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04/07/2017

 

Porto Alegre, 04 de julho de 2017                                              Ano 11- N° 2.533

 

  Leilão GDT: com exceção do leite em pó integral, preços se mantêm em queda
 
O leilão GDT desta terça-feira (04/07) manteve a tendência de queda (0,4%) no preço médio dos lácteos, fechando em preço médio de US$3.303/ton. Dentre os produtos, o leite em pó integral foi o único que apresentou variação positiva, com média de US$3.111/tonelada, aumento de 2,6% em relação ao último leilão. 

O leite em pó desnatado registrou uma queda significativa de 4,5%, fechando em média de US$2.090/tonelada, valor que se aproximar dos leilões de março e maio deste ano, quando o produto registrou suas maiores quedas. 

Para o queijo cheddar, o decréscimo nos preços foi de 3,2% e fechando em US$4.051/tonelada. Já a manteiga continua bem valorizada, com queda de apenas 0,1% em relação ao leilão anterior, fechando em US$5.775/tonelada. 

As vendas de lácteos registraram queda bem expressiva, sendo comercializadas 28.574 toneladas, valor 12% inferior ao do último leilão. 

Os preços futuros negociados para o leite em pó integral indicam um preço mais alto no mês de agosto e relativa estabilidade nos meses seguintes até dezembro. 

O cenário reflete o clima de incertezas predominante hoje no mercado internacional. Ainda há um nível considerável de estoques no mercado (principalmente de leite em pó desnatado na União Europeia) e o grande comprador mundial (China) apresenta, até agora, compras muito alinhadas às do ano passado (ou seja, não houve crescimento das importações chinesas de lácteos). 

Ao mesmo tempo, com um incremento dos preços do leite ao produtor em mercados importantes como União Europeia e Nova Zelândia, há uma perspectiva de melhoria (no médio prazo) da oferta global de leite. Por outro lado, os preços se mantém razoavelmente firmes, não demonstrando influência deste cenário mais baixista (bearish) de mercado. (GDT/Milkpoint)

Projeto para Alérgicos 

Em uma passagem rápida pela área de lácteos dos supermercados é possível identificar uma grande oferta de produtos destinados a quem é intolerante à lactose. O mesmo não ocorre para o público que sofre de alergia à proteína do leite de vaca. Uma inovação, no entanto, está sendo gestada no Rio Grande do Sul para a produção de um leite "não-alérgico".

O Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do Estado do Rio Grande do Sul (Sindilat) anunciou no mês passado que irá desenvolver um projeto-piloto para atender a este nicho de mercado, que hoje é proibido de consumir leite de vaca. A medida poderá, no futuro, ser mais uma opção de diversificação do portfólio da indústria, de melhor remuneração dos produtores e de aumento na profissionalização das propriedades, já que exigiria um controle severo sobre esse leite diferenciado.

No momento, o Sindilat busca parcerias para o projeto-piloto. O secretário-executivo do sindicato, Darlan Palharini, diz que os estudos vão considerar que a produção deve ter viabilidade econômica e que, na ponta do consumo, mesmo no caso de dietas especiais, o leite não pode sofrer grandes alterações de preços.

A veterinária Roberta Züge foi a responsável por apresentar os detalhes da novidade do leite destinado a quem tem alergia à proteína, no último Fórum Itinerante do Leite, em junho, em Palmeira das Missões (RS). Ela explica que esta tecnologia já é disseminada na Austrália e Nova Zelândia, países onde inúmeras fazendas comercializam o produto. "Uma empresa australiana detinha patente deste leite, mas isto caiu em 2015 e agora esta tecnologia pode ser usada em qualquer rebanho do mundo. Só que no Brasil ainda carecemos de normativas", comenta Roberta.

A produção de leite sem proteína passa por diversas etapas. As vacas da propriedade têm que passar por testes de genotipagem para verificar se produzem o leite com ou sem a proteína beta-caseína, que causa a alergia. Se o teste indicar a produção de leite tipo A2A2, sem a presença do gene A1, significa que essa vaca serve para disponibilizar leite aos alérgicos. O custo do teste laboratorial para a genotipagem é de cerca de R$ 70 por animal.

Num segundo momento, o produtor teria que segregar o rebanho A2A2 e ordenhá-lo separadamente. "Não muda nada no manejo, nem na alimentação deste gado", esclarece Roberta. De acordo com a veterinária, as pesquisas indicam que, originalmente, todos os bovinos produziam apenas leite A2A2. No entanto, por conta de uma mutação genética, os animais começaram a apresentar também o tipo A1. Estudos apontam ainda que os animais de origem zebuína têm prevalência maior de leite A2A2 do que o gado de origem europeia.

A professora da área de Tecnologia de Leite e Derivados da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Neila Richards, estima, no entanto, que o custo deste leite não sairia por menos de R$ 12 o litro, cerca de quatro vezes mais do que o longa vida integral. Ela observa que o produtor, o transportador, a agroindústria e o laticínio que vierem a trabalhar com o leite A2A2 terão que estabelecer um controle rigoroso para que não haja contato algum com o leite A1, que é o que provoca reações alérgicas principalmente em bebês e crianças pequenas.

"Só que para viabilizar o processamento deste leite pela indústria teria que ter uma quantidade expressiva. Possivelmente, o A2A2 terá um destino semelhante ao do leite de cabra pasteurizado, para um nicho de consumidores bem específico", prevê Neila.

Para o médico alergista Gil Bardini Alves, a iniciativa é importante na medida em que permitiria às crianças alérgicas ingerirem o alimento. "Mas teria que ser um leite comercialmente acessível. Hoje um grande limitante das fórmulas para tratamento da alergia à proteína do leite de vaca disponíveis é o custo. Algumas fórmulas chegam a custar mais de R$ 200 a lata", repara.

Em Minas Gerais, há uma experiência em andamento há cerca de 2 anos. O Criatório Villefort desenvolve, em larga escala, o mapeamento de animais que produzem leite A2A2. O criador Virgílio Villefort conta que já foi analisada a genotipagem de beta-caseína de quase 7 mil cabeças das raças Gir Leiteiro e Guzerá em fazendas localizadas nas cidades de Jaíba e Morada Nova de Minas.

Atualmente, são produzidos 2 mil litros de leite A2A2 por dia nessas propriedades. Segundo Virgílio, crianças alérgicas já provaram deste leite e relataram não terem sentido sintomas após a ingestão. O mapeamento também visa selecionar reprodutores e doadoras com genótipos A2A2 para abastecer o mercado nacional. O criador acredita que, no futuro, este tipo de leite terá um amplo alcance. "Em 25 anos, toda população mundial estará consumindo o leite A2A2".

Diferenças devem ser conhecidas
O médico alergista Gil Bardini Alves diz que não se pode confundir a intolerância à lactose e a alergia à proteína do leite de vaca. A primeira atinge mais os adultos, enquanto que a segunda prevalece mais em bebês e crianças. Os sintomas da intolerância são apenas intestinais: diarreia, cólicas e barriga estufada.

Já a alergia à proteína do leite é mais grave e pode causar manchas na pele, inchaço nos olhos e na boca, vômito e falta de ar. "Após a ingestão, alguns pacientes com alergia à proteína do leite podem ter quadro de anafilaxia (choque anafilático) que, se não for tratado corretamente, pode levar ao óbito", adverte. Para diagnosticar a intolerância à lactose, são usados exames de sangue ou o exame respiratório (teste do hidrogênio expirado).

Para diagnosticar a alergia é preciso fazer exames de sangue ou testes alérgicos. Mas Bardini explica que o exame referência, neste caso, é o de provocação oral, realizado em ambiente hospitalar por médico especialista. O paciente ingere quantidades crescentes do alimento e observa-se se há alguma reação. (Correio do Povo)

Queijo com novo Padrão

Assim como os grandes laticínios, muitas agroindústrias familiares percebem as novas demandas do mercado e preparam produtos para nichos específicos. Uma delas é a Granja Cichelero, de Linha Doze, interior de Carlos Barbosa, que há quase dois meses exibe um novo item em suas prateleiras, o queijo colonial com baixo teor de lactose. As primeiras remessas da novidade foram entregues ao varejo em junho.

• Produção de leite "não-alérgico" é aposta para o mercado

• Alta nas vendas de produtos com baixo teor de lactose aumenta investimentos

Atualmente, a propriedade familiar conta com 130 vacas produzindo diariamente 4,4 mil litros de leite. Todo o volume é transformado em 15 variedades de queijo que totalizam, em média, 470 quilos por dia. Para a fabricação do mais novo item do catálogo, a agroindústria lança mão do mesmo produto que os laticínios utilizam em larga escala: a lactase.

Esse é o nome da enzima colocada dentro da matéria-prima para transformar a lactose (açúcar do leite) em glicose. Depois desse procedimento, o leite transformado é destinado à produção do queijo com baixo teor de lactose, que demora cerca de 30 dias para ficar pronto para comercialização. O tempo é um pouco maior do que se leva para aprontar um queijo tradicional, de 15 a 20 dias. Pelo fato de o processo de fabricação ser diferenciado, a agroindústria cobra cerca de 15% mais do que os outros produtos.

Há cerca de três anos, um dos proprietários da granja, Daniel Cichelero, que é engenheiro de alimentos, já tinha feito uma experiência com queijo sem lactose com uma técnica diferente da atual. Embora o processo de fabricação fosse igual ao dos outros queijos, o tempo de maturação era muito maior, cerca de seis meses.

Pesquisas indicam que ao longo do envelhecimento, o teor de lactose do queijo vai se reduzindo. "Só que este queijo maturado ficava bem encorpado, mais seco e forte, e quem quer produtos sem lactose, prioriza queijos mais leves", percebeu o dono do negócio, que resolveu não levar a ideia adiante.

Desta vez, no entanto, a aposta na novidade é grande. O queijo colonial com baixo teor de lactose será lançado oficialmente durante a Festiqueijo, em Carlos Barbosa, que começou em 30 de junho e segue até 30 de julho. Segundo Daniel, será uma ótima oportunidade para receber o feedback da clientela.

O empreendedor espera atingir um público "interessante" em quatro meses. Habilitada pelo Sistema Unificado Estadual de Sanidade Agroindustrial Familiar, Artesanal e de Pequeno Porte (Susaf), a agroindústria destina grande parte de sua produção para casas de queijos na Serra gaúcha e na Grande Porto Alegre.

A família Cichelero elabora queijos há 14 anos, mas o tambo de leite tem mais tempo, foi inaugurado há mais de 50 anos. Além de renda, o negócio proporcionou transmissão de conhecimento entre as gerações. (Correio do Povo)

Demanda fraca antecipa queda do leite

A demanda enfraquecida por lácteos e o aumento na oferta de leite para processamento no país fizeram os preços médios ao produtor cair mais cedo do que o normalmente esperado neste ano. Em junho, os produtores brasileiros receberam, em média, R$ 1,172 pelo litro do leite entregue no mês anterior, um recuo de 0,26% na comparação com os R$ 1,175 de maio, de acordo com levantamento da Scot Consultoria. Para Rafael Ribeiro, analista da Scot Consultoria, a principal razão para o recuo do preço é "a demanda ruim", algo inesperado nestes meses mais frios do ano, quando geralmente o consumo de lácteos cresce. Ele acrescenta que a produção ascendente de leite também pressiona o mercado. Há maior oferta de matéria-prima no Sul do país - onde começou a safra - e aumento na captação de leite também em algumas regiões de São Paulo e Minas Gerais, onde o clima favorável e o alimento (milho e soja) mais barato têm estimulado a produção de leite. 

Conforme o Índice Scot de Captação de Leite, a captação da matéria-prima, na média nacional, teve alta de 1,4% em maio passado sobre abril, e dados parciais indicam aumento de 1,8% em junho sobre maio. Diante desses fatores, os preços ao produtor, no spot, no atacado e no varejo, que geralmente sobem até agosto, apresentam comportamento diferente. O levantamento da Scot mostra que o preço no mercado spot (negociação entre as empresas) de São Paulo em junho ficou em R$ 1,384, abaixo dos R$ 1,576 por litro de maio passado. No varejo e no atacado, os preços ficaram praticamente estáveis em junho, também algo inesperado, segundo Rafael Ribeiro. No atacado paulista, o litro de leite longa vida foi cotado a R$ 2,52, em média, em junho ante R$ 2,53 em maio. No varejo, o preço se manteve em R$ 3,38 por litro, em média, segundo a Scot. No atual ambiente, a maior parte dos 140 laticínios ouvidos pela Scot em sua pesquisa mensal, em 17 Estados, espera queda dos preços ao produtor este mês. Uma fatia de 61% prevê recuo, 33% creem em manutenção e apenas 6% veem espaço para alta. (Valor Econômico)

 

 

Balança

A balança comercial brasileira acumulou recorde histórico de US$ 36,219 bilhões no primeiro semestre de 2017, valor 53,1% superior ao alcançado no mesmo período do ano passado, o que representa o melhor resultado de toda a série histórica, iniciada em 1989. (Fonte: MDIC)

 
 

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