Porto Alegre, 28 de maio de 2019 Ano 13 - N° 2.988
Biogás cresce com a força da produção
Energia oriunda dos dejetos de aves, suínos e vacas e de resíduos de agroindústrias e saneamento, o biogás, aos poucos, começa a ganhar relevância no Brasil. Entre 2015 e 2018, a produção do combustível mais do que dobrou, passando de 1,5 milhão para 3,1 milhões de metros cúbicos ao dia, segundo o Centro Internacional de Energias Renováveis-Biogás (CIBiogás). E o Rio Grande do Sul tem participação direta neste resultado, já que detém a quinta maior geração diária do combustível entre os Estados. No mesmo período, pulou de 11 mil para 160 mil metros cúbicos a cada 24 horas, quase 15 vezes mais.
Composto majoritariamente por metano (CH4) e dióxido de carbono (CO2), o biogás resulta da decomposição anaeróbia dos resíduos, constituindo-se em energia limpa e renovável. Essa fonte poderia suprir, no longo prazo, 36% da demanda de eletricidade no Brasil, segundo o CIBiogás. De quebra, como a agropecuária responde por cerca de 90% do potencial de conversão energética, produtores rurais ganham uma solução no tratamento dos efluentes, evitando o lançamento de gases na atmosfera e a contaminação do solo.
O país tem 276 plantas de biogás em operação, sendo 13 no Rio Grande do Sul. Uma das unidades ativas no Estado é a da Fazenda Trevisan, de Farroupilha, na Serra. Voltada ao leite, a propriedade tem em torno de 500 vacas, que geram 33 mil litros de dejetos por dia. Há uma década, começaram a se transformar em energia elétrica. Isso porque no local foram colocados biodigestores, equipamentos que armazenam a matéria-prima e estimulam seu processo de decomposição.
- Quando começamos o projeto de vacas leiteiras, tínhamos preocupação com a grande geração de dejetos e em como tratá-los. Por isso, decidimos fazer os biodigestores. Ter o biogás para gerar energia foi uma consequência - aponta Jean Trevisan, que lidera a fazenda ao lado pai, Osmar Trevisan.
A família investiu R$ 2 milhões na implementação do sistema, o que incluiu a instalação de um novo biodigestor no ano passado, totalizando três equipamentos. São cerca de 2 mil metros cúbicos de biogás por semana, que resultam em 4,5 megawatts-hora (MWh). Isso é suficiente para abastecer 15% da propriedade, que inclui ainda fábrica de envase de leite tipo A. Desta maneira, a economia mensal na conta de luz chega a R$ 7 mil.
Produção pode crescer até 200% em três anos
Casos como os da Fazenda Trevisan tendem a se multiplicar. Além das usinas em operação, o Brasil tem outras 90 estruturas prestes a serem concluídas ao longo de 2019. Com a finalização destes projetos, a produção do combustível subirá para 4,7 milhões de metros cúbicos ao dia. E a tendência é de que a geração continue subindo de maneira exponencial.
- A expectativa de crescimento do setor é muito grande. Com os empreendimentos que devem entrar em operação, a perspectiva é de que a produção aumente mais de 200% nos próximos três anos, ultrapassando os 10 milhões de metros cúbicos ao dia - estima Felipe Marques, coordenador do projeto Aplicações do Biogás na Agroindústria Brasileira, do CIBiogás.
O produtor de frutas e criador de suínos e bovinos Igor Rech é um dos que devem engrossar a lista de empreendedores que recorrem à geração própria de energia elétrica. Em sua propriedade em Vila Oliva, no interior de Caxias do Sul, ele está montando uma agroindústria para fazer o processamento de alimentos. A ideia é colocar biodigestores, utilizando os dejetos dos animais para gerar, ao menos, parte do consumo.
- É um gás que hoje está indo fora, porque não o absorvemos. Será, inclusive, muito mais barato (o biogás) do que comprar gás (natural). É uma opção viável e sustentável, pois conseguiremos baixar os custos dentro da propriedade - constata.
Associado da Cooperativa de Agricultores e Agroindústrias Familiares de Caxias (Caaf), Rech enfatiza que o biogás é fator decisivo para alcançar a meta de tornar a propriedade sustentável do ponto de vista ambiental. (Zero Hora)
O preço do leite cru garantido pela FrieslandCampina para o mês de junho de 2019 foi estabelecido em € 35,75/100 kg, [R$ 1,66/litro], aumento de € 0,50/100 kg, em relação ao mês anterior, [€35,25/100 kg]. A expectativa é de que o preço do leite ao produtor será reajustado pelas principais indústrias de referência, no momento, mas, que deverá ficar estável nos próximos meses.
O preço do leite orgânico garantido pela FrieslandCampina para junho de 2019, € 47,25/100 kg [R$ 2,20/litro], caiu 1,25 euros em comparação com o mês anterior que foi de € 48,50/100 kg, [R$ 2,26/litro], incluindo uma correção de 0,55 euros correspondente a uma avaliação feita a maior em meses anteriores. A expectativa é de que o preço do leite orgânico a ser pago pelas principais indústrias de referência deverá ficar estável.
O preço garantido é aplicado a 100 quilos de leite que contenha 3,47% de proteína, 4,41% de matéria gorda e 4,51% de lactose, sem o imposto de valor agregado (IVA). O preço é garantido a produtores de leite convencional e que entregam acima de 800.000 quilos de leite por ano.
O preço garantido para o leite orgânico segue os mesmos parâmetros do leite convencional em relação ao teor de sólidos, mas, a base do volume de entrega é acima de 600.000 quilos anuais.
Até 2016 o volume era de 600.000 quilos para o leite convencional. A alteração do volume que serve de base para bonificações e o esquema da sazonalidade foi, então, descontinuado, iniciando novos parâmetros em 2017. (FrieslandCampina – Tradução livre: Terra Viva)
Captação/UR
A captação da Conaprole nos primeiros 19 dias de maio foi 11% menor do que a verificada no mesmo período do ano passado. Na última semana, houve uma recuperação entre 250.000 e 300.000 litros diários, o que levou a captação diária a 3,5 milhões de litros, 1,7% acima da verificada um ano antes.
“A recuperação desta semana ocorreu, sem dúvida, porque, depois do déficit hídrico, vieram chuvas que ajudaram no crescimento das pastagens e dos plantios de inverno”, destacou o vice-presidente da cooperativa, Alejandro Pérez Viazzi.
No acumulado até 19 de maio, a produção enviada à Conaprole está 9% menor do que a registrada em igual período de 2018. (Blasina y Asociados – Tradução livre: Terra Viva)
No terceiro mês de 2019, o preço recebido pelas indústrias de laticínios do Uruguai, em dólares, caiu 11% (US$ 0,53/litro), em decorrência da queda no preço recebido pelas exportações (-12%) e no mercado interno (-9%) em comparação com um ano atrás. O preço ao produtor também caiu em dólares (-15%). Segundo o boletim do Inale, se compararmos os preços de março de 2019 com os de dezembro do ano passado, observamos que o preço, em dólares, recebido pelas indústrias correspondentes às exportações (medidos em equivalente litro de leite) melhorou 4%, enquanto que no mercado interno, sofreu queda de 20%. No entanto, o preço ao produtor, em dólares (US$ 0,30/litro) de março aumentou 3% em relação a dezembro de 2018. (Tardaguila – Tradução livre: Terra Viva)