Porto Alegre, 07 de fevereiro de 2019 Ano 13 - N° 2.915
O governo federal decidiu suspender a tarifa sobre importação de leite europeu e da Nova Zelândia. A taxa vinha sendo aplicada desde a resolução de 2001, como medida de proteção ao produto nacional. A medida encerra a cobrança antidumping sobre o leite em pó, integral e desnatado. A alíquota era de 14,8% para o produto vindo da União Europeia e de 3,9% para o item da Nova Zelândia. A decisão do Ministério da Economia, por meio da Secretaria Especial de Comércio Exterior e assuntos internacionais, foi publicada na circular nº 5, no Diário Oficial da União (DOU), desta quarta-feira (06/02).
Segundo o presidente do Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat), Alexandre Guerra, a expectativa agora é que o governo federal também flexibilize outras demandas do setor lácteo nacional, como o programa de escoamento da produção e outras linhas de pré-comercialização do leite.
Recordou ainda que o Ministério da Agricultura antecipou a criação de uma política nacional do Leite, que beneficiaria a produção nacional. Além disso, no dia 12 de fevereiro ocorrerá a reunião da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Leite, em Brasília, que terá a participação do Sindilat, onde serão discutidas as demandas do setor. (Assessoria de Imprensa Sindilat)
Após queda em dezembro, importações voltam a aumentar
Os dados da balança comercial láctea, divulgada na última terça-feira (05/02), apontaram um aumento nas importações brasileiras. Os 112 milhões de litros em equivalente leite internalizados representam um aumento de 27% em relação aos 88 milhões de litros importados em dez/18. Ao compararmos com jan/18, ocorreu um aumento de 71%, quando internalizamos 55 milhões de litros mas, se compararmos ao volume comprado em jan/17, reduzimos as importações em 26%.
Gráfico 1. Saldo da balança comercial de lácteos no Brasil. Fonte: Elaborado pelo MilkPoint Mercado com base em dados da Secex.
Com o aumento do preço dos derivados lácteos internamente verificados em dezembro, a valorização do real e o dólar médio negociado no mês atingindo o menor patamar desde mai/18 - após uma queda nas importações em dez/18 - no mês de janeiro, a quantidade importada aumentou. Neste ponto, é importante que se entenda a importância das relações de preços (em dólares) no Brasil e em outros países (principalmente do Mercosul) e a relação muito próxima que esta relação de preços tem com o volume de importações, como mostra o gráfico 2.
Gráfico 2. Preços do leite ao produtor em US$/litro (Média Brasil/Média Uruguai - %) e importações mensais de leite (em milhões de litros de leite fresco equivalente). Fonte: Elaborado pelo MilkPoint Mercado com base em dados da Secex, do Inale e do Cepea.
As 6,2 mil toneladas importada de leite em pó integral e as 3 mil toneladas de leite em pó desnatado internalizadas em janeiro/2019 representaram um aumento em relação a dez/18, de 49% (4,2 mil tons) e 15% (2,6 mil tons) respectivamente. Com uma maior demanda, os leites em pó tiveram uma valorização interna de preços, o que também propiciou uma maior entrada do produto importado. Comparando-se com jan/18, foram importadas 3 mil toneladas de integral e 1,6 mil toneladas de desnatado, aumento de 108% e 81% respectivamente.Também nessa linha, foram internalizadas 2,6 mil toneladas de queijos, um aumento de 11% em relação as 2,3 mil toneladas importadas em dezembro.
Ao mesmo tempo, a quantidade de soro de leite importada foi reduzida em 30%. Em janeiro, foram internalizadas 450 toneladas contra 640 toneladas em dez/18. Para o leite UHT, a quantidade negociada pelo Brasil há meses vem sendo pouco relevante para a balança comercial, sendo exportadas 110 toneladas e importadas apenas 20 toneladas. Confira na tabela 1 o detalhamento da balança comercial em janeiro de 2019 por categoria de produto. (Milkpoint)
Tabela 1. Balança comercial láctea em novembro de 2018. Fonte: Elaborado pelo MilkPoint Mercado com base em dados da Secex.
Captação/Uruguai
A captação de leite pelas indústrias cresceu 4% em 2018, atingindo 2 bilhões de litros, de acordo com dados preliminares publicados pelo Instituto Nacional de la Leche (Inale). Ainda não atingiu o recorde de 2013, mas foi o maior volume nos últimos quatro anos. Novembro e dezembro foram os únicos meses de 2018 em que a produção caiu na comparação anual. Em novembro a captação foi de 187,2 milhões de litros, 3% abaixo dos 193,5 milhões de novembro de 2017. (Blasina y Asociados – Tradução livre: www.terraviva.com.br)
A capacidade instalada de energia eólica no Brasil subiu para 14,7 gigawatts (GW) em 2018, um aumento de 15,7% em relação ao ano passado, informou a Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica). Ao todo, o Brasil já conta com 583 parques eólicos em 12 estados, com destaque para o Rio Grande do Norte (150) e Bahia (135). De acordo com a Abeeólica, considerando a matriz elétrica brasileira em dezembro de 2018, a participação da energia eólica era de 9%, sendo a terceira fonte mais representativa. A biomassa, segunda fonte, representava 9,1% da matriz no final do ano passado. "Dentro de pouco tempo, a eólica passará a ser segunda fonte da matriz elétrica brasileira, um feito realmente histórico para uma fonte que se desenvolveu de maneira mais intensa há pouco menos de dez anos", afirmou em nota a presidente executiva da Abeeólica, Elbia Gannoum, lembrando que quando a indústria começou, em 2011, o País tinha menos de 1 GW. "Em 2012, estávamos no 15º lugar no Ranking de Capacidade Instalada do Global Wind Energy Council. Agora já estamos a caminho de completar 15 GW e ocupamos a 8ª posição no ranking", informou a executiva. De acordo com projeções da associação, somente levando em conta os contratos já assinados para construção de parques eólicos, o Brasil vai fechar 2024 com capacidade instalada de 19 MW de energia eólica. (As informações são do jornal O Estado de São Paulo)