Porto Alegre, 11 de maio de 2018 Ano 12 - N° 2.733
Conseleite/MG - A diretoria da FAEMG, produtores, representantes da indústria, representantes do governo do Estado, pesquisadores da UFPR (Universidade Federal do Paraná) se reuniram na sede da Federação para a reunião de constituição do Conseleite (Conselho Paritário de Produtores e Indústria de Laticínios do Estado de Minas Gerais), que estabelecerá preços de referência para a matéria-prima leite. A Câmara Técnica foi formada por seis representantes dos produtores e outros seis da indústria. Agora, serão levantados dados dos sistemas produtivos para se chegar aos indicadores técnicos e econômicos. Até outubro devem ser apresentados os primeiros preços de referência em Minas Gerais.
"É uma conquista dos produtores e indústrias. É o começo de um relacionamento melhor da cadeia produtiva. Não podemos imaginar uma cadeia na qual os participantes não conversam entre si".
- Roberto Simões, presidente da FAEMG
COMENTÁRIOS
Adauto Alves Ribas, produtor de leite em Curvelo
"O Conseleite vai tranquilizar o mercado e diminuir o atrito entre produtor e laticínio, acabando com uma desconfiança mútua de que um leva vantagem e o outro, prejuízo. Será estabelecido um relacionamento maduro."
Rafael Ramos Tomas, produtor de leite em Monte Carmelo
"O Conseleite não é apenas uma alternativa para resolver a política do leite. É mais que isso, é conhecimento, inovação, gestão. O trabalho que a FAEMG fez com o governo vai obrigar o produtor a se organizar mais para continuar na pecuária de leite".
Mônica Mascarenhas, produtora de leite em Jequitibá
"Vai diminuir a distância entre o produtor e a indústria. O Conseleite será uma experiência muito positiva, pois não queremos prejuízo para as indústrias, queremos trabalhar e receber preços justos pela nossa produtividade". (Faemg)
Perspectivas do mercado lácteo - América do Sul - Relatório 19/2018
Leite/América do Sul - Nas duas últimas semanas a umidade persiste na Argentina, prejudicando a colheita de grãos do verão, mas, melhorando as condições de pastagens em muitas fazendas das principais bacias leiteiras do país: Córdoba, Entre Rios e Buenos Aires.
A produção de leite nas fazendas está melhorando continuamente, dentro de padrões sazonais típicos do outono. O percentual de matéria gorda do leite está elevado em ternos sazonais. Os pedidos de leite engarrafado estão firmes, e os varejistas estão reabastecendo seus estoques. A oferta atual de leite está sendo suficiente para atender as necessidades de fabricação de queijo, manteiga, iogurte e sobremesas lácteas. No Uruguai, a produção de leite está aumentando, dentro do padrão sazonal. O clima tem sido favorável, ajudando no conforto animal. O Ministro da Agricultura do país anunciou a criação de um fundo de garantia para ajudar os produtores de leite com suas dívidas de 36 milhões de pesos. De acordo com algumas indústrias, o total de dívidas do setor lácteo uruguaio, incluindo as indústrias de laticínios, pode atingir 500 milhões de pesos.
A expectativa é de que esse fundo alivie o alto nível de endividamento de alguns produtores de leite do país. No Brasil, a produção de leite mostra pequena melhora, com as condições climáticas estáveis nas principais bacias leiteiras. No entanto, para algumas indústrias, o preço do leite ao produtor continua relativamente elevado. É importante lembrar que no primeiro trimestre do ano passado, a produção de leite brasileira aumentou e os preços caíram. Estes fatores desanimaram a produção por diversos agricultores, enquanto outros abandonaram o negócio, vendendo o gado para abate. Atualmente a oferta de leite e creme está abaixo das necessidades das indústrias. Consequentemente, comparado com um mês atrás, as importações de lácteos, principalmente do Uruguai e da Argentina, aumentaram. A procura por manteiga está aumentando a bonificação pela matéria gorda do leite e a concorrência entre os processadores. Enquanto isso, o mercado de queijos parece estar ainda em equilíbrio. (Usda - Tradução Livre: Terra Viva)
Setor leiteiro argentino vê necessidade de aumentar mercado exportador
O presidente do Centro da Indústria de Lácteos da Argentina (CIL), Miguel Angel Paulon, conversou com a Chacra TV sobre a situação atual que envolve a indústria de lácteos do país. Ele considerou as medidas políticas atuais como positivas e enfatizou a necessidade de expandir as exportações. Segundo Paulon, o excedente produzido pela indústria deve ser colocado no exterior, já que a alta do dólar vem favorecendo essa ação. "A Argentina está se abrindo para novos mercados como o Oriente Médio, África, Argélia e China. Eu acho que se melhorarmos a competitividade com um negócio razoável, o volume virá sozinho. Atualmente, o retorno econômico está sendo provido pelo mercado de gorduras no exterior", disse Paulon. Ele disse que esse ano gerou 9% a mais de processamento do que no ano anterior. Segundo ele, o aumento da produção responde em grande parte à mudança que muitos produtores implementaram em suas propriedades. No entanto, ele esclareceu que os produtores de pequeno e médio porte estão enfrentando problemas críticos na produção."Os mesmos produtores que foram afetados extensivamente pela seca, são os que implementaram sistemas de produção diferentes. A realidade marca que é necessário ajudá-los, já que eles não passam por um bom período". (As informações são da Revista Chacra, traduzidas pela Equipe MilkPoint)