Porto Alegre, 21 de fevereiro de 2017. Ano 11- N° 2.446
O preço de referência do leite deve ter recuperação no mês de fevereiro no Rio Grande do Sul. Dados divulgados pelo Conseleite nesta terça-feira (21/2), na sede da Farsul, indicam alta de 6,27%, levando em conta um valor projetado de R$ 1,0034 frente ao preço de R$ 0,9442 consolidado em janeiro de 2017. O resultado vem depois de seis meses de queda no valor padrão apurado. Segundo o professor da UPF Eduardo Belisário Finamore, o preço de referência do leite volta à casa de R$ 1,00 puxado para alta do leite UHT (6,15%) e do leite em pó (9%). "O preço de referência é um sinalizador, mostra o comportamento do leite regido pelo mercado", justifica.
O presidente do Conseleite e Sindilat, Alexandre Guerra, explicou que o preço de referência não é um valor acabado. "As empresas geralmente pagam bonificações por qualidade e por quantidade, valores que não estão retratados nos números do Conseleite, que devem ser vistos apenas como balizadores", ponderou, lembrando das dificuldades de remuneração vividas tanto pelos produtos quanto pelas indústrias. Segundo ele, as indústrias estão pagando mais do que podem pelo produto no campo na tentativa de manter abastecimento.
O tesoureiro do Conseleite e diretor da Farsul, Jorge Rodrigues, diz que o resultado deste mês dá otimismo aos produtores, uma vez que já traz sinais de recuperação de consumo, tradicionalmente esperada para o mês de março com volta às aulas e fim da temporada de veraneio. Contudo, a evolução da receita da atividade no campo foi salientada pelos produtores que reclamam dos altos custos. Rodrigues argumentou que a produção leiteira tem perdido espaço para a soja, que oferece maior rentabilidade. Além disso, a falta de mão de obra para operacionalizar a atividade leiteira também é um dos agravantes desse cenário.
IMPACTO DO CALOR - Durante reunião do Conseleite, o assessor da Fetag Márcio Langer levantou o problema vivido nos últimos dias nos tambos com as altas temperaturas e o impacto na qualidade do leite. O calor de mais de 36°C tem afetado direto a produção, uma vez que eleva a acidez das cargas, o que, muitas vezes, obriga rejeição por parte da indústria. Segundo o setor, é preciso ajuste nos padrões do Riispoa para garantir o aproveitamento em casos esporádicos. Foi definido que um ofício do Conseleite será enviado ao Ministério da Agricultura pedindo revisão da questão. A pauta também será apresentada na próxima reunião da Aliança Láctea, que reúne os três estados do Sul, no dia 17 de março. (Assessoria de Imprensa Sindilat)
Jorge Rodrigues e Alexandre Guerra
Foto: Carolina Jardine
O Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat) criou grupo técnico para debater detalhes das resoluções RDC 135/2017 e RDC 136/2017, que alteram a rotulagem de produtos em relação à lactose. A decisão foi tomada em reunião na tarde desta terça-feira (21/2) na sede do Sindilat durante encontro mensal de indústrias associadas. As empresas têm 24 meses para atender às normas. A primeira reunião do grupo deve ocorrer no dia 14 de março, em Porto Alegre. Cada empresa deve indicar um participante para os debates tributários e de qualidade.
Durante o encontro, as empresas também avaliaram a tramitação do PL 214, que revisa incentivos fiscais para as empresas, na Assembleia Legislativa. "Estamos acompanhando o assunto. Não há margem para revisão", reforçou o presidente do Sindilat, Alexandre Guerra. A diretoria também comunicou aos associados que haverá reunião da Câmara Técnica do Conseleite no dia 21 de março, em Passso Fundo. No encontro, a ideia é avaliar a formação dos preços do leite e custos de produção. Guerra convidou os presentes a integrarem-se ao debate.
Lei do Leite - Palharini ainda informou que o Sindilat já encaminhou à Secretaria da Agricultura (Seapi) ajustes a serem realizados na Instrução Normativa (IN) 13, que normatiza a Lei do Leite. Os apontamentos surgiram após reunião com a técnica da Seapi Karla Oliz e associados neste mês de fevereiro. "A lei foi exaustivamente trabalhada pelo setor com apoio do Sindilat. Agora estamos na fase de ajustes finais", completou a consultora Letícia Cappiello.
Reunido com as empresas, o secretário da Agricultura, Ernani Polo, disse estar aberto aos ajustes necessários no texto para que a Lei do Leite contribua para o avanço do setor como um todo. Ele ainda informou que o Estado estuda um modelo delegado de inspeção, que autorize profissionais homologados a exercerem atividades hoje exclusivas de servidores. "O poder público ficaria focado na defesa e fiscalização", pontuou Polo. (Assessoria de Imprensa Sindilat)
Secretário Ernani Polo apresenta projeto da Fenasul a laticínios
O secretário da Agricultura, Ernani Polo, esteve reunido, na tarde desta terça-feira (21/1), com laticínios gaúchos para angariar apoio para a realização da Expoleite/Fenasul, em Esteio. A ideia é promover um evento gastronômico com apoio do setor laticinista para estimular o consumo e mostrar as potencialidades do produto de forma a movimentar a agenda da Fenasul.
As empresas associadas ao Sindilat mostraram-se interessadas em colaborar com projeto. O secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, deve apresentar, nos próximos dias, um estudo sobre a viabilidade de adesão do sindicato e de um modelo atrativo para empresas e consumidores. (Assessoria de Imprensa Sindilat)
O presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, pontuou que para os produtores de leite é inviável emitir a NF-e já que as coletas nas propriedades são diárias. O principal motivo é a falta de sinal de Internet no meio rural. O fato de que na nota fiscal usual não consta o valor do produto - o preço é definido sempre no mês seguinte à entrega, quando são feitos os pagamentos - é outro agravante. O pleito da entidade é que os produtores de leite sejam dispensados da emissão da NF-e e que possa ser utilizada a nota fiscal de entrada que hoje é feita sempre no final de cada mês pela indústria. Marsillac ficou de agendar uma reunião somente com representantes do setor lácteo para tratar das especificidades do setor lácteo.