Porto Alegre, 15 de julho de 2020 Ano 14 - N° 3.263
Protocolos e processos na indústria da alimentação garantem qualidade em meio à pandemia
A constatação de que os processos no setor industrial nunca mais serão os mesmos neste momento, e especialmente no pós-pandemia, vem suscitando debates sobre quais são os caminhos que precisam ser adotados para garantir excelência de uma ponta a outra da cadeia, independentemente da área de negócio. Buscando reunir diferentes elos da produção gaúcha, a Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav)/ Sipargs promoveu, na manhã de terça-feira (14/7), o VIII Fórum Virtual Edição Especial: Soluções, Suportes e Alternativas para o enfrentamento à Covid-19 na Indústria de Alimentos. A mediação do debate foi feita pela engenheira de Segurança do Trabalho da Cooperativa Languiru e integrante da Comissão SST – Segurança em Medicina do Trabalho da Asgav/Sipargs, Diane Sordi.
O ponto central do debate foi feito pela engenheira agrônoma diretora da Plantarum Desenvolvimento e Tecnologia, empresa que atua na prestação de serviços de análises de alta complexidade e controle de qualidade nos setores de produção vegetal, microbiologia e fármacos. De acordo com Andrea Brondani da Rocha, a certificação de processos nas indústrias se tornou imprescindível para manter o diferencial dentro de uma empresa e conquistar competitividade nos mercados em que atua.
Segundo ela, a melhoria contínua da eficácia e da qualidade – do ponto de vista agora epidemiológico – deve ganhar em breve um novo aliado: um consórcio organizado pelo senador Luis Carlos Heinze produziu protocolo clínico já aprovado pelo Ministério da Saúde – que está sendo executado pela área epidemiológica da Santa Casa de Misericórdia de Porto alegre. Com base nesse protocolo, serão implantados processos junto a trabalhadores de indústrias que atuam em linhas de maior exposição ao coronavírus. “Será a possibilidade de um acompanhamento mais efetivo, via diagnóstico PCR. Com isso, os impedimentos que ocorreram mais significativamente em indústrias frigoríficas poderão ser solucionados inclusive do ponto de vista jurídico”, afirmou Andrea.
O secretário-executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat), Darlan Palharini, reforçou a importância de iniciativas que contemplem a indústria de alimentos brasileira neste momento de dificuldades sanitárias. Segundo ele, além de protocolos, o segmento precisa da certificação para seguir atuando em todas as frentes e mercados. “Os lácteos têm maior concentração no mercado interno e, para o nosso setor, que visa ampliar as exportações, a adoção de critérios que vão do produtor à indústria são essenciais para essa conquista”, pontuou. O presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, também acompanhou o debate.
O presidente da Assembleia Legislativa, Ernani Polo, parabenizou a iniciativa da Asgav/Sipargs, no sentindo de promover amplos debates que alinham decisões sobre a melhor atuação hoje e no pós-pandemia. “Especialmente no que se refere à proteína animal, onde surgiram eventos pontuais, é importante a proteção de trabalhadores e processos”, disse. O chefe do Legislativo afirmou ainda que é necessário que sejam respeitadas as orientações para que todo o esforço de uma cadeia seja reconhecido. Polo reforçou também aos representantes das entidades presentes, que nos próximos dias deverão ser chamados pelo governador Eduardo Leite para serem apresentados aos pontos da Reforma Tributária gaúcha, apresentada pelo governo na terça-feira.
O diretor-executivo da Asgav/Sipargs, José Eduardo dos Santos, confirmou que o setor da alimentação vem atuando com responsabilidade para evitar o crescimento do número de casos de Covid-19 nos estabelecimentos. Somente nos frigoríficos avícolas foram investidos R$ 28 milhões em apenas três meses. “Estamos dedicando todos os esforços para combater a pandemia em nossas indústrias, e certamente, os reflexos destes investimentos evitaram uma maior propagação do vírus e propiciaram maior segurança dentro dos estabelecimentos industriais”, pontuou. O aporte nesse período incluiu contratação de consultorias, validação de protocolos, compra de insumos diversos e EPI’s. (Assessoria de imprensa Sindilat/RS)
Instrução Normativa aprova diretrizes gerais para a vigilância da febre aftosa
A norma faz uma atualização dos atos normativos aos novos conceitos internacionais, prevista no cronograma do Pnefa para o avanço do status sanitário do país para livre de febre aftosa sem vacinação. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) publicou nesta quarta-feira (15), no Diário Oficial da União, a Instrução Normativa Nº 48 que aprova as diretrizes gerais para a vigilância da febre aftosa com vistas à execução do Programa Nacional de Vigilância para a Febre Aftosa (Pnefa), conforme estabelecido pelo Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária (Suasa).
Trata-se de uma atualização dos atos normativos aos novos conceitos internacionais, prevista no cronograma do Pnefa para o avanço do status sanitário do país para livre de febre aftosa sem vacinação, segundo diretrizes da Organização Mundial da Saúde Animal (OIE).
Entre as principais mudanças estão a permissão do ingresso de animais vacinados destinados para abate e exportação em zonas livres sem vacinação e a permissão do retorno de animal originário de zona livre sem vacinação, para participação em feiras ou centrais de inseminação localizadas em zona livre com vacinação. A norma traz a adequação do trânsito de produtos de origem animal entre as zonas livres, ficando vedada apenas o trânsito de cabeça, língua, faringe e linfonodos associados de zonas livres com vacinação para zonas livres sem vacinação.
A IN também prevê a obrigatoriedade da atualização cadastral do rebanho pecuário pelo produtor, pelo menos uma vez por ano e a obrigatoriedade de cadastro dos transportadores de animais junto ao Serviço Veterinário Oficial (SVO). “A atualização do regulamento do Pnefa faz uma adequação às diretrizes internacionais vigentes, retirando grande parte das restrições que existiam para o trânsito de animais e produtos entre unidades da federação que possuíam condição sanitária distinta para febre aftosa. Também prevê atividades de vigilância específicas voltadas para esta nova etapa do Pnefa, de ampliação gradual de zonas livres de febre aftosa sem vacinação”, destaca o diretor do Departamento de Saúde Animal, Geraldo Moraes.
A norma contou com a participação e contribuição de vários segmentos e setores envolvidos e destina-se aos atores que atuam na cadeia produtiva de carnes de animais susceptíveis à febre aftosa, entre eles Mapa, órgãos executores de defesa agropecuária, entidades de classe representativas de profissionais, indústrias e produtores rurais, entre outros. A IN entra em vigor no dia 3 de agosto. (Mapa)
“Unión La Nueva” primeira cooperativa de laticínios da América do Sul
Cooperativismo/AR – O livro “Humboldt uma história, seus primeiros 150 anos” de Raúl Kröhling narra detalhes das características que por um século e meio, proporcionou o crescimento dessa pujante localidade do departamento Las Colonias.
O capítulo dedicado às indústrias, cooperativas e empreendimentos que nasciam no início das primeiras décadas da colônia, trás um destaque: La Sociedad Cooperativa de Cremerías Limitadas “Unión La Nueva”.
Trata-se da primeira cooperativa de laticínios do país e provavelmente da América do Sul. “Os imigrantes suíços e alemães foram sem dúvida os impulsionadores da indústria intensiva de leite e também do cooperativismo cujas raízes nascem da própria vida econômica da colônia. Reuniram suas ideias, esforços e recursos para concretizar e satisfazer as necessidades da época”. Assim Kröhling mostra todo o impulso empreendedor destes que foram os verdadeiros forjadores da atividade agropecuária.
Fundada em 9 de abril de 1909 em Colonia Nueva, a Sociedad Cooperativa de Cremerías Limitadas tinha o propósito de industrializar o creme, marcando assim a Colonia Nueva como a primeira cooperativa de produtores de leite.
Duilio Rohrmann presidente da comunidade de Humboldt e descendente de um dos primeiros fundadores falou ao CampoLitoral sobre o que representou para a colônia a fundação da cooperativa. “No departamento Las Colonias a divisão de terras – 33 hectares por colono – a primeira atividade forte que teve foi a agrícola. Naquela época eram semeados trigo ou linho, não havia outros cultivos para fazer. Logo os colonos viram a necessidade de outras opções diante de uma colheita ruim – tendo que esperar um ano todo para começar um novo ciclo e melhorar a situação econômica. Decidiram começar a produção de leite”.
Buscando a história. Uma das poucas imagens que se tem da histórica cremeria. Foto: Raúl Kröhling.
Rohrmann acrescentou que na época, cada casa de campo tinha uma vaca e uma desnatadeira de leite. “Não era a atividade principal, mas se ordenhavam vacas para o consumo próprio e para fazer algum produto. Com a chegada das primeiras empresas que compravam leite, isso estimulou os produtores a se agruparem e constituir a primeira cooperativa de laticínios para desnatar o leite e o creme poderia ser produzido pelas próprias explorações agropecuárias”.
A cooperativa proporcionou o início de um grande crescimento da atividade na região. “Esteve presente por 16 anos e chegou a ter cinco cremerias, sendo para a época um desenvolvimento econômico significativo para a localidade. Depois de um desentendimento entre os sócios em relação ao soro, a cooperativa foi fechada em 1925. O fim da Sociedad Cooperativa de Cremerias Limitadas Unión La Nueva coincide com a fundação, no mesmo ano, da Milkaut. Que com o correr dos anos proporcionou um grande desenvolvimento lácteo nessa zona”.
Por último Rohrmann lembrou a homenagem feita pela Associación Unión Tamberos (AUT), 23 anos atrás, construindo, no lugar exato onde estava localizada a primeira sede da Unión La Nueva, um monumento em homenagem às famílias que deram o pontapé inicial da industrialização do leite no país. É um verdadeiro orgulho para Colonia Nueva e Humboldt poder mostrar aqui parte de nossa história”. (CampoLitoral – Tradução livre: Terra Viva)
A produção de leite na União Europeia (UE) de janeiro a abril de 2020 aumentou 2,3% em comparação com o mesmo período do ano passado. Contribuiu para esse aumento as chuvas da primavera que melhoraram a produtividade do pasto em alguns países da UE, como Espanha, Itália, e Dinamarca, assim como os preços menores de ração. É preciso levar em conta que este ano fevereiro teve um dia a mais. Os maiores crescimentos na produção ocorreram na Itália (17%), Alemanha (14%) e Holanda (13%). A Comissão Europeia (CE) revisou para mais a captação, indo para 0,7%, de acordo com seu último boletim de previsões de curto prazo. Na primavera passada, a CE estimava um crescimento de apenas 0,4% para 2020. O bom crescimento do rendimento (+1,3%) graças às pastagens de boa qualidade e a um maior uso de suplementos na alimentação, compensou a redução do rebanho leiteiro (-0,6%). A previsão é de que esta situação se mantenha na maioria das regiões do sul e oeste da Europa, enquanto que o estresse hídrico e as altas temperaturas poderão limitar o crescimento dos pastos em outras regiões. Em comparação com 2019, a expectativa é de aumento da produção de leite no segundo trimestre enquanto haverá redução de (0,2%) no terceiro e quarto trimestre. É provável que o abate de vacas acelere nos próximos meses como reação à recuperação dos preços da carne impulsionada pela reabertura dos serviços de alimentação. Por países, a projeção é de que os maiores crescimento seja registrados na Alemanha, seguida pela Itália, Espanha e Holanda. A produção também aumentará na Irlanda, Dinamarca e Polônia. Na França, no entanto, a produção deverá se manter estável. (Agrodigital – Tradução livre: Terra Viva)