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28/02/2019

Porto Alegre, 28 de fevereiro de 2019                                              Ano 13 - N° 2.930

      Cenário favorável 

Os anos de 2015 e 2016 foram de crise no mercado internacional de lácteos. A recuperação ocorreu somente em 2017, com a volta dos preços ao seu patamar de média histórica de US$ 0.35/L.

A média dos últimos dez anos foi o equivalente a R$ 1,10/L, no cenário internacional. Para 2017 e 2018, as médias foram superiores ao valor histórico, de R$ 1,15 e de R$ 1,18/L, respectivamente. Com isso, a produção mundial cresceu 2,8% em 2017, com expectativa de crescimento de 2,1% para 2018. No Brasil, a média dos preços reais referentes aos últimos dez anos foi de R$ 1,30/L, patamar 19% superior à referência mundial IFCN, de R$ 1,10/L. Em 2018, o leite fechou com média mensal de R$ 1,41/L e o concentrado em R$ 0,85/kg, valores 8% e 1% acima em relação aos respectivos patamares históricos (Figura 1).


 
Embora a comparação direta de preços do leite e do concentrado seja uma relação muito usada no cotidiano, ela tem suas fragilidades em um sistema real de produção. O consumo de concentrado é de aproximadamente um quilo para cada três litros de leite produzidos. Logo, o custo do concentrado para produzir um litro de leite é R$ 0,28/L (média real de dez anos). Assim, para cada litro de leite vendido (R$ 1,30/L), a margem sobre o concentrado (ou valor que sobra para pagar os demais custos de produção da atividade), representa R$ 1,02/L. As margens sobre concentrado têm sido mais baixas entre dezembro e março. Entretanto, em janeiro/19 a margem foi R$ 1,09/L, valor 22% acima da média histórica esperada para o mês de janeiro, tipicamente de R$ 0,90/L produzido. 

Para o produtor de leite há a expectativa de melhoria no primeiro semestre/19: aumento dos preços do leite, com o fim do período da safra e redução no custo do concentrado, com a chegada de boas safras de milho e de soja. Para 2019, a oferta nacional deve voltar aos patamares de crescimento de 3%. Em resumo, para janeiro/19:

1. Preço ao produtor – R$ 1,38/L está 16% acima do valor real histórico para o mês de janeiro;
2. Preço do concentrado – Valores na média histórica de R$ 0,84/kg neste mês;
3. Margem sobre o concentrado - Em R$ 1,09/L, valor 22% acima da média histórica do mês de janeiro, de R$ 0,90/litro;
4. Preço do leite UHT – No varejo, o indicador ficou em R$ 3,20/L, valor similar ao esperado para o mês, tipicamente 6% abaixo da média anual;
5. Preços internacionais – Preços internacionais do leite em pó em leve crescimento, o que é positivo para os produtores brasileiros;
6. Consumo – Expectativa de que o consumo nacional de produtos lácteos volte a crescer, após quatro anos de queda do consumo per capita. (Embrapa)

                 
 
Ministra discute com presidente do BNDES novas linhas de crédito para o agronegócio

A ministra Tereza Cristina (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) se reuniu nesta última quarta-feira (27) com o presidente do BNDES, Joaquim Levy, para tratar de novas linhas de crédito para investimentos no agronegócio. Na conversa, os dois acertaram, entre outros assuntos, que o banco vai ajudar a acelerar a implantação e validação do Cadastro Ambiental Rural (CAR). O cadastramento é imprescindível para que os produtores sejam habilitados a obter crédito no sistema financeiro.

Levy também ofereceu a colaboração do BNDES para estudar novos mecanismos de apoio aos produtores rurais e para contribuir no sistema de gestão de risco dos investimentos na agricultura. Tereza Cristina e Levy conversaram, ainda, a respeito da gestão dos recursos do Fundo Amazônia, que apoia e financia projetos de regularização fundiária e regularização territorial e fiscalização ambiental. O BNDES é o responsável pela captação dos recursos e pela contratação e monitoramento dos projetos apoiados com a verba do fundo.

Tereza Cristina considerou a conversa muito proveitosa. Ficou decidido que ela fará uma visita ao BNDES, no Rio de Janeiro, logo depois do Carnaval, para dar continuidade à conversa desta quarta-feira, e que será realizado um seminário sobre o agronegócio na sede do banco de desenvolvimento, já em abril ou maio deste ano. De acordo com o presidente do BNDES, foram discutidos outros pontos relativos a investimentos na agropecuária nos quais o banco pode aprimorar sua participação. “Nós discutimos uma agenda de inovação financeira”, explicou Levy, após a reunião. (As informações são do Mapa)


Preços 

Nos últimos meses, a diferença de preço da manteiga nos mercados europeus e da Oceania caíram. Em janeiro de 2019, o preço da manteiga na União Europeia (UE) era US$ 838/tonelada maior do que o da Oceania, o menor intervalo entre as duas séries de preços, desde março de 2018.

Durante 2018, as cotações da manteiga na UE e Oceania divergiram entre si. Na UE as cotações foram pressionadas pelas incertezas geradas pelas condições climáticas extremas em regiões chaves. Na Oceania as elevações foram mais moderadas. Dessa forma os dois mercados foram se afastando, e em setembro a brecha chegou a US$ 2.050/tonelada, a maior em uma década.

Apesar da redução entre as séries de preços nos últimos meses, ela não foi eliminada, e a manteiga na UE continua com a cotação mais elevada. Assim, a manteiga europeia não é atrativa no mercado exportador, e não consegue competir com o produto da Oceania. (Agrodigital – Tradução livre: www.terraviva.com.br)
Preços/UE 
Segundo o boletim do Observatório Lácteo da União Europeia (UE), divulgado em 21 de fevereiro, o preço médio do leite em pó desnatado na UE aumentou 1,3% em relação à semana anterior, chegando a 189 €/100 kg, [aproximadamente US$ 2.150/tonelada], (36% acima do nível do ano passado). O preço médio da manteiga e do queijo cheddar na UE ficaram estáveis. Mas, o da manteiga foi para 458 €/100 kg, [aproximadamente US$ 5.200/tonelada]. O preço do leite no mercado spot na Holanda aumentou 3% na semana passada (34 c/kg), [R$ 1,49/litro]; mas houve redução de 1,2% no preço do leite spot na Itália (42,3 c/kg), [R$ 1,86/litro]. As tendências foram divergentes para as cotações mundiais de produtos lácteos na semana passada. Na UE ficaram estáveis, enquanto na Oceania subiram a manteiga (+5%); leite em pó desnatado (+4%); e leite em pó integral (+8,5%).  Nos Estados Unidos houve queda nos preços da manteiga e leite em pó desnatado de (-1,4%) e (-1,7%), respectivamente, enquanto subiam as cotações do queijo cheddar, 7,8%, e do leite em pó integral (1,6%). (Agrodigital – Tradução livre: www.terraviva.com.br)

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