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03/10/2017

Porto Alegre, 03 de outubro  de 2017                                              Ano 11- N° 2.596

 

 Leilão GDT: índice de preços tem o maior recuo dos últimos sete meses

No mais recente leilão da Global Dairy Trade (GDT), realizado nesta terça-feira (03/10), os preços médios dos lácteos internacionais fecharam em US$ 3.223/tonelada, interrompendo uma sequência de dois leilões consecutivos em alta, com o índice de preços recuando em 2,4% (o maior recuo desde o leilão de 07/03/2017).

Pelo segundo leilão consecutivo, o interesse foi alto. Este último contou com 37.990 toneladas negociadas, superando em 11,4% o volume negociado no leilão anterior, que por sua vez, já havia registrado o maior volume negociado em 2017. 

Nos preços dos produtos, com exceção do queijo cheddar e da caseína que subiram 1,9% e 0,9% respectivamente, o cenário geral foi de queda. O leitelho foi o produto de maior destaque; sua queda de 10,3% trouxe os preços médios para US$ 1.804/tonelada. A manteiga amargou 3,6% de queda, indo para US$ 5.837/tonelada. 

Nos leites em pó, o descolamento entre o integral e o desnatado ficou menor. Enquanto o integral caiu 2,7% neste leilão (cotado agora a US$ 3.037/tonelada), o desnatado caiu "apenas" 1,4%, indo para US$ 1.895/tonelada. Agora, a diferença é de US$ 1.142/tonelada, a menor desde o leilão de 18/07/2017, e 5% menor frente ao último leilão. 


Neste leilão, o alto volume de negociação, aliado à acentuada queda nos preços, mostra, em grande parte, uma movimentação internacional em relação à entrada da nova safra neozelandesa (impactando especialmente o leite em pó integral, o principal produto do país). Ao que tudo indica ela deve vir cheia em 2017/18, aumentando a oferta de leite, conforme ressaltado recentemente pelo MilkPoint.

Os preços futuros do leite em pó integral seguiram a tendência do leilão, e caíram em todos os contratos, abafando as altas do leilão anterior. O mais acentuado foi o de janeiro de 2018, com queda de 3,4%, enquanto a queda mais sutil ficou em março de 2018, o qual desvalorizou 1,9%.  (GDT/Milkpoint)

  

LEITE/CEPEA: preço registra quarta queda consecutiva

O preço do leite entregue em agosto e recebido pelo produtor em setembro registrou a quarta queda consecutiva no campo, com recuo de 7 centavos/litro (ou de 6,16%) frente a agosto, segundo pesquisas do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP. 

O preço líquido, que não considera frete ou impostos, fechou a R$ 1,0843/litro na "média Brasil", que inclui os estados de BA, GO, MG, SP, PR, SC, RS. Na comparação com setembro do ano passado, a diminuição é de quase 48 centavos/litro, ou de 30,6% (dados deflacionados pelo IPCA de agosto/17). As sucessivas baixas no valor do leite se justificam pela fraca demanda e pelo aumento da captação.

O consumo de lácteos segue enfraquecido na ponta final da cadeia, em função do menor poder de compra do consumidor brasileiro. Dessa forma, os preços dos derivados têm diminuído significativamente, em uma tentativa de manter o fluxo de negociações. O valor do leite UHT, por exemplo, lácteo mais consumido no País, registrou queda de 7,8% em termos reais, entre agosto e setembro, no mercado atacadista do estado de São Paulo (IPCA de agosto/17). Mesmo assim, agentes de indústrias e atacados consultados pelo Cepea continuam reportando aumento de estoques, fator que pressiona as cotações no campo. 

A formação de estoques também esteve atrelada a maior captação de leite. De acordo com o Índice de Captação de Leite (ICAP-L), de julho para agosto, a captação das indústrias se elevou 4,9% na "média Brasil". Todos os estados, com exceção da Bahia, registraram altas no índice, mas o destaque foi para os estados do Sul do País. Em Santa Catarina, o aumento foi de 11,7%, no Rio Grande do Sul, de 6,8%, e no Paraná, de 4,7%. Segundo agentes, a maior oferta no Sul reduziu os preços também no Sudeste, região que é destino de parte da produção sulista por concentrar o maior mercado consumidor do Brasil. No comparativo entre a média de janeiro a agosto de 2016 com a do mesmo período deste ano, o ICAP-L na "média Brasil" registou alta de 14,9%. 

O atual cenário tem preocupado o setor. O consumo de lácteos só tem sido estimulado com preços baixos nas gôndolas. A queda na ponta final da cadeia, entretanto, não parece ocorrer na mesma intensidade que nos elos anteriores. Varejo e atacado pressionam a indústria para redução nos preços dos derivados e aumento do prazo de pagamento, uma vez que os estoques têm aumentado. As indústrias, por sua vez, têm que lidar com um difícil equilíbrio entre receber de seus clientes, manejar estoques, definir estratégias de processamento que garantam vendas e pagar a matéria-prima. Por isso, também consideram reajustar os prazos de pagamento no campo, arriscando perder produtores no médio prazo. 

Pecuaristas, por fim, enfrentam o desafio de manter sua rentabilidade com a receita diminuindo, em um momento decisivo para o planejamento das atividades para o próximo ano: a reforma das pastagens. Somado a isso, a recente valorização do milho, atrelada ao aumento dos embarques do cereal, e o atraso do plantio da próxima safra (em função da falta de chuvas) indicam a possibilidade de continuidade de aumento nos preços do cereal e da ração. Assim, alguns produtores planejam aumentar as áreas de silagem para diminuir os custos com alimentação no ano que vem. Porém, essa tomada de decisão pode ser influenciada pelo atual panorama. CLIQUE AQUI para acessar as tabelas. (As informações são do CEPEA)

Exportações de produtos lácteos da Nova Zelândia caem em agosto

O gigante mundial dos produtos lácteos, Nova Zelândia, viu o volume de exportações cair 2,6%, enquanto o valor caiu 25%, de acordo com novos dados. Um início úmido para a estação de produção de 2017-2018 na Nova Zelândia resultou na queda da produção de leite, enquanto as exportações de produtos lácteos também caíram.

Agosto é tradicionalmente o mês mais baixo para as exportações de produtos lácteos da Nova Zelândia. Para agosto de 2017 em relação a agosto de 2016, o volume de exportação de leite em pó integral caiu de 45.250 toneladas para 35.795 toneladas. Isso representa uma queda de 20,9% com relação a agosto do ano passado. Os números foram revelados pelos analistas de mercado da Internal FC Stone.

O leite em pó integral é o produto lácteo mais importante da Nova Zelândia. Apesar da queda nas exportações, a China continuou sendo o maior mercado único para o produto da Nova Zelândia, importando 10.197 toneladas de leite em pó integral em agosto. Este é quase um terço da produção total de leite em pó integral da Nova Zelândia em agosto. As exportações de leite em pó desnatado caíram de 18.598 toneladas para 8.051 toneladas, o que representa uma queda de 56% em um ano.

No entanto, as exportações de fórmulas infantis aumentaram de 4.382 toneladas para 7.237 toneladas em um ano, o que representa um aumento de 65% em um ano. Austrália e China foram os maiores mercados de fórmulas infantis. Das 7.237 toneladas, a Austrália comprou 2.937 toneladas (41%) e a China, 2,027 toneladas (28%).

As exportações cumulativas de manteiga e gorduras caíram de 40.842 toneladas para 20.140 toneladas. (As informações são do The Irish Farmers Journal, traduzidas pela Equipe MilkPoint)

 

Captação/Uruguai 
A captação de leite entre janeiro e agosto deste ano chegou a 1.152 milhões de litros, aumento de 8,3% em relação a igual período de 2016, segundo o Instituto Nacional do Leite (Inale). A captação nas plataformas das indústrias mostrou recuperação consistente nos primeiros oito meses do ano, ainda que os dados preliminares de setembro indiquem redução do crescimento, destacou a El Observador o presidente do Inale, Ricardo de Izaguirre. Em agosto o volume total captado chegou a 172,6 milhões de litros, o que correspondente a aumento de 10,6% em relação ao mês anterior. De Izaguirre destacou que a captação reduziu o ritmo em setembro diante das chuvas, principalmente, mantendo-se o mesmo volume que no mês anterior, segundo os dados preliminares. Espera-se que em outubro a primavera seja mais favorável em relação ás chuvas, e permita que a produção continue evoluindo, permitindo que os agricultores utilizem pastagens, e possam fazer alguma economia. (El Observador - Tradução Livre: Terra Viva)

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