Porto Alegre, 03 de julho de 2017 Ano 11- N° 2.532
Leite UHT será tributado a partir de 2018
A partir de 1º de janeiro de 2018 o leite UHT comercializado em todo o Rio Grande do Sul, até então isento de ICMS, passará a ser tributado em 18%. A modificação foi oficializada por meio do decreto nº 53.612, publicado na última sexta-feira (30/7) no Diário Oficial do Estado.
"Esperamos que a tributação do leite UHT dê condições de o Estado tornar-se competitivo em outros produtos lácteos", comenta o secretário executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat), Darlan Palharini, destacando que a ideia é valorizar o leite industrializado no Rio Grande do Sul.
A medida resulta de trabalho do Sindilat para ajustar a legislação vigente e esclarecer as dúvidas dos laticínios associados no que diz respeito à data de início da tributação. Em maio deste ano, o governo do Estado publicou a Lei nº 14.988 fazendo referência à data de 1º de janeiro de 2017 para início da tributação do leite UHT. Com o decreto, o prazo foi corrigido. (Assessoria de Imprensa Sindilat)
Entidades ligadas à proteína animal planejam viagem à Ásia para abrir novos mercados
Créditos: Fernando Groff - SEAPI
Representantes de entidades ligadas à produção de proteína animal participaram de reunião para tratar de viagem à Ásia em novembro deste ano. A comitiva, coordenada pelas secretarias estaduais da Agricultura e do Desenvolvimento Econômico, deve contar com lideranças da indústria da carne bovina, aves, suínos e leite. O encontro, que ocorreu nesta segunda-feira (3/7) pela manhã na Secretaria da Agricultura (Seapi).
Segundo o secretário executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat), Darlan Palharini, os países da Ásia têm demanda por produtos lácteos. "Queremos conhecer mais detalhadamente qual é esta demanda. Uma das possibilidades é o mercado de queijos", avalia. Outros produtos de valor agregado, como o leite A2A2, indicado para pessoas que apresentam alergia à proteína do leite, também tem potencial de exportação.
O secretário da Agricultura, Ernani Polo, destaca que o objetivo da missão à Ásia é apresentar o potencial do Rio Grande do Sul e prospectar novos mercados. Entretanto, ressalta o titular da pasta, esta foi uma primeira reunião para tratar da viagem. Nas próximas semanas, outros encontros devem ocorrer. Enquanto isso, a Seapi aguarda que as entidades do setor manifestem interesse em participar da missão.
Também estiveram presentes na reunião dirigentes do Sindicato da Indústria de Carnes do Rio Grande do Sul (Sicadergs) e da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), além de representantes da Famurs e Fiergs. (Assessoria de Imprensa Sindilat)
Mercado Crescente
As vendas de leite com baixo teor de lactose (açúcar do leite) cresceram 40% em 2015 e mais 40% em 2016, revelaram dados da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas). A comercialização desta variedade já corresponde a 5% do mercado de leite no Rio Grande do Sul.
Em contrapartida, o volume de vendas do tradicional leite longa vida caiu 5% do final de 2014 ao final de 2016. De olho na forma como o alimento tem transitado na mesa dos gaúchos, as indústrias se movimentam para atenuar o enfraquecimento das vendas e aproveitar as oportunidades que surgem com um novo nicho de mercado.
Diante da equação, os laticínios atuam em pelo menos três frentes. Em uma delas buscam ampliar o portfólio de produtos. Em outra tentam desfazer os mitos criados em torno do leite longa vida para que o consumo do "carro-chefe" volte a crescer. E na terceira apostam na área de pesquisa para atender as novas exigências dos consumidores, que são crescentes (na página 2, conheça o projeto de produção de leite sem a proteína causadora de alergia).
Levantamento do Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados (Sindilat/RS) mostra que há potencial para fomentar o consumo no País. O brasileiro ingere, em média, 178 litros por ano. Os vizinhos argentinos e uruguaios consomem 203 e 242 litros, respectivamente. A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) recomenda o consumo anual de 220 litros por pessoa.
O aumento do consumo, contudo, depende da melhoria do poder de compra dos gaúchos impactados pela crise econômica, da reconquista da confiança perdida pelas fraudes de adulteração do leite reveladas nos últimos anos e também da disseminação de mais informações sobre o alimento, que é fonte barata de diversos nutrientes. "De tempos em tempos, aparecem informações sobre vilões da alimentação, como já ocorreu com o ovo e com o glúten. Agora, a vilã da vez é a lactose.
Mesmo sem um diagnóstico, as pessoas ouvem falar da intolerância à lactose e da alergia à proteína do leite de vaca e acabam restringindo o leite das suas dietas", observa o médico alergista Gil Bardini Alves, integrante da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia.
Para a professora da área de Tecnologia de Leite e Derivados da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Neila Richards, dois terços das pessoas que preferem o leite com baixo teor de lactose são influenciados por "moda" e não por necessidade. "O aumento exagerado do consumo do leite com baixo teor de lactose chega a ser um problema porque o organismo daquelas pessoas que não têm intolerância, quando fica muito tempo sem ingerir nada com lactose, começa a perder a enzima que tinha a função de quebrar o açúcar do leite", alerta.
A veterinária Roberta Züge, participante do Conselho Científico Agro Sustentável, recomenda que as pessoas busquem conhecer melhor os benefícios do leite. "Muitas vezes, circulam informações contrárias ao leite que são totalmente prejudiciais para aqueles que deixam de ingeri-lo. A conta vem com o tempo", adverte. Segundo a FAO, o leite contém proteínas, calorias, cálcio, magnésio, selênio, riboflavina e vitaminas A, B5, B12, C e D.
Valor agregado
Se a lactose é motivo para uma parcela de consumidores refutarem o tradicional leite longa vida, ela também abre oportunidades de mercado para os laticínios. O presidente do Sindilat e do Conselho Paritário Produtores/Indústrias de Leite do Estado (Conseleite), Alexandre Guerra, afirma que grande parte das indústrias já tem em seus portfólios produtos especiais. Para elaborá-los, as indústrias reduzem os níveis de lactose do leite, mas preservam todos os outros nutrientes.
Segundo Guerra, em 2016, uma parcela de 2,5% do total de leite processado no Brasil era destinada às linhas especiais, sobretudo para a de baixo teor de lactose. Em 2017, o percentual passou para 3,3%. "É uma oportunidade que existe para as indústrias e para os produtores. Quando uma empresa lança um novo produto, ela consegue agregar valor, ter uma margem diferenciada de lucro e remunerar melhor o fornecedor da matéria-prima", ressalta Guerra, que também é diretor administrativo e financeiro da Cooperativa Santa Clara. Em 2014, a empresa disponibilizou ao mercado o leite zero lactose e, na sequência, queijos, nata e doce de leite.
Atenta às tendências de consumo, a Cooperativa Piá também embarcou nesse mercado. De dois anos para cá, lançou leite, iogurte, requeijão, doce de leite e, mais recentemente, o achocolatado, tudo voltado para o público que restringe lactose na alimentação.
O presidente da Piá, Jeferson Smaniotto, diz que o mercado desse tipo de produto cresce na ordem de dois pontos percentuais ao ano. Segundo o executivo, os itens da linha especial saem da indústria com valor maior porque é necessário considerar os custos de produção mais elevados, bem como o tempo de fabricação, já que se inclui no processo industrial a etapa do uso da lactase, enzima que transforma a lactose em glicose.
O assessor de Política Agrícola da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Sul (Fetag), Márcio Roberto Langer, confirma que o produtor de leite consegue ser melhor remunerado na medida em que surgem novos produtos no mercado. No entanto, vai depender muito da região onde ele está inserido. "As marcas atentas às tendências estão muito concentradas no Vale do Taquari, na Serra e no Norte do Estado. Lá, há uma disputa mais acirrada pelo leite dos produtores, principalmente aqueles com melhor qualidade".
Segundo Langer, há um esforço da Fetag e outras entidades para se chegar a uma fórmula de formação de preço e de remuneração mais justa aos produtores, levando em consideração as mudanças no mix de produtos na área do leite nos últimos anos. (Correio do Povo)
Estados Unidos: novo kit de diagnóstico rápido para Febre Aftosa
Direção de Ciência e Tecnologia do Departamento de Segurança Nacional dos Estados Unidos (DHS S&T) anunciou a concessão de licenças de um kit de diagnóstico da Febre Aftosa de resposta rápida (três horas) pelo Centro de Produtos Biológicos Veterinários (CVB) do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Desenvolvido por um grande consórcio de investigação de agências federais, académicos e cientistas da indústria de sanidade animal, este é o primeiro kit de diagnóstico de Febre Aftosa que pode ser fabricado nos Estados Unidos, crítico para uma resposta rápida no caso de um surto de Febre Aftosa. Este kit de diagnóstico proporciona uma ferramenta importante para mitigar os impactos potencialmente catastróficos de um surto de Febre Aftosa. Este teste de alto rendimento pode ser utilizado para gado vacum, suínos e ovinos. "Este ensaio será uma ferramenta fundamental para a preparação e resposta perante emergências dos Estados Unidos e para assegurar a resiliência da pecuária dos Estados Unidos, uma infra-estrutura crítica", disse William N. Bryan, sub-secretário do DHS. "Fazer chegar com êxito este teste ao mercado exemplifica o tipo de associação público-privada entre o DHS S&T, os Centros de Excelência, os laboratórios governamentais e a indústria necessários para apoiar os programas pecuários e o controlo mundial e erradicação da Febre Aftosa. (IIAD/ Estados Unidos / 3três3)