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12/04/2018

Porto Alegre, 12 de abril de 2018                                              Ano 12 - N° 2.713

 

   Ministério apresenta mudança na IN 62

O Ministério da Agricultura (Mapa) deve colocar em consulta pública, na próxima semana, o texto de duas Instruções Normativas (INs) que pretendem trazer um novo regramento para a produção de leite no Brasil. Os textos substituem a IN 62 (antiga IN 51), que traz parâmetros importantes de qualidade do produto, como limites para a Contagem de Células Somáticas (CCS) e Contagem de Bactérias (CBT). O assunto foi apresentado nesta quarta-feira (11/4), em Brasília, em reunião com integrantes do setor produtivo, indústrias e entidades ligadas ao setor lácteo. O encontro contou com  a médica veterinária e consultora em Qualidade Leticia Vieira, que representou o Sindilat/RS, e com a representante do Sispoa/RS, Milene Cé, que integra o grupo de trabalho que debateu a reformulação em Brasília. O regramento ficará em consulta por 60 dias e será publicado dentro de 180 dias.

Uma das mudanças a ser implementada é a alteração na temperatura de recepção do leite na plataforma, que passará de 10°C para 7°C, ou seja, aumentando o rigor. Outro fato importante será a manutenção dos atuais padrões de CCS e CBT (500.000 CS/ml CCS e 300.000 UFC/ml), o que era uma grande preocupação do setor. Contudo, o Mapa informou que novas avaliações desses padrões serão realizadas a cada dois anos para ir refinando parâmetros e elevando os padrões de exigência sem, contudo, adotar um calendário rígido como vinha sendo feito até então.

Na prática, o regramento da produção do leite será dividido em duas INs. A primeira destina-se a tratar de regulamentos técnicos de identidade e qualidade de leite pasteurizado e leite tipo A, por exemplo. A segunda – onde estão as maiores mudanças -  abrangerá os demais processos, como captação, transporte e entrega na indústria. Neste momento, recomenda a consultora de Qualidade do Sindilat, o setor lácteo deve se debruçar sobre o texto que será publicado nos próximos dias para avaliar a possibilidade de atendimento das normas e, em caso de dificuldades, apresentar justificativas embasadas para tentar promover os ajustes necessários.  Considerando que o RS já tem a Lei do Leite em vigor desde 2016 e regulamentada em 2017, acredita-se que o Estado terá mais facilidade no atendimento de alguns itens das novas normas. “A hora de debater a questão é agora”.

Aliança Láctea - A proposta de reformulação da IN 62 será alvo dos debates na reunião da Aliança Láctea, no dia 8 de maio, em Chapecó (SC). Segundo o secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, o assunto ganha força e deve ser debatido com afinco uma vez que os três estados da Região Sul do Brasil têm interesse em exportar sua produção. “As mudanças na IN configuram mais uma ferramenta em busca desses mercados”, frisou o executivo. (Assessoria de Imprensa Sindilat)

 
 
Produção de queijo

A produção de queijos voltou a crescer depois do recuo causado pela crise. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Queijos (Abiq), o aumento previsto para este ano deve ser de 2,5%. A oferta de leite, contudo, pode ser um desafio para os fabricantes.

“Não vamos ter um avanço vigoroso como vinha acontecendo antes da crise, quando o setor crescia na casa dos 10% ao ano, mas a produção deve crescer”, afirma a assessora de marketing da Abiq, Silmara Figueiredo.

No ano passado, a produção de queijos superou um milhão de toneladas, alta de 2% sobre 2016. Segundo a dirigente, tanto a leve retomada que se viu em 2017 quanto a perspectiva de crescimento para 2018 estão amparadas no aumento do poder de compra do consumidor.

Silmara acrescenta ainda que isso também faz com que o brasileiro volte a se alimentar fora de casa, o que amplia a demanda pelo produto por parte de restaurantes, por exemplo. O gerente de marketing e vendas da Scala Laticínios, Marco Antônio Barbosa, espera um crescimento superior ao do mercado para a empresa neste ano, de cerca de 9% nos volumes de produção. “Tivemos uma boa arrancada no primeiro trimestre”, conta.

Além da perspectiva de aquecimento da economia, ainda que com menos vigor que o esperado no começo do ano, Barbosa projeta que as vendas em atacarejos podem ter papel significativo nos negócios. “Acredito que essa opção se consolida e vai ter um peso relevante no aumento das vendas de queijo e de lácteos em geral”, avalia.

Localizado em Sacramento (MG), o laticínio tem três unidades fabris e capacidade para processar mais de 600 mil litros de leite por dia. Em 2017, foram processados aproximadamente 180 milhões de litros de leite e comercializadas 25 mil toneladas de produtos. O consumo de queijos no Brasil é de 5,5 quilos por habitante ao ano, ainda pouco se comparado com a Argentina, onde a média é de 11,5 quilos por habitante ao ano. Segundo a Abiq, em torno de dois mil laticínios se dedicam à produção de queijo no País, sendo que em torno de 150 empresas representam entre 70% e 80% das vendas.

A perspectiva positiva da indústria também está relacionada à oferta de leite. Na avaliação da Abiq, a captação deve crescer nos mesmos patamares do ano passado, quando o incremento alcançou 4%, para 35 milhões de litros, segundo estimativa do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).

Margens
Ao longo da crise, as empresas tiveram um declínio da rentabilidade. Em 2016, quando a produção de queijos recuou 3%, o preço do leite aumentou devido à estiagem, o que reduziu a captação.
À época, para evitar uma queda das vendas, muitas empresas não repassaram o aumento de custos de forma integral. “Neste ano, se houver uma reacomodação dos preços, deve ser pequena, uma vez que grande parte do custo de produção é a aquisição do leite e a oferta deve ser equilibrada com a demanda.”

Na avaliação de Barbosa, se não houver uma disparada dos preços do leite, as indústrias devem ter um segundo semestre positivo em 2018. No entanto, ele reconhece que a bacia da região em que a Scala atua é bastante disputada e os preços do leite são elevados. O executivo informa que a empresa já passou por dois reajustes neste ano.

Na avaliação da pesquisadora do Cepea, Natália Grigol, poderá ser um desafio para as indústrias equacionar o consumo mais fortalecido com uma matéria-prima mais cara. Embora espere um crescimento na captação entre 2,5% e 3% neste ano, ela alerta para o cenário atípico, com índice de produção de leite do Cepea acumulando queda de 3,1% desde dezembro. “Isso é resultado do desestímulo dos pecuaristas, que em 2017 produziram em excesso e viram os preços caírem abaixo de R$ 1 o litro”, explica Natália. O aumento dos preços do milho também preocupa, pois amplia o custo de produção e pode reduzir as margens. O preço do leite chegou a R$ 1,07 o litro na média do País em março, com alta de 5,3% em relação a fevereiro. (DCI)

FIL/IDF 

Os diversos segmentos da cadeia láctea global terão um encontro na Coreia do Sul em outubro de 2018 durante a Cúpula Mundial dos Lácteos (WDS2018), que está sendo organizada pela Federação Internacional de Laticínios (FIL/IDF). 

O evento será realizado em Daejeon, Coréia do Sul, entre 15 e 18 de outubro de 2018. Com o tema “Leite para a Próxima Geração”, a WDS2018 irá discutir os problemas emergentes e os aspectos tradicionais do setor lácteo, além de oferecer a abordagem de especialistas sobre conhecimentos técnicos e científicos que sustentam o programa de trabalho da FIL/IDF. A Cúpula é uma plataforma na qual os participantes têm a oportunidade de fazer intercâmbio de tecnologias e conhecimentos, identificar uma agenda comum, desenvolver soluções compartilhadas e estimular uma visão holística de como melhorar a produção de leite.

Enquanto isso, o consumo de produtos lácteos na Coreia do Sul está crescendo  constantemente diante das mudanças de estilo de vida, à medida que mais pessoas começam incorporar produtos lácteos à dieta tradicional do país. O consumo per capita médio de lácteos da Coreia do Sul é de 76,4 quilos por ano.

Caroline Emond, diretora da FIL/IDF disse: “Estou muito feliz em anunciar que as inscrições para o World Dairy Summit [WDS2018] deste ano estão abertas. Peço o apoio da comunidade de laticínios para fazerem os registros o mais cedo possível para assegurar que eles não percam esta excelente oportunidade de aprendizado e intercâmbio de conhecimento. O IDF World Dairy Summit é o principal evento mundial do setor de laticínios. Estamos muito entusiasmados em sediar a Cúpula na Coreia do Sul pela primeira vez, pois será um evento com abundância de conhecimentos científicos e técnicos expostos, que são de interesse do setor de laticínios do mundo todo, em todos os níveis da cadeia de valor. Inspirar uma próxima geração para se conectar com os laticínios de forma significativa é um desafio que todo o setor precisa enfrentar, e estou muito confiante de que o nosso encontro será um sucesso, já que os laticínios têm muito a oferecer às gerações mais jovens”. (Dairy Industries - Tradução Livre: Terra Viva)

“Sem leite” 

A União Europeia (UE) proibiu que os termos como leite ou produtos lácteos sejam utilizados para produtos de origem vegetal. A medida pretende evitar confusão quando forem adquiridos alimentos procedentes de soja ou outros vegetais, com propriedades e características diferentes aos verdadeiros lácteos. No Uruguai o Instituto Nacional do Leite (Inale) e a Federação Panamericana de Leite (Fepale) trabalham em conjunto com o mesmo objetivo. O tribunal de justiça da UE estabeleceu definições, designações e denominações de venda para determinados setores/produtos agrícolas, uma vez que estabelecem padrões de identidade fundamentais para as condições de concorrência.

Leite
Dessa forma, será definida como leite, somente e unicamente, a secreção mamária normal obtida a partir de ordenha, sem nenhuma forma de adição nem extração. Da mesma forma só poderá ser designado como “Leite” o leite submetido a qualquer tratamento que não resulte em qualquer modificação de sua composição ou para o leite cujo teor de matéria gorda tenha sido padronizado.

Produtos lácteos
A norma da UE estabelece também que serão definidos como “produtos lácteos” aqueles derivados exclusivamente do leite, ao qual poderão ser adicionadas substâncias necessárias para sua fabricação, sempre que ditas substâncias não sejam utilizadas para substituir, inteiramente ou em parte, algum componente do leite. Aos produtos lácteos estão reservadas, em todas as fases de comercialização, as seguintes denominações: soro de leite, creme, manteiga, soro de manteiga, queijo e iogurte.

No Uruguai
Em nosso país a Fepale trabalha nesse mesmo tema com o apoio do Inale. (TodoElCampo - Tradução Livre: Terra Viva)

Produção/Uruguai 

Desde que o preço médio para o produtor aumentou 1,6% em fevereiro em relação janeiro, a captação de leite pelas indústrias mostra um abril recorde, principalmente quando comparado com igual período de 2017. A Conaprole está recebendo 3,5 milhões de litros de leite por dia, pagando ao produtor 9,64 o litro, [R$ 1,15/litro]. 

O principal destino do leite em pó uruguaio é a Argélia, que vem seguida pelo Brasil, Rússia, Cuba e China, onde negócios significativos foram realizados, e que serão concretizados a partir de agora, quando as entregas forem efetivadas. O Diretor da Conaprole, Alejandro Pérez Viazzi disse que neste mês de abril a captação subiu 14% em relação ao mesmo período do ano anterior, mesmo levando em consideração as dificuldades que passaram muitos produtores de importantes bacias leiteiras, como conseqüência da falta de chuvas. Em geral, o ano vem com uma produção surpreendente, e o estado geral do rebanho é muito bom. Em relação aos preços, embora estejam estabilizados, não se espera uma modificação no curto prazo, nem para cima nem para baixo, a menos que eventos inesperados ocorram. A Conaprole exporta mais de 70% do leite que recebe. (Diario Crónicas - Tradução Livre: Terra Viva)

Mapa lança cartilha sobre aproveitamento de resíduos da produção de bovinos de corte e leite

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) lançou cartilha sobre o aproveitamento econômico dos resíduos bovinos de corte e leite com o objetivo de auxiliar o produtor a gerar renda a partir dos resíduos e diminuir os custos de produção, bem como reduzir os efeitos na atmosfera de gases como o metano.

O estudo promovido pelo Projeto “Pecuária de Baixa Emissão de Carbono: Geração de valor na Produção Intensiva de Carne e Leite”, como parte do Plano de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (Plano ABC), coordenado pelo MAPA com apoio do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), identificou e selecionou as tecnologias de produção sustentáveis passíveis de serem implantadas nas condições de produção de bovinos de corte e leite em sistemas intensivos brasileiros.

A pesquisa contemplou as tecnologias de gestão racional da água e dos alimentos, implantação de biodigestores, geração de energia elétrica por meio do uso do biogás produzido pelos dejetos, compostagem mecanizada e também o sistema de compost barn (cama de serragem). As atividades descritas no estudo priorizam o aproveitamento econômico dos resíduos e o consequente aumento de renda dos pecuaristas. O material também contém informações que estimulam o uso adequado do biofertilizante gerado pela atividade.

Atualmente, a agricultura, incluindo a pecuária, contribui com 14% das emissões globais de Gases de Efeito Estufa (GEE), sendo o terceiro maior setor responsável pela emissão desses gases. Do total de emissões antropogênicas de metano (CH4) e óxido nitroso (N2O), a pecuária contribui em termos globais com 35% e 65% dos respectivos gases, sendo que a América Latina ocupa a segunda posição na lista dos principais emissores de metano entérico, responsável por 23,9% do total, ficando atrás apenas da Ásia.

O material foi produzido por consultores que, durante o ano de 2017, mapearam as alternativas sustentáveis e economicamente viáveis de tratamento dos dejetos. As tecnologias são preconizadas pelo Plano ABC. Os técnicos percorreram os principais estados produtores de bovinos de leite e corte em sistemas intensivos, centros de pesquisas e propriedades modelos em tratamento de resíduos.

O conteúdo também apresenta uma análise de viabilidade econômica das tecnologias de tratamento de dejetos de bovinos mitigadoras de emissões de gases de efeito estufa. Os processos tecnológicos consistiram na geração de energia elétrica a partir do biogás produzido dos dejetos de bovinos tratados em biodigestores e na compostagem dos dejetos e produção de biofertilizantes. A cartilha está disponível em versão digital no site do ministério. Para acessar CLIQUE AQUI. (As informações são do Mapa)

 
 

Globo Repórter mostra nova paixão do brasileiro: queijos artesanais

Canastra, muçarela de búfala, parmesão... Qual o mais saboroso? O Globo Repórter desta sexta-feira (13) vai mostrar uma nova paixão do brasileiro: os queijos artesanais. O velho queijo de minas ganhou o mundo com novos nomes e fórmulas especialíssimas, sendo premiado até na França. No interior de Minas Gerais tem uma cidade que vive de um só queijo. As maravilhas da Serra das Cachoeiras: o canastra que conquistou as grandes cidades é fabricado em um dos lugares mais bonitos do Brasil. Já o canastrão, queijo dos poderosos do Brasil Colônia, é uma receita com mais de cem anos. O programa também vai mostrar as histórias de brasileiros que mudaram de profissão e de cidade para experimentar o prazer de fabricar queijos, e a descoberta dos jovens de que o queijo também traz grandes oportunidades de trabalho. (G1)

 

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