Porto Alegre, 17 de dezembro de 2020 Ano 14 - N° 3.370
Valor de referência do leite é de R$ 1,5658 no RS
O valor de referência projetado para o leite no Rio Grande do Sul em dezembro é de R$ 1,5658, alta de 2,74% em relação ao consolidado de novembro (R$ 1,5240). Dados divulgados nesta quinta-feira (17/12) pelo Conseleite indicam que a elevação real no ano (considerando a inflação) é de 19,67%. O período foi caracterizado por altos custos dos grãos e demais insumos. Para 2021, o professor da UPF e responsável pelo estudo Marco Antonio Montoya projeta um ano de estabilidade puxada pela estimativa de recuperação da economia. Além disso, a previsão de volta às aulas e de retomada ao trabalho presencial no primeiro semestre de 2021 pode trazer um gás extra ao mercado.
Segundo Montoya, o cenário em 2020 foi totalmente atípico e reflete as mudanças nos hábitos de consumo ocasionadas pela pandemia, que puxou a valorização dos produtos lácteos e incentivou o consumo do queijo, item que oferece proteína de qualidade de forma prática e mais acessível. “A série deste ano é diferente da de todos os outros. Tivemos preços em alta praticamente o ano todo”, completou Montoya.
Apesar disso, o setor alerta para a baixa rentabilidade da atividade. O presidente do Conseleite, Rodrigo Rizzo, informa que há produtores enxugando o rebanho leiteiro e partindo para outras atividades rurais. Alguns, completou o secretário do Conseleite, Tarcísio Minetto, estão inseminando vacas com sêmen de gado de corte para aproveitar os bons preços do boi. “Isso nos cria algumas dúvidas sobre o aumento de oferta de leite nos próximos meses”, ponderou Rizzo.
A indústria alertou que a estabilidade na produção de leite no campo depende da constância na oferta de grãos. Essencial neste momento é o setor se unir por políticas públicas de estímulo à irrigação que evitem as constantes perdas de safra, como ocorrido em 2020. “Um dos entraves é a obtenção de licenças para armazenamento de água que nos permitam avançar na irrigação das lavouras de grãos e áreas de pastagens”, completou Rizzo. (Assessoria de imprensa Sindilat/RS)
Leite tenta apoio na ALRS com ajustes e tom emotivo
Sem apoio para a aprovação do projeto que trata, entre outros pontos, da manutenção da majoração das alíquotas do ICMS e a iminente derrota na Assembleia Legislativa, o governador Eduardo Leite (PSDB) apresentou, na manhã desta quarta-feira, aos deputados, uma quarta versão de proposta da sua chamada reforma tributária. Ao atender algumas sugestões de parlamentares, o governador também adotou uma estratégia que pode ser entendida como uma última cartada, focada em pressionar os parlamentares utilizando um tom emotivo e, por vezes, até fatalista.
Em diversas oportunidades, ao longo das duas horas de fala e entrevista, em que apresentou as mudanças e falou do contexto, Leite repetiu que "todos os gaúchos vão sofrer as consequências da não aprovação do projeto". Várias vezes também falou diretamente aos empresários, citando que eles “vão pagar mais impostos” se a proposta não for aprovada. Além disso, fez afagos, mesmo que não diretos, à bancada do MDB (a maior entre os aliados com oito deputados e que se posicionou contra o projeto) ao dizer que as reformas começaram no governo anterior, de José Ivo Sartori (MDB).
Ao justificar a necessidade da aprovação do projeto, que tenta evitar queda na arrecadação, estimada em R$ 2,8 bilhões, o governador ressaltou esperar ‘bom senso’ dos deputados e que os impactos poderão representar não contratações e até a volta do parcelamento dos salários. “Não é chantagem, é uma observação”, completou. O governo ainda negocia com os deputados a votação, que deverá ocorrer nesta quinta-feira.
Outra mudança ocorreu na narrativa. Ao reconhecer que houve um erro de comunicação na apresentação do projeto, mesmo sem indicar qual foi esse equívoco, Leite enfocou boa parte da apresentação às mudanças propostas no Simples Gaúcho. No texto original, a isenção ficaria apenas para a primeira faixa (com faturamento até R$ 180 mil), e, por sugestão de deputados, passará a envolver a segunda faixa também (com faturamento até R$ 360 mil).
Mas neste ponto deu ênfase às mudanças que o projeto traz e, assim, compensa as demais mudanças. Por exemplo, atualmente os empresários compram produtos com 18% de imposto, se dentro do Estado, e 12% mais 6% (Difal - Diferencial de Alíquotas ou imposto de fronteira) se for de fora. Sem a proposta, no próximo ano, os empresários vão pagar 17% ou 12% e mais 5% (Difal). Nesta conta, o governo propõe acabar com o Difal e reduzir o imposto para compras de dentro do Estado, deixando ambas em 12%. Ao complementar, novamente fez pressão aos parlamentares: “Quem é contra a proposta quer que os empresários paguem mais impostos”, disse. (Correio do Povo)
Conseleite/MG
A diretoria do Conseleite Minas Gerais reunida no dia 16 de Dezembro de 2020, atendendo os dispositivos disciplinados no artigo 15 do seu Estatuto, inciso I e de acordo com metodologia definida pelo Conseleite Minas Gerais que considera os preços médios e o mix de comercialização dos derivados lácteos praticados pelas empresas participantes, aprova e divulga:
a) os valores de referência do leite padrão, maior e menor valor de referência para o produto entregue em Outubro/2020 a ser pago em Novembro/2020.
b) os valores de referência do leite padrão, maior e menor valor de referência para o produto entregue em Novembro/2020 a ser pago em Dezembro/2020.
c) os valores de referência projetados do leite padrão, maior e menor valor de referência para o produto entregue em Dezembro/2020 a ser pago em Janeiro/2021.
Os valores de referência indicados nesta resolução para a matéria-prima leite denominada “Leite Padrão”, se refere ao leite analisado que contém 3,30% de gordura, 3,10% de proteína, 400 mil células somáticas/ml, 100 mil ufc/ml de contagem bacteriana e produção individual diária de até 160 litros/dia. Os valores são posto propriedade incluindo 1,5% de Funrural. (Conseleite/MG)
Jogo Rápido
Milk Farm, UAICup e ProjetoQ são as vencedoras do Ideas for Milk 2020
As startups Milk Farm, UAICup e ProjetoQ foram as campeãs da competição Ideas for Milk 2020, premiadas nesta quarta-feira (16/12), em live no YouTube. O desafio das startups ocorre anualmente e visa buscar soluções para o setor lácteo brasileiro. A disputa é realizada pela Embrapa Gado de Leite em parceria com Agripoint, Bovcontrol, Ciatécnica e Texto Comunicação. Segundo o chefe geral da Embrapa Gado de Leite, Paulo Martins, existe um novo tipo de consumidor que deve ser levado em conta pelas indústrias e produtores. "Ele não quer mais consumir um produto só saudável, nutritivo e saboroso. Ele quer saber ponto a ponto da cadeia de valor desse produto", pontuou. Em primeiro lugar, a Milk FARM conquistou o prêmio com o ECO Teste, que tem foco no controle de resíduos de antibióticos. A tecnologia desenvolvida detecta oito diferentes grupos de antibióticos com alta sensibilidade e é controlado por aplicativo, com resultados em até duas horas e meia. "É um teste microbiológico, com uma sensibilidade altíssima. O diferencial do nosso teste é a rastreabilidade. Os dados ficam salvos em nuvem", afirmou o representante da Milk Farm, Bruno Machado Saturnino. Em segundo lugar, a UAICup, desenvolvida por pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), se trata de uma caneca para análise da qualidade do leite. O dispositivo faz a contagem de células e ainda identifica a presença de resíduos de antibióticos. Segundo Gabriel Martins, da equipe da UAICup, a tecnologia da iniciativa já é bem conhecida no meio e é de fácil acesso. "Estamos aceitando possíveis investidores e opiniões de profissionais do campo, como o zootecnista, o agrônomo. Estamos buscando melhorar a experiência para eles. Projetamos a caneca para ser usada tanto pela indústria, quanto para o produtor", declarou. Já o ProjetoQ propõe um aplicativo que funcione como ponte entre produtores de queijo e órgãos de regulamentação, chamado QApp, visando fomentar o espírito empreendedor da cadeia produtiva e facilitando as etapas do processo de certificação. "A gente tem um mercado muito grande de produtores. São 170 mil e a maioria deles têm acesso à internet", esclareceu Ana Luiza Paiva, do time do ProjetoQ. (Assessoria de imprensa Sindilat/RS)