostras de leite de 50 mil propriedades do Paraná e de Santa Catarina. A amostra é recolhida do tanque de resfriador de cada propriedade. São feitos dois tipos de análises. Na primeira, o equipamento separa os componentes do leite, como se fosse uma leitura do produto. É nesta etapa que vai determinar as porcentagens de gordura, proteína, lactose, entre outros. O segundo processo é a análise do nível de bactérias no leite. Como todo produto possui uma quantidade de bactérias, se o resultado der zero, pode significar que o produto foi adulterado. Mas, dependendo dos níveis, os resultados podem revelar detalhes importantes, como o manejo do produtor na propriedade, os cuidados tomados com os animais e, até mesmo, a higiene na hora da produção. Altair Valloto, superintendente da Associação Paranaense de Criadores de Bovinos da Raça Holandesa, conta que os produtores precisam seguir normas do Ministério da Agricultura, além de estaduais e municipais para a qualidade do leite. “Se o leite do produtor estiver fora do parâmetro durante três meses, a indústria é obrigada a quebrar o contrato, não pode mais comprar leite desse produtor até que ele se enquadre nas normas”, explica Valloto. O laboratório de Curitiba faz o acompanhamento da produção de 110 mil animais, com avaliação individual das vacas leiteiras de algumas propriedades. Segundo o gerente do programa de análise de rebanhos leiteiros, José Augusto Horst, todas as informações são repassadas para as indústrias, para os criadores, para o Ministério da Agricultura e também para a Agência de Defesa Agropecuária do estado. “Ter um leite de qualidade significa que o produtor está realizando todos os processos de forma adequada, tecnicamente. A indústria vai estar sendo beneficiada e vai poder elaborar produtos de melhor qualidade. O grande beneficiado acaba sendo o consumidor”, conclui o gerente. (G1)

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