Porto Alegre, 16 de janeiro de 2017. Ano 11- N° 2.423
O s polêmicos benefícios fiscais concedidos no Rio Grande do Sul, cujas informações - ou a falta delas - têm sido fruto de intensa discussão entre deputados, sindicalistas e lideranças de todas as áreas econômicas, finalmente terão um acompanhamento sobre seus efeitos e cumprimento de promessas de quem usufrui das isenções. Grupo coordenado pelo subsecretário da Receita Estadual, Mário Wunderlich, começou a debater o assunto na semana passada na Secretaria da Fazenda. O acompanhamento será feito em quatro processos: a concessão, o monitoramente sobre os resultados e condições estabelecidas, a fiscalização do que não foi atendido e a proposição de revisão visando a renovação ou a implementação de melhorias. Esta é a primeira vez que a Fazenda estadual se debruça com intensidade sobre o assunto. Um plano de ação deverá estar pronto até o final do mês de janeiro. Os créditos presumidos das isenções andam ao redor de R$ 2,5 bilhões anuais. (Correio do Povo)
Nesse sentido, olhar para o recém-instalado free stall -- que possibilita o conforto dos animais, especialmente nos dias de chuva -- é também recordar de um tempo em que quase pensaram em desistir da atividade. Especialmente pela dificuldade de alcançar a tão almejada qualidade do leite -- com baixa contagem bacteriana --, hoje tão exigida pela indústria. Foi há dois anos e meio que o casal participou de uma palestra dentro da programação do Dia do Leite. "Pode-se dizer que esta atividade foi um divisor de águas; para nós", analisa Diogo.
"O mais engraçado é que não queríamos nem ir nesse evento, de tão desanimados que estávamos", lembra o jovem. Foi o incentivo de um tio que os fez participar e assim conhecer o palestrante em questão, o engenheiro agrícola da Emater/RS-Ascar, Diego Barden dos Santos -- que hoje atua no escritório de Mato leitão. Com uma linguagem simples e direta, Barden ministrou capacitação sobre nutrição e qualidade do leite. "Foi o suficiente para que passássemos a enxergar a importância de se qualificar e se manter atualizado", observa Gabriela.
O próximo passo foi a realização de cursos no Centro de Formação de Agricultores de Teutônia (Certa). A cada capacitação, temas como nutrição animal, criação correta da terneira, melhoramento genético e higiene na hora da ordenha eram levados para casa e aplicados com seriedade no dia a dia. "Foi um salto de qualidade", garante Gabriela. "Se há dez anos tínhamos 20 vacas produzindo, hoje são 13 que resultam no mesmo volume de leite entregue para a integradora, que ainda valoriza esse esforço com o acréscimo de alguns centavos a mais no pagamento por litro", ressalta a jovem.
Nesse contexto, até mesmo o relacionamento com o pai de Diogo mudou. "Por haver certa; tradição; na forma de fazer, tínhamos dificuldade de fazê-lo entender que algumas mudanças eram necessárias para que a atividade tivesse continuidade", relembra Diogo. Para o casal os tempos mudaram e se, antigamente, as vacas da propriedade produziam leite apenas para o consumo da família, hoje, devem ser encaradas como negócio. "Foi somente dessa forma que conseguimos permanecer, com ânimo e fazendo investimentos, sempre com os dois pés bem fincados no chão", afirma o agricultor.
O entendimento com os pais, que deixam o filho e a nora livres para tomar as decisões sobre a atividade, também foram fundamentais para o retorno de Gabriela para a propriedade após um tempo dedicado ao trabalho em uma loja da cidade. "Hoje não troco a minha rotina por nada", garante. A motivação do casal também pode ser observada nos planos para o futuro. "Não descartamos a possibilidade de instalar uma agroindústria para a fabricação de queijos ou de bebidas lácteas", salienta Diogo. "Mas é algo que ainda está em fase de estudo", sorri.
Também pensando no futuro, a Emater/RS-Ascar local, por meio do técnico em agropecuária, Cristiano Laste, incluiu o casal no Programa de Gestão Sustentável da Agricultura Familiar, do Governo do Estado. Por meio do Programa, de acordo com Laste, será possível promover a gestão e a adequação socioeconômica e ambiental da propriedade. "A intenção é trabalhar de forma sistêmica, realizando o acompanhamento das atividades e promovendo a implantação de um sistema capaz de gerar instrumentos e conhecimento para diagnosticar, projetar, monitorar e avaliar as atividades da família", finaliza. (Emater/RS)
La Niña deve acabar em fevereiro, aponta agência americana
As condições de La Niña do Oceano Pacífico devem voltar a ser neutras em fevereiro, de acordo com previsão da Agência Americana de Pesquisas Atmosféricas e Oceânicas (NOAA, na sigla em inglês). "A redução das anormalidades na temperatura superficial e as condições marginalmente frias na superfície do Oceano Pacífico sugerem o retorno de condições neutras no próximo mês", afirma o órgão, em nota.
O fenômeno La Niña é caracterizado pelo resfriamento anormal das águas superficiais do Oceano Pacífico e está associado ao clima quente e seco nos EUA. No Brasil, o fenômeno está associado à menor regularidade de chuvas no Sul e clima mais úmido no Nordeste.
Apesar do enfraquecimento do fenômeno, o NOAA ressalta que os impactos climáticos causados pela La Niña devem continuar sendo sentidos nos próximos meses, com temperaturas acima da média e pouca chuva em grande parte do sul dos EUA, e temperaturas abaixo da média e muita chuva no norte do país. Após esse período, as condições neutras no Pacífico devem perdurar até agosto ou outubro, segundo a agência. (As informações são do jornal Valor Econômico)
A importância de manter conquistas
Os avanços que o Rio Grande do Sul vem obtendo na área de sanidade animal apontam que estamos no caminho certo. O Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal (Fundesa), cumprindo sua missão constitucional, tem investido recursos na qualificação da produção, atuando fortemente no quesito de biossegurança e estabelecendo - de forma preventiva - condições para evitar ou diminuir eventuais riscos sanitários, o que é fundamental. A autoridade máxima em saúde animal no mundo esteve no Rio Grande do Sul em novembro de 2016 e sua presen- ça aqui consolidou as ações do fundo. A diretora geral da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), Monique Eloit, pontuou que o trabalho e o estímulo à adoção de critérios de biossegurança são fundamentais.
A mensagem que ela trouxe, de que as produções têm que focar em prevenir, tem a ver com a demanda internacional existente pelo uso prudente de antimicrobianos. Para que isso se viabilize é necessária a adoção de medidas de biossegurança cada vez mais intensas nas produções. Para 2017 seguimos com a intenção de fazer com que todos - e especialmente o produtor - participem do sistema de defesa sanitária. Mais do que nunca fica claro que defesa sanitária é responsabilidade de todos. Nos dias atuais em que crescem as transações comerciais entre os diferentes mercados, existindo uma intensificação do trânsito de pessoas, produtos e animais, há a necessidade crescente de uma atenção maior e de uma participação mais intensa de todos no que diz respeito aos cuidados relacionados à defesa sanitária. Essa é uma condição indelegável. Todos - oficial e privado - têm que dar a sua participação em sinergia.
Nós tivemos nos últimos anos situa- ções de aparecimento de eventos sanitá- rios importantes no mundo. Influenza aviária nos EUA, a PED (doença que atinge suínos) na América do Norte, que chegou a alcançar países da América do Sul. Agora, o aparecimento de eventos de influenza aviária na Ásia e na Europa e a difusão da peste suína africana na Rússia. A todo o momento acompanhamos notícias importantes de enfermidades que acabam aparecendo em diferentes pontos do globo. Evidentemente que o Brasil, como um país de intensa participação no mercado internacional de carnes, especialmente, tem que estar atento e ser muito eficiente no sistema de defesa sanitária, garantindo que se mantenha livre destes eventos. Esse éogrande desafio para o ano de 2017: trabalhar os critérios básicos de biossegurança, a adoção nas diferentes cadeias eoestímulo ao produtor para que tenha uma participação mais efetiva no processo de defesa sanitária animal. (Rogério Kerber, Presidente do Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal (Fundesa)/Correio do Povo)
O debate se inicia de manhã com o tema "A versatilidade dos lácteos em incorporar mais propriedades funcionais ou de saúde". À tarde estão previstas oficinas com temas como legislação, a qualidade do leite na elaboração de produtos lácteos, bem-estar de vacas leiteiras, alimentação animal e a saúde animal versus a qualidade do leite. Data: 25 de abril de 2017 Local: Escola Estadual Técnica Celeste Gobbato, em Palmeira das Missões (RS). (Correio do Povo)