Porto Alegre, 27 de abril de 2017. Ano 11- N° 2.488
Indústrias do setor lácteo esclareceram suas dúvidas referente ao Programa Mais Leite Saudável, criado pelo Ministério da Agricultura (Mapa), em reunião nessa quinta-feira (27/4). O encontro, promovido pelo Mapa, Sindicato das Indústrias dos Laticínios do RS (Sindilat) e com o apoio do Fundesa, foi realizado no auditório da superintendência do Mapa, em Porto Alegre (RS). O fiscal federal agropecuário Roberto Lucena e o auditor fiscal federal Bruno Leite, representando o ministério, divulgaram os últimos relatórios da iniciativa e apresentaram as etapas obrigatórias para a execução dos projetos.
O presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, ressaltou a importância do controle sanitário das propriedades rurais e das indústrias. "Se quisermos transformar nosso Estado em exportador, temos que estar com a sanidade controlada", disse Guerra, lembrando que todos os associados são motivados a investir partes dos seus recursos contra brucelose e tuberculose. O secretário-executivo do sindicato, Darlan Palharini, destacou a relevância do programa. "Deve ser levado a sério, pois melhora a qualidade dos produtos e amplifica a competitividade da indústria no estado", concluiu.
Conforme apontou Lucena, o encontro é propício, já que o programa completou um ano de andamento. "Entendemos que esse é a hora de trabalhar a qualificação e aprimoramento de projetos para potencializar resultados", afirma. Em um ano, só no RS, já foram movimentados mais de R$ 32,6 milhões, com 51 projetos apresentados e 20 mil produtores impactados direta e indiretamente pela iniciativa. Uma das preocupações, agora, é angariar mais indústrias para participar do programa.
Outro ponto destacado por Lucena é a necessidade de cumprimento do prazo para os ajustes nos projetos das indústrias. Os laticínios devem encaminhar o projeto ao Mapa, que protocola a documentação e concede habilitações provisórias às empresas, verifica possíveis irregularidades nas solicitações e publica um parecer técnico no Diário Oficial da União (DOU), do Mapa. Diante disso, há 30 dias para realizar mudanças apontadas no relatório e enviar para a publicação no DOU da Receita Federal, que concede a habilitação definitiva para o andamento do projeto.
As questões referentes à coordenação de boas práticas e bem-estar animal envolvidas foram explicadas pelo auditor Bruno Leite. Ele frisou que a assistência técnica deve ser direcionada, principalmente, aos produtores que não têm esse benefício, e complementar aqueles que já são assistidos em outras áreas de atuação, como a sanidade animal e o melhoramento genético. Outro ponto levantado é a comunicação entre os laticínios e o Ministério, que deve ser constante e antecipada. "Se uma propriedade notar que um antígeno vai faltar, deve nos notificar antes desse problema ocorrer, e não depois", exemplificou.
Dúvidas sobre os recursos financeiros, tributos e prazos foram esclarecidos ao final da reunião com empresas presentes. O advogado Eduardo Plastina, que presta assistência jurídica aos associados em nome do Sindilat, também ajudou nos esclarecimentos sobre legislação. Na ocasião, uma reunião foi pré-agendada para tratar sobre o novo Regulamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Riispoa), na próxima quarta-feira (3/5), também no auditório do Mapa. (Assessoria de Imprensa Sindilat)
Foto: Vitórya da Cruz
A preocupação de empresas do agronegócio do Rio Grande do Sul com a possibilidade da redução de créditos presumidos teve alívio de um lado, mas não de outro. Nesta semana, deputados estaduais aprovaram a retirada do regime de urgência do projeto de lei 214 (prevê a diminuição em até 30% do benefício fiscal). Ou seja, não tranca mais a pauta. Na prática, ganha-se tempo para voltar a apreciar o tema.
Por outro lado, a proposta de lei complementar 343, que tramita na esfera federal, instituindo o regime de recuperação fiscal dos Estados e cobrando como contrapartida redução de 10% de créditos fiscais, segue tramitando no Congresso.
- A retirada de urgência do PL 214 fica sem efeito perante o 343. Mas não existe espaço para a indústria de leite ter redução de crédito presumido. Até porque o Estado vem perdendo a capacidade competitiva - argumenta Alexandre Guerra, presidente do Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do RS (Sindilat-RS).
O dirigente lembra que a participação gaúcha vem encolhendo no cenário nacional. O Estado deixou de ser o segundo maior produtor de leite, posição agora do Paraná.
Os paranaenses também são apontados como um dos principais concorrentes na produção de suínos e de aves. Rogério Kerber, diretor-executivo do Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos do Estado (Sips), lembra que eles têm "um tratamento diferenciado em tributos".
- Não entendemos o crédito presumido como um benefício. É uma equalização da carga tributária com outros Estados. É a recomposição, de forma precária, da isonomia de impostos - completa Kerber.
Da mesma forma, as empresas de aves manifestam inquietação com o tema.
- A redução dos benefícios aumenta a carga tributária. E tira a nossa competitividade. Os setores estão se movimentando para que isso não aconteça - afirma José Eduardo dos Santos, diretor-executivo da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav). (Zero Hora)
O entendimento do consumidor sobre os benefícios nutricionais da proteína está crescendo na Ásia, de acordo com a pesquisa da NZMP, a marca de ingredientes da Fonterra, da Nova Zelândia. A NZMP realizou pesquisas comparativas em cinco mercados: Indonésia, China, Japão, Reino Unido e EUA. "Queríamos entender como podemos operar neste mercado altamente fragmentado que a proteína está entrando", disse Roshena de Leon, gerente global de insights da NZMP.
Consumo de proteínas - Ásia
Ela apresentou as principais descobertas da pesquisa da NZMP no recente evento da indústria, Protein Now, que a empresa realizou em Cingapura. Dos cinco mercados pesquisados, a Indonésia registrou o maior nível de conscientização sobre proteínas, com 91%, seguida por Reino Unido, com 87%, Japão, com 85%, Estados Unidos, com 84% e China, com 75%.
De Leon atribuiu a alta conscientização sobre proteína da Indonésia aos programas de nutrição do governo, que destacam a importância da proteína para a saúde. Ela ressaltou que 47% dos entrevistados entendiam a importância da proteína na manutenção do bem-estar corporal.
Na China, por outro lado, embora a proteína seja considerada positiva, ao lado de vitaminas e minerais, os participantes do estudo apresentaram visões fragmentadas sobre como ela beneficiava a saúde geral. Por exemplo, 20% disseram que a proteína deu energia e resistência ao corpo, enquanto 14% disseram que a proteína era boa para manter o bem-estar corporal. Outras percepções da proteína incluíram tornar os corpos mais fortes (13%), os bons nutrientes que oferece (11%) e impulsionar o sistema imune (9%).
No Japão, no Reino Unido e nos EUA, a proteína está fortemente ligada à nutrição esportiva, e os consumidores a percebem como um nutriente crucial para fortalecer os músculos. Por último, o estudo constatou que a maioria dos consumidores de todos os cinco mercados acreditava que a melhor fonte de proteína é oriunda de animais - seja por meio de carne, lácteos ou ovos.
"A robustez da proteína animal atrai consumidores", disse de Leon. A textura e o sabor da proteína animal também foram preferidos. A demanda asiática por produtos de proteína também deverá aumentar 11% até 2021. (As informações são do Dairy Reporter, traduzidas pela Equipe MilkPoint)
A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) anunciou ontem que vai utilizar todos os instrumentos legais, constitucionais e políticos para resolver a questão das dívidas passadas e também o futuro do Funrural, que teve a constitucionalidade de sua cobrança reconhecida pelo Supremo Tribunal Federal em março. Em nota divulgada à imprensa, a entidade revelou que está articulando uma ação política que pode se encaminhar para a apresentação de um projeto de lei que trate do assunto. "Lembramos que o próprio relatório da Reforma Previdenciária já extingue o Funrural, ao que somos favoráveis", destaca um dos trechos do texto. (Correio do Povo)