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24/11/16

 

 

Porto Alegre, 24 de novembro de 2016 .                                               Ano 10- N° 2.397

 

Queda no preço do leite é mais sutil em novembro
 

Crédito: Carolina Jardine - Na foto: Alexandre Guerra

O preço de referência projetado para o leite no mercado gaúcho em novembro deve ficar em R$ 0,9362, redução de 1,49% em relação a outubro, quando o valor consolidado ficou em R$ 0,9504. Os dados foram divulgados pelo Conseleite em reunião nesta quinta-feira (24/11), durante o Avisulat, em Porto Alegre (RS). Apesar do avanço da safra em outros estados do Brasil, a queda foi mais sutil este mês em relação aos anteriores.  "A alta registrada no meio deste ano decorrente de uma entressafra severa não se mostrou sustentável, foi uma bolha, um bônus que o mercado deu ao setor. Agora, veio a queda do preço ao consumidor que foi repassada ao produtor e coloca o leite novamente na sua normalidade", salientou o professor da UPF Eduardo Belisário Finamore.  Apesar da queda, a maioria dos preços dos produtos lácteos está acima dos valores praticados em novembro de 2015, com exceção do leite UHT.

O presidente do Sindilat e do Conseleite, Alexandre Guerra, alertou que o setor vive um momento difícil, onde as indústrias operam sem margem, algumas até no negativo. "No mercado, os preços já pararam de cair, o que sinaliza uma retomada importante para atender à expectativa da indústria e dos produtores nos próximos meses". (Assessoria de Imprensa Sindilat) 

 

Tabela 1: Valores Finais da Matéria-Prima (Leite) de Referência1, em R$ - Outubro de 2016.

Matéria-prima

Valores Finais

Outubro / 16

I - Maior valor de referência

1,0929

II - Preço de referência

0,9504

III - Menor valor de referência

0,8553

(1) Valor para o leite posto na plataforma do laticínio com Funrural incluso (preço bruto - o frete é custo do produtor)

Tabela 2: Valores Projetados da Matéria-Prima (Leite) de Referência1, em R$ - Novembro de 2016.

Matéria-prima

Novembro /16 *

I - Maior valor de referência

1,0766

II - Preço de referência

0,9362

III - Menor valor de referência

0,8426

(1) Valor para o leite posto na plataforma do laticínio com Funrural incluso (preço bruto - o frete é custo do produtor)

 
Sindilat lança livro do 1º Fórum do Leite

O secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, lançou oficialmente o livro "O Rio Grande do Sul e a Lei do Leite", que traz o compilado dos projetos levantados durante o 1º Fórum do Leite, realizado no primeiro semestre, em Ijuí. Ao lado do presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, e dos colegas que contribuíram com a publicação, ele ressaltou os avanços propostos durante os debates com vista à melhoria constante da produção. "Em Ijuí, tivemos o avanço da sanção da Lei do Leite. Em Santa Maria, foi o momento de debater a necessidade de se buscar resultados e colocar em xeque as atividades desenvolvidas, rever nossos conceitos", salientou Palharini. Emocionada, a professora da Inijuí Denize Fraga agradeceu a parceria do Sindilat na publicação da obra e ressaltou que os textos devem ser essenciais para construir uma produção voltada à excelência. O livro reúne 13 artigos técnicos. 

O lançamento ocorreu durante a 3ª edição do evento, realizada durante o Avisulat, nesta quinta-feira (24/11), em Porto Alegre.  O 4º Fórum Itinerante do Leite também já tem destino certo. Em 2017, o ciclo de palestras começará sua agenda por Palmeira das Missões. (Assessoria de Imprensa Sindilat)
 

 
Gargalhadas e visão de futuro em apresentação do Leitec no Avisulat

Os avanços obtidos pelo programa Leitec, desenvolvido pelo Senar para levar Tecnologia aos tambos, foram apresentados com muito bom humor durante o 3º Fórum Itinerante do Leite, no Avisulat.  Para ilustrar os benefícios do projeto na vida do campo, foi apresentada a histórica do Tambo Lajeado, localizado no interior de Alegrete. Trabalhando com criação a pasto, a propriedade de Nelson Abreu tem 27 vacas em lactação. Assessorado pelos inspetores do Senar, o tambo superou dificuldades, reduziu custos e trouxe os filhos Angélica e Gilberto de volta à propriedade.   A jovem de 24 anos pegou o microfone para expor as mazelas da atividade e arrancou gargalhadas da plateia. Com muito bom humor, ela salientou questões crucias para uma sucessão rural bem sucedida, a exemplo de divisão de tarefas, comprometimento e investimento. Angélica garantiu que a atividade se tornou lucrativa, o que garante o carro 0Km à família. "Há 15 anos atuamos na produção de leite, mas só há cinco deixamos de ser burros e permitirmos que a assistência técnica entrasse na propriedade", pontuou ela, citando que lida com suas vacas pelo nome o que, garante, rende mais no tanque no final do dia.  "Tenho orgulho e bato no peito para dizer que produzo comida, e comida de qualidade", completou, contando que chegou a ir trabalhar na cidade, mas, vendo o pai doente, resolveu voltar  para o tambo.  "O que aprendemos é que temos que ter poucos animais, mas bons. Estamos trabalhando com novilhas de ponta em campo nativo. Estamos conseguindo melhorar a adubação do solo  com a ajuda dos técnicos para que não falte comida", relatou Nelson. 

Avaliando o resultado do encontro, o coordenador de programas especiais do Senar, Alexandre Prado, lembrou que foi um momento rico de interação. "O envolvimento familiar é o futuro da propriedade. A gente vê de cara a permanência do jovem no campo e que o setor vai poder se manter". (Assessoria de Imprensa Sindilat)

Gestão eficiente é segredo de sucesso dos tambos gaúchos


 

O impacto da profissionalização da gestão dos tambos gaúchos foi o foco da apresentação da Emater durante o 3º Fórum Itinerante do Leite, realizado durante o Avisulat, na manhã desta quinta-feira (24/11). Segundo assistente técnico regional de Sistema de Produção Animal da Emater de Frederico Westphalen, Valdir Sangaletti, se o objetivo é ter uma família empreendedora, é preciso inclui todos na gestão. "Não podemos passar a propriedade para o filho quando o pai tiver com 80 anos. Filho nenhum vai querer ficar em casa se não tiver diálogo, participação de resultado", aconselhou a um auditório lotado de produtores e estudantes. O especialista ainda pontuou que é preciso planejar a atividade. "Não posso dar ração para a vaca sem saber quanto ela está produzindo. Boas informações qualificam a tomada de decisão."

Durante o fórum, produtores contaram sua experiência a campo. Histórias como a de Claudemar Fagundes, de 32 anos. Casado e pai de dois filhos, ele começou a investir no leite em substituição ao tabaco na propriedade de 3,8 hectares localizada no município de Palmitinho. Com a assistência da Emater nos últimos anos, conta ele, a  produção por vaca dia saltou de 11,9 litros, em 2009, para 19 litros. Avanço conquistado com muito trabalho, planejamento e apoio de consórcio de produtores para uso de maquinários mais pesados.

Aumento de produtividade que também se refletiu em ganho de 96% na produção anual. Em 2014, a captação era de 43 mil litros, em 2015, saltou para 61 mil litros e, em 2016, chegou a 85 mil litros. "Para trabalhar com leite tem que gostar. É o nosso dia a dia. Tem sol, tem chuva, tem geada e nós estamos lá. Não desistimos, seguimos em frente", pontuou Fagundes, lembrando que as decisões importantes da propriedade são tomadas na hora do chimarrão ao lado da esposa.  Com os anos, a propriedade também ganhou uma nova cara, com melhoria das estruturas e, inclusive, na residência da família. O técnico da Emater de Palmitinho Luan Costa relatou que o trabalho é prestado a 22 propriedades que operam na atividade na regional. 

O casal Élio Post e  Élia Schossler, de Fazenda Vila Nova, também contaram sua história na produção de leite. Com apoio do técnico Maicon Berwanger, ressaltaram que o início da atividade começou com uma alternativa de renda extra com a produção de queijos. O movimento teve início quando Élia ficou desempregada após anos de trabalho na indústria calçadista. "Eram poucos animais e eu comecei a pegar leite para fazer queijos. Fiz alguns cursos e hoje sou muito feliz com o que faço. Foi a melhor escolha que eu fiz na minha vida. Só me arrependo por não ter começado antes", contou. 

Para profissionalizar o sistema e reduzir custo, a família investiu pesado na criação a pasto com base em sistema de irrigação. Atualmente, há 23 vacas de lactação na propriedade de 10 hectares com produção de 550 litros/dia. Há três anos, a captação era apenas de 120 litros/dia. "O erro dos produtores é investir em equipamentos desnecessários", alerta Berwanger.  Com orientação, os produtores focaram em itens que trazem significante avanço na produção: aquecedor solar, sala de ordenha, sistema de irrigação. 

Os exemplos apresentados emocionaram o presidente da Emater, Clair Tomé Kuhn, que acompanhou a apresentação da plateia. "As pessoas sabem que o leite não vem da caixinha, mas não sabem como é sofrido colocar esse leite dentro da caixinha. Quanto custa de tempo, de dedicação e  de gestão", ressaltou.  E garantiu apoio a quem precisar de ajuda. "A Emater está aí para ajudar na gestão. Busquem o escritório. O que precisamos é dar renda e qualidade de vida para manter pessoas como vocês no campo". E aproveitou para a agradecer ao Sindilat pela iniciativa. "Parabéns por acreditarem nos agricultores, que são a força que move o Rio Grande do Sul. O melhor emprego do mundo é ser dono do próprio negócio".

 
Rabobank estima boas perspectivas para os produtores de leite da UE em 2017
Estoques recordes devem manter preços de alimentos baixos em 2017, diz Rabobank
Estoques em máximas históricas devem manter os preços mundiais de alimentos baixos durante 2017, mesmo com a inflação começando a subir em economias desenvolvidas, disse o banco de agronegócio Rabobank em relatório nesta quarta-feira. Alimentos básicos como trigo, milho e soja estão sendo armazenados em volumes recordes, mantendo um teto para os preços que devem ser pagos a produtores no próximo ano. "A população global está crescendo e a prosperidade está subindo, impulsionando a mudança para dietas mais caras e ricas em carne e laticínios. Na nossa visão, os preços globais de alimentos deveriam, em sua maioria, resistir, ainda que produtores estejam preparados para pequeno ou zero crescimento no preço das commodities durante o ano", disse o chefe do mercado de commodities agrícolas da Rabobank, Stefan Vogel. A Rabobank disse que muito iria depender da China, que tem estoques gigantes de muitas commodities, incluindo milho, trigo e soja. "O maior coringa nisso tudo é a China... Qualquer decisão dos políticos chineses de começar a vender essas reservas iria ter um efeito profundo nos mercados mundiais, à medida que as importações chinesas iam cair", disse Vogel. (Reuters)
 

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