Porto Alegre, 07 de novembro de 2019 Ano 13 - N° 3.104
Indenizações do Fundesa somam R$ 1,7 mi para o setor leiteiro no 3º trimestre
Em Assembleia Geral Ordinária de Prestação de Contas do 3º trimestre, realizada em outubro, o Conselho Deliberativo do Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal do Estado do Rio Grande do Sul (FUNDESA), divulgou o valor aprovado para pagamento dos pedidos de indenização de produtores de leite. As indenizações se referem aos meses de julho, agosto e setembro. Ao todo, são 212 pedidos de indenização, totalizando 1.113 animais, com testes positivos para tuberculose ou brucelose, destinados ao abate sanitário, no valor de R$ 1.780.031,76 (um milhão, setecentos e oitenta mil, trinta e um reais e setenta e seis centavos). O acumulado no ano de 2019, até setembro, totaliza R$ 4.652.761,89.
No ano de 2018, o montante das indenizações pagas aos produtores foi de R$ 4.252.814,15, o que significa que os produtores rurais do Estado estão trabalhando no controle das zoonoses. Para o secretário-executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat), Darlan Palharini, isso mostra que os produtores e indústrias do Rio Grande do Sul estão se preparando para os novos mercados, porém, a principal preocupação ainda é o mercado brasileiro. "O nosso mercado é responsável por 99% do destino da produção brasileira", aponta.
Segundo Palharini, o que dá segurança ao produtor de leite é que as indenizações não são somente para vacas em lactação, mas, também, para terneiras a partir do seu nascimento e para o vazio sanitário da propriedade. "É preciso lembrar que, no caso de indenização por tuberculose, o produtor ainda recebe uma complementação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa)". (Assessoria de imprensa Sindilat/RS)
As exportações brasileiras de produtos lácteos NCM 04 no acumulado do ano até outubro de 2019 caíram ligeiramente em valores (-0,08%), embora tenha crescido mais de 10% em volume.
As variações de outubro 2019 em relação a outubro de 2018 foram pequenas.
As exportações, em outubro, representaram 13% das importações, em valores, e 18,7% em volume. No acumulado do ano, os percentuais foram, respectivamente 11,8% e 16,2%.
Em valores, as importações de outubro deste ano caíram 76% em relação a outubro do ano passado, e 89% em volume. No acumulado do ano a queda é de 4% em valores, e 2,8% em volume. O leite em pó é o maior produto importado, tanto em valores como em volumes, vindo a seguir os queijos. Mantendo a tendência de queda, 2019 poderá ser o ano com menor valor importado de lácteos NCM 04, desde 2010.
A Argentina (37,7%) e o Uruguai (22,6%) continuam dominando o mercado brasileiro de lácteos importados, totalizando 60,3% em divisas, e 71% em volume, principalmente com leite em pó e queijos. O terceiro país colocado é a Nova Zelândia, que participa com 3,4% em valores, e 2,8% em volume.
Preços/NZ
Ainda é bastante cedo, mas as chances estão aumentando de que a cooperativa de laticínios, Fonterra, possa pagar, confortavelmente, aos produtores mais de NZ$ 7/kgMS, [R$ 1,37/litro], nesta temporada.
Em termos globais as notícias tendem a melhorar cada vez mais, e o mais recente GlobalDairyTrade mostrou isso.
O Índice GDT atingiu o maior nível desde maio deste ano. O preço do leite em pó integral (WMP) subiu para US$ 3.254 a tonelada, a mais alta cotação desde abril deste ano. O preço do leite em pó desnatado (SMP) subiu para US$ 2.924 a tonelada, o maior valor desde março de 2015.
Economistas dos quatro grandes bancos estão prevendo preços entre NZ$ 6,80 a NZ$ 7,15/kgMS.
O maior preço pago pela Fonterra, NZ$ 8,40, [R$ 1,64/litro], foi em 2014, enquanto que os preços também superaram os NZ$ 7,50/kgMS, [R$ 1,46/litro], em 2008 e 2011.
Qualquer preço desta temporada acima de NZ$ 7, seria, portanto, o quarto maior valor pago pela Fonterra. Isso dará à cooperativa um tempo para respirar, e adotar sua estratégia de retornar ao básico, se livrando das dívidas contraídas para a expansão global.
Desde que anunciou o prejuízo de NZ$ 605 milhões para o exercício financeiro encerrado em julho, em 26 de setembro de 2019, a Fonterra viu o preço de suas ações se recuperarem rapidamente, saindo de NZ$ 3,24 para NZ$ 4,30, no último dia de outubro.
Os economistas do banco ASB estão entre os mais otimistas (corretamente). No momento, suas previsões para a temporada estão em NZ$ 7,00.
“A produção desta temporada até setembro está 2% acima da temporada anterior, mas até agosto o volume era 3,8% maior. Além disso, avaliações preliminares mostram desaceleração da produção em outubro e novembro. A projeção inicial era de aumento zero nesta temporada, em relação à anterior. Se o crescimento da produção continuar desacelerando, como previsto, os preços globais dos lácteos se manterão firmes pelo menos até o final de 2019”.
Penny diz que o ASB agora colocou, oficialmente, sua previsão de preço do leite para 2019/20 de NZ$ 7,00/kgMS em revisão.
“De fato, existe potencial de revisarmos para mais nossas previsões se os preços continuarem subindo nos próximos leilões. Existe esta probabilidade”. (interest.co.nz – Tradução livre: Terra Viva)