Porto Alegre, 04 de junho de 2018 Ano 12 - N° 2.748
Produtores de leite dos Estados Unidos, que enfrentaram dificuldades durante vários anos, estão lamentando a crise do comércio norte-americano. Em retaliação às tarifas impostas pelos EUA sobre o aço e o alumínio, o México disse que vai taxar o queijo norte-americano e outros produtos. A indústria de lácteos norte-americana, com excesso de oferta, via nas exportações um meio para ajudar os preços a se recuperarem, tendo o México como maior cliente.
Steve Maddox, que ordenha mais de 3 mil vacas perto de Fresno, na Califórnia, diz que parte de seu leite é transformado em queijo para exportação para o México. "É um golpe no otimismo sobre a recuperação da indústria", diz ele. "Esse pequeno contratempo comercial vai retardar a recuperação do preço do leite e atrasar qualquer alívio para a indústria de laticínios." (As informações são do Dow Jones Newswires, publicadas no jornal O Estado de São Paulo)
Leite/NZ - Com foco nas decisões do Governo para a erradicação do Mycoplasma Bovis (MBP) é fácil esquecer que a agricultura precisa continuar, e que o comércio mundial não foi interrompido. Na China, o Primeiro Ministro Li Kequiang pediu às indústrias de laticínios que não negligenciem na qualidade e na segurança dos produtos para impulsionar o setor. Falando em encontro dos Executivos Estaduais, afirmou que o objetivo é de que em três anos melhore significativamente a qualidade e a reputação das fórmulas infantis domésticas. Na reunião decidiram adotar três medidas para impulsionar a indústria de laticínios: a primeira é introduzir vacas de raças mais apuradas nas fazendas do país; cultivar mais pastagens; formar rebanhos padronizados e construir bases para produção de leite cru de alta qualidade.
Segundo: melhorar a eficiência dos controles e o padrão nacional do leite cru e pasteurizado; construir sistemas de rastreamento da qualidade em todo o processo de produção.
Terceiro: fornecer apoio financeiro, bem como terras para criação de gado de leite.
Com essas políticas em andamento, haverá crescimento dentro da China em seu objetivo de tornar-se mais auto-sustentável.
Dos Estados Unidos, a notícias é de que o retorno doméstico para os lácteos não estão conseguindo atingir um ponto de equilíbrio. O que eles têm de positivo são as exportações, e desenvolvem seu potencial na direção de países em desenvolvimento que podem comprar mais lácteos com o aumento do preço do petróleo. Um dos itens de maior influência na rentabilidade dos produtores de leite dos Estados Unidos é o custo do milho, e a próxima safra parece não ser promissora, e pela primeira vez, desde 1983, a área de plantio perde para a soja, devido os baixos retornos. Dado que ainda existe um potencial risco do comércio com a China, com a soja na frente dos problemas, não deixa de ser uma situação surpreendente. Um estudo sobre as preocupações com a concorrência das alternativas ao leite nos Estados Unidos também mostrou resultados inesperados. Os consumidores de leite fresco estão migrando para água engarrafada. Principalmente no café da manhã, e enquanto bebem. Desde 1970, o consumo de leite per capita nos Estados Unidos diminuiu 45 litros e nos últimos dez anos o consumo de água engarrafada saiu de 212 bilhões para 391 bilhões de litros. Talvez as indústrias de laticínios estejam perdendo para a acessibilidade à água.
A produção de leite na União Europeia (UE) nos primeiros três meses de 2018 foi de aproximadamente 2,3% acima do volume apurado no mesmo período do ano passado, embora as linhas do gráfico estejam com tendências a se encontrarem.
Dada a perspectiva muito otimista anunciada pela Fonterra e de que outros grandes produtores não estão se afastando nem das exportações, nem da produção, os NZ$ 7,00/kgMS previstos pela cooperativa acenderam luzes de alerta.
No âmbito local, a venda de uma fazenda de leite de 92,5 hectares nos arredores de Cambridge neste mês ao preço de NZ$ 11,1 milhões, ou o equivalente a pouco menos de NZ$ 120.000 por hectare, foi um recorde para uma fazenda de leite de Waikato. Anteriormente, o preço mais alto pago por fazenda de leite em Waikato foi em 2016, quando uma fazenda de 107 hectares também mudou de mãos pelos mesmos NZ$ 11,1 milhões. Desta feita o preço ficou em torno de NZ$ 104.000 por hectare. Comenta-se nos escritórios imobiliários da região que o MBP e as regras mais rígidas para os investimentos estrangeiros abrandaram as vendas. No entanto, essa negociação mostra que a demanda existe, desde que esteja no lugar certo. (interest.co.nz - Tradução Livre: www.terraviva.com.br)
Custos de produção - Os custos de produção no campo repetem, no mês de abril, o movimento de alta. O Índice de Inflação dos Custos de Produção (IICP) aponta 0,21%, em especial pelos fertilizantes que ficaram mais caros com a variação cambial. Os preços recebidos também registraram elevação de 6,1%, conforme o Índice de Inflação dos Preços Recebidos pelos Produtores Rurais (IIPR). Os dados foram divulgados pela Farsul, na quarta-feira, dia 30. A forte valorização nos preços do milho (10%) e soja (8%) foi o que mais colaborou para o resultado do IIPR. A alta também influenciou no acumulado dos últimos 12 meses que chegou a 20,59%. O IICP também apresentou inflação no acumulado do mesmo período por influência da taxa de câmbio, chegando a 1,19%. O maior aumento foi registrado nas lavouras de soja e trigo, ambas com 2%, as demais mantém uma trajetória de queda. Na comparação do acumulado em 12 meses entre IICP e IPCA há um alinhamento de alta, com o segundo atingindo 2,76%. Já na relação IIPR e IPCA Alimentos ocorre, novamente, descolamento, com o IPCA Alimentos registrando queda de -2,11%. Essa diferença de comportamento comprova que não há relação de curto prazo entre os índices. Confira o relatório na íntegra. (Agrolink)