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13/08/2020

Porto Alegre, 13 de agosto de 2020                                              Ano 14 - N° 3.284

Comissão de Agricultura ouve agroindústrias para alinhar carta ao governo

A Comissão de Agricultura da Assembleia Legislativa prepara um documento que será levado ao governador Eduardo Leite e aos deputados da Casa com a posição de diferentes setores do agronegócio gaúcho sobre os projetos 184, 185 e 186 que tratam da Reforma Tributária. As sugestões começaram a ser compiladas em audiência pública virtual realizada na manhã desta quinta-feira (13/08) que contou com mais de cem lideranças, entre elas o presidente do Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat), Alexandre Guerra. Proposta pelo deputado Zé Nunes, a reunião tratou dos impactos das mudanças no setor primário, especialmente na agroindústria gaúcha. Um grupo de parlamentares seguirá trabalhando no tema e reunindo estudos produzidos pelas diferentes entidades para fechar um texto único, que também deverá contar com a colaboração de outras Comissões da Assembleia.

Segundo o parlamentar, os projetos do governo atingem um setor estratégico que é o agronegócio, que concentra 50% do PIB do Rio Grande do Sul. O aumento de alíquotas de ICMS e a contribuição para o DEVOLVE-ICMS afetarão produtos que, atualmente, são isentos de tributação, como o leite pasteurizado, por exemplo. Aumentando o custo tributário, alegou Zé Nunes, o governo eleva o preço dos alimentos, penalizando as camadas mais pobres da população. “Queremos ouvir os segmentos. É muito importante que os deputados tenham as informações para subsidiar sua posição. Há uma preocupação com a falta de competitividade que essa proposta pode trazer. A saída para o RS está na produção, na atividade econômica. Projetos que reduzam a competitividade e onerem os mais pobres me preocupam.”

Um dos pontos mais combatidos durante a audiência foi a criação do Fundo de Desenvolvimento Econômico e de Equilíbrio Fiscal (DEVOLVE-ICMS) previsto no PL 184/2020. O presidente da Comissão de Agricultura da AL, deputado Adolfo Brito, citou que já estão sendo preparados destaques para minimizar o impacto dos projetos sobre as isenções concedidas ao setor produtivo.

As lideranças do agronegócio alternaram-se em falas conclamando por mais competitividade. Em sua manifestação, Alexandre Guerra lembrou que o Rio Grande do Sul depende do mercado do estado, mas que também mais de 60% da produção precisa ver vendida em outras regiões do país, enfrentando grande custo logístico. “O que temos de incentivo é apenas o necessário para equalizar nossa competitividade com os outros estados. Não há como definir os preços de venda e nem temos margem para absorver esse impacto, por isso é necessário fazer ajustes à reforma proposta pelo governo”, alegou. Segundo ele, o temor é que o peso tributário acabe onerando todo o setor, chegando, inclusive, ao produtor rural. Guerra citou os efeitos em cascata da elevação tributária, com aumento de insumos no campo e redução de compensação tributária no varejo o que, prevê o dirigente, acabará sendo revertido para a produção. “O setor lácteo infelizmente não tem margem para perder qualquer percentual e envolve hoje mais de 50 mil famílias gaúchas que vendem o leite regularmente para as indústrias de laticínios”, alertou. (Assessoria de imprensa Sindilat/RS)

 
            

O renascimento da gordura láctea (fat reborn) - Composição da gordura do leite

A gordura do leite não era vista como saudável por ter em sua composição ácidos graxos saturados, muito associados a doenças cardiovasculares. Neste ponto, é válido ressaltar que estão ocorrendo maiores debates sobre as implicações das gorduras saturadas na saúde. Alguns profissionais contestam as diretrizes alimentares sobre esse consumo, mas as respostas ainda são inconclusivas. 

Ademais, o perfil lipídico do leite é diversificado, possuindo diferentes tipos de ácidos graxos, para além dos saturados, acarretando em distintos benefícios à saúde humana.

A composição da gordura dos lácteos também é formada por ácidos graxos de cadeia curta e ácidos graxos oleicos, esses últimos são considerados insaturados e estão associados à diminuição do “colesterol ruim” (LDL) e aumento do “colesterol bom” (HDL).

Além disso, os lácteos possuem o ácido linoleico conjugado (CLA), um tipo de gordura trans. Nesse caso, é um processo que ocorre naturalmente entre os ruminantes, diferente da gordura trans derivada da hidrogenação industrial da gordura, e essa gordura está envolvida com a prevenção de doenças cardiovasculares.

Mercado de gorduras lácteas: um olhar especial: A demanda por lácteos com alto teor de gordura está aumentando em alguns países, enquanto a procura por produtos com  baixo teor de gordura está caindo. Nos EUA, a venda de leite integral aumentou em 2,4%, assim como as vendas de marcas de iogurte integral, como a Noosa - que, de um faturamento de zero em 2012, passou para US$ 300 milhões em 2017.

Além dos leites e iogurtes, a manteiga também ganhou um grande destaque. A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) espera que a demanda global por manteiga cresça 2,2% ao ano no período de 2018 a 2027, apesar da elevação do seu preço. 

O aumento das vendas de manteiga deu impulso para produção de novos produtos com gordura como, por exemplo, itens à base de ghee. Ghee é um antigo produto ayurvédico, é uma forma de manteiga clarificada, que apresenta melhor perfil lipídico, com ômega-3 e ácido linoleico, além conter vitaminas, sendo considerada uma boa fonte de gordura. 
E no Brasil? A Mintel, empresa de pesquisa de mercado, acredita que o mercado de gorduras lácteas no Brasil - especialmente a manteiga -, tem um futuro promissor. 

A maior parte do leite é consumido em sua forma integral – 63% dos brasileiros bebem essa variedade, em comparação com os 23% que consomem leite desnatado. Em pesquisa da Mintel, foi visto que dois terços dos brasileiros comprariam mais manteiga se o preço fosse mais acessível, destacando, assim, oportunidades de investimento para os produtores locais de laticínios.

De acordo com o Banco Global de Novos Produtos (GNPD), em 2017 houve um aumento de 58% em produtos feitos com manteiga, quando comparado a 2016. A Mintel acredita que o mercado brasileiro de manteiga oferece oportunidades significativas para os fabricantes. Eles apostam que mais consumidores vão abandonar a margarina conforme os preços se tornem mais acessíveis. (As informações são do portal BHB Food)

Exportações brasileiras de lácteos NCM 04 – julho 2020

As exportações brasileiras de produtos lácteos NCM 04 no acumulado de 2020 até julho, aumentaram 15% e 18% em valores e volumes, respectivamente, em relação ao mesmo período do ano passado. 

Representam menos de 14% dos mesmos produtos importados em litros equivalente leite, e historicamente é menos de 0,01% do volume de leite captado pelas indústrias no Brasil.  

Os itens mais exportados em valores e toneladas são os pertencentes ao grupo NCM 0402, mas, estão em queda desde 2014, e em 2019 chegaram ao menor valor em dez anos, US$ 17.143 mil.

No acumulado de 2020, até o mês de julho, as exportações totais de lácteos NCM 04 estão 15% e 18% acima das registradas no mesmo período de 2019, em valores e volumes, respectivamente.

A variação mais significativa foi em relação a julho de 2019. Em divisas o crescimento foi de 50%, e em volume 54%.  (SECEX/MDIC – Elaboração: Terra Viva)

                

 
Live debaterá estratégias do PNCEBT e o impacto no setor lácteo nesta sexta-feira
Estratégias do Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e da Tuberculose Animal (PNCEBT) e o impacto para a cadeia leiteira, tendo como base a Instrução Normativa nº 10 de 03/03/2017 do Ministério da Agricultura. Esse será o tema da live promovida pelo Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária (Suasa) nesta sexta-feira (14/8), às 15h. A transmissão ocorrerá através do canal no YouTube do Suasa. Participarão da conversa dessa semana os Auditores Fiscais Federais Agropecuários (AFFAs) da Secretaria de Defesa Agropecuária Janice Barddal, gestora nacional do PNCEBT do Departamento de Saúde Animal, e Plínio Lopes, do Departamento de Suporte e Normas. A live faz parte de uma série de debates promovidos pelo Suasa. (Assessoria de imprensa Sindilat/RS)
 


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