Pular para o conteúdo

09/12/2019

Porto Alegre, 09 de dezembro de 2019                                              Ano 13 - N° 3.125

  Emater divulga Relatório Socioeconômico da Cadeia Produtiva do Leite no Estado

Divulgado nesta quinta-feira (4/12), o Relatório Socioeconômico da Cadeia Produtiva do Leite no Rio Grande do Sul, referente a 2019, pontuou que o número de produtores de leite vinculados à indústria caiu 22% entre 2017 e 2019. A pesquisa, realizada entre maio e junho deste ano, também apontou que a produção, em 2019, ficou em 4,27 bilhões de litros por ano, sendo que desses, 91,86% (3,9 bilhões de litros) são destinados à indústria. De acordo com o presidente do Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat), Alexandre Guerra, o levantamento serve como base de orientação para que se possam tomar ações públicas e privadas em prol da cadeia. "De 2017 a 2019, tivemos uma redução de 22% de produtores que entregam o leite para as nossas indústrias. Mas, por outro lado, temos uma produção/dia por propriedade que cresceu de 136,5 litros para 213 litros", destacou. Guerra acredita que, para minimizar os impactos negativos da saída de produtores da atividade, é necessário que toda a cadeia una forças.

Segundo Guerra, o cenário do setor leiteiro no Estado é reflexo do que vem ocorrendo no mundo. "O mercado exige cada vez mais eficiência no que se faz e o Rio Grande do Sul está equipando as propriedades, aumentando a tecnologia do produtor e das indústrias. Essas mudanças servem para melhorar de uma forma contínua a qualidade do leite e a produtividade do setor, e assim continuarmos sendo referência a nível nacional", disse. 

O relatório é dividido em quatro partes: informações gerais sobre a produção de leite no Estado; perfil do produtor de leite vinculado às indústrias; estrutura para processamento da cadeia; e mudanças ocorridas no setor no período de 2015 a 2019. Para o Secretário da Agricultura do RS, Covatti Filho, o governo está centrado em auxiliar o setor lácteo gaúcho, aumentando a produtividade. "Precisamos dessa cadeia no Estado, principalmente incrementando ela com políticas agrícolas. Para a Secretaria da Agricultura, a receita da cadeia do leite gera R$4 bilhões", afirmou.

Outro ponto que a Emater destacou é a comercialização informal de leite cru, que está presente em 335 municípios gaúchos. Em relação à venda de derivados lácteos de fabricação caseira, o número de cidades cresceu para 394. Conforme o relatório, esses dados representam "um risco à saúde dos consumidores, em função da falta de controle sanitário sobre tais produtos ofertados à população". Segundo o gerente técnico adjunto da Emater, Jaime Ries, será realizada uma segunda parte mais extensa dessa coletânea de dados, que reunirá uma análise das regionais da Emater/RS e dos Conselhos Regionais de Desenvolvimento (Coredes). (Assessoria de Imprensa Sindilat)
 
Confira o relatório completo aqui.


Crédito: Letícia Breda

Perspectivas globais para laticínios são positivas e vendas on-line de queijos crescem nos EUA

Uma atualização global sobre produtos lácteos, da Maxum Foods Pty Ltd, mostrou melhoria na expansão do suprimento de leite para dezembro de 2019, enquanto o comércio de leite em pó desacelera. Varejistas de queijo dos EUA estão contribuindo para isso com promoções de férias.

As perspectivas globais para o mercado de laticínios são positivas, mas o diretor de compras da Maxum Foods, Dustin Boughton, disse que pode haver enfraquecimento à medida que a oferta de leite cresce.

As projeções para os preços de commodities são variadas, uma vez que os valores de gordura da manteiga estão estabilizados, enquanto os de queijo podem cair, devido ao aumento da capacidade de produção e oferta na Europa.

O leite em pó desnatado teve alta, em consequência de uma menor produção na UE e EUA, enquanto a demanda de exportação se manteve. Boughton disse que este é um novo território a ser explorado e a categoria não é mais tão impulsionada pelos estoques da UE. Ele espera que os preços do leite em pó desnatado permaneçam firmes, mesmo com uma maior disponibilidade de novos produtos na Europa e nos EUA.

A demanda nos mercados asiáticos diminuiu, mas isso provavelmente será revertido. Em relação ao leite em pó integral, China e Hong Kong impulsionaram o crescimento e aumentaram o comércio no mês - um aumento de 69,4% em relação ao ano anterior, ou 14.000 t. Os embarques para a China aumentaram em 11 dos últimos 12 meses. Boughton disse que a demanda por leite em pó ainda é forte na região, "devido as mudanças no uso de leite na China".

Os preços da manteiga estão estáveis com a demanda doméstica sazonal aumentada na UE. O balanço da UE deve melhorar, mas o crescimento da demanda e da oferta estarão estreitamente alinhados. A UE expandiu as exportações de manteiga em setembro em 74%, apesar dos altos preço do item.

“A demanda geral nos mercados em desenvolvimento permanece sensível aos preços e pode continuar pressionando os valores da Nova Zelândia. As exportações de gorduras do País continuaram a diminuir, mas a uma taxa muito mais lenta”, disse Boughton.

Sobre o soro de leite, a UE aumentou os embarques em 3,2% e o comércio da Nova Zelândia cresceu14% em setembro em relação ao ano anterior. O País está vendendo mais para o mercado norte-americano e as exportações dos EUA ainda estão diminuindo, com uma queda de 13% em setembro. Contudo, os produtos americanos são competitivos, pois os preços diminuíram nos últimos meses, enquanto os da UE e na Oceania estão estáveis.

A grande disparidade nos preços do queijo deve diminuir, de acordo com Boughton. A UE teve os menores preços no terceiro trimestre deste ano e seus valores podem ser influenciados pelo retorno do leite em pó desnatado e do fluxo de manteiga. Contudo, o aumento na capacidade das fábricas desviará o leite e manterá os valores estáveis.

A Maxum observou que as exportações da UE aumentaram mais de 8.000 toneladas em relação ao ano anterior, em setembro, e seu crescimento mais recente foi impulsionado por maiores envios para os EUA e Coreia do Sul.

Nos EUA, a empresa de pesquisa de mercado IRI observou que o comércio eletrônico é um canal crucial para o crescimento do queijo. Até o final do ano, as vendas ultrapassarão US$ 440 milhões, uma taxa de crescimento anual de 54% nos últimos quatro anos. 

Suzanne Fanning, vice-presidente sênior da Dairy Farmers de Wisconsin (DFW), disse: "A pesquisa do consumidor mostra que o queijo está entre as preferências alimentares do momento, porque é repleto de proteínas e boas gorduras." 

Conveniência e variedade são atrativas para todas as categorias de comércio eletrônico e os consumidores estão começando a tirar proveito das compras digitais. A DFW está promovendo queijo produzido em seu estado com uma coleção de 12 cestas de presentes para a temporada de festas. Elas variam de amostras a US$ 50 a conjuntos de luxo a US$ 150. (Dairy Reporter, traduzidas pela Equipe MilkPoint)

Universidade dos EUA e cooperativas do RS farão mapeamento da safra de soja

Em projeto pioneiro no Brasil, a Universidade do Estado de Kansas (K-State, na sigla em inglês) e a Cooperativa Central Gaúcha Ltda (CCGL) farão o mapeamento da produção de soja no Rio Grande do Sul. Informações geradas por satélite serão cruzadas com dados que começarão ser colhidos a campo nesta safra. A iniciativa busca aumentar a acurácia das estimativas de colheita - a fim de ajudar na tomada de decisão na hora de vender o produto ou de planejar a logística, por exemplo.

O modelo trazido ao país é baseado em experiência semelhante realizada na região do corn belt (cinturão do milho, em inglês) nos Estados Unidos. Com imagens de satélite e dados divulgados pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês), pesquisadores da K-State conseguiram chegar a um modelo de previsão das safras de milho e soja nos Estados de Iowa, Indiana e Kansas.

- Começamos o mapeamento em nível regional e depois chegamos nos condados (equivalente a município no Brasil), capturando boa parte da variabilidade da produtividade - explica Ignacio Ciampitti, professor do Departamento de Agronomia da K-State.

O formato validado nos Estados Unidos foi adaptado à realidade local. Com estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e imagens de satélite, pesquisadores testaram o modelo com base em informações de safras passadas. O passo seguinte é cruzar com dados a serem colhidos nas lavouras por técnicos das mais de 30 cooperativas associadas à CCGL - que terá a propriedade das informações.

- Estamos desenvolvendo plataforma digital, na verdade um aplicativo, para rodar já nesta safra - explica Geomar Corassa, gerente de pesquisa e tecnologia da CCGL.
 

Áreas de soja do RS na safra passada, em janeiro de 2019KSUCrops / Divulgação

A partir do cruzamento de informações, de satélites e da lavoura, será criado um modelo mais assertivo e robusto de previsão de safra. 

- Queremos dois meses antes da colheita ter projeção confiável de quanto será colhido - completa Ciampitti.

A parceria entre a K-State e a CCGL conta com apoio da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), que começou a promover intercâmbios de alunos brasileiros na área de processamento de imagens na universidade americana em 2014. Para o professor Telmo Amado, da Faculdade de Agronomia da UFSM, o projeto será importante para fazer as atuais projeções avançarem do âmbito da amostragem para abrangência territorial maior.

- Ter dados precisos e de forma antecipada é uma questão estratégica para o agronegócio - indica Amado.

Idealizador do projeto de mapeamento da safra de grãos nos Estados Unidos, Ignacio Ciampitti esteve no Brasil, em setembro, no 5º Congresso Sul-Americano de Agricultura e Máquinas Precisas, realizado em Não-Me-Toque. (GauchaZH)

 
Importações/Chile
O último relatório do Departamento de Estudos e Políticas Agrárias (Odepa, sua sigla em espanhol) registrou queda no valor das importações de lácteos. Um dos principais assuntos de debates no setor leiteiro, e que desperta inquietação entre os produtores nacionais é a importação de lácteos pela indústria. Entretanto, no último relatório de outubro do Odepa foi registrado baixa no valor das compras de outros países. Segundo o boletim, entre janeiro e outubro deste ano foram adquiridos no exterior, produtos lácteos no valor de US$ 259,4 milhões, queda de 10,2% em relação ao mesmo período de 2018. As importações foram lideradas pelos queijos com 37.402 toneladas ao custo de US$ 147,5 milhões, ma, que representou queda de 15% na comparação com janeiro-outubro do ano passado. O segundo produto mais internalizado foi o leite em pó desnatado, 11.920 toneladas por US$ 28,2 milhões, 22,9% a mais em comparação com os mesmos dez meses de 2018. O leite em pó integral, por outro lado, registrou queda de 67,2%. Em relação aos mercados de importação, os Estados Unidos continua sendo a origem principal para adquirir lácteos, representando 25,9% das compras, no valor de US$ 67,2 milhões. Em seguida vem a Argentina com US$ 41,1 milhões, e a Nova Zelândia - que foi retirada da primeira posição nos últimos anos - ficou em terceiro lugar, ao embarcar produtos lácteos no valor total de US$ 38 milhões. (Mundo Agropecuário - Tradução livre: Terra Viva)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *