Porto Alegre, 17 de julho de 2020 Ano 14 - N° 3.265
O gerente de agronegócio da Apex, Igor Brandão, indicou que a demanda por alimentos em âmbito mundial deve crescer 60% até 2050, puxada pelo crescimento populacional. Os setores mais favorecidos, segundo estudo da FAO, devem ser o de proteína animal, de frutas e de vegetais. “O mercado global está em transformação. Verificamos tendência de aumento da renda per capital na Ásia e na África. A população será mais urbana e gastará mais com alimentos”, projetou, ressaltando que a população mundial deve chegar a 11 bilhões de pessoas em 2100. Apesar disso, os itens ficarão mais baratos, o que eleva a necessidade de as empresas do agro tornarem-se mais competitivas. Entre as tendências, indicou um aumento do e-commerce na aproximação entre consumidores e produtores. Antes da pandemia, informou ele, 20% das transações eram feitas pelo e-commerce. Com a crise, esse índice chegou próximo a 60% e deve se estabilizar em 40% após a pandemia.
Reforma Tributária
Também foram tratadas questões sanitárias e de gestão integrada na Região Sul do Brasil. Na próxima reunião da Aliança Láctea, prevista para 6 de novembro, deve ser apresentado protocolo conjunto de alinhamento para o enfrentamento da brucelose e da tuberculose para Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná e buscar apoio junto ao Ministério da Agricultura como plano piloto de área livre ou controlada dessas zoonoses.
Solidariedade: Cinco mil litros de leite são entregues às famílias vítimas de enchentes no Estado
Dando prosseguimento à parceria fechada entre a Secretaria Estadual de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos e a Cooperativa Languiru, lotes de leite começam a ser distribuídos aos municípios atingidos pelas enchentes.
Ao todo serão cinco mil litros de leite distribuídos para 12 municípios: Arroio do Meio (545), Bom Retiro do Sul (500), Colinas (140), Cruzeiro do Sul (480), Estrela (316), Lajeado (720), Montenegro (173), Muçum (354), Roca Sales (700), São Sebastião do Caí (322), Taquari (250) e Porto Alegre - região metropolitana (500).
Para o secretário Mauro Hauschild, “a parceria chegou em boa hora. São estes atos de solidariedade que fazem a diferença, especialmente nos momentos mais difíceis. Agradecemos a sensibilização da Cooperativa Languiru e certamente teremos muito a construir juntos”.
O presidente da Cooperativa Languiru, Dirceu Bayer, destaca que “o cooperativismo possui um grande envolvimento com a comunidade e valoriza o ser humano, estando ao lado das pessoas nos momentos bons e ruins, o que traz benefícios a toda região. O cooperativismo é diferente e busca estender a mão ao próximo, atitudes simples e capazes de levar mais qualidade de vida à sociedade, especialmente neste momento, com muitas famílias atingidas pelas cheias”.
Para o presidente da Associação dos Municípios do Vale do Taquari (AMVAT), prefeito de Imigrante, Celso Kaplan, é uma iniciativa importante para auxiliar as famílias atingidas pela enchente, que na região foi a maior das últimas seis décadas. “Esta ação da Cooperativa Languiru e da Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos vem se somar aos esforços feitos pelos municípios e outras entidades. Um grande gesto de solidariedade para amenizar o sofrimento das milhares de pessoas que sofreram e sofrem com os prejuízos desta enchente”, assinala.
Informações: Para amenizar os prejuízos das enchentes, a comunidade pode ajudar contatando a Central de Doações do Rio Grande do Sul, que integra a Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil do RS e arrecada donativos durante todo o ano, além de ser a centralizadora das doações da Campanha do Agasalho. Saiba mais no site www.defesacivil.rs.gov.br. (Assessoria de imprensa Languiru)
Leite/América do Sul
No Brasil, a produção de leite nas fazendas encontra-se variando da estagnação para queda nas duas últimas semanas. A falta de chuvas está reduzindo a disponibilidade e a qualidade das forrageiras na maior parte das grandes bacias leiteiras.
Dada à baixa disponibilidade de leite, o preço ao produtor aumentou e a expectativa é de que permaneçam elevados nas próximas semanas. Os volumes de leite estão bem abaixo do nível adequado para o processamento das indústrias.
As incertezas geradas pelo Covid-19 afetam as decisões das fábricas no que se refere à quantidade a ser produzida e os estoques permanecem baixos. No mercado spot do Brasil, os preços das cargas de leite cru, UHT e queijos estão elevados.
Ao contrário do Brasil, na Argentina e Uruguai, a oferta de leite sobe sazonalmente enquanto as temperaturas continuam caindo. Em algumas bacias leiteiras no sul da Argentina, as temperaturas muito baixas do inverno começam afetar o conforto animal e a rentabilidade animal.
O volume de leite ofertado pelas fazendas é menor do que as necessárias da forte demanda industrial. A competição por volumes de leite/creme, entre as fábricas continua intensa. A produção de leite UHT é prioridade desde o início da pandemia. Dessa forma, os volumes de leite que passam para queijo, iogurte e leite tornam-se menos acessíveis, enquanto a procura por essas mercadorias continua intensa.
A indústria de laticínios – seguida pela de farináceos – é a mais prejudicada pelo congelamento de preços dos alimentos básicos decretado pelo governo nacional. No último ano, segundo dados do Instituto de Estatísticas (INDEC), ‘a cesta de lácteos’ registrou inflação de 26,2% contra 46,5% na média dos preços dos alimentos e bebidas não alcoólicas nos comércios e supermercados da cidade de Buenos Aires (CABA-GBA). Quase todos os produtos da ‘cesta de lácteos’ estão compreendidos no congelamento (leite fresco empacotado, leite em pó, queijo cremoso, queijo patê-grass, iogurte e manteiga). A única exceção é do queijo sardo, cujo elevado valor impede realizar ajustes significativos de preços na atual conjuntura de crise econômica. (Terra Viva)