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28/11/2018

 

Porto Alegre, 28 de novembro de 2018                                              Ano 12 - N° 2.868

Longa vida ao leite, que está mais barato

RECUO NO VALOR do alimento é resultado de aumento da produção e representa um alívio para famílias e para o comércio. 

 

Se fim de ano é sinônimo de despesas extras, a boa notícia é que pelo menos um item básico da alimentação está com o preço em queda. Parceiro do achocolatado no café da manhã e de variadas receitas de doces, o leite longa vida está mais barato na prateleira.

Levantamento da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas) mostra que, depois de custar R$ 3,26 (preço médio) em julho, o valor médio do litro chegou a R$ 2,93 na terceira semana de novembro, um recuo de 10,1%. O relatório do Instituto de Estudos e Pesquisas Econômicas da UFRGS (IEPE-UFRGS) também mostra praticamente a mesma redução em período semelhante: 10,4% de julho a outubro (os dados de novembro só são disponibilizados em dezembro).

O motivo da queda nos preços é o aumento da oferta do produto no mercado brasileiro. O excesso de produção em Minas Gerais, principal Estado leiteiro do país, ajudou a derrubar o valor nas gôndolas.

- As interferências do clima aumentaram a produção e houve necessidade de baixar os preços em função do excesso. Leite é perecível: ou vende ou joga fora - destaca o presidente da Agas, Antônio Longo.

Na prática, essa redução pode representar uma economia de cerca de R$ 20 por mês, em uma família de quatro pessoas, considerando consumo diário de dois litros.

- Em famílias com crianças em idade escolar, o consumo médio é de dois litros a dois litros e meio por dia. Em casas com crianças menores, esse consumo aumenta - indica a nutricionista Cláudia Marchese Strey.

Além da folga no orçamento familiar, a baixa do preço também dá uma mãozinha para os comerciantes, principalmente aqueles que usam o leite como insumo para outras preparações. É o caso de Luís Fernando de Oliveira, proprietário de uma padaria no bairro Menino Deus, em Porto Alegre:

- Tudo vem aumentando, a luz, a farinha... A baixa no leite está dando uma ajuda. A gente trabalha muito com o leite longa vida na produção de doces e salgados. Tudo, praticamente, usa leite.

A expectativa tanto da indústria quanto dos supermercadistas é de que os preços se mantenham no mesmo patamar nos meses de verão enquanto a produção estiver alta e o consumo menor. Bom para o consumidor e para parte do comércio. Contudo, os valores mais baixos podem não chegar até o outono.

- Não é salutar ficar nesse patamar de preço, há necessidade de valor superior em função de custos do produtor e da indústria. O leite é um dos itens com menor margem no supermercado - avalia Antônio Longo, da Agas. (Zero Hora)

 

Europa: com queda na produção de leite, países acreditam em efeito positivo no mercado

Os produtores de leite em toda a Europa tiveram uma produção menor durante o outono e o início do inverno - o que eles acreditam que causará um efeito positivo nos mercados. O presidente nacional dos Produtores Rurais Irlandeses, Tom Phelan, também acredita na ideia e comentou sobre isso na conferência sobre leite na Bélgica.

Em conversa após a reunião do COPA Milk Group em Bruxelas, Phelan disse que os produtores no continente relataram uma queda nas tendências de produção devido à seca, escassez de forragem e preços mais baixos, e que a maioria dos produtores presentes na reunião previu os preços do leite estáveis ou mais firmes no final do ano. Assim, ele espera que as cooperativas irlandesas acompanhem essa tendência. "Na reunião, nossos colegas representantes de produtores europeus nos disseram que, na França, a seca e os preços decepcionantes do leite fizeram a produção de leite cair 4% em setembro e 5% em outubro", disse Phelan.

Vários outros países também foram atingidos por uma desaceleração na produção, informou Phelan. "A produção de leite holandesa caiu 2,5% devido às restrições de fosfatos, mas também a uma escassez de forragens relacionadas à seca de 10% a 20%", observou ele, acrescentando que, na Alemanha, "produtores de leite esperam que a produção em 2018 caia 1,45% em relação a 2017".

Para ele, a consequência será que muitos produtores de leite em toda a Europa terão dificuldade em sustentar a produção em face da escassez de forragem e das rações caras. "Isso significa volumes mais baixos para os próximos meses e a escassez sempre aumenta os preços", concluiu.

Outros países atingidos por um abrandamento da produção incluem a Áustria, a Itália e a Finlândia - o último perdeu boa parte da sua pastagem durante o período de seca de verão em todo o continente. Os únicos locais que tiveram um nível estável de oferta ao longo do ano foram a Grã-Bretanha e a Irlanda do Norte, enquanto a Polônia conseguiu aumentar a produção.

Phelan afirmou que a queda geral na produção e a consequente demanda significam que as cooperativas devem ter confiança para, pelo menos, manter seus preços. "Neste contexto, as cooperativas podem, e devem, comprometer-se a manter seus preços do leite pelo menos até o final do ano", concluiu o presidente. (As informações são do AgriLand, traduzidas e adaptadas pela Equipe MilkPoint)

Tetra Pak inicia operação de 1ª planta piloto da empresa na América Latina

Centro de inovação - A Tetra Pak iniciou as operações de uma planta para testes de novos produtos. Parte de um investimento de R$ 40 milhões em um centro de inovação ao cliente, esta é a primeira instalação do tipo da empresa na América Latina.

"Trata-se de uma mini fábrica para testes de novos produtos. Todos os nossos clientes têm acesso e há requisição principalmente por empresas do Brasil e da América do Sul", explica a diretora de serviços de marketing da Tetra Pak para as Américas, Julia Sotera.

A estrutura integra o centro de inovação ao cliente da empresa, localizado em Monte Mor (SP) e é voltada para lácteos (leites e achocolatados), bebidas geladas (sucos, águas de coco e bebidas saborizadas) e alimentos preparados. "Algumas empresas procuram testar novos ingredientes ou uma nova fornecedora de matéria-prima", aponta Julia. De acordo com a executiva, a instalação traz a vantagem operacional de evitar que a empresa do cliente interrompa sua linha de produção para testar um produto ainda em desenvolvimento. "Assim, é possível produzir resultados próximos à realidade, mas com custos reduzidos", esclarece.

A Tetra Pak estima que a planta suporta cerca de 900 amostras por teste, o equivalente a cerca de 250 litros por tanque de armazenamento. "A ideia é que seja um intermediário entre a produção comercial e a escala de laboratório", conta Julia.

O centro de inovação ao cliente é o 4º da companhia no mundo e integra uma estratégia global para auxiliar a indústria a idealizar, desenvolver e testar novos produtos. "Os equipamentos são configurados de acordo com as demandas locais. Também oferecemos treinamento para as equipes de clientes."

Além do centro de inovação ao cliente, a Tetra Pak possui duas fábricas no Brasil: uma em Monte Mor e outra em Ponta Grossa (PR) A operação no País é a segunda maior da companhia, ficando atrás apenas da China.

Reciclagem
Julia afirma que a Tetra Pak procura oferecer aos seus clientes a possibilidade de integrar a cadeia recicladora, oferecendo embalagens com maior valor agregado. "Faz parte da inovação interna da empresa e convidamos nosso cliente a fazer parte."

Ela acredita que atualmente há uma demanda maior em razão de legislações ambientais mais restritivas. A empresa atua no desenvolvimento do mercado de papel reciclado e de telhas ecológicas, e recentemente começou a trabalhar com o segmento de produtos fabricados à base de plástico, buscando substituir as matérias-primas convencionais por plástico-alumínio reciclados. "Trabalhamos para garantir que a embalagem pós-consumo seja vista como fonte de recursos e não como resíduo. Isso é essencial para que novos processos produtivos sejam estabelecidos e, assim, mantenham a circularidade das matérias-primas", informa a diretora de meio ambiente da Tetra Pak, Valéria Michel.

Atualmente, diversas iniciativas de banir o plástico da composição de embalagens e utensílios têm ocorrido no País. Em julho deste ano, o Rio de Janeiro tornou-se a primeira cidade brasileira a proibir o uso de canudos de plástico em estabelecimentos comerciais.

No Senado, tramita o Projeto de lei 263/2018, que bane a fabricação, importação, distribuição e venda de sacolas plásticas para envase e transporte de mercadorias e consumo de alimentos. Um exemplo de mudança na indústria provocada pela preocupação ambiental são empresas de refrigerantes voltando a usar garrafas de vidro, em substituição ao pet. Além do apelo ambiental, o uso do vidro representaria redução de custos, pela reutilização do vasilhame. (DCI)

Nove meses sem rentabilidade
Preço/AR - Segundo boletim elaborado pelo Instituto Nacional Tecnologia Agropecuária (INTA), o custo de produção de leite foi de 8,72 pesos em outubro de 2018, e o preço médio recebido pelo produtor argentino, segundo a Agroindústria, foi de 8,42 pesos. Segundo o Instituto de Economia do INTA e os dados publicados pelo Observatório da Cadeia Láctea Argentina (OCLA), o resultado médio ponderado da produção de leite foi -0,6%, e é o nono mês seguido no vermelho. "Supondo uma taxa de rentabilidade exigida para remunerar o capital de 5%, deveria gerar um faturamento líquido de 11.103 pesos/hectare/ano (148.047 pesos mensais sobre a área padrão considerada), que dividido pelos 7.576 litros de leite médio produzido, deveria resultar em um ganho líquido de 1,47 pesos por litro de leite", analisou a OCLA. Portanto, o preço de equilíbrio deveria ser de 10,19 pesos por litros de leite (8,72 pesos do custo + 1,47 de remuneração do capital", o que chegaria a US$ 0,28/litro. (Infortambo - Tradução livre: www.terraviva.com.br)
 

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