Porto Alegre, 22 de maio de 2017. Ano 11- N° 2.504
A pequena Karina, de apenas cinco anos, chamou a atenção da mãe, a empresária Fernanda Castro, 32 anos, aos gritos, querendo se aproximar da vaquinha. "Adoramos a ideia! A Karina está encantada. Isso nunca aconteceu e é preciso valorizar a ideia da prefeitura em integrar a cidade com o Parque. Adorei", afirmou Fernanda.
O prefeito de Esteio, Leonardo Pascoal, que também participou da ação durante o sábado destacou a importância do envolvimento da Prefeitura de Esteio com a organização da feira. "Este ano, a Fenasul/Expoleite tem uma nova formatação, totalmente voltada para o público. Além disso, nosso objetivo é fazer com que a nossa cidade participe cada vez mais dos eventos realizados no Parque de Exposições. Essa é uma grande oportunidade para que a comunidade esteiense se faça presente em todos os dias da feira, Atrações não vão faltar tanto para adultos, quanto para as crianças", afirmou.
O evento contará neste ano com exposição de artesanato e praça de alimentação, além de uma extensa programação. Entre as novidades, o PUB do Queijo, promovido pelo Sindilat, um espaço de informação e degustação dos mais variados tipos de queijos produzidos no Estado. Com entrada e estacionamento gratuitos a Feira deve atrair público de Esteio e região.
Também estão previstas exposições de máquinas, animais e equipamentos, concurso de gado leiteiro, apresentações teatrais, shows, oficinas, palestras e remates são algumas das opções para quem for ao Parque Assis Brasil. Um dos destaques será o maior arroz de leite do Brasil, que será finalizado na manhã do dia 27 (sábado) e distribuído ao público.
Para quem gosta da cultura campeira tradicionalista, a dica são as atividades do Rodeio da Fenasul, considerado o maior do Brasil em número de laçadores. A expectativa dos organizadores é superar os números do ano passado, quando 730 duplas participaram da competição, além dos inscritos em outras modalidades individuais. O rodeio vai distribuir mais de R$ 100 mil em prêmios para os campeões.
A Fenasul/Expoleite/Rodeio da Fenasul é uma promoção do Governo do Estado, via Secretaria da Agricultura, Pecuária e Irrigação, em conjunto com a Secretaria do Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo; Subsecretaria do Parque de Exposições Assis Brasil; Prefeitura de Esteio; Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul); Federação dos Trabalhadores na Agricultura no RS (Fetag); Organização das Cooperativas do Estado do RS (Ocergs); Emater/Ascar-RS; Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat); Associação das Pequenas Indústrias de Laticínios do RS (Apil); Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas no RS (Simers); Associação dos Criadores de Gado Holandês do RS (Gadolando); Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC); Federação Brasileira das Associações de Criadores de Animais de Raça (Febrac); Federação Gaúcha de Laço; Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal (Fundesa) e Conselho Regional de Medicina Veterinária. (Assessoria de Imprensa Prefeitura de Esteio)
Crédito: Gabriel Valença
O combate ao artrópode tem sido discutido desde 2012 pela Secretaria Estadual de Agricultura. A estimativa é de que cerca de 180 mil bovinos morrem por ano em razão da tristeza parasitária. "Se conseguirmos evitar pelo menos 20% destas mortes, o programa já se paga", afirma o coordenador do Serviço de Doenças Parasitárias da Seapi, Ivo Kohek Júnior. A parte educacional será a primeira a ser implementada. Hoje e amanhã, ocorre um treinamento de biocarrapaticidograma destinado a 20 parasitologistas. Outros sete cursos estão previstos ainda em 2017. Já a premunição consiste em coletar o sangue de um bovino doador que é livre de doenças, mas ao mesmo tempo tem cepas atenuadas dos agentes de tristeza parasitária. A ideia é que o material seja disponibilizado para veterinários treinados e habilitados, para que seja inoculado em animais receptores. "Com isso, o animal fica imune à tristeza parasitária", explica Kohek. A forma como o material irá chegar ao produtor ainda não está definida. Segundo o pesquisador José Reck, do Instituto de Pesquisas Veterinárias Desidério Finamor (IPVDF), esta prática durante muito tempo foi feita sem controle.
O programa visa garantir a segurança ao criador de que a inoculação não trará o risco de disseminar outras doenças, já que o material será multiplicado dentro de um laboratório de referência, no próprio IPVDF. O órgão pertencia à Fepagro, que foi extinta pelo governo do Estado, mas permanece atuando vinculado à Seapi. Para que a iniciativa saia do papel, contudo, ainda é necessário a montagem da estrutura dentro do instituto. Ainda não há uma definição sobre o custo e a fonte dos recursos. O secretário da Agricultura, Ernani Polo, ressalta que a ausência de novos químicos dificulta o combate, já que os carrapatos tornaram-se resistentes aos produtos hoje disponíveis. (Correio do Povo)
Sanidade no programa
No momento em que a indústria projeta um período de aumento no volume de captação de leite -- depois de sucessivas quedas desde 2014 --, a sanidade do rebanho gaúcho é apontada como um fator fundamental para a abertura de mercados e o fortalecimento da cadeia. Para especialistas na área, trata-se de um aspecto da produção que ainda tem muito a melhorar. O tema da sanidade estará em foco durante a programação técnica da 40ª Exposição Estadual de Gado Leiteiro (Expoleite) e 13ª Feira Nacional de Agronegócios do Sul (Fenasul), que serão abertas nesta quarta-feira e seguem até domingo no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio. Embora a programação deste ano tenha se voltado principalmente para o público urbano (leia mais na página 2), eventos promovidos por entidades do setor, para produtores e veterinários, irão abordar a situação das principais doenças que acometem o gado leiteiro no Rio Grande do Sul.
O cuidado para evitar o ingresso de doenças e contaminações microbianas começa com medidas simples, como a higienização das botas utilizadas por produtores e veterinários que circulam de uma propriedade a outra. Porém, o entendimento de autoridades do setor é de que ainda há muito a ser feito. "Na cadeia da carne, especialmente de suínos e aves, já existe uma preocupação muito acentuada com a questão da biosseguridade", afirma o presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV/RS), Rodrigo Lorenzoni. "No leite, é necessário que os produtores e profissionais envolvidos tenham mais atenção com essa situação", recomenda. Por este motivo, segundo Lorenzoni, a biosseguridade será o tema do 7º Simpósio do Leite, que ocorre no dia 25 de maio, às 8h30min. Além da brucelose e tuberculose, as duas doenças mais temidas entre os criadores de gado de leite, outro desafio é a redução dos índices de diarreia viral bovina (DVBV). No Rio Grande do Sul, a prevalência é de 24%, conforme estudo realizado por meio de cooperação técnica entre o Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal (Fundesa), Ministério da Agricultura e Secretaria Estadual da Agricultura (Seapi). "Por ser uma doença viral, é de fácil transmissão", alerta o veterinário André Dalto, professor de Medicina de Grandes Ruminantes na Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs).
Outro fator que dificulta o controle é a necessidade de diagnóstico individual em cada animal. "Muitas pessoas acabam não vendo a doença como um grande problema, porque ela não é uma zoonose (não pode ser transmitida ao homem). Mas na verdade ela causa bastante prejuízo", explica Dalto, um dos palestrantes do simpósio. A programação também prevê um treinamento para adequação dos profissionais da área à atualização do regulamento técnico do Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose (PNCEBT), ocorrida em outubro de 2016. O curso será promovido pelo Sindicato dos Médicos Veterinários no Estado do Rio Grande do Sul (Simvet/RS), em parceria com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e a Secretaria da Agricultura, Pecuária e Irrigação (Seapi), no dia 25, às 9h. O PNCEBT foi instituído em 2001 e, desde então, tem se discutido a necessidade de atualizações. Uma das mudanças, relacionada à vacinação contra a brucelose, é a possibilidade de aplicação tanto da amostra B19 quanto da RB51. Até então, a RB51 só era permitida em casos excepcionais, enquanto a B19 era aplicada até os oito meses. "Agora, fica a cargo do veterinário ver qual a que melhor se adequa à propriedade, podendo aplicar tanto uma quanto a outra", ressalta a presidente do Simvet/RS, Angelica Zollin. (Correio do Povo)
Foco no consumidor
Tradicionalmente voltada à cadeia produtiva, a 40ª edição da Expoleite, que ocorre simultaneamente à 13ª Fenasul, terá como meta principal atrair o público urbano ao Parque de Exposições Assis Brasil. A nova roupagem do evento foi definida por um grupo de entidades, após a feira correr o risco de não ser realizada em 2017. A ideia é mostrar ao público a cadeia da produção e as vantagens do consumo do leite e seus derivados. Para isso, uma série de novidades foi incluída na programação. Uma destas atrações é o Pub do Queijo, iniciativa do Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do Estado do Rio Grande do Sul (Sindilat), que irá funcionar de quinta-feira a domingo, das 11h às 22h, na varanda da Farsul. Ao comprar um ticket, no valor de R$ 35, o visitante terá direito a degustar livremente queijos, embutidos e pratos quentes. Com isso, o Sindilat visa apresentar ao consumidor as particularidades das diferentes marcas e tipos de queijo. "A ideia é justamente trabalhar com o consumidor para que ele possa identificar as diversas marcas de queijo e possamos mudar a política que se tem hoje, em que ele pega o queijo fatiado e não identifica a marca", afirma o secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini.
A identificação do produto fatiado pelos supermercados está prevista em uma portaria deste ano da Secretaria Estadual da Saúde. Mas, conforme o Sindilat, nem todos os estabelecimentos têm cumprido a regra. O presidente da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), Antonio Cesa Longo, acredita que a questão deva estar solucionada dentro de 60 dias. Outra atração voltada ao público urbano será uma sobremesa preparada com o ingrediente principal da feira. O Instituto Rio-grandense do Arroz (Irga), por meio do programa de valorização do cereal, promete preparar o maior arroz de leite do mundo. A receita irá utilizar 200 quilos de arroz polido, 1,2 mil litros de leite integral, 1,2 mil unidades de leite condensado, 100 quilos de açúcar, dois quilos de canela em pau e um quilo de cravos da Índia. O doce será serviço gratuitamente no sábado, a partir das 9h30min. Como é a primeira vez que a Expoleite/ Fenasul será realizada neste formato, não há uma estimativa de público. O subsecretário do Parque de Exposições Assis Brasil, Sérgio "Bandoca" Foscarini da Silva, acredita que a feira possa se consolidar como uma "mini Expointer", evento que costuma atrair mais de 300 mil pessoas ao parque. No entanto, pondera que a falta de recursos para a divulgação possa restringir a participação. Apesar disso, Bandoca calcula que somente o rodeio promovido pela Federação Gaúcha de Laço, que inicia na quarta-feira, deva atrair cerca de 10 mil pessoas, entre participantes e espectadores.
UM ANO ESTÁVEL
A Expoleite/Fenasul deste ano ocorre num momento em que se projeta um crescimento de 2% a 3% na produção gaúcha de leite, segundo previsão do Sindilat, após dois anos de queda. Nos primeiros meses de 2017, o preço pago ao produtor também apresentou leve recuperação. "Ano passado, tivemos problemas de comercialização. Para este ano, a projeção é de mais estabilidade. Isso traz um novo ânimo para o produtor", observa o presidente da Comissão de Leite da Farsul, Jorge Rodrigues. O dirigente destaca, no entanto, a necessidade de que o crescimento da produção venha acompanhado de uma efetiva absorção deste produto pelo mercado. Para o secretário de Política Agrícola da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag), Márcio Langer, o aumento no volume de produção até pode ocorrer, mas no segundo semestre, já que nos primeiros meses do ano ele afirma não ter visto sinais de melhora. Na avaliação do dirigente, o incremento ainda irá depender de alguns fatores como a redução do desemprego no país earetomada no consumo de produtos lácteos com valor agregado. Por outro lado, Langer afirma que empresas que contam com um mix maior de produtos derivados do leite têm condições de remunerar melhor o produtor. Hoje os preços oscilam entre R$ 1 e R$ 1,45 o litro. "O leite longa vida e o leite em pó não têm tido uma remuneração muito boa, nem para a indústria e nem para o produtor. Quando se tem outro portfólio, se consegue agregar mais valor", avalia. (Correio do Povo)
O tradicional concurso leiteiro do gado Holandês na Expoleite/Fenasul começa na quarta-feira, às 6h, com a primeira das cinco ordenhas dos animais. A última ocorre na quinta-feira, às 14h. Para a classificação final, são excluídos os dois maiores volumes e feita uma média de cada vaca. O vencedor será anunciado às 17h do dia 25, e terá direito ao banho de leite. O julgamento de classificação de machos e fêmeas, por sua vez, se inicia na sexta-feira, às 14h. Neste ano não haverá o concurso de sólidos. O superintendente técnico da Gadolando, José Luiz Rigon, destaca que os criadores estão otimistas com o novo formato da exposição. "O produtor está sendo parceiro, vindo à feira, mesmo com todas as dificuldades", observa. Segundo Rigon, a exposição contará com cerca de 30 produtores de diversas regiões, que levarão a Esteio 124 animais, incluindo aqueles que irão a julgamento e aqueles que participam do concurso leiteiro. Outro destaque, cita, é a participação das cooperativas. (Correio do Povo)