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24/03/2017

 

Porto Alegre, 24 de março de 2017.                                               Ano 11- N° 2.467

 

Venda de leite dos EUA deverá cair até 2020, segundo relatório da Mintel

Um relatório recente do Mintel diz que a categoria de lácteos dos EUA verá um declínio contínuo nas vendas, em contraste com seu forte crescimento em 2014, quando houve uma combinação de preços elevados do leite, aumento da demanda internacional e reposicionamento dos lácteos para alinhar com as tendências de saúde. A empresa de pesquisa de mercado prevê que o total de vendas de lácteos dos EUA caia para US$ 15,9 bilhões, uma queda de 11% durante o período de 2015 a 2020.

"O consumo de leite líquido nos Estados Unidos vem decaindo há décadas. O consumo mais baixo vem à medida que os consumidores aumentam o consumo de outras bebidas, desafiando a indústria láctea a oferecer produtos para serem consumidos em múltiplas ocasiões, com uma variedade de benefícios e aplicações".

O crescimento da categoria de "leites não derivados do leite bovino" continuará a ameaçar o consumo de leite dos Estados Unidos, acrescentou o relatório. "O crescimento de leites não derivados do leite bovino continuará já que muitos consumidores estão se tornando adeptos aos leites vegetais. A maioria dos consumidores de leite também diz ter consumido esses leites alternativos nos últimos três meses". 

Leite vegetal 
A inovação dentro da categoria mantém os consumidores interessados e a grande variedade de leites vegetais ajuda a atender a uma variedade de necessidades de saúde dos consumidores e preferências de sabor. As vendas totais de leites não derivados do leite bovino nos EUA totalizam atualmente cerca de US$ 2 bilhões, mas o Mintel previu que a categoria atingirá quase US$ 3 bilhões até 2020, com crescimento interanual contínuo. No entanto, a crescente tendência alimentar sobre a adição de proteína fez com que alguns consumidores questionassem a quantidade do nutriente nos leites alternativos em comparação com o leite de vaca.

A fabricante de leite à base de grãos, Ripple, disse que o leite de amêndoa, que é o leite mais popular dentre os alternativos, contém apenas um grama de proteína por 30 mL, enquanto que a bebida de coco contém zero. Os produtos da Ripple oferecem oito gramas de proteína por 30 mL, a mesma quantidade que o leite. Apesar de enfrentar a concorrência direta de alternativas de produtos a base de vegetais, o Mintel disse que os fabricantes de lácteos têm outras oportunidades de espaço em branco para aproveitar.

"O leite é conhecido por beneficiar a saúde óssea, mas há uma porcentagem muito menor de consumidores bebendo leite pelos benefícios para o coração ou para perda de peso. Há uma oportunidade de destacar melhor esses atributos e expandir as percepções dos consumidores sobre os benefícios do leite para a saúde. No entanto, com a maioria dos consumidores bebendo leite porque gostam do sabor, também deve haver uma maior ênfase no perfil do sabor do leite. Gostar do gosto é uma das principais razões pelas quais os consumidores bebem as bebidas que consomem". (As informações são do Dairy Reporter, traduzidas pela Equipe MilkPoint)

  

 
A proposta é que produtos não lácteos deixem de ser chamados de "leite"

O congresso dos Estados Unidos considera proibir produtos alternativos. Defendem nos Estados Unidos os valores nutricionais únicos do leite. O Congresso dos Estados Unidos expressou sua preocupação em um assunto de interesse popular como o leite. Tratam por via legal de que se preservem seus valores nutricionais e de que se proíba que também se chame como tal, produtos alternativos. O senador Tammy Baldwin de Wisconsin e o representante de Vermont, Peter Welch, ambos do partido democrata, propõem uma lei que proíba que se denomine "leite" a produtos não lácteos alternativos elaborados com amêndoa, soja, aveia, avelã, ou cânhamo, publicou La Vanguardia da Espanha. O conjunto de agricultores que se dedicam a abastecer as indústrias de laticínios, se reúnem contra estes produtos não lácteos, pois consideram que sofrem com esta concorrência desleal, já que enganam o consumidor. O produto não leva leite e é comercializado com este nome, diz a publicação.

Benefícios
Segundo Baldwin, o fato de alternativas não lácteas serem vendidas com esta denominação, "é uma afronta aos produtores que trabalham duro a cada dia para elaborar um produto nutritivo". "Estas imitações que usam o bom nome do produto lácteo em benefício próprio, são contra a lei", acrescenta o senador de Wisconsin. Ainda mais neste momento que o veganismo e o leite a base de plantas está em pleno auge, os pecuaristas norte-americanos se juntam para evitar que o nome "leite" passe a representar uma cópia do original. "As cópias se apresentam como uma adulação, mas produtos chamados leite, que evidentemente não o são, aumentam, estão mal classificados e representam uma enganação", afirma brad Nevin, produtor de leite membro da Associação de produtores de Leite de Wisconsin. (El Observador - Tradução livre: Terra Viva)

Uruguai tem a oportunidade de se inserir em cadeia global de valor

Um estudo do Banco Mundial (BM) afirma que é possível que a indústria de laticínios e a Tecnologia de Comunicações e Informações (TICs) do Uruguai tenham a oportunidade de serem incoporadas às cadeias globais de valor (CGV), que é a forma predominante do comércio mundial, adiantou a El Observador, Gonzalo Varela, um dos autores do trabalho. Técnicos do BM trabalharam em ambos os setores. Os lácteos como "um setor tradicional com problemas, que exporta ou deixa de exportar, mas, que não ganha tudo o que poderia", explicou Varela. Em contrapartida, as TICs "é um setor novo e inovador". Para o BM, o problema do setor lácteo uruguaio é que "tem experiência mas, foca em determinados produtos de baixo preço devido a pouca ou nenhuma diferenciação". No estudo são visualizados "subsetores" que podem melhorar, como o caso dos queijos artesanais. Os técnicos do BM realizaram uma análise quantitativa, o que quer dizer, ao nível de valor agregado da cadeia láctea, com a ideia de "ver como podemos ajudar o Uruguai a estar mais perto dos consumidores, já que hoje vende os produtos a multinacionais e não ao consumidor final", disse Varela. 

O caminho é "diferenciar" e tender a "produtos Premium", que habitualmente começam por desenvolver em mercados locais e logo se movem para nichos de alto valor. A ideia é como intervir nesse processo". Varela explicou que as CVG "dão oportunidades de ser provedores de empresas grandes que têm poder de inserção" nos mercados, como o caso da Conaprole, ao mesmo tempo em analisam quais as políticas públicas utilizar. Existem temas chaves como redução de custos na cadeia, a especialização, por exemplo em alguns dos componentes da cadeia, e os avanços em infraestrutura e logística. Está comprovado que a melhora de 10% em rodovias aumenta 23% o valor agregado no Uruguai. O setor público e o privado devem identificar qual a fase da cadeia é competitiva. (El Observador - Tradução livre: Terra Viva)

 

Previsão de aumento da produção de leite na EU em 2017 dependerá da evolução dos preços
A produção de leite na União Europeia (28 países membros) em 2017 poderá aumentar 0,6% em relação a 2016. Este aumento seria consequência dos melhores rendimentos, que se espera que aumentem em 2%, apesar de as fazendas leiteiras poderem cair em 1,6% em 2017, de acordo com estimativas da Comissão Europeia. Especificamente, prevê-se uma redução em 380 mil cabeças, especialmente de fazendas holandesas, como resultado do Plano de Redução de Fosfato. As entregas na UE-28 podem aumentar na primavera e chegar a um nível semelhante ao de 2016 no final do segundo trimestre. Na segunda metade do ano, as entregas poderiam ser acima dos níveis do ano anterior, desde que os preços não caiam. Um fator que pode ter um impacto sobre os preços é o crescimento na oferta mundial de leite. A produção nos EUA e na Nova Zelândia provavelmente aumentarão durante todo o ano, embora a demanda por manteiga e queijo permaneça forte. É necessário ver se o crescimento da demanda é suficiente para equilibrar qualquer aumento na produção de leite. Outra incógnita é o impacto que os volumes de intervenção da União Europeia de leite em pó desnatado terão sobre os preços do leite. Não devemos esquecer que atualmente estão armazenadas 350 mil toneladas, representando 30% da produção anual. (As informações são do Agrodigital, traduzidas pela Equipe MilkPoint)
 

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