Porto Alegre, 09 de abril de 2019 Ano 13 - N° 2.955
O primeiro trimestre do ano chegou ao fim e o Rabobank divulgou os números em seu relatório Dairy Quarterly. Os maiores exportadores mundiais de produtos lácteos estagnaram o crescimento anual da oferta de leite, mas os EUA estão experimentando um ‘mercado misto’. A indústria mundial de lácteos está enfrentando problemas de abastecimento em 2019. As causas variam de acordo com o mercado, mas incluem crescimento econômico mais fraco, preços mais altos, fracas vendas de varejo, condições geopolíticas e desafios climáticos. O Rabobank disse que a pressão na produção de leite será notada ao longo do primeiro semestre de 2019 e pode atingir os números mais baixos desde 2016.
Em particular, o Rabobank acredita que o Brexit está afetando a indústria da União Europeia (UE) e os desafios climáticos na Argentina e na Nova Zelândia começaram a aumentar a pressão da oferta, o que continuará ocorrendo nos próximos meses.
Recessão em 2020
Segundo o Rabobank, os dados de janeiro e fevereiro indicam que os EUA registraram vendas menores em termos de volume para iogurtes (queda de 2%), queijo processado (queda de 3,9%) e leite líquido (queda de 4%). Mas o queijo in natura e a manteiga aumentaram, respectivamente, 3,8% e 4%, impulsionados pelos menores preços de varejo. Os preços do queijo in natura caíram 2%, do queijo processado 0,2% e da manteiga 1,3%. Os preços do iogurte e do leite fluido permaneceram estáveis em comparação ao ano passado. O Rabobank previu que os EUA terão um pequeno excedente exportável de lácteos no primeiro semestre de 2019; a produção aumentará ligeiramente ao longo do ano e a demanda doméstica sentirá uma maior pressão.
Os EUA podem perder totalmente o aumento dos preços globais do mercado de lácteos em 2019 devido à oferta interna adequada aliada aos desafios do comércio e ao clima geopolítico. Com os EUA lutando contra tantas batalhas comerciais, o relatório sugere que o país pode ter que encontrar “novos mercados para os laticínios adicionais". Os efeitos da guerra comercial continuam repercutindo nos continentes, já que as tarifas norte-americanas permanecem em vigor. Qualquer "acordo comercial" entre Trump e Xi Jinping continua sendo adiado. Segundo o Rabobank, o crescimento econômico global será mais sombrio nos próximos anos e o banco prevê uma recessão nos EUA no segundo semestre de 2020.
Citando os dados do USDA, o relatório espera que os preços dos lácteos no varejo subam 2,5% este ano, após oito anos abaixo da taxa histórica (+ 2%). Preços de varejo mais altos, um crescimento econômico levemente mais fraco e uma alta demanda de serviços de alimentos contribuirão para reduzir o crescimento da demanda doméstica por produtos lácteos nos EUA em 2019. (As informações são do Dairy Reporter, traduzidas pela Equipe MilkPoint)
Importação de lácteos
Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o volume aumentou 17,6% frente a janeiro último. Os gastos também cresceram, 14,9%, em igual comparação. O principal produto adquirido no período foi o leite em pó, representando 71,7% do total comprado. Os maiores fornecedores, em volume, foram a Argentina e o Uruguai, que juntos somaram 87,7% do total. No primeiro bimestre as importações cresceram 58,8% em volume na comparação anual. A menor oferta de matéria-prima no mercado interno pode ter colaborado para o cenário.
No parcial de março, até a quarta semana, a média diária foi de US$1,75 milhão em gastos com as importações de lácteos, queda de 32,8% em relação a fevereiro, mas alta de 15,0% em relação a igual período do ano passado. As recentes altas do dólar podem impactar nas importações de leite em pó em curto prazo. (Compre Rural)
Ministra defende que tabela do frete deveria cair
A ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, disse nesta última segunda-feira (08), que a tabela do frete, que classificou como “perversa”, já está prejudicando tanto os caminhoneiros quanto os setores produtivos. Adiantou que no final de maio a Universidade de São Paulo (USP) divulgará um estudo com uma proposta de tabela. “Mas o ideal é que a tabela caísse pois, afinal, vivemos em uma economia aberta. Precisamos sentar e conversar, para chegar a um entendimento entre as partes e não criar lei e tabelamento”, defendeu.
A ministra acrescentou que tem conversado muito sobre o problema com o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, responsável por conduzir o assunto dentro do governo e junto ao Supremo Tribunal Federal (STF). Tereza Cristina deu essas declarações em entrevista coletiva, durante a 18ª Tecnoshow Comigo, em Rio Verde (GO). Participaram da abertura do evento, ao lado da ministra, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, o prefeito de Rio Verde, Paulo Faria do Vale, além de autoridades federais e estaduais.
Tereza destacou o sistema cooperativista que é a base do funcionamento da Tecnoshow Comigo. “Eu vinha conversando com o presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Márcio Freitas, que me explicou que tudo que a Comigo recebe de soja ela agrega valor, não sai um grão daqui sem agregação de valor. Isso só pode ser feito com o cooperativismo. Eu acho que este sistema é exemplo para o Brasil todo. Eu tenho andado muito pelo país nesses três meses de governo e tenho pregado o cooperativismo como forma de se desenvolver o Brasil”, frisou.
Segundo ela, a Tecnoshow vem do próprio produtor rural que viu a necessidade de se organizar e, então, as cooperativas e associações de classe viram que esse é um modelo que funciona. “O que o ministério pode fazer é apoiar de todas as formas possíveis. A gente sabe que o agronegócio é esse sucesso, essa pujança que decolou. Está à frente do poder público. Nós do governo estamos correndo para voltarmos a ter protagonismo. Nós vamos fazer isso ajudando, simplificando, desburocratizando as ações que o produtor precisa, sem perder a qualidade. É isso que o ministério vem tratando nesses 90 dias: montar uma política pública que facilite a vida daqueles que produzem no nosso país e não que atrapalhe, porque nós (governo) já atrapalhamos muito”.
A ministra lembrou que o papel do ministério é mostrar ao mundo que a certificação dos produtos brasileiros é séria, e que todo mundo pode acreditar no que o país produz para mais de 160 mercados no mundo. Em relação à reforma da Previdência, voltou a frisar que é um assunto que o Brasil precisa resolver e não apenas o presidente Jair Bolsonaro, ou um ministro, ou a Câmara dos Deputados. “Eu tenho certeza de que a bancada do agronegócio sabe a importância que ela tem em todas as votações, principalmente, nesse momento em que pode ser o equilíbrio daquela casa”, afirmou. (As informações são do Mapa, adaptadas pela Equipe MilkPoint)
Espanha
A captação de leite na Espanha no mês de fevereiro voltou a cair. Já são 6 meses seguidos de quedas, como consequência dos baixos preços. Em fevereiro foram entregues 559.998 toneladas, o que é um volume 0,6% menor do que o entregue em fevereiro de 2018, segundo dados da FEGA, entidade que representa o setor.
Como pode ser visto no gráfico, apesar das entregas em janeiro de 2019 terem sido menores do que as de 2018, foram maiores do que as de 2016 e 2017. Em fevereiro isso não ocorre. A captação foi menor do que a do ano passado, mas, também a menor desde 2016. Em fevereiro 13.483 pecuaristas de leite entregaram leite, 50 menos do que em janeiro.
Quanto aos preços, o leite em fevereiro foi pago, em média, a 33 centavos de euros por litro, que é o mesmo preço de janeiro. O preço de fevereiro é o mais alto registrado nos meses de fevereiro nos últimos 4 anos, apesar disso, não significa que o preço esteja alto, já que nos últimos anos, o preço do leite não fez outra coisa a não ser cair, especialmente, devido à extinção das cotas em 2015. (Agrodigital – Tradução livre: Terra Viva)
O Rio Grande do Sul se prepara para a primeira etapa da campanha de imunização do rebanho contra a febre aftosa, de 1º a 31 de maio. Neste ano, com mudança importante: a dose passa a ser de 2ml. Supervisores regionais da Secretaria da Agricultura receberam folhetos para distribuir. Nesta etapa, a projeção é de que sejam imunizados cerca de 12,5 milhões de exemplares, entre bovinos e bubalinos. (Zero Hora)