Porto Alegre, 12 de junho de 2018 Ano 12 - N° 2.754
Recente relatório da União Europeia (UE) mostrou dados do aumento da produção de leite pelo menos até março. A oferta de queijo e manteiga está apertada. As indústrias europeias agradecem o leite extra. No entanto, isto é apenas parte da verdade. Existem limites em termos de capacidade em várias fábricas, dependendo do país, ou mesmo em regiões de cada país.
O leite fluido pode transitar livremente pelos países da UE, no entanto, por questões de economia, tempo, custos de transporte e outros fatores podem resultar em algumas fábricas tendo muito, ou às vezes pouco leite. Assim, o crescimento mencionado, não é uniforme e nem o processamento, para utilizar todo o leite disponível. Às vezes pode ser, mas, nem sempre. A UE se esforça para cumprir as obrigações assumidas com as exportações e nova capacidade de produção é um trabalho para ajudar a manter dominância nas exportações. O certo é que no caso dos queijos isto é verdade. Em prol da produção e venda de queijos, um esforço está sendo realizado na Holanda para produzir mais leite nos padrões alemães para obter um certificado de leite produzido por vacas que se alimentam de grãos livres de modificações genéticas, e pastagens. Isto é vital para produzir não apenas mais queijos holandeses para o mercado alemão, mas também para consumidores do mercado mundial preocupados com este tipo de certificação.
As exportações de queijo comunitárias de janeiro a março de 2018 aumentaram 1,3% em relação ao mesmo período de 2017. Os três maiores compradores de 2018 em percentuais, em relação a 2017 são: Estados Unidos (-11,29%); Japão (-6,53%), e Suíça (+5,35%). Os dados são do site CLAL.
A Comissão Europeia divulgou no dia 1º de junho a proposta de revisão da Política Agrícola Comum (PAC). A proposta limitaria o pagamento em € 100.000 por fazenda. Isto é um aumento em relação ao limite anteriormente sugerido de € 60.000 por fazenda. Mesmo com uma proposta maior, vozes das grandes fazendas se opõem. Os apoiadores da proposta lembram que o orçamento para o exercício financeiro plurianual (MFF) de 2021-2017, que financia o PAC, será melhor depois do Brexit. Há também a preocupação de alguns membros de que a flexibilidade excessiva concedidas aos Estados Membros pode levar a resultados não satisfatórios para todos. Surgem tensões Leste-Oeste. Alguns agricultores que são beneficiários tradicionais, como França e Dinamarca, expressaram preocupações de que a nova estrutura estaria deslocando recursos para fazendas da Polônia e países Bálticos. As discussões devem perdurar por algum tempo ainda, pois serão dois anos de prazo, até que a decisão final seja tomada.
Representantes do governo da Bielorrússia se encontram com seus homólogos da Mongólia com o objetivo de estabelecer um cluster lácteo na Mongólia. A Bielorrússia propõe compartilhar modernas tecnologias de armazenamento, processamento e produção agrícola com a Mongólia. A Bielorrússia acredita que este é um passo no desenvolvimento de relações comerciais com outros países da região Ásia-Pacífico. (Usda – Tradução Livre: Terra Viva)
Este é período do ano em que a produção de leite na Austrália está no menor patamar. É uma oportunidade para fazer manutenção das fábricas sem a interferência do fluxo de leite. O inverno vem chegando, e trouxe chuvas substanciais para o Sudeste da Austrália e que são muito bem vindas
Mesmo que as chuvas sejam bem vindas por trazerem umidade para o solo seco, a persistência delas atualmente traz preocupações em relação ao mofo e fungos que podem atingir os fardos de feno armazenados. A demanda por feno é forte na região, e a ameaça de perda foi tão preocupante a ponto de esgotar os estoques rapidamente. O norte da Austrália também enfrenta escassez na oferta de feno. Alguns analistas acreditam que a demanda irá superar a oferta nos próximos meses. Na Austrália Ocidental existe um intenso comércio de exportação de feno. Este negócio tende a impactar no preço doméstico do feno de qualidade. A meta para agora é a estreia de um índice de preços do leite elaborado pelo governo australiano. Este foi um debate eleitoral. O índice pretende informar os produtores sobre o mercado, indexando as cotações das commodities lácteas, projetando expectativas de preços no ano, identificando preços regionais do leite ao produtor, e fazendo análises diversas.
Nova Zelândia
Historicamente, a temporada começa no dia 1º de junho na Nova Zelândia, e esse dia é chamado do dia em movimento. Tipicamente, em grande velocidade, vacas de leite e famílias mudam de pastagens e de casas. Houve alguns debates sobre a necessidade de cancelar o dia em movimento deste ano em decorrência das preocupações com o mycoplasma bovis (m.bovis). A Nova Zelândia começa o processo de sacrificar vacas de rebanhos afetados. Fazendas contaminadas com m.bovis não poderão movimentar seu rebanho no dia 1º de junho, ou mesmo nunca, a não ser para abate.
No entanto, foi decidido que, para as fazendas e rebanhos não afetados, o movimento das vacas poderá ser realizado com rastreamento, para evitar a propagação de m.bovis. O cancelamento da movimentação tradicional seria inaceitável, especialmente porque o rastreamento é suficiente para prevenir a disseminação de doenças. Outros fatores também estão associados ao movimento dos animais, incluindo o bem-estar animal, uma vez que poderão faltar alimentos em determinados lugares, enquanto haverá degradação de pastagens em outros, durante o inverno.
Fazendas que perderam seus rebanhos de leite em decorrência da M.Bovis deverão ficar um tempo sem retornar a produção. Depois da remoção das vacas haverá um período inicial de 60 dias. Esse intervalo de tempo será utilizado para limpar e desinfetar a propriedade. Formar um novo rebanho levará um tempo, e observadores consideram que reconstruir a partir do zero é um processo complicado. Um banco acredita que essa reposição levará a um processo inflacionário regional. Os produtores afetados perderão seus programas de melhoramento genético. Portanto, além de perderem em número, também perderão em qualidade. Já o impacto na produção de leite da Nova Zelândia será apenas marginal. Mas, em algumas regiões localizadas o impacto será substancial e difícil. Para os produtores altamente endividados haverá um estresse adicional. Haverá uma competição visível entre os processadores. Acredita-se que a grande cooperativa da Nova Zelândia esteja procurando fornecedores entre os produtores contratados por indústrias concorrentes. (Usda – Tradução Livre: Terra Viva)
Nos primeiros cinco meses do ano o valor das exportações do setor lácteo foi 7% superior ao verificado no mesmo período de 2017, totalizando US$ 245,7 milhões, informou o Instituto Nacional do Leite (Inale).
Os principais aumentos ocorreram nas vendas de leite em pó integral e de manteiga. O Brasil é o principal destino (30% do total exportado), seguido pela Argélia (20%), China e Cuba (8%, cada) e México (7%). O Inale informou que no acumulado até maio, os produtos que aumentaram seu faturamento foram a manteiga US$ 26 milhões (38% mais que no mesmo período de 2017), e o leite em pó integral, com US$ 147 milhões (16% a mais). No mesmo período caiu o leite em pó desnatado e o queijo.
Ao comparar os preços médios dos produtos exportados, observa-se um incremento de 17% na manteiga e de 5% nos queijos, enquanto caem os preços de leite em pó, tanto desnatado como integral. Em maio os preços dos queijos exportados pelo Uruguai se mantiveram em relação a abril e foram negociados com a média de US$ 4.206 por tonelada, acrescenta o Inale. Melhoraram as remessas de leite em pó integral (+26%), atingindo 47.901 toneladas, e manteiga, (+18%), 4.888 toneladas.
Os principais destinos
Por produto, a Argélia é o principal destino do leite em pó integral, (34%) e em segundo lugar se encontra o Brasil (31%). O leite em pó desnatado vai preferencialmente para o Brasil (58%), seguido pelo México (11%). Os queijos, o primeiro lugar é para o Brasil (31%), depois México (22%). E, por último a manteiga vai em primeiro lugar para a Rússia (33%), e em segundo lugar para o Irã (18%). (TodoElCampo - Tradução Livre: www.terraviva.com.br)
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgará no fim de julho os primeiros dados do Censo Agropecuário. Os 26 mil recenseadores contratados para o levantamento coletaram informações de 5,3 milhões de estabelecimentos, em 7 milhões de visitas a endereços espalhados por todo o País. Alguns estabelecimentos precisarão ser visitados novamente para verificação de dados, mas os resultados da primeira divulgação não serão afetados, disse Roberto Olinto, presidente do IBGE. “A taxa de resposta foi muito alta. O rescaldo foi pequeno, muito localizado, mas tem que fazer. Tanto que não afeta dados da divulgação preliminar”, explicou Olinto. Os dados que necessitam de tabulação mais elaborada, que dão panorama sobre a agricultura familiar, por exemplo, serão divulgados adiante, com outros desdobramentos da pesquisa, contou Olinto. O último Censo Agropecuário foi realizado em 2006/2007. O levantamento deveria ocorrer a cada cinco anos, mas o IBGE não conseguiu o orçamento necessário. O Censo realizado agora tinha orçamento previsto de 1,6 bilhão, com a contratação de 80 mil profissionais, mas teve que ser reduzido para caber na verba aprovada de R$ 550 milhões e contratação de 29 mil funcionários temporários. “Esse censo foi reprogramado com orçamento muito menor”, reconheceu Olinto. “Diminuir projeto é diminuir propaganda e publicidade, não é cortar medições técnicas”, defendeu. (As informações são do jornal O Estado de São Paulo)