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13/03/2018


Porto Alegre, 13 de março de 2018                                              Ano 12 - N° 2.693

 

  Proposta de alteração na lei do Susaf-RS é pauta de reunião

Representantes do setor produtivo de proteína animal do Estado debateram, nesta terça-feira (13/03), no gabinete da Secretaria da Agricultura do RS (Seapi), possíveis modificações na lei nº 13.825, que regulamenta o Sistema Unificado Estadual de Sanidade Agroindustrial Familiar, Artesanal e de Pequeno Porte (Susaf-RS). O esboço do decreto diz respeito à auditoria da adesão ao sistema pelos estabelecimentos regulamentados pelo Serviço de Inspeção Municipal (SIM), que atualmente é responsabilidade do Estado. Com a proposta, os municípios teriam autonomia nesse processo, fiscalizando as agroindústrias familiares do seu território. 

Coordenador da reunião, o secretário da Agricultura, Ernani Polo, iniciou a discussão afirmando que, atualmente, o sistema não tem agilidade em razão dos recursos limitados do Estado. “A falta de estrutura acaba afetando todos os níveis de fiscalização que o Estado não consegue atender”, declarou. A proposta de alteração, segundo Polo, é uma forma de buscar alternativas para aqueles que “produzem bem”, trabalharem com qualidade, fazendo com que o Estado dê atenção maior à ponta final de produção, que é o que chega à mesa do consumidor. 

Entre todos os pontos levantados pelas entidades, o que mais preocupa o setor lácteo neste momento é o cumprimento da Lei do Leite. É o que afirma o secretário-executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat), Darlan Palharini, que levantou a questão durante a reunião. “Viemos fazendo um trabalho visando a sanidade e transparência ao longo desse tempo. O básico, que eu entendo, é que temos que cumprir a lei”, afirmou, destacando que possíveis mudanças não devem se sobrepor à Lei Estadual.  

Os representantes irão avaliar posteriormente a proposta e voltarão a debatê-la em reunião com data a ser definida. (Assessoria de Imprensa Sindilat)

 
Foto: Vitorya Paulo

Oriente Médio se desponta pelo alto potencial no consumo de lácteos

O Oriente Médio está se tornando cada vez mais maduro para produtos proteinados que contribuem com a saúde e o bem-estar dos consumidores. Porém, na região ainda não há uma enorme demanda por alimentos e bebidas esportivas especificamente desenvolvidas para quem frequenta academias e pratica atividades físicas. Essa é a visão de Simon Penfold, gerente geral do Oriente Médio e África da NZMP, braço de ingredientes b2b da Fonterra. Simon destaca que querem crescer e acelerar o mercado de saúde e bem-estar na região. “Os consumidores do Oriente Médio estão começando a controlar a saúde e podem enxergar essa solução por meio dos produtos lácteos”.

Penfold, que está há oito meses nessa função, falou durante a feira Gulfood em Dubai. A empresa apresentou seus ingredientes nutricionais, incluindo o NZMP Fat-Filled Milk Powder e o NZMP Buttery Blend. Também, uma nova linha de proteínas em pó pronta para misturar, a “white label", foi desenvolvida para atender as necessidades dos consumidores focados em nutrição esportiva e estilo de vida ativo da região. "Existe uma clara necessidade de ingredientes básicos lácteos para atender às necessidades nutricionais do dia a dia para a maioria dos consumidores em todo o Oriente Médio. No entanto, os fabricantes de alimentos e bebidas precisam se preparar para mudanças. Podemos ver que a demanda por nutrição esportiva, nutrição infantil e soluções de bebidas de alta proteína estão aumentando, e esperamos que o interesse nessas soluções continue crescendo. Eu diria que o mercado produtos de nutrição esportiva especializados de alto nível ainda não está evidente, mas virá", acrescentou.

Lançamentos de novos produtos ricos em proteína mais que dobraram entre 2012 e 2017 no Oriente Médio e África, de acordo com a Mintel Global New Product Database. Penfold antecipa que essa tendência continuará e dará forma ao desenvolvimento de alimentos e bebidas no Oriente Médio e na região da África. "Quero ver um produto da NZMP sendo consumido todos os dias e não importa se é um ingrediente acessível ou premium", acrescentou. "O importante é que continuemos construindo confiança e conscientização, além de destacar que nosso grande ponto forte é termos a Nova Zelândia – com seus rebanhos a pasto -  como fonte da matéria-prima", completou. 

Enquanto a Arábia Saudita continua sendo um pilar fundamental para o negócio da empresa no Oriente Médio, Simon também identifica o Irã, a Argélia, a Nigéria, o Egito e os Emirados Árabes Unidos como mercados que oferecem um potencial de crescimento considerável. "Depois de mais de 40 anos operando neste mercado, estamos entendendo a região e as diversas necessidades de seus consumidores”, acrescentou. (As informações são do Dairy Reporter, traduzidas pela Equipe MilkPoint)

Rentabilidade da atividade leiteira em 2017 e previsões para 2018

Anualmente a Scot Consultoria calcula as rentabilidades médias das atividades agropecuárias e de outras opções de investimento de capital, referentes ao fechamento do ano anterior. Para este cálculo são utilizados modelos econômicos que levam em consideração fatores estimados para cada negócio agropecuário (índices técnicos, localização e estrutura produtiva), conforme o nível tecnológico. Neste sentido, os resultados apresentados podem ter significativa variação, conforme alteração dos índices produtivos.

Pecuária leiteira
No caso da pecuária leiteira, a rentabilidade média da atividade de alta tecnologia (25 mil litros/ha/ano) caiu de 3,08% em 2016 para 2,08% em 2017. Para sistemas com produtividade média de 1,5 mil litros por hectare ano houve prejuízo médio 8,47%. O preço pago ao produtor caiu em maior proporção que os custos de produção. A pressão de baixa foi maior no segundo semestre, com a produção aumentando (safra) e a demanda interna patinando. Segundo o Índice Scot Consultoria de Custo de Produção, a queda nos custos foi de 7,9% em 2017, frente a 2016, enquanto o preço pago aos produtores caiu, em média, 9% no mesmo período.


  
O pior resultado
Para a pecuária leiteira de baixa tecnologia este foi o sexto ano consecutivo de rentabilidade negativa. Foi o pior resultado dentre as atividades agropecuárias analisadas. 

 Na figura 2, uma comparação com outras atividades agropecuárias e opções de investimentos.

 

Para 2018
Para 2018 as apostas estão na retomada do crescimento da demanda interna por produtos lácteos, porém, ainda em ritmo lento. Do lado da oferta, a estimativa da Scot Consultoria é de crescimento de 1,8% da produção, patamar abaixo do verificado em 2017 (2,5%). Os resultados negativos da atividade, o clima desfavorável e o aumento dos custos de produção deverão refletir na produção brasileira. A oferta ajustada, se acompanhada de uma recuperação da demanda, poderá refletir em uma variação maior nos preços do leite ao produtor no primeiro semestre.

Para o produtor, a expectativa é de que os preços comecem a subir a partir de fevereiro, com a curva de produção começando a cair nas principais bacias leiteiras. Para o pagamento de fevereiro, referente a produção de janeiro, 64% dos laticínios pesquisados acreditam em estabilidade do preço ao produtor, 22% falam em alta e 14% acreditam em queda frente ao pagamento anterior. Para março a previsão é de que o movimento de alta ganhe força, com peso maior da entressafra e menor disponibilidade de leite cru, além de uma melhoria da demanda. Do lado dos custos de produção, a expectativa de menor produtividade das lavouras nesta safra, e questões como clima e câmbio podem resultar em aumento nos preços destes insumos, o que exigirá maior cautela e planejamento de compra desses produtos. (Juliana Pila – zootecnista/Rafael Ribeiro – zootecnista/Scot Consultoria)

  Ministro não acredita em aprovação do ICMS sobre exportação neste ano
Em evento em Cuiabá, o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Blairo Maggi, disse nesta segunda-feira (12), que não acredita que haja ambiente favorável para aprovar mudanças na Lei Kandir neste ano. A Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que trata do retorno à cobrança de imposto sobre exportações preocupava produtores do setor agropecuário. De acordo com o ministro, a cobrança do ICMS tiraria a competitividade dos produtos brasileiros no exterior. A emenda, além de depender de maioria ampla para aprovação no Congresso, deve enfrentar resistência da bancada rural. A PEC 37/2007, que retoma a cobrança, passou na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) em novembro. O regime de desoneração foi instituído em 1988 e se estendeu com a Lei Complementar 87/1996 a produtos primários e semielaborados destinados à exportação. A preocupação com a PEC já havia sido levada pelo ministro ao presidente Michel Temer. Durante entrevista no Mato Grosso, Blairo Maggi disse que a desoneração permitiu avançar para o norte do estado, “para regiões mais distantes e produzir mais. Se for tributar com 12%, 18%, o agro, nessas regiões, tenho certeza absoluta que não terá competitividade. Não há como esses produtores que estão mais distantes produzirem”. De acordo com o ministro, as margens dos produtores têm diminuído “ao ponto de, praticamente, hoje, se não colher muito bem e aproveitar vantagens, às vezes do câmbio, acaba-se empatando, trocando seis por meia dúzia”. Maggi advertiu que seria uma coisa perigosa mexer com o tributo. “Isso não é uma questão de choradeira, mas é arriscado mexer com um setor que é a base da economia”. (As informações são do Mapa)

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