Porto Alegre, 22 de abril de 2021 Ano 15 - N° 3.449
OCB levará projeto gaúcho ao governo federal
O presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Márcio Freitas, levará o projeto SmartCoop ao governo federal nesta quinta-feira (22/04) . O dirigente pretende mostrar os avanços propostos pela plataforma à ministra Tereza Cristina e outros integrantes do Executivo, a parlamentares da Câmara dos Deputados e a membros do Supremo Tribunal Federal (STF) em reunião, quando detalhará a Agenda Institucional do Cooperativismo 2021. O anúncio foi feito durante o lançamento da plataforma SmartCoop na terça-feira (20/04). “Esse conjunto é inovador, fantástico, representa uma revolução no cooperativismo gaúcho e serve de modelo e referência para o Brasil todo e boa parte do mundo”, salientou, lembrando que os agricultores da nova geração precisam de novas ferramentas. A SmartCoop, alertou ele, será incorporada ao Inovacoop, portal de inovação da OCB. “O Rio Grande do Sul está cumprindo a verdadeira missão do cooperativismo, que é agregar valor ao produto do cooperado por meio da intercooperação e de uma economia de escala. Inovação custa caro, e fazer isso de forma intercooperativa, trazendo empresas inovadoras e a academia para dentro do processo, é um sinal da grande evolução da agropecuária e do cooperativismo do RS”, reconheceu Freitas. De acordo com o coordenador da SmartCoop, Guillermo Dawson Jr, a posição do presidente Márcio Freitas, da OCB, em relação ao trabalho realizado, demonstra que as cooperativas compreenderam modernos conceitos de inovação digital, sem perder a sua essência de serem cooperativas. “A plataforma é como uma árvore. Agora que nasceu, precisa seguir crescendo para se manter viva e forte”, pontuou. Durante a apresentação da nova plataforma na terça-feira, técnicos e produtores apresentaram as diferentes funcionalidades e facilidades que a SmartCoop trará aos 173 mil produtores de 30 cooperativas envolvidas no projeto. “A inovação não cai do céu. Esse projeto foi construído em conjunto com as cooperativas com base em um trabalho árduo. Esse instrumento vai trazer competitividade aos cooperados e colocará as cooperativas 24 horas em contato com seus produtores sem a necessidade de encontro presencial. Vamos evoluir para uma relação muito forte na interação com a gestão das propriedades”, completou o presidente da Fecoagro, Paulo Pires. Presente no lançamento, o presidente da Cotrijal, Nei Mânica, destacou que a ferramenta leva conhecimento e confiança ao homem do campo. “Não se trata de vender produtos. Essa plataforma leva solução e fideliza o produtor com a sua cooperativa”. No mesmo sentido, o presidente da CCGL, Caio Vianna, reforçou a integração técnica viabilizada pela Smartcoop para melhor aproveitamento de um corpo técnico de mais de mil profissionais disponíveis nos times das cooperativas. “Precisávamos de uma ferramenta para que o conhecimento chegasse à propriedade rural. A informação tem que ir e voltar. O conhecimento da pesquisa precisa ir a campo, ser testado e retornar para avaliação. Só assim vamos ter patamares de produtividade maiores, ganhar eficiência e atingir o objetivo das cooperativas que é estar a serviço de seus produtores, do Rio Grande do Sul e da agricultura brasileira”. A SmartCoop: A plataforma Smartcoop é um sistema digital que integra 30 cooperativas gaúchas e deve beneficiar 173 mil produtores. Oferece informação técnica, plataforma comercial e diversas funcionalidades que auxiliam na gestão das propriedades e sua integração com as cooperativas. Também atua como um banco de dados e dispõe de inteligência artificial capaz de cruzar informações e orientar a tomada de decisões mais assertivas, levando em conta fatores climáticos, incidência de invasoras e pragas. (Jardine Comunicação)
FAO: mercado lácteo em 2020
A produção mundial de lácteos continuou crescendo, com a Ásia tendo o maior aumento de volume em 2019, conforme a visão geral da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura sobre os desenvolvimentos do mercado global de lácteos em 2020, o Dairy Market Review. O comércio internacional de leite em pó integral, soro de leite e queijo aumentou, enquanto o leite em pó desnatado e manteiga tiveram queda nas exportações. A produção de leite mundial atingiu quase 906 milhões de toneladas em 2020, registrando alta de 2% em relação a 2019, impulsionada pelo aumento da produção em todas as regiões geográficas, exceto na África, onde a produção permaneceu estável. Os maiores aumentos no volume de leite ocorreram na Ásia, seguida pela Europa, Américas, Oceania e América Central e Caribe. Na Ásia, a produção de leite aumentou para 379 milhões de toneladas em 2020, alta de 2,6% no comparativo anual, em virtude dos aumentos na produção na Índia, China, Paquistão e Turquia. Por outro lado, o Cazaquistão, Uzbequistão e Japão também registraram expansões moderadas de produção. Na Índia, a produção de leite atingiu 195 milhões de toneladas em 2020, um aumento de 2% em relação a 2019, sustentado pelo aumento contínuo no número de bovinos leiteiros e na melhoria da disponibilidade de ração e forragem durante as chuvas de monção favoráveis (junho a setembro). Por sua vez, a China, registrou um crescimento da produção de fazendas leiteiras em grande escala. As melhorias na eficiência operacional e de produção sustentaram o crescimento de mais de 7% da produção leiteira. No Paquistão, a produção de leite aumentou 3,2%, principalmente devido ao aumento no número de bovinos. Na Europa, a produção de leite subiu para 236 milhões de toneladas, um aumento de 1,6% em relação a 2019, principalmente devido aos aumentos de produção na União Europeia, Federação Russa e Bielo-Rússia. Na América do Norte, a produção de leite atingiu quase 111 milhões de toneladas em 2020, 2,1% acima de 2019. Nos Estados Unidos (EUA), a produção de leite aumentou 2,2%, para 101 milhões de toneladas, impulsionada pelo aumento do rebanho leiteiro e da produção de leite. A assistência do setor pecuário ajudou a sustentar a demanda e a produção internas, apesar dos impactos adversos relacionados à pandemia, especialmente a escassez de mão de obra e os obstáculos no transporte. Outro fator que explica essa expansão foi a forte demanda de importação da Ásia. Na América do Sul, a produção de leite atingiu quase 82 milhões em 2020, alta de 2%, impulsionada por maiores produções na Argentina, Brasil, Chile e Uruguai, parcialmente compensada por um declínio na Venezuela. Na Argentina, houve uma expansão mais rápida do que o esperado, devido à melhoria das pastagens e à demanda interna e externa. A produção de leite do Brasil aumentou, auxiliada pela recuperação no último trimestre, após uma das secas mais prolongadas do país entre maio e outubro do ano passado. Após quatro anos de declínio, a produção de leite na Austrália se recuperou em mais de nove milhões de toneladas, sustentada por boas chuvas, melhores pastagens e aumento da disponibilidade de forragem e ração. A assistência do governo às famílias agrícolas afetadas pela seca e a extensão dos auxílios financeiros, também contribuíram para a expansão da produção. Na Nova Zelândia, após uma contração marginal (0,7%) em 2019, a produção leiteira registou um leve crescimento de 0,4%, atingindo 22 milhões de toneladas. Na África, a produção ficou estável, em 49 milhões de toneladas. A Argélia registrou um aumento significativo, enquanto o Quênia, a Etiópia e a África do Sul, entre outros, registraram quedas. Do lado das importações, o comércio internacional de lácteos aumentou 1,2% para quase 79 milhões de toneladas (equivalente ao leite) em 2020, principalmente devido ao aumento das importações de alguns países, como China, Argélia, Arábia Saudita e Brasil. A China, o maior importador de lácteos do mundo, comprou 17 milhões de toneladas de produtos, um aumento de 7,4% em relação a 2019, parcialmente induzido pelo início do fim dos bloqueios da Covid-19, mas, por outro lado, impulsionados pelo aumento do consumo per capita dos consumidores. Um forte aumento nas importações de soro de leite em pó, motivado pelo crescimento da demanda na produção de suíno, também contribuiu para o aumento das importações de lácteos da China. Para obter mais informações, clique aqui. (As informações são do Dairy Industries International, traduzidas e adaptadas pela Equipe MilkPoint)
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