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08/12/2016

Porto Alegre, 08 de dezembro de 2016 .                                               Ano 10- N° 2.406

 

​​  Indústrias cobram ações do governo para garantir isonomia entre os estados

As indústrias de laticínios gaúchas pediram maior atenção do governo a políticas públicas que garantam a isonomia fiscal entre os estados, permitindo, assim, uma concorrência mais leal entre as diversas empresas que disputam o mercado nacional. A posição foi defendida pelo presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, durante audiência pública realizada na manhã dessa quinta-feira (08/12) no auditório Dante Barone, na Assembleia Legislativa. Convocada pelo deputado estadual Elton Weber (PSB), a discussão sobre o futuro do leite no Rio Grande do Sul reuniu indústrias, mais de 350 produtores, entidades e deputados em uma manhã de debate acirrado sobre a remuneração de atividade.  "Precisamos monitorar a importação, incentivar a exportação, ter compras governamentais para tirar o excesso da produção do mercado e criar ações conjuntas para melhorar a competitividade. Além disso, há a questão tributária que precisa ser enfrentada com seriedade", afirmou Alexandre Guerra, presidente do Sindilat. Para seguir esse caminho, Guerra acredita ser essencial achar uma solução para os excedentes que, ano a ano, ocorrer durante o pico  da safra. "Precisamos ter condições reais para competir", destaca.

Guerra argumentou que as importações de leite acontecem de forma generalizada porque a lei vigente permite e ampara esse procedimento, ação que não é exclusividade das indústrias gaúchas. "Há indústrias que não são associadas ao sindicato que fazem importação, e outras que são oriundas do Uruguai e têm base aqui só para importar. Somos favoráveis a uma legislação que abranja e regule todas elas", sugeriu.  Quanto à polêmica sobre a reidratação do leite em pó, disse que a questão está resolvida. "Já foi definido que só o leite em pó nacional pode ser reidratado, e não o importado. Temos de levar o debate para outros âmbitos", concluiu. Sobre os rumos do  Fundoleite, Guerra lembrou que o Sindilat, desde o início, não foi favorável à cobrança de contribuição nos moldes implementados. "Entendemos que o setor já tem entidades representativas suficientes. O Fundoleite se torna mais um custo que onera os produtores rurais", pontua, dizendo que, se é necessário recolher fundos para fazer ações, o melhor é deixar a indústria fazê-lo para trabalhar direto com o produtor. 

Representando os produtores, o presidente da Fetag, Carlos Joel da Silva, destacou que a crise que o setor atravessa "não vem de hoje". Segundo ele, o setor não tem sustentabilidade própria e cobrou ações emergenciais de apoio. Durante a audiência, o deputado Elton Weber leu o documento com um compilado das reivindicações dos produtores, de proteção ao setor leiteiro, e obteve aprovação da plateia. Entre eles, Weber citou no âmbito nacional a questão do controle das importações, a compra governamental e a aplicação de uma política de preço. Entre as demandas estaduais, estão o debate sobre os incentivos fiscais, a taxação do leite, contrato com produtores, o Fundoleite e a prorrogação de empréstimos. 

A audiência contou ainda com as presenças do secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, o vice-presidente Guilherme Portella, o segundo vice-presidente Raul Amaral, além de representantes de empresas associadas, como o presidente da CCGL, Caio Viana, e o presidente da Languirú, Dirceu Bayer. (Assessoria de Imprensa Sindilat)

 
 
 
Crédito: Vinicius Reis | Agência ALRS
 
 
Recuperação no preço dos lácteos "não é suficiente" para reavivar a produção na Nova Zelândia
 
A recuperação nos preços dos lácteos, que aumentaram 50% desde junho, ainda se mostraram insuficientes para aumentar a produção na Nova Zelândia com relação à sua maior queda em pelo menos meio século.

O escritório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) em Wellington, em sua primeira estimativa para a produção de leite na Nova Zelândia no próximo ano, previu um volume de 21,17 milhões de toneladas - um declínio de 0,6% com relação à estimativa para 2016. Isso também marcaria um terceiro ano sucessivo de declínio na produção - pela primeira vez registrada desde os anos sessenta.

A previsão vem apesar de uma forte recuperação nos valores dos lácteos nesse ano, em parte em resposta ao declínio na produção de importantes exportadores, como Nova Zelândia e União Europeia (UE). Os preços no leilão da Fonterra, GlobalDairyTrade, recuperaram-se na segunda metade de 2016, alcançando o maior valor em dois anos.

"A indústria de lácteos está esperando que tenha visto o ponto mais baixo desse ciclo de preços dos lácteos durante o trimestre de abril a junho. Também, que o aumento nos mercados de lácteos desde junho é sinal de uma tendência mais sustentada de preços maiores do que os maiores preços em outubro de 2015. Há uma luz no fim do túnel".

Os maiores valores das commodities foram repassados através de maiores preços oferecidos pelos processadores, com a Fonterra aumentando sua estimativa de preço do leite três vezes durante os últimos cinco meses, em um total de NZ$ 1,75 (US$ 1,24) por quilo de sólidos do leite - equivalente a NZ$ 0,14 (US$ 0,09) por quilo de leite -, para NZ$ 6 (US$ 4,27) por quilo de sólidos do leite [NZ$ 0,50 (US$ 0,35) por quilo de leite].

"Isso pressionará mais fazendas para lucros pequenos ou para uma situação de equilíbrio [sem ganhos ou perdas]". A rival da Fonterra, Synlait Milk, também aumentou sua previsão de preços pagos pelo leite aos produtores em 2016-17, para NZ$ 6 (US$ 4,27) por quilo de sólidos do leite. No entanto, esses aumentos "provavelmente não serão suficientes para estimular um aumento na oferta" no próximo ano, graças à extensão das dívidas que os produtores contraíram durante o período de queda de preços. 

As fazendas leiteiras da Nova Zelândia perderam em média NZ$ 1,31 (US$ 0,93) por quilo de sólidos do leite no ano até maio, o pior resultado em 13 anos, e um fator que provavelmente dissuadirá os produtores a aumentar a produção novamente agora. "A maioria dos produtores passaram por um a dois anos de perdas financeiras - principalmente financiado pelas maiores dívidas dos bancos. À medida que a rentabilidade retorna, o apagamento de parte dessas dívidas se tornará prioridade com relação a investimentos para aumentar a produção".

Ainda, em longo prazo, a produção de leite se recuperará, aumentando em 1-2% ao ano, de 2018 a 2022, ajudada por aumentos na produtividade. No entanto, "é provável levar dois a três anos antes da produção de leite voltar aos níveis de 2014".

As exportações de lácteos, ao mesmo tempo, deverão cair 1,3% em 2017, incluindo 0,8% de queda nos envios de leite em pó integral, para uma queda de 1,31 milhão de toneladas, a menor em quatro anos. De fato, para o crescimento, estão sendo buscados produtos de maior valor, com um afastamento dos itens que são commodities.

"A cara do setor leiteiro da Nova Zelândia está mudando, de uma indústria baseada em commodities para um produtor de uma ampla gama de produtos ao consumidor, ingredientes de food service e commodities tradicionais".

O leite e o creme UHT, além das fórmulas infantis, que atualmente representam cerca de 11% dos volumes de exportação, "poderão compreender quase 30% do total em cinco anos" se a atual tendência continuar. 

Em 07/12/16 - 1 Dólar Neozelandês = US$ 0,71296 
1,40223 Dólar Neozelandês = US$ 1 (Fonte: Oanda.com). (As informações são do Agrimoney, traduzidas pela Equipe MilkPoint)
 
 
Governo vai liberar recursos para assistência técnica rural
 
O governo vai anunciar hoje a liberação de R$ 52 milhões para ações de assistência técnica e extensão rural (Ater) previstas em convênios com os 26 Estados da Federação e o Distrito Federal. Os recursos serão destinados à agricultura familiar e poderão financiar a compra de veículos e computadores para equipar técnicos da rede das Emater, empresas públicas de assistência técnica rural espalhadas por todo o país.

"Vamos fazer convênios com todos os Estados no sentido de apoiar a reestruturação da rede pública das Emater", disse ao Valor o secretário de Agricultura Familiar e Reforma Agrária, José Ricardo Roseno. A secretaria é vinculada à Casa Civil e, na prática, substituiu o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), extinto no governo do presidente Michel Temer.

Segundo Roseno, a secretaria também vai assinar um termo de cooperação com a FAO, braço das Nações Unidas para alimentação e agricultura, para o desenvolvimento de uma plataforma de gestão e intercâmbio entre órgãos de assistência técnica das Américas Latina e Central e do Caribe.

Ao longo deste ano, as liberações de recursos para ações de assistência técnica e extensão rural previstos tanto para as Emater quanto para institutos privados de assistência técnica ficaram paralisadas ou atrasadas em função da instabilidade política em Brasília.

Mas o secretário afirmou que desde que assumiu o cargo, em junho, já foram liberados cerca de R$ 700 milhões em restos a pagar e em recursos que estavam empenhados. "Procuramos deixar tudo em dia, mas também tivemos que suspender alguns serviços por causa de irregularidades, como por exemplo laudos de assistência técnica sem assinatura do produtor rural", disse Roseno. Ele afirmou que a secretaria está descredenciando entidades privadas de Ater que não vinham cumprindo contratos celebrados com o governo federal para a prestação desses serviços.

Para o ano que vem, a expectativa da Secretaria Especial é que a área de ações de assistência técnica e extensão rural conte com cerca de R$ 300 milhões, já previstos na proposta de orçamento para 2017, que tramita no Congresso Nacional. O secretário sabe que esse montante é passível de contingenciamentos, mas acredita que a área voltará a receber recursos de maneira sistemática.

Ele prometeu também o pleno funcionamento da Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater), criada em 2013 mas que até hoje não celebrou nenhum contrato com as Emater nem com os Estados. No entanto, Roseno explicou que já há R$ 31 milhões garantidos para um primeiro contrato e que, em breve, o órgão deve ter toda sua diretoria nomeada. "Esperamos contar com mais R$ 100 milhões para a Anater em 2017", afirmou.

Outros R$ 480 milhões também já foram encaminhados pelo Congresso para a área de Ater, na forma de emendas individuais de parlamentares na proposta de Lei Orçamentária 2017, que ainda não foi votada pelo Legislativo. Como emendas individuais agora são impositivas por lei - ou seja, precisam ser executadas e não podem ser contingenciadas -, Roseno tem esperança de que o governo possa ter maior margem para apoio a essa área a partir em 2017. (As informações são do jornal Valor Econômico)

 
 
Iogurte salgado faz sucesso nos EUA
 
Os iogurtes salgados vêm fazendo sucesso nos Estados Unidos, ajudados pela enorme onda de popularidade da indústria de iogurte grego, que agora contabiliza US$ 8 bilhões. Em cima disso, muitos processadores de iogurte estão querendo aproveitar essa tendência.

A Chobani, por exemplo, lançou sua linha Flip and Meze e a Fage seguiu o exemplo com o lançamento dos produtos Crossovers, misturando azeite e tomilho com amêndoas fatiadas. Outras empresas, como Prairie Farms, também estão entrando no mercado de molhos de iogurte salgados.
 
Embora esses produtos pareçam se encaixar diretamente na tendência em crescimento de iogurtes salgados, que deverá expandir-se em uma taxa significativa até 2024, alguns produtos de iogurte salgado no mercado são uma "falha" da coisa real, de acordo com o co-fundador e proprietário da Sohha Savory Yogurt, John Fout. "Eu acho confuso essa questão, porque não é realmente salgado e o teor de açúcar ainda é alto", disse ele. "Há muitas falhas no mercado".

O sabor doce tem prevalecido quando se fala de iogurte, o que é parte da razão da emergência dos salgados. A categoria de salgados abriu um arsenal de novas possibilidades para os processadores de iogurte, permitindo mais espaço para inovação, enquanto mantêm seu rótulo limpo de ingredientes.

Sohha foi capaz de capitalizar sobre a tendência de iogurtes salgados bem antes das importantes processadoras, como Chobani e Fage, fazerem isso no começo de 2014, quando a companhia foi fundada.

A inspiração por trás do Sohha Savory Yogurt veio da infância da co-fundadora, Angela Fout, que cresceu no Líbano, onde o iogurte é incorporado em todas as refeições. "Com quase todas as refeições, sempre havia um pote de iogurte com óleo de oliva nas mesas da cozinha. E isso é algo que não foi realmente adotado nos Estados Unidos, mas é algo que queremos trazer às pessoas".

Os produtos da Sohha incorporam especiarias tradicionais do Oriente Médio, como Za'atar, sumac e sal marinho em seus iogurtes, junto com óleo de oliva, para criar uma consistência salgada e cremosa - o que a companhia acredita que é a representação mais autêntica do que um iogurte salgado pode ser.

Grande parte do potencial do iogurte salgado está em sua versatilidade de uso, algo que os consumidores americanos estão apenas começando a perceber, disse Fout. Com relação ao momento em que o iogurte deve ser consumido, os americanos são particularmente presos à ideia de consumi-lo como um alimento de café da manhã com sabor de fruta ou um lanche, mas a Sohha quer mudar essa percepção. "A beleza do iogurte salgado é que tem vários usos diferentes. Não é somente um lanche".

O iogurte da Sohha e os iogurtes salgados em geral podem ser usados em molhos, marinados, wraps, sanduíches e puros. A fabricante de iogurtes artesanais testou os conceitos de seu produto em uma loja no Brooklyn com um bar de iogurte, onde os consumidores puderam aprender e experimentar diferentes sabores e usos. Entretanto, a experiência que a Sohha fornece em suas lojas não necessariamente se traduz bem em lojas de varejo, disse Fout. "Acho que uma das coisas que as lojas lutam é: onde isso fica nos supermercado? No próximo ano, vamos fazer mais para impulsionar o produto e tentar torná-lo mais claro para as pessoas". (As informações são do Dairy Reporter, traduzidas pela Equipe MilkPoint)
  
 
Brasil participará de reunião da OIE sobre aplicação de recursos do fundo mundial de saúde animal

 
Pela primeira vez, o Brasil terá direito a voz e voto em uma reunião da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) sobre a aplicação dos recursos e as ações do Fundo Mundial de Sanidade Animal e Bem-Estar. O diretor de Saúde Animal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e presidente da Comissão da OIE para as Américas, Guilherme Marques, representará o país no encontro, nos dias 15 e 16 deste mês, em Paris.

O fundo é mantido com recursos público e privados e suas ações globais são voltadas à erradicação de doenças animais, como a febre aftosa. A reunião na capital francesa definirá a destinação das verbas e estabelecerá as ações do fundo para o próximo ano nas Américas e em outras partes do mundo.

O Brasil sempre participou das reuniões do fundo na condição de observador, mas passou a ter voz e voto por causa de sua experiência no desenvolvimento de programas de saúde animal e pelo fato de ser um doador relevante. Neste ano, o setor produtivo agropecuário brasileiro destinou um milhão de euros (cerca de R$ 3,56 milhões) ao fundo da OIE.

De acordo com Marques, parte da verba deverá ser aplicada na erradicação da febre aftosa e mormo (doença infecto-contagiosa dos equídeos), na vigilância sanitária nas fronteiras com a Bolívia e Venezuela, no reconhecimento de laboratórios do governo federal e na otimização dos serviços veterinários oficiais. (As informações são do Mapa)

 
Argentina: em enquete, produção leiteira é apontada como a atividade de pior desempenho em 2016
Como forma de realizar um balanço de final de ano, o site argentino Infocampo.com.ar colocou no ar em suas redes sociais uma enquete para conhecer a opinião dos leitores sobre o ano agrícola do país em 2016. A maioria dos leitores considerou que o setor que mais cresceu no país foi o de máquinas agrícolas, seguido pelas exportações, vendas de insumos e pelos próprios produtores agrícolas. No entanto, ao perguntar aos seus leitores qual o setor com maiores perdas durante o ano, 66% dos leitores no Twitter e 61% no Facebook responderam à enquete que a produção de leite havia tido o pior desempenho do ano. Em seguida, os leitores também escolheram "pêras e maçãs", com 21% no Twitter e 30% no Facebook, vinicultura, com 7% no Twitter e 1% no Facebook e suínos, com 6% no Twitter e 8% no Facebook. (As Infocampo.com.ar e do portal Notícias Agrícolas)
 

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