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27/05/2019

Porto Alegre, 27 de maio de 2019                                              Ano 13 - N° 2.987

   Produtores de leite pedem mais tempo para adequação a regras de qualidade

Produtores de leite querem mais tempo para se adequar às novas regras do Ministério da Agricultura, que entram em vigor na próxima quinta (30).

As determinações da instrução normativa que, segundo a pasta, servem para garantir mais qualidade ao produto, esbarram em problemas de infraestrutura dos estados, como a deficiência da distribuição de energia elétrica, o que afeta a refrigeração, por exemplo. 

Os produtores defendem um ano de adaptação e monitoramento —com a possibilidade de notificações e cobranças de plano de melhoria —mas sem incidência de multa.

O setor se mostra preocupado com as sanções impostas pelo não cumprimento das novas regras —uma delas é a interrupção imediata da comercialização do leite que não se ajustar às conformidades. Segundo representantes do segmento, a penalidade pode criar efeito cascata em outros produtores.

"Se for diminuindo a coleta de leite, isso cria uma inviabilidade. Isso, porque, para um caminhão que não carrega abaixo de 10 mil litros, ele vai ter que passar em mais centros distribuidores para cumprir a cota mínima. E nisso, entra a questão de aquecimento do leite, que vai aumentando de temperatura no caminho. Ou seja, vai ficar mais difícil de estar de acordo com uma das exigências, que é mínimo de 7ºC", diz Darlan Palharini, secretário-executivo do Sindilat (Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do Rio Grande do Sul).

Segundo o setor, o pleito de extensão do período para aplicação da instrução normativa foi levado à câmara setorial, em Brasília, que diz esperar retorno do Ministério da Agricultura até a próxima quinta-feira (30). (Folha de São Paulo) 

                 
 

Sindilat participa de discussão sobre a cadeia produtiva do leite de Serafina Corrêa

Com o intuito de discutir o cenário da bovinocultura de leite na região e unir esforços para engajar os produtores do setor leiteiro de Serafina Corrêa, a Emater/RS promoverá o 1° Encontro de Bovinocultores de Leite na cidade localizada na região centro-oeste do Estado. O evento ocorrerá no dia 30 de maio, das 9h às 15h30, no Clube dos Motoristas.

A abertura do encontro ficará a cargo das entidades parceiras. O Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat), a Cooperativa dos Produtores de Leite (Coperlate) e o Senar/RS irão compor o painel “Cenário do leite na visão das entidades”, debate que será mediado pelo assistente técnico estadual da Emater/RS-Ascar Jaime Ries.

Segundo o engenheiro agrônomo da Emater Leandro Ebert, o cenário da produção leiteira da cidade é preocupante. “O Estado inteiro vive um momento de crise, dificuldades principalmente que se referem à rentabilidade da produção. Por conta disso, decidimos pensar o cenário e propor alternativas”, afirma Ebert. O objetivo é pensar soluções em conjunto com as entidades do setor. A estimativa é reunir cerca de 200 produtores da região.

O secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, que falará no evento sobre o mercado do leite no Estado, Brasil e mundial destacou a importância de promover iniciativas que levem a pensar em soluções para os gargalos que geram preocupação na cadeia produtiva. “Vamos apresentar números que demonstram a realidade da produção de leite no Estado. A atividade pode se mostrar ajustada nas margens em determinados momentos, entretanto, segue sendo uma das mais rentáveis para os produtores que possuem áreas rurais pequenas, comparada com a maioria de outras alternativas agrícolas para a mesma área, principalmente quando analisamos o resultado financeiro por hectare” destaca.

Palharini afirma também a importância de comentar os impactos das Instruções Normativas (INs) 76 e 77 – medidas que entrarão em vigor no dia 30/05. “O setor, atendendo as INs, o governo precisa avançar no que se refere à comercialização de leite para que possamos acessar outros mercados e consequentemente dar maior estabilidade ao preço pago aos produtores”, frisa.

Além do painel, será realizada à tarde uma oficina sobre as perspectivas para o leite em Serafina Corrêa, para a consolidação das principais demandas dos produtores junto as entidades públicas e privadas. (Assessoria de Imprensa Sindilat)
 

 
 

Norma contra peste suína requer clareza

Os recentes surtos de peste suína africana na China e em parte da Europa são alerta para o Brasil. Hoje, pessoas e mercadorias transitam rapidamente pelo mundo, facilitando a circulação de pragas e doenças. Para proteger o mercado agropecuário e a segurança alimentar do país é necessária uma eficiente barreira sanitária.

A doença é altamente contagiosa e nefasta para a produção suína. O Brasil enfrentou seu último surto em 1978, quando a enfermidade entrou em restos de alimentos vindos de um voo da Europa. Só conseguiu erradicá-la em 1984, após investir US$ 22 milhões e ter suas exportações de carne suspensas por mais de 10 anos. Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), somos o 4º maior exportador de carne suína do mundo, o que tornaria a erradicação tarefa muito mais onerosa.
Uma das principais formas de evitar a entrada da peste é o controle zoo-sanitário em portos, aeroportos e fronteiras. Cerca de 350 auditores fiscais federais agropecuários atuam hoje no Serviço de Vigilância Agropecuária. A equipe é preparada, mas enfrenta dificuldades no controle da entrada de pragas e doenças.

A recente alteração na Instrução Normativa nº11 do Ministério da Agricultura foi positiva, mas ainda aquém da necessidade. Ela proíbe a entrada de produtos crus, mas a lista disponibilizada no site permite, contraditoriamente, o ingresso de queijos e carnes crus. Produtos sem pasteurização ampliam, inclusive, o risco de intoxicações alimentares. É indispensável uma campanha massiva de informação correta para que os passageiros saibam o que é permitido trazer, evitando, assim, conflitos entre viajantes e autoridade agropecuária.

Outro entrave é uma interpretação do inciso 18º do artigo 37 da Constituição Federal. A receita federal interpreta que tem precedência na fiscalização das bagagens e, em alguns locais, só aciona o Sistema de Vigilância Agropecuária Internacional (Vigiagro), se encontrar produto de origem animal ou vegetal. A legislação é clara em determinar que a receita tem precedência dentro da sua área de competência e jurisdição, o que não é o caso da vigilância agropecuária. Tal equívoco impede que se priorize a origem do produto na fiscalização.

Uma revisão na legislação, a realização de campanha de esclarecimento ao público e uma correta interpretação do artigo 37 da Constituição são indispensáveis para garantir a segurança alimentar e a proteção da suinocultura do país. (Maurício Porto, Presidente do Sindicato dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários (Anffa)/Zero Hora)

Lácteos/UE 
O último boletim do Observatório Lácteo da União Europeia (UE), de 23 de maio tem os seguintes destaques:
- A captação de leite na UE aumentou 1,2% em março, mas, no acumulado do primeiro trimestre de 2019, registrou queda de 0,1%.
- A Nova Zelândia registrou forte queda na produção de leite em março, caindo 8%.
- Nos Estados Unidos da América (EUA) foi registrada a primeira redução interanual dos últimos 5 anos.
- O preço do leite em pó desnatado (SMP) continua com tendência de alta: 204 €/100 kg.
- A maioria dos preços dos produtos lácteos da UE estão muito acima da média dos últimos 5 anos (manteiga +6,4%; SMP +5,3%; Gouda +7%).
A produção de SMP na UE caiu no primeiro trimestre de 2019. (Agrodigital – Tradução livre: Terra Viva)

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