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25/11/2016

Porto Alegre, 25 de novembro de 2016 .                                               Ano 10- N° 2.398

 

​ Confinamento mais confortável ao gado desperta interesse de produtores de leite

Um tipo de confinamento que aumenta o bem-estar animal e já utilizado em países de clima temperado está sendo avaliado para as condições brasileiras. A técnica tem chamado a atenção de pecuaristas do País de olho nos resultados ligados ao manejo do rebanho, ao aumento da produtividade e à saúde dos animais. O que está por trás deles é um nome estrangeiro, que vem sendo falado cada vez mais no setor produtivo nacional: "Compost Barn", que pode ser traduzido livremente como "Estábulo de Composto".

Trata-se de uma alternativa aos sistemas de produção de leite em confinamento denominados free stall, no qual as vacas ficam retidas em baias de poucos metros quadrados, ou tie stall, em que os animais são criados, também em baias individuais, presos a correntes. O Compost Barn tem por característica deixar os animais livres no estábulo. Embora continue confinada, a vaca circula à vontade, interagindo com as outras, o que possibilita que ela exercite seus instintos sociais com o grupo e apresente cio com mais facilidade, o que melhora os índices reprodutivos.

Esse sistema de produção chegou ao País em 2011, sendo adotado em países como Estados Unidos, Canadá, Holanda e Israel desde meados de 1980. Cerca de 300 produtores brasileiros já optaram pelo Compost Barn, seja adaptando antigos free stalls, seja construindo um novo sistema. Mas ainda há poucas informações da pesquisa agropecuária nacional sobre sua adaptabilidade às condições do País. Para suprir esta lacuna, a Embrapa Gado de Leite (MG) vem realizando, desde 2014, um estudo sobre o uso do Compost Barn. "Por ser uma tecnologia importada de países com clima temperado é necessário que verifiquemos sua adaptabilidade às condições tropicais", diz o pesquisador Alessandro Guimarães, que está à frente dos trabalhos. A analista Letícia Mendonça, que integra a equipe da Embrapa Gado de Leite responsável pelos estudos, informa que três propriedades em Minas Gerais que adotam o sistema estão sendo acompanhadas. Nos laboratórios da Embrapa de da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) são realizadas análises sobre a qualidade do leite e a microbiologia dos compostos orgânicos utilizados nas camas.

A principal característica do Compost Barn é a utilização de uma "cama" orgânica cobrindo todo o estábulo. Em função dessa característica, vários outros aspectos de engenharia agronômica foram modificados em comparação aos sistemas de confinamento tradicionais. As baias, com suas camas de areia ou de borracha, por exemplo, foram abolidas. Em vez do concreto, que prejudica o casco dos bovinos, o piso do estábulo é formado por material orgânico que pode ser serragem e casca de amendoim, ou outro material orgânico que seja de baixo custo e de fácil disponibilidade para o produtor.

Cama vira adubo
A cama fica em contato com o solo, com uma altura entre 20cm e 50cm. As vacas defecam e urinam no material, dando início ao processo denominado "compostagem", que controla a decomposição de materiais orgânicos. No caso do Compost Barn, os residuos depositados pela vaca passam por uma semi compostagem aeróbica (em contato com o ar). Para que isso ocorra de forma efetiva, a cama deve estar sempre seca e passar por uma constante aeração, o que é feito por meio de ventiladores e com a escarificação duas vezes ao dia (revolvimento do material com tratores e enxadas mecânicas). O composto é removido e substituído de tempos em tempos. Dependendo do manejo, a cama pode ficar até um ano sendo utilizada no estábulo. Ao substituir por um novo composto, o material velho pode ser vendido como adubo orgânico ou utilizado na propriedade para fertilizar o solo, o que dá ao processo um importante apelo ambiental.

Viabilidade ainda precisa ser testada
No entanto, os pesquisadores ainda são cautelosos em relação ao sistema. "Precisamos aprofundar os estudos para dar respostas sólidas aos produtores no que diz respeito à viabilidade econômica, com relação aos custos de implantação e manutenção do sistema. Também é preciso ampliar o conhecimento sobre a microbiologia da cama, a incidência de mastite e a qualidade do leite", pondera Guimarães. Atrás dessas respostas, a Embrapa Gado de Leite realizou no dia 17 de novembro um workshop sobre o tema em que reuniu pesquisadores, professores, médicos-veterinários e produtores. O público, mais de duzentos participantes para um evento que pretendia se restrito a estudiosos do tema, surpreendeu positivamente a organização, o que prova a grande curiosidade do setor acerca do Compost Barn.

Apesar de o rigor científico ter focado o debate nas desvantagens do sistema, como o alto investimento inicial e o demorado retorno do capital investido, o ânimo permanece grande. Até porque, segundo o pecuarista argentino Cristian Chiavassa, que proferiu palestra durante o workshop, o custo de implantação do sistema de Compost Barn pode ser 50% mais barato do que um free stall. A expectativa é que o sistema pronto custe algo em torno de R$ 4.500,00 por vaca.

Ainda há outras desvantagens enumeradas pelos especialistas como despesas com o material orgânico utilizado na cama que, caso o produtor não o tenha próximo à propriedade, pode ser elevada; a dificuldade de manejo do composto, que exige a escarificação diária; a concentração de bactérias na cama, que ainda desperta dúvidas entre especialistas; o aumento dos custos com energia elétrica, para manter uma boa ventilação no estábulo, etc. No entanto, o meio ambiente agradece devido a menor quantidade de dejetos depositados na natureza (grande problema nos sistemas free stall e tie stall) e a sua utilização como adubo. E as vacas respondem positivamente com o aumento na produção de leite, menos problemas de casco, melhoria do índice reprodutivo. (Informações sobre o Compost Barn podem ser obtidas na Embrapa Gado de Leite, pelos e-mails leticia.mendonça@embrapa.br ou alessandro.guimaraes@embrapa.br). (Embrapa)
 

 
Produção de leite na Argentina encerrará o ano em nível mais baixo desde 2010

A produção láctea da Argentina deve chegar ao seu nível mais baixo desde 2010, com 10 bilhões de litros. A redução se deve ao excesso de chuvas e aos baixos valores que estão sendo pagos ao setor leiteiro. Esta queda representa 11% a menos do que no ano passado, ou seja, de 1,2 bilhões de litros a menos do que em 2015. Com base nos dados da Secretaria de Produção Leiteira do Ministério da Agroindústria do país, a produção leiteira vem manifestando um crescimento nos últimos três períodos (2013 a 2015).

Este ano, o panorama foi visivelmente afetado pelas inundações do começo o ano, que afetaram todas as principais regiões produtoras do país, como Córdoba, Santa Fe e Buenos Aires. Somente em Santa Fe, as constantes chuvas de abril fizeram com que 100.000 vacas leiteiras fossem atingidas por afogamento e falta de alimento. A perspectiva de queda também foi compartilhada por Flavio Mastellone, diretor de abastecimento da empresa La Sereníssima, que disse na semana passada, durante congresso da cadeia no bairro de Puerto Madero, na capital federal de Buenos Aires, que "hoje estamos com 10% a menos de leite do que no ano anterior".

O mesmo estimou que, para superar a crise, é preciso reduzir a margem e revisar o peso tributário na cadeia láctea. Ele disse também que a empresa, que utiliza quase 4 milhões de litros de leite diários para produzir queijos e laticínios, "não escapa à problemática que enfrenta o setor, que não tem crescimento a nível nacional nos últimos 15 anos". As perspectivas para o próximo ano, no entanto, são positivas. Recentemente, o ministro da Agroindústria da província de Buenos Aires, Leonardo Sarquís, disse que as previsões para o começo de 2017 sobre o preço do leite estão em alta, o que elevaria o preço a US$0,30 a US$0,35 por litro de leite cru. (EDairyNews)


Produtos alvo da Operação Lactose Zero atendem padrões exigidos pela lei

Todas as 107 amostras coletadas em 13 variedades de produtos lácteos para dietas com restrição de lactose tiveram os resultados de laboratórios oficiais em conformidade com padrões determinados pelo Ministério da Saúde. A avaliação foi feita em produtos registrados no Serviço de Inspeção Federal (SIF) de 31 empresas instaladas em cinco estados. Foi a primeira Operação Lactose Zero realizada por força-tarefa do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

Na avaliação da coordenadora de Caracterização de Risco do Mapa, Carla Rodrigues, a operação foi positiva. "O resultado das análises mostra que os consumidores desses produtos podem ficar tranquilos, porque o Ministério da Agricultura está atento e fiscalizando a produção para garantir alimentos seguros à sociedade."

Foram testados os seguintes produtos: bebidas lácteas, coalhada, composto lácteo, creme de leite UHT, doce de leite, iogurte, leite condensado, leite em pó, leite fermentado, leite UHT, queijo minas padrão, cottage e requeijão cremoso. As análises foram feitas nas unidades do Laboratório Nacional Agropecuário (Lanagro) de Belo Horizonte e de Porto Alegre.

As marcas analisadas foram Nestlé, Piracanjuba, Batavo, Danone, Paulista, Molico, Parmalat, CCGL, Vigor, Embaré, Frimesa, Italac, Piá, Tirol, Betania, Camponesa, Santa Clara, Cemil, Leitíssimo, ZeroLac, Casa da Ovelha e Verde Campo.

A operação teve início na segunda quinzena de agosto e se estendeu até o início de setembro. Foram colhidas amostras no comércio varejista das capitais e regiões metropolitanas de Goiás, Minas Gerais, Paraíba, Rio Grande do Sul e São Paulo. Vinte e cinco auditores fiscais federais e agentes de inspeção do Mapa participaram da operação.

"Além de mostrar a preocupação e o respeito com os consumidores, os resultados também evidenciam a eficácia da fiscalização", disse Carla Rodrigues. "Estamos realizando diferentes operações em todas as áreas de produtos de origem animal - carne, leite, mel, ovos e pescados - em breve divulgaremos a conclusão de novas análises", acrescentou o diretor de Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa), José Luis Vargas. (As informações são do Mapa)


Chuvas na Nova Zelândia prejudicam vendas de terras e produção de leite

A umidade na Nova Zelândia, além de prejudicar a produção de leite, está prejudicando também o mercado de terras, adiando o aumento nas vendas que ocorre na primavera. O volume de vendas de terras durante os meses de inverno, de agosto a outubro, mostrou ser "razoavelmente consistente com o mesmo período dos dois últimos anos", segundo dados do Instituto Reinz. 

Entretanto, as esperanças entre os vendedores de terras de que a primavera traria um impulso nas vendas foram prejudicaras pelo clima úmido que, por exemplo, nessa semana alagou partes da região da Ilha do Norte, com mais chuvas em um dia do que tipicamente são registradas no mês. Wainuiomata, na região de Wellington, por exemplo, recebeu 109,5 mm de chuvas em 24 horas, de acordo com o MetService.

"Embora uma série de propriedades esteja programada para entrar no mercado durante a atual primavera, em algumas áreas da Ilha do Norte, em particular, o clima extremamente úmido tem levado alguns vendedores a adiar os programas de vendas", disse Brian Peacocke, do Reinz. Os vendedores estão esperando até que suas fazendas estejam "mais apresentáveis", disse ele. "Uma necessidade urgente de mais luz solar é um fator dominante em muitas regiões".

Em termos de preços, o valor das fazendas vendidas no mês passado foram 5,9% maiores que no ano anterior, de acordo com o índice da Reinz que ajusta os negócios por tamanho de fazenda, localização e tipo de fazenda. O aumento desafiou a queda de 8,7% nos valores das fazendas leiteiras com relação ao ano anterior, de acordo com o Reinz - que notou nas áreas do norte da Ilha do Norte "indicações de mudanças no uso da terra, com algumas unidades marginais trabalhando com carne bovina", já que os preços do leite estão agora somente aumentando com relação ao menor valor em dois anos.

A recuperação nos preços mundiais dos lácteos - que aumentaram 16,5% com relação ao mês anterior nos leilões GlobalDairyTrade da Nova Zelândia - é um fato que está sendo ajudado pela queda na produção do país devido ao clima úmido.

A gigante do setor de lácteos, Fonterra, há duas semanas reportou uma queda de 2% nas receitas de leite para setembro, alertando que "as condições climáticas desafiadoras terão um impacto significativo nos picos de produção de leite e na futura produção para esta estação". O grupo, que realiza o GlobalDairyTrade desde 1 de agosto, cortou em mais de 550.000 toneladas o volume de produtos lácteos que venderá nos leilões nos próximos 12 meses. (As informações são do Agrimoney, traduzidas pela Equipe MilkPoint)
 
Estoques mundiais de grãos devem superar 500 milhões de toneladas
Os estoques globais de grãos devem ultrapassar os 500 milhões de toneladas pela primeira vez em 2017, segundo estimativa do Conselho Internacional de Grãos (IGC, na sigla em inglês) divulgada hoje. Trata-se da sétima elevação consecutiva nas previsões do órgão para a produção da safra 2016/17. Se não ocorrer nenhum imprevisto ao longo da colheita, os estoques globais devem aumentar em 6 milhões de toneladas na comparação com a temporada anterior, atingindo 504 milhões de toneladas em 2017. Já a produção de grãos no mesmo período deverá atingir o volume recorde de 2,084 bilhões de toneladas, acima dos 2,077 bilhões de toneladas previstos em outubro. O recorde anterior, observado em 2014/15, foi de 2,048 bilhões de toneladas. A revisão positiva reflete um aumento de 7 milhões de toneladas nas estimativas do IGC para a produção de milho, avaliada em 1,042 bilhão de toneladas. Já a produção mundial de trigo deve atingir 749 milhões de toneladas, 1 milhão de toneladas acima do projetado em outubro, e a de soja 336 milhões de toneladas, 4 milhões acima do estimado anteriormente. O IGC também elevou sua previsão para o consumo global de grãos, agora avaliado em 2,056 bilhões de toneladas -- revisão positiva de 2 milhões de toneladas, refletindo a demanda industrial mais forte nos EUA. A previsão para o comércio mundial também foi revisada para cima, em 1 milhão toneladas, para 338 milhões de toneladas, ainda abaixo das 344 milhões de toneladas negociadas em 2015/16. (As informações são do Valor Econômico)

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