Porto Alegre, 14 de setembro de 2016 . Ano 10- N° 2.351
Ao encerrar sua participação na comitiva governamental à Ásia, o secretário executivo do Sindilat, Darlan Palharini, informou que a prospecção de mercados feita pelo sindicato no Oriente será apresentada aos estados que compõem a Aliança Láctea (RS, SC e PR) para que, em bloco, a Região Sul tenha mais força nas negociações de novos mercados para os produtos brasileiros. O assunto deve ser tratado no próximo encontro e ainda deve passar por debate interno na próxima reunião de associados do Sindilat no dia 26 de setembro em Porto Alegre (RS). "O setor lácteo gaúcho era a única representação do segmento na comitiva e estamos atentos às oportunidades para nossas empresas. Mas atender a um mercado tão superlativo quanto os que visitamos requer uma ação conjunta a ser planejada", pontuou. A ideia, ampliou Palharini, é criar uma agenda mais focada no setor lácteo no Oriente e promover, no futuro, uma comitiva com representantes de toda a Região Sul para adiantar as tratativas. Um parceiro o setor lácteo já tem. Após o contato nesta missão, a Embaixada brasileira de Bangkok, na Tailândia, ficou de intermediar o contato entre o Sindilat e o setor varejistas local.
A missão do Sindilat à Ásia passou pela Coreia do Sul, Hong Kong, China e encerrou-se pela Tailândia. Segundo Palharini, que esteve com empresários e visitou redes varejistas para conhecer mais sobre os hábitos de consumo dos orientais, Bangkok foi uma grata surpresa e sinaliza para um promissor potencial comprador. Isso porque a região recebe 26 milhões de turistas todos os anos, o que amplia o mix de produtos lácteos em oferta tanto na rede hoteleira quanto nos supermercados. Para se ter uma ideia, o Brasil recebe cerca de 6 milhões de turistas por ano. "Essa capital tem um potencial enorme que se mostra para o Brasil, pois tem uma ampla variedade de produtos lácteos à venda, queijos e leites enriquecidos e orgânicos. Mas não se vê produtos da América do Sul por aqui. O potencial turístico torna a região um mercado interessante a ser desbravado ". Uma das dificuldades a ser superada, cita o executivo, é a questão da língua tendo em vista a grande dificuldade que a própria Embaixada brasileira tem que conseguir interpretes do Tailandês. (Assessoria de Imprensa Sindilat)
A diretoria do Conseleite-Paraná reunida no dia 13 de Setembro de 2016 na sede da FAEP na cidade de Curitiba, atendendo os dispositivos disciplinados no Capítulo II do Título II do seu Regulamento, aprova e divulga os valores de referência para a matéria-prima leite realizados em Agosto de 2016 e a projeção dos valores de referência para o mês de Setembro 2016, calculados por metodologia definida pelo Conseleite-Paraná, a partir dos preços médios e do mix de comercialização dos derivados lácteos praticados pelas empresas participantes.
Os valores de referência indicados nesta resolução para a matéria-prima leite denominada "Leite Padrão", se refere ao leite analisado que contém 3,50% de gordura, 3,10% de proteína, 400 mil células somáticas /ml e 300 mil ufc/ml de contagem bacteriana. Para o leite pasteurizado o valor projetado para o mês de Setembro de 2016 é de R$ 2,8172/litro. Visando apoiar políticas de pagamento da matéria-prima leite conforme a qualidade, o Conseleite-Paraná disponibiliza um simulador para o cálculo de valores de referência para o leite analisado em função de seus teores de gordura, proteína, contagem de células somáticas e contagem bacteriana. O simulador está disponível no seguinte endereço eletrônico: www.conseleitepr.com.br. (Fonte: Conseleite/PR)
Sem grandes oscilações desde o início do ano, os preços dos lácteos no mercado internacional registraram aumento expressivo desde agosto. Mas, de acordo com especialistas, ainda não é possível dizer se essa recuperação terá fôlego ou se as altas recentes são pontuais e resultado de movimentos especulativos. Os preços internacionais vinham patinando em decorrência da fraca demanda da China e do aumento da oferta de leite, especialmente na União Europeia, após o fim do sistema de cotas de produção em abril de 2015. Mas esse quadro começou a mudar, principalmente do lado da oferta, de acordo com os analistas. Sinais de que a China estaria voltando ao mercado internacional também contribuem para sustentar os preços. Não há ainda, porém, dados precisos sobre a demanda do país asiático.
Diante disso, nos últimos três pregões internacionais para comercialização de lácteos, realizados pela plataforma Global Dairy Trade (GDT), as cotações do leite em pó integral subiram 34,34%, para US$ 2.793 por tonelada. Os preços nos leilões quinzenais capitaneados pela neozelandesa Fonterra são referência para o mercado internacional. Mesmo com essa valorização o produto importado segue competitivo no mercado brasileiro, o que significa que o déficit da balança de lácteos deve crescer ainda mais (ver a matéria Déficit em lácteos já é três vezes maior que o de 2015). Uma das regiões onde a produção de leite começou a cair foi a União Europeia, observa Rafael Ribeiro, analista da Scot Consultoria. Depois de subir todos os meses entre abril de 2015 e maio deste ano ¬ o que levou à queda dos preços pagos aos pecuaristas europeus e a intervenções da UE, a produção no bloco recuou 1,6% em junho passado na comparação com igual mês de 2015 e 2,1% em julho em relação ao mesmo intervalo do ano passado, acrescenta Valter Galan, analista da MilkPoint, consultoria especializada em lácteos. Tão importante quanto a queda na produção na União Europeia onde os estoques de lácteos ainda são elevados ¬ é o recuo na oferta de leite da Argentina, segundo Galan. O país, que exporta 30% do que produz, deve ter uma retração de 2 bilhões de litros em sua produção inicialmente projetada em 11 bilhões de litros por conta de problemas climáticos e da alta dos custos devido ao aumento dos preços dos grãos para a alimentação do rebanho.
O Uruguai também está produzindo menos leite. Ribeiro cita ainda um ajuste na oferta de leite nos Estados Unidos, com a entressafra. Contudo, Galan lembra que também nos EUA os estoques de lácteos são elevados. "Ainda não dá para dizer que a alta tem fôlego", avalia. Mas ele considera que os níveis históricos de preços para o leite integral, entre US$ 3.200 e US$ 3.500 por tonelada, podem ser vistos ainda antes de 2017 em função de uma eventual antecipação de compras por parte de países importadores. Os especialistas estão atentos também à produção na Nova Zelândia, maior exportador mundial de lácteos, onde a safra começou em junho passado. As projeções indicam recuo de 3% na produção do país nesta safra, mas em julho houve leve alta. Num dos últimos leilões da plataforma GDT, informações de que haveria maior demanda da China por leite integral fizeram as cotações do produto subir 19%. No entanto, segundo Valter Galan, ainda não há dados disponíveis recentes comprovando essa maior demanda. Entre janeiro e julho, as importações chinesas de lácteos cresceram 13% em relação a igual período de 2015, de acordo com o Instituto Nacional do Leite, do Uruguai. Marcelo Costa Martins, diretor-executivo da Viva Lácteos, que reúne laticínios brasileiros, também cita o aumento da demanda chinesa como uma das explicações para a alta dos preços. Para ele, a valorização recente "é um alento", mas as cotações ainda estão muito abaixo de patamares registrados em 2013 e 2014, quando a tonelada do leite em pó ficou na casa dos US$ 5 mil. Projeções feitas pela própria plataforma GDT indicam que o leite integral pode alcançar a casa dos US$ 3 mil por tonelada em março do ano que vem, cita Ribeiro, da Scot. "A demanda ainda não se recuperou", observa, acrescentando que estimativas do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) indicam que as importações mundiais de lácteos devem somar 943 mil toneladas este ano, abaixo das 1,014 milhão de toneladas de 2015. (Valor Econômico)
Déficit em lácteos já é três vezes maior que o de 2015
De acordo com Marcelo Costa Martins, diretor-executivo da Viva Lácteos, a redução da oferta de leite no mercado interno brasileiro devido a problemas climáticos e alta de custos de produção estimulou as importações. Ao mesmo tempo, esse quadro elevou os preços ao produtor brasileiro que já começam a perder fôlego , reduzindo a competitividade dos lácteos nacionais no exterior. Ainda que bem inferior a 2015, agosto foi o melhor mês para as exportações de lácteos este ano, segundo Martins. A razão foi o volume significativo vendido para a Venezuela 2 mil toneladas de leite em pó. Apesar de viver uma forte crise, o país ainda é relevante para as exportações brasileiras e respondeu por mais da metade da receita de US$ 96 milhões apurada até agosto. O executivo se diz otimista e afirma que as empresas exportadoras de lácteos estão se preparando para uma demanda que "em algum momento passará a existir". O diretor da Viva Lácteos não acredita que o cenário de grandes volumes de importação pelo Brasil vá se sustentar no médio prazo. A razão é que a entrada da safra de leite na região central do país, com a temporada de chuvas, deve melhorar a oferta de matéria¬prima. Valter Galan, da consultoria especializada em lácteos MilkPoint, tem opinião diferente. Ele avalia que as "importações devem continuar firmes até o fim do ano". Segundo o analista, os preços internacionais, ainda que tenham subido, continuam competitivos no mercado brasileiro. (Valor Econômico)
A Receita Estadual deve publicar, nos próximos dias, uma Instrução Normativa que visa facilitar a emissão de Notas Fiscais Eletrônicas (NF-e) pelos pequenos produtores rurais que terão que adotar esse sistema a partir de 1˚ de outubro. Ao mesmo tempo em que busca alternativa para eliminar dificuldades, o governo sofre pressão de entidades como Fetag e Famurs que acreditam que os agricultores ainda não têm condições de usar a NF-e em substituição ao talão de produtor. O chefe da Divisão de Fiscalização e Cobrança da Receita Estadual, Edison Moro Franchi, entende que, tecnicamente, os produtores já tiveram tempo para se adaptar às exigências, já que os prazos foram prorrogados no início do ano. Mesmo assim, explica que a Instrução Normativa irá apresentar uma modalidade "mais facilitada" para a adesão. Ele preferiu não adiantar os detalhes. Em outubro, a exigência começa a valer para produtores do Sistema Integrado (entre os quais os agricultores familiares são maioria), produtores estabelecidos como empresa (CNPJ) e para as lavouras temporárias. O presidente da Fetag, Carlos Joel da Silva, enfatiza que ainda não há condições de a NF-e ser implementada, tendo em vista a precariedade da Internet em várias regiões. "Queremos que seja facultativo. O produtor que quiser usar, que use, mas aquele que não tem condições que continue no sistema do talão", defende. Silva acrescenta que a federação pretende marcar uma nova audiência com o governo para tratar a questão, tendo em vista a proximidade da exigência. Em contraponto, Franchi destaca que a NF-e é emitida no RS desde 2005. "Todos os setores aderiram há muito tempo e agora precisamos também da adesão dos produtores rurais. Isso vai diminuir custos para o Estado, vai acabar o papel e o produtor terá uma organização melhor das informações, porque tudo estará no sistema", argumenta. Ele explica que as empresas podem utilizar softwares próprios ou fazer download de um programa gratuito do site da Secretaria da Fazenda. Já o produtor pessoa física deverá emitir NF-e avulsa no site da Sefaz. De acordo com dados da Receita, as notas substituiriam cerca de 8 milhões de notas fiscais que circulam anualmente, reduzindo R$ 3,5 milhões de custos ao ano para o Estado na confecção e distribuição dos modelos em papel. O cronograma atual prevê que os micro-produtores que não participam de Sistema Integrado estarão obrigados a aderir à NF-e em janeiro de 2019. (Correio do Povo)