Com 22 mil metros quadrados e R$ 130 milhões investidos, a nova unidade fabril da Cooperativa Santa Clara, situada em Casca (RS), foi inaugurada na tarde dessa sexta-feira (12/7). Cerca de mil pessoas entre autoridades, associados da cooperativa e moradores do município compareceram ao evento. A unidade tem capacidade de processamento de 600 mil litros de leite por dia. A largada, na próxima segunda-feira (15), será com 300 mil litros/dia.
Sobre esse expressivo investimento, o governador do RS, Eduardo Leite, afirmou que os órgãos públicos se inspiram naqueles que empreendem em momentos delicados para a economia, a exemplo da Santa Clara. "Se vocês têm coragem de empreender nesses momentos tão difíceis, quem somos nós, homens públicos, para não enfrentar os poréns da máquina pública?", indagou. Leite ainda destacou a importância das parcerias público-privadas que, segundo ele, auxiliam o RS a avançar em diversos setores, como o de energia, de infraestrutura e do agronegócio. "O Estado deve ser menor não para ser ausente, mas para ter forças onde ele deve estar presente", afirmou.
Na opinião do presidente do Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat) e diretor da Santa Clara, Alexandre Guerra, a instalação dessa unidade é um divisor de águas para o município de Casca não só pelos empregos gerados, "mas pela oportunidade de gerar diversos outros negócios". Guerra aproveitou o momento para expor sua preocupação com a competitividade do Rio Grande do Sul frente ao novo acordo entre União Europeia e Mercosul. "Queremos competir, sim, mas queremos as mesmas armas e as mesmas condições", afirmou sobre os tributos e impostos dos produtos gaúchos que não existem sobre os europeus.
Também destacando o acordo, o senador Luis Carlos Heinze afirmou que haverá discussões durante a Expointer desse ano acerca do assunto. "Os europeus subsidiam seus agricultores com 126 bilhões de dólares por ano, o Brasil só subsidia com sete. Nós não temos subsídio, não temos a carga tributária que eles têm", disse. Assim, o senador ressaltou que o assunto deve ser mais debatido na Assembleia Legislativa, Câmara dos Deputados e Senado Federal.
Foto: Vitorya Paulo