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11/12/2018

 

Porto Alegre, 11 de dezembro de 2018                                              Ano 12 - N° 2.877

Como desenvolver a cadeia produtiva do leite com vistas a torna-la um importante exportador mundial de lácteos.

Cadeia de lácteos - O Brasil tem se consolidado como um importador líquido de lácteos. Todavia, o país tem condições excepcionais de produção de leite como a disponibilidade de fontes de alimento e o vasto rebanho, mas os custos que incidem sobre a cadeia como um todo, tem tornado o país pouco ou nada competitivo.

Assim, à luz da teoria econômica quais variáveis da demanda e da oferta podem ser manuseadas tendo a indústria como agente para o desenvolvimento da cadeia de lácteos brasileira? A demanda é dirigida pelos preços do produto e do substituto ou complementar, pela renda, pelas expectativas futuras, pelo hábito alimentar e pelo tamanho da população. Dessas variáveis, a indústria pode trabalhar a questão do preço e também o hábito alimentar. Para tanto precisa aumentar a escala e a eficiência produtiva para permitir baixar preços dos produtos. Precisa ainda conhecer e atender o mercado, influenciando-o via ferramentas de marketing. Nesse sentido, trabalhar as questões de diferenciação e novos produtos, nichos, marcas e hábitos alimentares é o caminho recomendável.

A oferta, por sua vez, é dirigida notadamente pelo custo dos fatores de produção, tecnologia e objetivos corporativos. O custo dos fatores de produção, no caso da matéria prima leite, indica a necessidade de uma estratégia de longo prazo para a fidelização dos fornecedores - produtores de leite. A questão da fidelização do fornecimento do leite é condição sine qua non de sobrevivência à medida que o processo de concentração na indústria e na produção primária toma corpo. Uma estratégia de fidelização requer fornecimento de serviços especializados, assistência técnica continuada e pagamento diferenciado pela fidelidade. Deve-se pagar ainda por volume, qualidade e sólidos; sendo esse último, essencial para a produtividade dos processos industriais. A outra variável é a da tecnologia, que promove qualidade e produtividade. Estar atendo às mudanças tecnológicas e estabelecer parceria com instituições de ensino e pesquisa de forma a manter sua tecnologia atualizada, e promover a capacitação do pessoal se torna especial para o desenvolvimento. Outra variável relevante são os objetivos corporativos de longo prazo. Deve-se explicitar o Market share desejado e como será obtido. O mercado doméstico está afeito à renda, sua distribuição e aumento, todos fora da alçada da indústria; sendo uma variável independente. Para uma expansão robusta há de se buscar a demanda externa, via comércio internacional. Uma estratégia vitoriosa considera as características do mercado e variáveis como preço, padrão de qualidade, mix de produtos e relações comerciais de longo prazo. Vendas esporádicas atendem a objetivos conjunturais, mas não contribuem para o share no mercado internacional.

Nesse contexto, um trabalho integrado entre as industrias criando, caracterizando e divulgando uma marca brasileira, como o Goodairy Brazil, que é uma parceria Viva Lácteos e APEX, são de grande importância para o fortalecimento da imagem do Brasil no exterior e promoção das exportações. Por fim, o governo precisa agir no "custo brasil" e nas ações diplomáticas para tornar a cadeia produtiva do leite exportadora líquida de lácteos. O nosso enorme potencial produtivo não pode ficar atrelado ao avanço da demanda no País; o caminho é a exportação. (Embrapa) 

 

UE - O ritmo de crescimento da produção de leite na UE poderá cair pela metade na próxima década

Produção/UE - Haverá maior demanda de exportações de produtos lácteos europeus tradicionais, como queijo, já que a população mundial e a renda aumentarão, segundo as previsões do boletim de projeção dos Mercados Agrícolas Europeus - 2018 a 2030 da Comissão Europeia.
É esperado o crescimento na demanda de produtos lácteos. No entanto, o comércio mundial nesse setor aumentará a um ritmo muito mais lento do que na última década, com a União Europeia (UE) e a Nova Zelândia dominando o mercado. Para 2030, a UE poderá abastecer cerca de 35% da demanda mundial, concentrando-se, cada vez mais, em produtos de alto valor agregado, como orgânicos e aqueles com Indicação Geográfica Protegida. A perspectiva é de que as exportações de queijo, manteiga, leite em pó desnatado, leite em pó integral e soro de leite da UE aumentem para a média de 330.000 toneladas de equivalente leite ao ano. E o mercado europeu precisará de 900.000 toneladas de leite adicional por ano para satisfazer o crescimento dos produtos lácteos tradicionais, principalmente queijo. Por outro lado, é esperado que o consumo europeu de leite fluido continuará diminuindo na UE.

 

A produção de leite na UE deverá ter um aumento moderado entre 2018-2030, com a média de 0,8% anual. Este crescimento é quase a metade do que foi registrado entre 2008-18, como pode ser verificado no gráfico. A produção estimada de 167 milhões de toneladas em 2018, deverá atingir 182 milhões de toneladas em 2030. Finalmente, a rentabilidade do leite também deverá aumentar 17% em 2030, em relação a 2017. O ritmo de crescimento será mais lento que em décadas anteriores devido às restrições ambientais adicionais sobre a produção de leite.

As campanhas que promovem menor ingestão de produtos lácteos devido à pegada ambiental dos produtos pecuários, assim como o aumento das declarações de intolerância à lactose terão uma influência negativa no consumo de laticínios. Entretanto, o consumo crescente de comidas preparadas, hambúrgueres e alimentos congelados aumentará o uso de ingredientes lácteos, como o queijo. (Agrodigital - Tradução livre: www.terraviva.com.br)

Argentina - Pequenos produtores de leite precisarão de apoio governamental para manterem a atividade

Comercialização/AR - O secretário de Governo da Agroindústria, Luís Miguel Etchevehere, junto com autoridades dos mercados integrados pela MATba e ROFEX, apresentaram a produtores e distintos representantes da indústria de laticínios, o Mercado Futuro do Leite que entrará em operação no dia 17 de dezembro, beneficiando produtores e indústrias.

"Graças ao trabalho que fizemos na Secretaria conseguimos desenvolver uma ferramenta que dará previsibilidade e transparência na produção e industrialização do leite. Em poucos dias os produtores poderão projetar o preço do leite e antecipar-se às variações nos custos de produção, e as indústrias começarão a comercializar com previsibilidade porque poderão se proteger em relação a variações futuras", assegurou o Secretário.

Acrescentou que "isto significa um grande passo para o setor porque a criação do mercado futuro permite tomar decisões com o objetivo de fazer crescer a cadeia, favorecendo a criação de emprego e o trabalho rural". Cabe destacar que os futuros, que também contam com o apoio da Comissão Nacional de Valores (CNV), funcionarão como uma ferramenta que possibilitará ter certeza do preço do leite, e será uma garantia para os contratos de comercialização realizados pelas indústrias. Os contratos serão de 5.000 litros e podem ser firmados em pesos ou em dólares.

Por outro lado, a liquidação será sem a entrega física e calculada pela diferença de valor em relação ao preço da SIGLeA, que será informada pelo setor agroindustrial dentro de um calendário estipulado. Os produtores serão beneficiados por isto, já que poderão assegurar e decidir um valor para parte de sua produção. (Infortambo - Tradução livre: www.terraviva.com.br)

CERTIFICAÇÃO TRAZ GANHOS
A principal atividade da propriedade de Airton Schlindwein, em São Valério do Sul, na Região Celeiro do Estado, é a produção de leite. Com um plantel de 80 vacas e um volume diário de entrega para a indústria de 1,6 mil litros de leite, o agricultor se beneficia da certificação como área livre de brucelose e tuberculose há quatro anos. Segundo Schlindwein, embora o processo seja mais complexo no primeiro ano, ele oferece vantagens inegáveis para o empreendimento. "Eu recebo de R$ 0,02 a R$ 0,03 centavos a mais por litro de leite, pela qualidade que ofereço. Além disso, tenho a segurança de ter um rebanho sadio que pode ser comercializado sem riscos, se eu precisar", aponta. O produtor acredita que o gasto anual de cerca de R$ 30,00 por animal para a aplicação dos testes - o custo inclui a contratação de um veterinário credenciado da iniciativa privada, já que a Seapi fornece os antígenos, mas não faz a aplicação - é pequeno se forem contabilizados os ganhos. "Até para vender localmente o leite é mais vantajoso", diz Schlindwein, ao garantir que no comércio a origem do produto tem cada vez mais importância e quem tem a certificação larga na frente. O mesmo vale para a venda das vacas, "consigo um preço muito melhor sem o risco de doenças", completa. (Correio do Povo)

 

 

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