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13/02/2017

Porto Alegre, 13 de fevereiro de 2017.                                               Ano 11- N° 2.440

 

Conseleite/MS 

A diretoria do Conseleite - Mato Grosso do Sul reunida no dia 10 de fevereiro de 2017, aprova e divulga os valores de referência para a matéria-prima, referente ao leite entregue no mês de janeiro de 2017 e a projeção dos valores de referência para leite a ser entregue no mês de fevereiro de 2017. Os valores divulgados compreendem os preços de referência para o leite padrão levando em conta o volume médio mensal de leite entregue pelo produtor. (Famasul)

 
 

 
Confinamento confortável

Em 2015, o Rio Grande do Sul perdeu o posto de segundo maior produtor de leite do Brasil. Hoje, aparece atrás de Minas Gerais e Paraná, com um volume de 4,5 bilhões de litros por ano, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para retornar à vice-liderança, precisa encontrar formas de aumentar a produtividade do seu plantel. Uma das possibilidades, já em testes desde 2011 em várias regiões do País, é o uso de um novo tipo de confinamento, o Compost Barn. Diversos produtores gaúchos que já apostaram na prática acreditam que o sistema gera mais conforto e bem-estar animal com reflexos no aumento da produtividade. A experiência estará em discussão no 4˚ Fórum Itinerante do Leite, em Palmeira das Missões, em 25 de abril. O pesquisador da área de Saúde Animal e Qualidade do Leite da Embrapa Gado de Leite, de Juiz de Fora (MG), Alessandro de Sá Guimarães, explica que o Compost Barn, que pode ser traduzido por "estábulo de compostagem", chegou ao Brasil depois de ser adotado por produtores norte-americanos dos estados de Virgínia e Minnesota, no início dos anos 2000. O Compost Barn consiste em manter o rebanho leiteiro o tempo todo dentro de um galpão. O chão é coberto por uma "cama", de serragem ou outro material orgânico de fácil disponibilidade, que também absorve a urina e as fezes dos animais. Pelo menos duas vezes ao dia, com o uso de um trator, essa cama tem que ser revolvida para facilitar a entrada de oxigênio e favorecer o processo de compostagem. Esse manejo ocorre quando as vacas são levadas para a ordenha. 

A cama orgânica ajuda a evitar lesões de casco nos animais, ao substituir o piso de concreto usado no sistema de confinamento Free Stall. No Compost Barn as vacas não ficam retidas em baias e podem caminhar pelo galpão. Guimarães diz que o espaço que tem que ser disponibilizado é de 10 a 13 metros quadrados por animal, dependendo das características e do tamanho de cada raça. Os galpões também são equipados com ventiladores para aliviar o calor e manter seca a cama orgânica. De acordo com a Embrapa Gado de Leite, o investimento necessário para instalação do sistema varia entre R$ 3,5 mil e R$ 5 mil por vaca. O veterinário Marcos Souza de Freitas, único produtor de leite a adotar o sistema até o momento no município de Santa Rosa, trabalha com o Compost Barn desde outubro do ano passado. Em quatro meses, já comemora o resultado. Atualmente, ele usa o galpão para acomodar32 vacas Jersey - a capacidade máxima é para 60 animais. A produção média de cada vaca passou de 17 litros para os atuais 25 litros por dia. "No Compost Barn as tarefas são mais pontuais", acrescenta. Apesar de perceberem adesão crescente ao sistema tanto no Rio Grande do Sul quanto no Brasil, pesquisadores e veterinários ainda não dispõem de números que deem a dimensão desse aumento. A Embrapa Gado de Leite deve concluir neste ano uma pesquisa sobre o Compost Barn no Brasil. O levantamento começou em 2014, focado em fazendas da região Sudeste. Apesar disso, foram enviados questionários eletrônicos para propriedades de todas as regiões brasileiras. " Queremos publicar um material com recomendações técnicas para orientar os produtores", adianta Guimarães.

É por conta da ausência da comprovação de dados que o vice-presidente do Conselho Paritário Produtores/Indústrias de Leite do Estado (Conseleite/RS), Jorge Rodrigues, recomenda cautela a quem pensa em apostar na prática. "Podemos dizer que ainda é um investimento de risco, porque não temos o domínio dessa tecnologia. No Rio Grande do Sul tem muita chuva e sabemos que a umidade é um limitador", alerta. Para Rodrigues, outro ponto que pode inviabilizar o sistema é a carência da matéria utilizada para acama orgânica - geralmente, serragem. " O produtor tem que estar ciente de que vai ter que ter esse material sempre disponível", adverte. A professora de Medicina Veterinária da Unijuí, Denize Fraga, diz que tem crescido muito a opção pelo Compost Barn no Nordeste e Noroeste do Estado. " Em função de a soja ter se alastrado na região, os produtores passaram a procurar alternativa para o seu rebanho em áreas pequenas", observa. Apesar da carência de estudos, este tipo de confinamento tem gerado resultados satisfatórios, segundo Denize. "É um sistema que proporciona mais conforto para o animal, porque reduz o estresse térmico, sobretudo no verão. É preciso ter em mente que a vaca necessita de água e alimento de qualidade, uma cama confortável e temperatura adequada. Disponibilizados esses itens, ela atinge o máximo de conforto e gera mais leite e mais renda para a propriedade". O presidente do Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do Estado (Sindilat/RS), Alexandre Guerra, diz que a produtividade é fundamental para aumentar a competitividade dos produtores gaúchos. "Por estarmos mais distantes dos estados consumidores, nosso custo logístico é maior; e tem ainda a questão tributária, que impacta a nossa produção", comenta. (Zero Hora)

  
 
A volta de um antigo inimigo das dietas de emagrecimento inquieta o mercado

Depois de décadas de ostracismo dietético a manteiga volta a ser tendência. Seu preço explode nos mercados mundiais e a escassez ameaça, mesmo a França, terra de bolos e croissants. Na Europa, o consumo subiu 1,4% em 2016 e a demanda continua crescendo, assim como nos Estados Unidos. De repente, as cotações da manteiga para a indústria voaram. "Em janeiro, a manteiga indústrial foi cotada a 4.350 €/tonelada na Europa, depois de ter atingido seu menor valor em abril, quando foi vendida a 2.450 €/tonelada", explica Gérard Calbrix, diretor financeiro da Associação de Processadores de Leite da França: um boom de 77%. "Já observamos mudanças da mesma amplitude, mas, não tão rápida", acrescenta Gérard Calbrix. Na Bretanha, o diretor de compras da Bridor, fornecedor do Brioche Dorée confirmou à AFP que a situação afeta os preços das compras em grande quantidade para seus brioches. A demanda exterior de bolos e doces industriais da França cresce mais do que nunca. Pela primeira vez em 2015, a França exportou mais de um bilhão de euros de bolos, confirmou Matthieu Labbé, da Federação de Empresas de Confeitaria e Doces (FEB). Dominique Chargé, da Federação Nacional dos Produtores de Leite não chega a falar em "escassez" de manteiga, mas, usa a palavra "tensão", porque "não temos estoque" admite ele, enquanto a União Europeia (UE) está com elevados estoques de leite em pó desnatado (cerca de 350.000 toneladas em janeiro de 2017). O coração desta crise, a superprodução mundial de leite em 2014/2015, coincidiu com a inversão histórica da abordagem científica em relação à manteiga na alimentação. Depois da queda no preço do leite, os produtores em dificuldade abateram suas vacas, reduzindo os volumes, para tentar sustentar as cotações dos lácteos.

"Comer Manteiga"
"O abate de vaca aumentou em toda a Europa", diz Gérard Calbrix. Desde o início da década de 2010, teses científicas mundiais reabilitaram a manteiga e as gorduras animais, que foram, durante muito tempo, acusadas de serem responsáveis por doenças cardiovasculares, grandes causadoras de morte em países ricos. Uma análise recente, muito comentada, divulgada no British Medical Journal, diz que não há aumento no risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares o consumo moderado de gorduras saturadas, encontrada, principalmente, na manteiga. Em junho de 2014, a revista norte-americana Time antecipou a mudança de tendência publicando uma enorme avelã de manteiga derretendo, com o título "consuma manteiga". Desde então o consumo explodiu nos Estados Unidos, que foi acompanhado pelo Canadá e Japão "aumentando as importações de manteiga", disse Gérard Dalbrix.

Reintegrar a matéria gorda ao leite
Em relação aos preços, agora que o pacote de 250 gramas na Alemanha, referência de mercado, subiu 40% nas varejistas Lidl e Aldi em outubro, o consumidor francês está até o momento, protegido desta explosão. Os preços franceses dependem de uma negociação anual entre os produtores e as grandes redes de distribuição. Para 2017 a negociação deverá ocorrer no final de fevereiro. "Por enquanto, as grandes redes não querem ouvir falar de aumentos, estamos em uma camisa de força, e temos um grande problema", acrescenta Gérard Calbrix. Um outro fator que protege os consumidores franceses, os maiores consumidores de manteiga do mundo por habitante (8 kg/ano): eles tendem a comer menos. No ano passado, as vendas de manteiga nas grandes redes caíram 1,9% em volume, ou 180.000 toneladas. Existe entretanto, um grande problema a resolver, restabelecer a matéria gorda ao leite, que serve para fabricar a manteiga, alerta o ministro da agricultura Stéphane Le Foll. Durante 15 anos o teor de gordura do leite na França, e na Europa tem diminuído a cada ano, inclusive através da seleção genética de vacas. "Serão necessários 10 a 15 anos para mudar a situação", prevê Gérard Calbrix. (Web-Agri - Tradução livre: Terra Viva)

 

 
Piá quer se tornar referência na produção de iogurtes
Na convenção de vendas realizada no final de janeiro em Gramado (RS), a Cooperativa Piá anunciou sua mudança de posicionamento. A alteração consiste em deixar de ser uma marca de leite que também tem iogurte para passar a ser uma marca de iogurte que também produz leite. "Queremos quebrar o paradigma do leite, com novo foco de marketing e eficiência total nas operações", afirma Gilberto Kny (foto), presidente da cooperativa. O leite sempre foi o carro-chefe da Piá desde o início da produção, em 1972, quando eram processados 2 mil litros de leite por dia. Hoje, o volume diário ultrapassa os 600 mil litros. A partir da década de 1980, a cooperativa passou a fabricar iogurtes. É nesta onda que a Piá pretende surfar, vendendo produtos de maior valor agregado e aproveitando o aumento de sua capacidade industrial a partir de março, quando a fábrica de iogurtes terá nova capacidade de produção. O novo posicionamento é um desdobramento do salto dado em 2001, quando a empresa, sem se descuidar da venda de leite longa vida, passou a investir em produtos de maior valor agregado, especialmente nos iogurtes. De lá para cá, a linha de produtos vem aumentando consideravelmente, de tal forma que a Piá possui a liderança absoluta no Sul. É a única região do Brasil onde a liderança não pertencia às grandes multinacionais lácteas, mas a uma forte marca regional. Para seguir conquistando o mercado, a Piá priorizará a ampliação da participação em Estados como Santa Catarina, Paraná e São Paulo, onde a marca já está nos refrigeradores das principais redes supermercadistas. De acordo com Kny, a localização da cooperativa é estratégica, pois a sede fica em Nova Petrópolis, próxima da região metropolitana de Porto Alegre. "Mais de 40% da população gaúcha está a menos de 90 quilômetros da nossa indústria, o que nos deixa fortalecidos comercialmente", explica. No ano passado, a Piá obteve um faturamento de R$ 708 milhões. (Amanhã)
 

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