Porto Alegre, 20 de março de 2018 Ano 12 - N° 2.698
Com o avanço da entressafra no Rio Grande do Sul, o valor de referência do leite teve recuperação, aproximando-se da casa de R$ 1,00. Segundo dados do Conseleite divulgados na manhã desta terça-feira (20/03), o projetado para março é de R$ 0,9901, 2,56% acima do R$ 0,9654 consolidado de fevereiro. Segundo o professor da UPF Eduardo Finamore, registrou-se recuperação do leite UHT (6,73%) no mês. “Mesmo assim, o valor do produto ainda está abaixo de 2016 e 2017”, frisou, reforçando o momento de baixa remuneração mesmo com custos de produção praticamente estáveis nos últimos quatro meses.
O professor pontuou que o leite em pó vem ganhando força no mix de produtos fabricados no Rio Grande do Sul, saltando de 39,55% do mercado, em 2017, para 43,46% nos primeiros três meses de 2018. Por outro lado, o UHT passou de 41,94% para 35,52%. Juntos, concentram 78% da produção do RS.
O presidente do Sindilat e vice-presidente do Conseleite, Alexandre Guerra, reforçou que o leite UHT tem puxado mais forte os preços neste momento de entressafra. "Estamos entrando no período de menor produção, o que indica que continuará subindo até pela necessidade de a indústria recuperar margens". A expectativa, diz o executivo, é que o inverno de 2018 seja de baixas temperaturas, o que deve motivar o aumento do consumo. Além disso, a retomada da economia brasileira e a volta às aulas ajudará a incentivar a demanda. “A indústria, neste ano, não fez gordura nos primeiros meses do ano, mas, agora, devemos ter uma retomada”.
O presidente do Conseleite, Pedrinho Signori, sugeriu a realização de uma agenda das áreas econômicas das diferentes entidades que compõem o Conseleite para debater alternativas para escoamento de excedentes do mercado que permitam equalizar os preços. O assessor da Fetag Márcio Langer argumentou que é essencial pressionar o governo por apoio ao setor e alertou sobre redução do preço do leite em pó no varejo.
Segundo o secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, a tendência é que os efeitos da entressafra no mercado sejam suavizados uma vez que os produtores têm investido mais em alimentação e nutrição dos bovinos leiteiros, o que garante captação mais constante ao longo do ano.
CAMPANHA- Durante a reunião, as entidades que integram o Conseleite ainda debateram a importância de adoção de uma campanha para divulgar a qualidade e os atributos dos produtos lácteos gaúchos. O projeto segue em debate no colegiado. (Assessoria de Imprensa Sindilat)
Crédito: Carolina Jardine
No encontro, o dirigente ainda detalhou agenda realizada, na semana passada, em São Paulo (SP), em que se tratou da negociação do Mercosul com a União Europeia pelo uso dos nomes Parmesão, Gruyère, Roquefort, Fontina, Gorgonzola e Grana por queijos latinos. Segundo Guerra, a posição do Conselho Nacional da Indústria de Laticínios (Conil) e do Sindilat é de não aceitar restrições. “Isso não poderá ser admitido porque nossos consumidores já estão acostumados com essa nomenclatura. O setor laticinista é sempre moeda de troca em negociações internacionais. Isso não podemos aceitar”, disse.
O secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, apresentou relato sobre as reuniões realizadas, neste mês, com a embaixada da Argentina, em Brasília (DF). Ele reforçou a importância de aproximação com os países vizinhos e de não estabelecer uma relação apenas de enfrentamento. “Podemos nos valer de ganhos que esses mercados já tiveram, como custo de insumos mais competitivos na criação”, exemplificou.
Palharini ainda citou o trabalho realizado pelo Sindilat para articular a liberação pelo governo federal de ferramentas de comercialização efetivas que auxiliem no escoamento de leite do mercado nacional. Segundo ele, o pedido de PEP feito ao ministro da Agricultura, Blairo Maggi, durante a Expodireto, ainda está em análise. “Independentemente da ferramenta a ser utilizada, precisamos de movimento que retire leite e regule mercado”, acrescentou Palharini, alertando sobre a importância de garantir margens mínimas de lucro ao setor. (Assessoria de Imprensa Sindilat)
Na última terça-feira (20/03/18) foi realizado o evento 208 do leilão GDT, que teve queda de 1,2% no índice médio, com o preço médio de US$3.632/tonelada.
O volume negociado teve nova queda; neste leilão, 18.635 toneladas foram negociadas, 3,4% a menos em relação ao leilão anterior, e 17,2% a menos em relação ao evento correspondente em 2017.
Neste leilão, o grande destaque fica por conta da desvalorização do leite em pó desnatado que, após uma forte subida de 5,5% no último leilão, registrou queda de 8,6%, o que trouxe o preço médio para US$ 1.887/tonelada. De fato, não há fundamentos para altas consistentes nos preços do produto, com o excedente mundial de oferta e a iminente venda dos estoques de intervenção da União Europeia. Além disso, o leite em pó desnatado da Nova Zelândia vem tendo fortes perdas de competitividade desde o final de 2017 frente o produto europeu.
Neste leilão, os queijos também sofreram desvalorização, e o índice de preços do cheddar caiu 3,9%, trazendo sua média para US$3.609/tonelada. Mesmo assim, o valor ainda é quase US$300/tonelada acima do valor visto ao final do primeiro leilão do ano.
Já no leite em pó integral e nas gorduras, houve estabilidade nos preços. Tanto o AMF (Anhydrous Milk Fat) quanto a manteiga não tiveram variação no índice de preços, fechando com médias a US$6.249/tonelada e US$5.281/tonelada respectivamente, enquanto o leite em pó integral fechou com preço médio a US$3.226/tonelada, queda de apenas US$ 6/tonelada em relação ao último leilão.
Mesmo com a 3ª queda consecutiva no leilão GDT, a diferença entre os contratos futuros de leite em pó integral no GDT e na Bolsa da Nova Zelândia sugere que não deve haver recuperação nos preços nos próximos leilões. (Gdt/Milkpoint)
Sindilat negocia parceria com a Unisinos
O secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, reuniu-se na última quinta-feira (15/3) com as professoras da graduação da Universidade do Vale do Rio do Sinos (Unisinos) Raquel Chesini e Flávia Silva para tratar de parceria com a instituição de ensino para divulgar os processos de produção do setor laticinista. Segundo ele, é essencial mostrar aos estudantes de Gastronomia como são produzidos os produtos lácteos gaúchos. Para dar início à parceria, o Sindilat participará, na próxima segunda-feira (19/03), de aula sobre cadeia produtiva de lácteos a ser ministrada pela professora Raquel Chesini, no Campus de São Leopoldo. Em 2017, o Sindilat e o curso de Gastronomia da Unisinos deram início a um projeto de aproximação. Em sala de aula, o chef Alexandre Reolon, da Rasip, promoveu degustação e apresentação sobre as qualidades gastronômicas de alguns queijos e derivados lácteos. Outra ação a ser fomentada com a Unisinos é a participação dos alunos durante a agenda do Pub do Queijo, projeto gastronômico que busca difundir o consumo do produto. (Assessoria de Imprensa Sindilat)