Porto Alegre, 09 de novembro de 2016 . Ano 10- N° 2.388
A programação contará com a presença de seis profissionais da área da saúde, que estarão distribuídos em dois grupos de discussão. No primeiro bloco, irá se avaliar os benefícios dos lácteos a partir de pesquisas médicas, as propriedades nutricionais do leite pasteurizado e UHT e os lácteos com baixos teores de sódio e gorduras saturadas. Após o Milkbreak, os profissionais irão desmistificar a grande preocupação que muitos têm em relação à lactose e de como a academia e a indústria podem, juntas, contribuir para o futuro do setor lácteo. O simpósio se destina a estudantes e profissionais da área da saúde preocupados com a qualidade, higiene e segurança dos componentes de uma alimentação saudável e integra a programação do 5º Congresso e Feira Brasil Sul de Avicultura, Suinocultura e Laticínios 2016 (5º Avisulat), de 22 a 24 de novembro. (Assessoria de Imprensa Sindilat)
Em outubro, o saldo da balança comercial do setor lácteo continuou negativo, mas com o valor menor que no mês anterior em 8,3 milhões de toneladas - redução de 37,9% sobre o déficit apresentado em setembro/16. O saldo da balança de lácteos foi de US$39,1 milhões negativos.
Tabela 1. Exportações e importações por categoria de produto.
Referente às importações, o volume caiu 33,2% em relação a setembro, resultando em 19,4 mil toneladas. O valor foi de US$55,9 milhões. O leite em pó integral teve volume importado de 9,1 mil toneladas em outubro (queda de 38,8% em relação ao mês anterior); também foram importadas 2,7 mil toneladas de leite em pó desnatado (43,7% inferior ao mês anterior); 2,3 mil toneladas de soro de leite (volume 12% inferior em relação a agosto, porém ainda 113,8% superior que setembro de 2015).
A importação de queijos foi a que apresentou queda menos expressiva dentre os principais produtos, tendo 4,5 mil toneladas de queijos importadas (valor 4,7% inferior ao mês anterior, porém 132% maior que o mesmo mês no ano anterior). (Os dados são do MDIC (Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços), adaptados pela Equipe MilkPoint.)
Austrália poderá ter que importar leite se a crise na área láctea continuar
Os produtores de leite alertaram em uma pesquisa do Senado que a Austrália poderá em breve precisar importar leite da Nova Zelândia e outros países se a crise da indústria de lácteos não for resolvida. Um grupo voluntário, Farmer Power, pediu uma tarifa de A$ 0,50 (US$ 0,38) por litro para ajudar os produtores que estão lutando contra as políticas de preços dos principais supermercados e esquemas de pagamento iniciados pelos processadores Murray Goulburn e Fonterra.
O produtor de leite, Alex Symons, disse ao comitê do Senado em Canberra que a situação é tão ruim que talvez ele desista da produção em breve. A situação estava ruim há anos, mas nos últimos cinco meses, piorou muito. Symons disse que o aumento do preço no supermercado de um litro de leite de A$ 1 a A$ 1,50 (US$ 0,76 a US$ 1,14) levaria os preços aos níveis dos anos oitenta. "Não é um grande pedido", disse ele, desmentindo as afirmações de que os consumidores não queriam pagar preços maiores se isso significasse ajudar os produtores. A medida permitiria que a maioria dos produtores ficassem em uma situação de break even (sem perdas nem ganhos). "Não estamos falando sobre tornar as pessoas milionárias. Isso é sobre salvar pessoas. Nós levantamos da cama às 5 da manhã e dizemos, 'ótimo, vamos perder mais mil dólares hoje'. Nós nos tornamos voluntários".
O imposto também significaria que os produtores não teriam que continuar financiando o Dairy Australia e o dinheiro poderia ser coletado para empréstimos para ajudar outros produtores a comprar sua primeira propriedade. Symons disse que não havia confiança na indústria e que nos últimos cinco ou seis meses, a maioria das pessoas com 25 a 35 anos que compraram rebanhos de vacas tinham deixado a atividade.
Uma estação ruim e a necessidade de feno significa terminar com um uma dívida de A$ 70.000 (US$ 53.389,7) no banco. Ficar para outro ano significaria aumentar sua dívida em A$ 130.000 (US$ 99,152,3). O grupo disse que os produtores não precisam de mais empréstimos e entrar em mais dívidas. "Colocar isso em cartão de crédito não é a resposta", disse o vice-presidente, Alex Robertson.
Outro produtor, Darryl Cordona, disse que a Austrália em breve importará leite, incluindo da Nova Zelândia. "Eu acho que isso acontecerá nos próximos dois anos se continuar sem mudanças". Anteriormente, o diretor executivo da Australian Dairy Farmers, John McQueen, disse que não vê os consumidores ou o parlamento concordando com uma tarifa de A$ 0,50 (US$ 0,38).
Oficiais do departamento de agricultura disseram ao comitê que 44 negócios rurais tinham empréstimos aprovados, com 170 solicitações. Eles disseram que o governo não considera uma tarifa temporária ao leite, mas expressou preocupações com os consumidores pararem de comprar leite se passar a custar mais. (As informações são do The Guardian, traduzidas pela Equipe MilkPoint)
Arla lança proteína em gel oriunda do soro do leite
Gel, pó, bebidas lácteas e bebidas cristalinas - são as quatro aplicações para o soro do leite que, no novo hidrolisado da Arla, poderá ser usado. E, quebrando a proteína do soro do leite em enzimas, o ingrediente deve ser absorvido pelo corpo mais rápido, disse a companhia.
"Nosso tempo nesse show da vida é muito curto para proteínas lentas", disse o diretor da unidade de nutrição em saúde e desempenho da Arla Foods Ingredients, Troels Laursen, no SupplySide West 2016. A companhia recentemente lançou quatro novos produtos em seu portfólio de hidrolisados de proteínas do soro do leite - no braço da nutrição esportiva da Arla.
"Nós temos uma longa história de desenvolvimento de hidrolisados de proteínas do soro do leite para a indústria de fórmulas infantis e indústria de nutrição médica. Estamos agora obtendo esses aprendizados de qualidade [e benefícios] que podemos ver nesses segmentos e trazendo para a nutrição esportiva".
Laursen falou sobre a proteína do soro do leite que foi hidrolisada com uma enzima, quebrada em pedaços menores antes de entrar no corpo. "É aqui onde vem a maior parte dos benefícios - a menor parte dessas proteínas não precisam de nenhuma digestão a mais. Podem ser absorvidas diretamente pelo sangue".
Os shakes de proteína têm sido padrão para proteínas em nutrição esportiva, mas a Arla vê um futuro em outros formatos. "Acreditamos que a proteína em gel será o formato que veremos com mais frequência no futuro", disse ele. "Isso está relacionado ao fato de a proteína ser cada vez mais usada em esportes de resistência, e podemos dizer que os géis esportivos já são um formato popular dentro do ciclismo e da corrida".
Esse ponto de vista é refletido no lançamento do Hydro.gel, da Arla, uma "proteína do soro do leite moderadamente hidrolisada preparada para uso", com 91% de proteína, 0,1% de gordura e 0,8% de lactose. A companhia tem promovido mais uso da proteína do soro do leite em esportes de resistência e financiando estudos para provar os benefícios das proteínas hidrolisadas do soro do leite - a fim de melhorar o desempenho em corredores de elite.
Os outros produtos lançados foram o Hydro.clear (para bebidas cristalinas), Hydro.power (para shakes em pó) e Hydro.milk (para bebidas lácteas).
Os benefícios diretos da proteína do soro do leite no desempenho em esportes, como ciclismo e corrida, ainda estão sendo estudados, com alguns pesquisadores descobrindo que a suplementação de proteína somente beneficia o aumento do crescimento muscular, mas não o desempenho. (Dairy Reporter)
O governo estadual deverá trabalhar na organização de algum dispositivo para barrar ou dificultar a importação de leite do exterior, especialmente do Uruguai. O assunto foi tratado ontem durante reunião entre produtores, entidades e secretário estadual de Agricultura, Ernani Polo. Representantes do grupo Construindo Leite, da região de Ijuí, participam do encontro. O objetivo é seguir decreto estipulado pelo governo federal recentemente, após constatação de que o leite importado entrava no Brasil e competia com preço desleal com o produto nacional. Isso ajudou para derrubar o preço do litro pago ao agricultor. Na região de Ijuí, por exemplo, agricultores recebem entre menos de 1 real até cerca de 1 real e 10 centavos. Alguns poucos ganham 1 real e 40 centavos. (Rádio Progresso de Ijuí)