Porto Alegre, 19 de março de 2018 Ano 12 - N° 2.697
As parcerias internacionais entre a indústria de lácteos dos EUA e os principais mercados de exportação se formaram seis meses depois que a o Conselho de Exportações de Lácteos (USDEC) apresentou o "The Next 5%", um plano estratégico de exportação visando um aumento das exportações de produtos lácteos de 15% para 20%. "Para as famílias de fazendas leiteiras terem a chance de passar suas fazendas para seus filhos, a mudança para um foco de mercado global é a chave", disse o presidente e CEO da USDEC, Tom Vilsack.
O objetivo do plano de exportação é ajudar os produtos lácteos dos EUA a obter maior visibilidade em vários mercados, como China, Sudeste Asiático, Japão, Coreia, Oriente Médio e norte da África. Isso, ajudará a aliviar a pressão sobre os produtores de leite nos Estados Unidos para encontrar mercados para seu leite. "Estamos sendo mais agressivos nesses mercados e em organizações internacionais que podem estabelecer regras e regulamentos para a venda de produtos lácteos [EUA]", disse Vilsack.
O USDEC contratou funcionários adicionais para ajudar na política comercial, acesso ao mercado e assuntos regulatórios, de acordo com a Vilsack. "Tenho o prazer de dizer que, como resultado dos investimentos que as pessoas estão dispostas a fazer, contratamos desenvolvimento de negócios adicionais e gerentes de contas importantes na China, Oriente Médio, África do Norte e Japão".
Parcerias culinárias e de varejo
O USDEC aumentou seus esforços no estabelecimento de parcerias com institutos culinários e universidades em mercados internacionais emergentes, incluindo China, Japão, Coreia do Sul, Cingapura e África do Norte, de acordo com a Vilsack. "Não é uma nova estratégia, mas um investimento mais extenso e significativo de recursos e esforços no desenvolvimento dessas relações", afirmou. "Estamos desenvolvendo chefs para que eles compreendam as maneiras pelas quais podem usar os produtos lácteos em suas receitas". O USDEC também expandiu a presença no varejo de produtos lácteos dos EUA, incluindo parcerias com a Costco na Coreia e Japão.
"De modo algum, o foco deve ser só na China"
A China tem sido um importante mercado de exportação para os EUA, já que uma quantidade recorde de queijo foi vendida para o país de 1,4 bilhões de pessoas no ano passado, um aumento de 44% entre 2016 e 2017. "Há uma oportunidade para trabalharmos com grandes empresas de alimentos no varejo da China - acho que há uma tremenda necessidade de leite em pó e soro", disse Vilsack. "Mas de modo algum o foco deve ser exclusivamente o país".
Fora da China, o USDEC está visando Japão, Coreia e Vietnã, sendo esse último muito aberto a fazer negócios com produtos lácteos dos EUA, acrescentou Vilsack. O Oriente Médio, em particular os Emirados Árabes Unidos, é outro mercado fundamental para o USDEC, de acordo com a Vilsack, onde há uma grande quantidade de consumidores interessados em produtos de alta qualidade e onde barreiras comerciais são menos rigorosas. O USDEC esteve presente recentemente na Gulfood em Dubai, onde a organização comercial dobrou sua presença na feira comercial. "O interessante sobre esse cenário é que você tem pessoas com uma quantidade substancial de recursos e altos rendimentos e os produtos lácteos americanos são altamente valorizados no Oriente Médio", acrescentou. O consumo de queijo é dez vezes maior no Oriente Médio do que o Sudeste da Ásia, apesar de ter metade da população, continuou Vilsack.
NAFTA
O sistema de preços do leite da Classe VII do Canadá continua sendo um importante ponto de discussão para a indústria de lácteos dos EUA durante as renegociações do NAFTA. "A única coisa positiva que está acontecendo no Canadá é que os consumidores estão mais conscientes de que estão pagando mais por seus produtos lácteos", disse Vilsack.
"Isso [Classe VII] criou um problema sério. Eles criaram um mercado mundial em leite em pó que está sendo distorcido porque os canadenses que vendem o produto estão substancialmente abaixo dos preços globais". Vilsack acrescentou que a Administração do Trump recentemente introduziu tarifas sobre o aço e o alumínio, o que complicou as negociações do NAFTA.
"Estamos tentando, por meio da renegociação do NAFTA, levar o Canadá a retirar o sistema de Classe VII. A ideia é que eles abram os seus mercados para que os seus consumidores possam se beneficiar e que nossos produtores lácteos sejam tratados de forma justa". (As informações são do Dairy Reporter, traduzidas pela Equipe MilkPoint)
Na Argentina e Uruguai, a produção de leite nas fazendas continuam declinando em decorrência da seca e das persistentes temperaturas elevadas de verão em muitas bacias leiteiras. O clima atual na região aumenta o estresse no rebanho leiteiro e reduz a qualidade das pastagens.
No entanto, o volume de leite tem sido suficiente para atender às necessidades de processamento. A demanda por leite fluido/UHT pelas instituições educacionais e varejistas permanecem fortes. Também o interesse por creme permanece intenso antes dos feriados do outono. No entanto, atualmente, a oferta de creme está muito apertada. Conforme relatado pelo governo, em fevereiro de 2018, a produção de leite da Argentina caiu 7% em relação ao mês anterior, mas, aumentou 14% em relação ao ano anterior. Em fevereiro de 2018, os preços nominais pagos aos produtores aumentaram 15% em relação a fevereiro de 2017. No Brasil, a produção de leite nas fazendas está baixa, acompanhando os padrões sazonais. A menor oferta de leite e creme tem ajudado a manter o preço ao produtor, relativamente elevado. As vendas de leite fluido/UHT para vários estabelecimentos de varejo e restaurante estão melhorando. A demanda por manteiga está forte. No entanto, a oferta atual de creme é insuficiente para cobrir as necessidades da indústria. As vendas de queijos estão variando entre leves e moderadas, e os estoques estão elevados. (Usda - Tradução Livre: Terra Viva)
Leite/Europa
Depois de reverter o aumento sazonal da produção de leite na Europa Ocidental em decorrência do frio e da neve atípicos no final de fevereiro e início de março, o tempo agora está voltando aos padrões normais, e a produção de leite retoma sua tendência de crescimento.
Fontes na Alemanha acreditam que os aumentos desta semana chegaram perto de 0,8% acima do volume de um ano atrás. Já o relatório da ZMB estima que a produção de leite na Holanda caiu 1,2% em fevereiro, em relação ao ano anterior. As vendas de queijos fabricados na Europa Ocidental estão muito fortes, e a expectativa é de que isso continue. Os estoques estão menores do que algumas indústrias gostariam. A demanda interna e de exportação combinam perfeitamente com a produção atual. Alguns potenciais compradores que não fizeram contatos antecipadamente não estão obtendo sucesso nas negociações com algumas indústrias da Europa Ocidental. Os clientes antigos estão tendo preferência, tanto no mercado interno, como nas vendas para o exterior. Existe um esforço para honrar a fidelidade dos clientes sobre as transações eventuais e oportunistas. O relatório da ZMB aponta que houve crescimento significativo, 13,4%, da produção de leite da Turquia em janeiro de 2014, em relação ao mesmo mês de 2017.
A Turquia teve queda de produção entre janeiro e agosto de 2017, reagindo a partir de setembro, com uma produção mais robusta. Os resultados neste início de 2018 parecem indicar continuidade nessa nova tendência. Os preços europeus do leite em pó desnatado (SMP) estão fracos, e já ficaram abaixo das cotações da Oceania. Para desapontamento dos fabricantes, os preços europeus são mais baixos em 2018, do que eram em 2017. Os melhores preços são encontrados na Alemanha, que vem seguida pela Holanda, e depois pela França. O mercado de SMP na Europa Ocidental está quieto. As transações realizadas são para entrega de curto prazo. A contratação a longo prazo é fraca, em parte, devido às incertezas em relação aos preços futuro. Alguns vendedores já mostram impaciência nas últimas semanas. Mas muitos, compradores e vendedores, aguardam as notícias sobre as decisões da Comissão Europeia sobre os preços. (Usda - Tradução Livre: Terra Viva)
Faturamento de setor de supermercados cresce 4,3% em 2017
O setor supermercadista brasileiro teve faturamento R$ 353,2 bilhões em 2017, o que representou crescimento nominal - sem descontar a inflação - de 4,3%, ante 2016. A informação partiu da Associação Brasileira de Supermercados (Abras) que divulgou os primeiros resultados da 41ª edição da pesquisa ranking Abras/SuperHiper nesta segunda-feira. A mesma pesquisa detalhou que o faturamento das 20 maiores empresas foi de R$ 187,4 bilhões no ano passado -- o que representou um aumento, também nominal, de cerca de 3,8%, ante 2016 (R$ 180 bilhões). O presidente da Abras, João Sanzovo Neto, e Fábio Queiroz, presidente da Associação de Supermercados do Estado do Rio de Janeiro(Asserj), detalham o desempenho do setor em entrevista coletiva. (As informações são do jornal Valor Econômico)