Porto Alegre, 20 de novembro de 2018 Ano 12 - N° 2.862
As indústrias gaúchas de leite estão mobilizadas para participar, nesta quinta-feira (22/11), do 7º Fórum Itinerante do Leite, que será realizado a partir das 8h30min no Ginásio da Sociedade Esportiva e Recreativa (SER) Gaúcho, em Teutônia (RS). A programação do evento e a necessidade de unir produtores e indústrias em prol do desenvolvimento da cadeia foi tema da reunião de associados do Sindilat realizada na tarde de hoje (20/11), em Porto Alegre. O secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, informou que o evento debaterá novas ferramentas tecnológicas que auxiliam na gestão e rentabilidade das propriedades leiteiras. Também haverá oficinas sobre eficiência energética, balanceamento de dietas para vacas leiteiras e controle de doenças reprodutivas. "Esperamos que a programação atenda à necessidade da região porque foi construída a partir das demandas das empresas e dos produtores locais". O evento será transmitido ao vivo pelo Facebook.
O presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, salientou a importância do Fórum Itinerante do Leite como um encontro para debater as melhorias e desenvolvimento do produtor e da indústria. "Precisamos mobilizar as equipes técnicas das empresas para entrar no debate", conclamou. O 7ª Fórum Itinerante do Leite é uma promoção do Sindilat, Secretaria da Agricultura, Ministério da Agricultura, Emater, Fundesa, Fetag, Farsul e Colégio Teutônia e tem o patrocínio do BRDE. Em paralelo, ocorrerá o Fórum Tecnológico do Leite, evento do Colégio Teutônia com a participação da Emater, Fetag e as cooperativas Languiru, Certel e Sicredi.
Durante a reunião desta terça-feira, Palharini ainda relatou recente visita técnica realizada à Embrapa Gado Leiteiro, em Juiz de Fora (MG), onde conferiu as inovações e projetos de pesquisa, como o uso de novos equipamentos e controle do carrapato. Palharini disse que alinhou com o diretor da Embrapa, Paulo Martins, para que seja feita apresentação das ações da entidade para as indústrias gaúchas em evento técnico que será realizado pelo Sindilat, em Porto Alegre (RS), no dia 12 de dezembro, no Hotel Plaza São Rafael. (Assessoria de Imprensa Sindilat)
FOTO: Carolina Jardine
Leite chega a R$ 1,09 no Rio Grande do Sul
O valor de referência do leite no Rio Grande do Sul em novembro ficou em R$ 1,0920, o que representa queda de 5,44% em relação ao valor consolidado do mês de outubro (R$ 1,1548). Os dados foram divulgados na reunião do Conseleite, realizada na sede da Fecoagro, em Porto Alegre (RS). Segundo o professor da UPF, Eduardo Finamore, a redução reflete baixa dos preços de diversos derivados, principalmente do leite condensado (-11,84%) e do leite UHT (-9,66%). A diminuição só não foi maior devido ao leite em pó, que teve redução de apenas 0,38%. Apesar de estarem em queda, ressalta ele, os valores nominais obtidos em 2018 para os principais produtos do mix (leite UHT, leite em pó, requeijão, queijo prato e iogurte, por exemplo) são os maiores da série histórica do Conseleite, que compara valores desde 2006. "Considerando a correção da inflação, o preço de referência no acumulado de 2018 está 14,39% maior do que o praticado no mesmo período de 2017", complementa Finamore.
Apesar da tendência de queda, explica o economista, a questão essencial é qual será o ponto de inflexão da curva do leite uma vez que os próximos meses são, tradicionalmente, de queda de consumo em função do período de férias. O presidente do Conseleite, Pedrinho Signori, alertou que, no campo, os produtores estão sentindo queda maior do que os números indicados pelo Conseleite. "Essa instabilidade é terrível para o produtor e para a indústria. Como o produtor vai investir para motivar e deixar a juventude no campo desse jeito?", questionou.
O presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, argumenta que é preciso entender que o setor industrial está pressionado pelo varejo e que os preços estão todos em queda. "O setor precisa ganhar competitividade, mas a indústria não tem como absolver a redução sem reportar parte dela ao produtor. É a regra do mercado". (Assessoria de Imprensa Sindilat)
Setor de lácteos é nova "vaca leiteira" da economia indiana
Na recém-concluída sessão anual da World Dairy Summit da International Dairy Federation na cênica cidade de Daejeon, na Coreia do Sul, a Índia foi o destaque do mundo. De um mercado em grande parte cativo - apesar de ser o maior produtor de leite do mundo - o país está emergindo como um grande exportador agora, com a produção devendo superar o consumo doméstico em breve. Cheio de orgulho evidente, o representante da Índia na conferência RS Sodhi, diretor-gerente da Federação de Marketing de Leite Cooperativa Gujarat (GCMMF) - a cooperativa mais conhecida pelo nome Amul -, disse que o crescimento da produção de leite na Índia da década, indexado a 4,8% CAGR, é o dobro da produção mundial de leite, que está crescendo a 1,8% CAGR. "Nos últimos cinco anos, isso melhorou ainda mais, para 5,4% CAGR "contou.
Embora a produção mundial de leite em 2017 tenha sido de 849 milhões de toneladas ou 2,32 bilhões de litros por dia, a Índia sozinha representou quase 20% disso, com 174 milhões de toneladas, seguida pelos EUA com 97,7 milhões de toneladas. Indo adiante, a produção de leite da Índia deverá superar a produção global e crescer para 185 milhões de toneladas por ano e ultrapassar a UE para emergir como o maior produtor de lácteos até 2020. O leite, informa Sodhi, "é o produto agrícola mais importante da Índia em termos de valor; é avaliado em cerca de Rs 6,5 lakh crore (US$ 89,26 bilhões), que é mais do que o valor total de arroz e trigo juntos. Além de estar contribuindo com cerca de 26% para o total do PIB agrícola". Ele acrescenta que, nos próximos cinco anos, "enquanto o volume adicional líquido projetado que será gerado por todos os países produtores de leite será de cerca de 25 milhões de toneladas por ano, a Índia adicionará volume adicional de 32 milhões de toneladas por ano".
Além disso, com quase todos os países vizinhos do Nepal a Bangladesh e Paquistão e até a China enfrentando o espectro da deficiência de leite, a Índia está pronta para colher dividendos enormes com o aumento da produção de leite, permitindo que ela se torne um grande exportador de leite em um futuro não tão distante. "Embora as exportações de lácteos da Índia tenham sido insignificantes até alguns anos atrás, dado que o país produz principalmente leite de búfala e que os produtos de valor agregado indiano são consideravelmente diferentes daqueles dos países desenvolvidos, a crescente deficiência nesses países abriu novas perspectivas. Também estamos investindo consideravelmente na criação de produtos de valor agregado mais em sincronia com os requisitos dos países desenvolvidos, o que contribuirá significativamente para nossas receitas de exportação", explicou Sodhi.
O que é mais significativo, no entanto, é o fato de que a indústria de lácteos deverá ultrapassar o setor de tecnologia da informação como o maior gerador de empregos. Na próxima década, o setor deverá gerar 20 milhões de empregos anualmente, afirma Sodhi. "Mas, embora o setor de TI seja em grande parte um gerador de empregos urbanos, os lácteos proporcionarão emprego nas áreas rurais", disse ele. Os cálculos indicam que 11.000 pessoas são empregadas em aquisições, processamento e embalagem de 100.000 litros de leite. E cerca de 60 milhões de famílias rurais na Índia dependem dos lácteos para subsistência e renda, mais de 70% dos quais são produtores pequenos e marginais e famílias sem terra.
Não é de admirar, então, que a indústria de lácteos esteja se expandindo exponencialmente, com o número de novos membros locais e regionais aumentando rapidamente. O fato de as grandes metrópoles possuírem de 30 a 100 marcas de produtos lácteos é um indicador claro de como o setor está sendo direcionado para a lucratividade pelo setor privado. "Porque é lucrativo, mais e mais pessoas estão levando para a produção leiteira,", disse Sodhi. O consumo doméstico está aumentando, em grande parte por melhorar a acessibilidade, mudar os hábitos alimentares graças ao aumento da saúde e à qualidade e ao aumento do consumo de produtos de valor agregado com uma disponibilidade de leite per capita de 370 gramas por pessoa, por dia - muito à frente da disponibilidade mundial de leite per capita de cerca de 260 g por pessoa, por dia.
Tanto os players nacionais quanto os internacionais estão entrando na indústria de lácteos, atraídos pelo tamanho e potencial do mercado indiano. O foco é em produtos de valor agregado, como queijo, iogurte, bebidas probióticas, etc. Produtos inovadores também estão sendo rotineiramente introduzidos, levando em conta as exigências específicas dos consumidores indianos, bem como do mercado de exportação. Esses players estão melhorando sua rede de aquisição de leite, o que está facilitando ainda mais o desenvolvimento da indústria de lácteos na Índia. Olhando para o futuro, espera-se que o mercado atinja um valor de Rs 18.599 bilhões (US$ 255,42 bilhões) até 2023, exibindo um CAGR de 15% durante 2018-23.
Um relatório recente da CRISIL prevê um crescimento 50% mais rápido no setor de produtos de valor agregado nos próximos anos, e sugere que tais produtos registrariam um crescimento anual de 14-15% nos próximos três anos fiscais. O relatório conclui que as receitas de produtos de valor agregado continuarão a se beneficiar do aumento da urbanização. O relatório, baseado em estudos de caso de 100 empresas de laticínios que juntas respondem por mais de 60% da receita do setor, também prevê um futuro saudável para o setor como um todo, com um crescimento constante nas vendas de leite. Embora a concorrência seja difícil, as empresas de grande porte, como a GCMMF, estão fazendo de tudo para garantir sua posição de liderança. "Nosso mantra é aumentar constantemente as aquisições, a capacidade de processamento, a rede de distribuição e a eficiência da cadeia de suprimentos", explica o diretor da GCMMF.
Hoje, 18 sindicatos membros de Gujarat, cobrindo todos os 33 distritos, estão comprando 21 milhões de kg de leite por dia, de 36 membros produtores de leite de mais de 18.600 cooperativas de laticínios de aldeias. GCMMF alcançou vendas de 29.225 crore (US$ 4 bilhões) durante 2017-18. O volume de negócios acumulado e não duplicado do GCMMF e dos seus sindicatos membros é superior a Rs 41.000 crore (US$ 5,6 bilhões). O governo também introduziu vários esquemas e iniciativas visando o desenvolvimento do setor lácteo. O Plano Nacional de Lácteos (Fase I) visa melhorar a produtividade do gado e aumentar a produção de leite, expandir a infraestrutura de aquisição de leite rural e proporcionar maior acesso ao mercado para os produtores.
Sodhi sente que muito mais pode ser feito para melhorar a viabilidade do setor. "Precisamos de mais políticas para motivar e incentivar os produtores de leite. O excesso de matéria-prima no setor de leite é uma ruína para eles, com os preços de compra se tornando cada vez mais não-remunerativos. Além disso, os governos estadual e central precisam aumentar as alocações orçamentárias para o setor de pecuária para aumentar a produção de leite", disse ele. Ele acrescenta que os análogos lácteos também estão criando uma concorrência insalubre de preços, "dificultando a venda de nossos produtos. Isso afeta o sustento dos produtores de leite porque, se vendermos nossos produtos a um preço baixo (a par dos análogos), não poderemos pagar preços adequados aos nossos produtores de leite", ele lamenta. A GCMMF fez várias representações para a FSSAI para restringir o uso de análogos e formular regras para eles. Também sugeriu projetos de regras para embalagem e rotulagem dos produtos. Em última análise, como Sodhi resume de forma sucinta, "para ganhar mais, você precisa dar mais - tanto para seus fornecedores quanto para os consumidores". Essa é a única maneira pela qual o setor de lácteos continuará a ser a 'vaca leiteira' da economia indiana. (As informações são do Financial Express, traduzidas e adaptadas pela Equipe MilkPoint)
As vendas da Fonterra cresceram 31% durante o Double 11, o maior evento de compras 24 horas que ocorreu na China. Todos os produtos da Fonterra estavam disponíveis durante a promoção. As vendas do leite Anmum aumentaram em 41% em relação ao ano passado. As vendas de cremes, queijos e manteigas da Anchor nas plataformas on-line (JD e Tmall) dobraram para mais de 5 milhões de yuan chinês (US$ 717.915). A presidente da Fonterra China, Christina Zhu, disse que a companhia alcançou um resultado muito alto de vendas, com um total estimado de 132 milhões de yuan chinês (US$ 18,9 milhões), e as marcas mais vendidas no evento foram Anchor, Anmum e Anlene. "O Anchor UHT é o favorito do público e ficou em primeiro lugar na sua categoria por mais um ano. Depois de nossos esforços contínuos na construção da marca na China nos últimos cinco anos, a popularidade da Anchor entre os consumidores chineses vem aumentando", contou Zhu. De acordo com a presidente, o foco durante o evento foi entregar valor em escala - obtendo o melhor retorno e para alcançar o máximo de consumidores possível. "Embora algumas empresas tenham grandes descontos em suas marcas no Double 11, em geral, nossos preços foram 5% maiores do que no ano passado e 25% maiores do que nossos concorrentes". Mais de 30 milhões de pessoas visitaram a loja on-line da Anchor em 24 horas, levando a um equivalente de 8.400 toneladas de produtos vendidos. Zhu disse que a Fonterra se concentrou na construção da marca, com foco no marketing digital nos últimos cinco anos. "Estamos orgulhosos de levar o leite de nossos produtores para o mundo. O Double 11 é o maior evento de compras do mundo em um mercado de US$ 800 bilhões, mas para nós é importante construir a marca Anchor na China e vender mais leite de nossos produtores por meio de produtos de alto valor". O Double 11 é um evento de venda global varejista realizada no feriado 'Single's Day' da China. Segundo dados do Alibaba, o evento retornou US$ 31 bilhões em faturamento apenas este ano, com 1 bilhão de pedidos. (As informações são do Dairy Reporter, traduzidas e adaptadas pela Equipe MilkPoint)