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26/09/2017

 

Porto Alegre, 26 de setembro  de 2017                                              Ano 11- N° 2.591

 

  Conseleite indica queda no leite no RS

O valor de referência do leite projetado para setembro é de R$ 0,8519, 4,4% abaixo do consolidado de agosto (R$ 0,8914). Os dados foram divulgados na manhã desta terça-feira (26/09) pelo Conseleite em reunião realizada na sede do Sindicato das Indústrias de Laticínios (Sindilat), em Porto Alegre. No acumulado dos últimos três meses (julho e setembro de 2017), houve uma diminuição de -9,4% no valor de referência.
 
"O maior problema é a queda de consumo pela perda de poder aquisitivo da população e pelo nível elevado de desemprego associados à importação com valores mais competitivos que o nosso", avalia o presidente do Conseleite, Alexandre Guerra, também presidente do Sindilat. O dirigente destacou que o setor precisa de medidas governamentais que ajudem a tirar a pressão de mercado gerada pelas importações. Na avaliação do dirigente, a tendência é de reação, uma vez que o preço mais em conta do leite UHT poderá ajudar a aumentar o consumo.
 
O professor da UPF Eduardo Finamore, responsável pelo levantamento mensal do Conseleite, confirma que a redução na comercialização de leite deve-se à queda da renda do consumidor e também ao excesso de oferta no mercado, que "joga os preços para baixo". 
 
Na avaliação do tesoureiro do Conseleite, Jorge Rodrigues, não é um bom momento para pensar no aumento da escala de produção. "Temos que garantir o que nós produzimos com qualidade e com preço", avalia.
 
Importação e exportação
Durante a reunião do Conseleite, o secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, apresentou informações referentes à importação e exportação de produtos lácteos no período de janeiro a agosto. Os dados da balança comercial mostram que o volume de leite e outros derivados comprados de fora permanece sendo maior que a quantidade exportada.
 
Sobre os pedidos de compra institucional de leite em pó e de cotas para importação de leite do Uruguai, formalizados recentemente em Brasília, Palharini comenta que, aparentemente, o governo federal não se mostrou sensibilizado já que não deram retorno sobre as demandas. Entretanto, enfatiza a necessidade de o setor persistir. "O setor lácteo precisa efetivamente se mobilizar para não ser moeda de troca em outras negociações internacionais", avalia.
 
Assessor de Política Agrícola da Fetag, Marcio Langer comentou sobre os dados do Relatório Socioeconômico da Cadeia Produtiva do Leite apresentado na Expointer. Segundo o diagnóstico, nos últimos dois anos, 19 mil produtores deixaram a atividade e 39 pequenas indústrias fecharam as portas. "Precisamos continuar a pressão no governo federal", concordou. (Assessoria de Imprensa Sindilat)
 

Foto: Bruna Karpinski 

 
 
 
Setor lácteo debate perfil do consumidor pós-crise
 
Os impactos da crise no consumo não devem sumir com a retomada da economia. A posição está alicerçada em mudanças concretas vivenciadas pelo consumidor brasileiro nos últimos anos. Segundo o gerente de marketing da Tetra Pak, Luis Eduardo Ramirez, que participou de reunião de associados do Sindilat nesta terça-feira (26/9), o consumidor aprendeu a comprar de uma forma mais inteligente, buscando promoções, transformação bem nítida em todas as classes, incluindo as mais altas. Citou que, em tempos de dificuldade, o consumidor migra de produtos premium para os mais básicos, um movimento que não deve ser retomado logo que o poder aquisitivo se elevar.  O cenário favorece o que  chama de "atacarejo", estabelecimento com venda por quantidade mas mais próximo do consumidor de maior poder aquisitivo. "Nesses canais, o cliente vai menos vezes no mês, mas, quando vai, gasta mais. As classes A e B aprenderam a comprar melhor".
 
Nas classes mais baixas, tem destaque a busca por embalagens menores como forma de minimizar o desembolso imediato. "Muitas vezes, no longo prazo, esse movimento não é o mais econômico. Mas isso nem sempre é racional". Ainda falou sobre mudanças nos hábitos das famílias, que estão menores, mas vivendo mais. "Precisamos trazer mais valor à produção. Não em preço, mas em relação à percepção do consumidor. Devemos entregar o que o consumidor procura e aquilo pelo que ele está disposto a pagar mais".
 
Em relação ao mercado lácteo, pontuou que a tendência em volume é positiva, mas cautelosa. A Tetra Pak projeta aumento de 2% no consumo nacional de leite UHT em 2017. Até 2020, a previsão é de um crescimento médio de 1,8% ao ano até 2020.
 
Dados Emater 
Durante a reunião de associados, o secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, ainda detalhou estudo divulgado pela Emater sobre o Relatório Socioeconômico da Cadeia Produtiva do Leite no Rio Grande do Sul. O levantamento foi apresentado na Expointer e indica que o Rio Grande do Sul tem 173 mil produtores com média de 349,5 por município. As propriedades têm, em média, 19 hectares. A Emater ainda indicou atuação de 225 indústrias em solo gaúcho que recebem, juntas, 4,1 bilhões de litros de leite ao ano de uma produção total de 4,47 bilhões de litros no Estado. No encontro,  também foram apresentados dados referentes ao Pub do Queijo, realizado na Expointer. Segundo o presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, o projeto deu início a uma participação mais efetiva do Sindilat na exposição. (Assessoria de Imprensa Sindilat)
 
Na foto: Luis Eduardo Ramirez
Crédito: Carolina Jardine

 
 
Receita da Fonterra aumenta em 2017, mas os lucros caem 15%
 
A Fonterra anunciou seus resultados anuais de 2017, que apresentam receita de até NZ$ 19,2 bilhões (US$ 13,96 bilhões), mas o lucro líquido após impostos caiu em NZ$ 745 milhões (US$ 541 milhões), uma redução de 11%.
 
A cooperativa da Nova Zelândia confirmou um pagamento final em dinheiro de NZ$ 6,52 (US$ 4,74) por quilo de sólidos do leite [equivalente a NZ$ 0,54 (US$ 0,39) por quilo de leite] para a estação de 2016/2017. Isso é composto por um preço ao produtor - Farmgate Milk - de NZ$ 6,12 (US$ 4,44) por kgMS [NZ$ 0,51 (US$ 0,37) por quilo de leite] e um dividendo de 40 centavos (US$ 29,08 centavos) por ação.
 
O presidente da Fonterra, John Wilson, disse que a capacidade da Fonterra de manter seu dividendo previsto, apesar do preço do leite ter aumentado 57% ao longo do ano e do impacto dos retornos negativos do fluxo, foi um excelente resultado. "Nós sempre precisaremos gerenciar a variabilidade em nossa cooperativa - tanto nos mercados globais como nas condições de produção local. Nós demonstramos nossa capacidade de lidar com essas condições e cumprir nossa estratégia novamente este ano".
 
Novos investimentos
Ele disse que a transformação contínua do negócio fez uma mudança fundamental na forma como a Fonterra opera, concentrando-se no aumento da eficiência e no desenvolvimento de novos fluxos de receita.
 
O negócio de consumo e serviços alimentícios teve um EBIT normalizado de NZ$ 614 milhões (US$ 446,42 milhões), um aumento de 6% em relação ao ano passado. O diretor executivo da Fonterra, Theo Spierings disse que, no ano passado, a Fonterra anunciou novos investimentos em toda a gama de linhas de produtos para consumidores e food service. Isso incluiu novas linhas de UHT em Waitoa, expansões de manteiga e queijo cremoso em Te Rapa, construção da maior planta de muçarela da cooperativa em Clandeboye, duas novas plantas de queijo cremoso em Darfield e a reabertura de suas plantas de queijo e soro de leite em Stanhope, na Austrália .
 
"O food service, em particular, é um negócio direcionado pela demanda e cada um desses investimentos é apoiado por um crescente livro de pedidos do cliente. Ter a capacidade e agilidade para atender rapidamente a demanda neste segmento é fundamental para o desenvolvimento de relacionamentos com os clientes e é o nosso ingresso no jogo em muitos dos nossos principais mercados", disse Spierings.
 
"Nossa estratégia V3 de impulsionar mais volume para maior Value at Velocity é o centro da nossa ambição e fornece a base para que nós financiemos e impulsionemos a inovação e a criação sustentável de valor. Este ano, a nossa força V3 garantiu a nossa capacidade de proporcionar ganhos sólidos em um ambiente de rápido aumento dos preços do leite".
 
Enquanto o EBIT normalizado de produtos ao consumidor e food service aumentou em NZ$ 614 milhões (US$ 446,42 milhões), a margem bruta caiu em 26,8%. Para sua divisão de ingredientes, o EBIT normalizado diminuiu em NZ$ 943 milhões (US$ 685,63 milhões). O EBIT normalizado da divisão da China aumentou em NZ$ 1 milhão (US$ 727.082).
 
A razão entre a dívida da cooperativa e o EBITDA aumentou de 2,8 em 2016 para 3,5 em 2017, embora esta ainda esteja abaixo da razão de 4,7 em 2015. Os resultados anuais também revelaram o salário da Spierings para 2017 em NZ$ 8,32 milhões (US$ 6,04 milhões).
 
Previsões
O total previsto disponível para o pagamento aos produtores na estação de 2017/18 é NZ $ 7,20- $ 7,30 (US$ 5,23-5,30) por quilo de sólidos do leite [equivalente a NZ$ 0,60-NZ$ 0,61 (US$ 0,43-US$ 0,44) por quilo de leite] composto por uma previsão de Farmgate Milk Price de NZ$ 6,75 (US$ 4,90 ) por quilo de sólidos do leite [equivalente a NZ$ 0,56 (US$ 0,40) por quilo de leite] e previsão de ganhos por ação na faixa de 45-55 centavos (US$ 32,7-39,98 a US$ 0,40) por ação.
 
Globalmente, a Fonterra disse que a perspectiva de produtos lácteos continua forte, com preços melhorados, mas a volatilidade continuará. 
 
Em 26/09/17 - 1 Dólar Neozelandês = US$ 0,72708 
1,37504 Dólar Neozelandês = US$ 1 (Fonte: Oanda.com)
(As informações são do Dairy Reporter, traduzidas pela Equipe MilkPoint)

 

IIº Summit Internacional de Inovação em Alimentos para a Saúde ocorre na Unisinos 
Para discutir a geração de produtos inovadores com as possibilidades de parceria com grandes centros mundiais de pesquisa e estimular a inovação da área de Alimentos e Nutrição, a Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos) promove o IIº Summit Internacional de Inovação em Alimentos para a Saúde. O evento, que é gratuito, ocorre nesta terça e quarta-feira (26 e 27/09), a partir das 13h30min, no Auditório da Unitec, no campus da Unisinos em São Leopoldo (RS). O evento destina-se a alunos e profissionais da área da saúde, nutrição e alimentos, além de empresários da área de alimentos e bebidas. Será distribuído certificado para os inscritos que tiverem 75% de frequência na atividade, que tem total de 12 horas. Confira mais informações e a programação completa pelo link: http://www.unisinos.br/eventos/ii-international-summit-in-nutrition-health-and-nutraceuticals-ex123274-00001. (Assessoria de Imprensa Sindilat)

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