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12/09/2016

Porto Alegre, 12 de setembro de 2016 .                                               Ano 10- N° 2.349

 

   Cotas para Uruguai devem vir com acordo informal

Aproveitando a proximidade com a viagem realizada ao Oriente, o secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, retomou com o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, o pedido feito na Expointer de revisão das importações de produtos lácteos uruguaios. Segundo Maggi, o Uruguai não quer nem falar sobre uma possível instituição de cotas, mas sinalizou que, se for impossível formalizar as cotas, vai se tentar um acordo tácito para que a entrada de leite em pó do Uruguai siga os padrões da Argentina, onde as aquisições estão relacionadas a momentos específicos de oferta reduzida no mercado interno brasileiro.

O pedido de maior atenção às importações de leite uruguaio foi feito pelo Sindilat durante a visita do ministro à Expointer, no final de agosto. Na ocasião, o assunto foi tratado em reunião a portas fechadas entre o brasileiro Blairo Maggi e o uruguaio Tabaré Aguirre. O setor lácteo gaúcho alega que os produtos daquele país prejudicam o mercado local e, desta forma, é necessário um regramento para os importados de forma que não entrem altos volumes em plena safra, o que acaba por derrubar os preços e reduzir a rentabilidade de todo o processo produtivo. (Assessoria de Imprensa Sindilat)

Darlan Palharini e Blairo Maggi em viagem a Hong Kong
Foto: Arquivo pessoal
 
 
Importações brasileiras de leite praticamente dobram no acumulado do ano

As importações brasileiras de produtos lácteos NCM 04, praticamente dobraram de janeiro a agosto, na comparação com o mesmo período do ano passado. O volume da categoria da Manteiga e Butteroil mais que triplicou. Embora os valores não tenham crescido na mesma proporção, o incremento foi de 183%. Ao importar 165% quilos a mais que no ano passado, o leite em pó integral contribuiu para que a categoria 0402 tivesse elevação de 102% em volume, e 66% em valores.
 

Chama a atenção também as compra de Leite Longa Vida UHT, que saiu de aproximadamente 501 toneladas nos primeiros oito meses de 2015, para 1.364 toneladas este ano.
 
O Uruguai foi líder absoluto nas vendas para o Brasil de leite UHT, responsável por quase 63% das compras de leite em pó, e ocupou 47% do mercado de queijos. A Argentina vem em seguida, vendendo quase 30% do leite em pó importado, e ligeiramente abaixo do Uruguai no mercado de queijos, 46,5%. Os três outros países que exportaram para o Brasil até o mês de agosto, em volume foram: Chile (3,1%); Estados Unidos (1,9%); e Nova Zelândia (1,7%). Esses cinco países foram responsáveis por 97,2% das compras brasileiras de lácteos em 2016. (MDIC/Terra Viva)

Produção/Europa 

Na sexta-feira passada foram publicados os Decretos 2016/1614, 2016/15 e o 2016/19 com medidas de gestão, com o objetivo de restaurar o equilíbrio do mercado. 

1 - Ampliação do período de intervenção pública para o leite em pó desnatado: prorroga de 30 de setembro de 2016 para 31 de dezembro de 2016.  A intervenção terá preço fixo até alcançar o limite de 350.000 toneladas e depois será pelo sistema de licitação;

2 - Antecipação da abertura da licitação de leite em pó desnatado: Em 2017 será aberta em 1º de janeiro e encerrará em 30 de setembro (habitualmente o início é em 1º de março). O limite se mantém em 109.000 toneladas a preços fixo;

3 - Prorrogação do período de armazenamento privado de leite em pó desnatado: será prorrogado de 30 de setembro de 2106 até 28 de fevereiro de 2017;

4 - Ampliação do período para os acordos de gestão da produção: Será prorrogado por um novo período de seis meses, a possibilidade de adotar acordos e decisões elaborados por organizações de produtores e entidades de classe sobre a redução da produção de leite. O primeiro período de seis meses para se realizas estes acordos foi iniciado em 13 de abril último. 

Até o momento não houve comunicação de nenhum acordo ou decisão conjunta por parte de nenhum país, mas a Comissão Europeia acredita ser questão de tempo. (Agrodigital - Tradução livre: Terra Viva)

Inflação de alimentos 

As matérias-primas que têm influência sobre a inflação brasileira A inflação de alimentos ainda incomoda em 2016, mas com uma importante mudança de composição. Uma das principais pressões sobre os serviços nos últimos anos, a parte de alimentação fora de casa perdeu fôlego e está subindo menos do que os preços de alimentação no domicílio, algo raro na série do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Nos 12 meses encerrados em agosto, os preços de alimentação fora do domicílio subiram 8,65%, recuo de quase dois pontos ante dezembro de 2015, quando a alta era de 10,37%. No mesmo período, choques climáticos ocorridos neste ano levaram a inflação de alimentos no domicílio a saltar de 12,9% para 16,79%, pressão que parece não ter sido repassada aos preços em bares e restaurantes diante da crise que reduziu a demanda por esses serviços. A diferença de mais de oito pontos entre a inflação de alimentos dentro e fora de casa marca o ápice de uma mudança que vem ocorrendo desde meados de 2015, quando o avanço da alimentação domiciliar começou a superar o do outro subgrupo. 

O IPCA, dizem economistas, indica que choques nos preços de alimentos elevam também os preços de refeições fora do domicílio, algo que não tem ocorrido em 2016. Para o IBGE, a alimentação fora de casa peso 8,8% no orçamento de famílias com renda até 40 salários mínimos. Na média de 2011 a 2015, observa Fabio Romão, da LCA Consultores, a inflação de alimentos fora do domicílio ficou em 10% ao ano, acima da alta do total de serviços, que foi de 8% no período, e do aumento anual de 9% dos alimentos no domicílio. Para 2016, Romão estima que este conjunto de preços vai aumentar 13,7%, alta superior à prevista para os alimentos fora de casa, de 8,4%. "A menor demanda por esses serviços está ajudando a moderar os repasses", diz o economista, lembrando que a dinâmica de preços de alimentação domiciliar é uma importante "proxy" dos custos do segmento de restaurantes. Em 2012, por exemplo, ano marcado por forte choque de commodities agrícolas, o reajuste nos preços de alimentação dentro e fora de casa foi bastante parecido, de 10% e 9,51%, respectivamente. "Agora tivemos aumento de custo mais forte nas matérias-¬primas e ainda assim os alimentos fora de casa estão subindo menos", afirma Romão, o que, em sua visão, está relacionado à perda de empregos no setor.

 

 
Segundo levantamento da LCA a partir do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), somente em 2015, foram destruídas 38,5 mil vagas formais no setor de alimentação, somando restaurantes, serviços ambulantes de alimentação, de "catering" e de buffet. Na Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) do IBGE, a receita real do segmento de alimentação, que é agregada à do setor de alojamento, diminuiu 5,3% nos 12 meses até junho. Para Rodrigo Alves de Melo, economista-¬chefe da Icatu Vanguarda, o componente de serviços, como mão de obra e aluguel, tem maior peso na dinâmica de preços de alimentação fora de casa. Por isso, diante da recessão e da queda da renda dos consumidores, os empresários do setor estão absorvendo as pressões de custos dos alimentos via redução de margens. "Isso é evidência de que o hiato do produto está aparecendo de maneira robusta no comportamento dos reajustes de preços", diz, referindo¬-se ao aumento da distância entre o PIB de fato e o PIB potencial "A própria classificação do Banco Central reflete a característica de serviços de alimentação fora de casa", concorda Luís Otávio de Souza Leal, economista-chefe do banco ABC Brasil, lembrando que, a partir de 2012, a autoridade monetária deixou de considerar esse item do IPCA como um bem não durável e o incluiu no grupo dos serviços. 

Por isso, destaca Leal, estes preços desaceleraram durante a crise, mas dificilmente vão rodar abaixo da inflação total, ou do centro da meta inflacionária. Pesquisa divulgada pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) ao Valor mostra que alguns indicadores melhoraram no segundo trimestre, mas a entidade ainda avalia que as vendas só devem voltar a crescer mais do que a inflação a partir de 2017, após estabilidade em 2016 e retração de 3,5% em 2015. De abril a junho, 25% das 700 empresas consultadas afirmaram que tiveram ganho de rentabilidade no período, enquanto, no início do ano, 33% delas disse que registrou queda ou estabilidade nesse dado. Com a expansão de 1,5% prevista para o PIB no ano que vem ¬ projeção que conta com viés de alta ¬ e a estabilidade esperada para a renda, depois de dois anos da queda, parte da demanda do setor deve voltar, pondera Romão, da LCA. Mesmo assim, afirma, os preços de alimentação fora de casa devem subir 8,4% em 2017, mesmo nível deste ano, contidos pela baixa projetada para os alimentos. Em seus cálculos, o grupo alimentação e bebidas vai desacelerar de 11,9% para 7,5% entre um ano e outro. (Fonte: Valor Econômico)

Ideas for Milk 

A Embrapa Gado de Leite, em parceria com empresas do setor, promove nesta segunda-feira, 12 de setembro, o evento de apresentação do "Desafio de Startups: Ideas for Milk", que terá a Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" (USP/ESALQ) como uma das sedes regionais. O objetivo do evento é despertar nos participantes o interesse de desenvolverem projetos que relacionem soluções para aumentar a eficiência do segmento da cadeia produtiva do leite no Brasil. O desafio chega para estimular a inovação e o empreendedorismo voltados ao agronegócio do leite. Podem participar equipes informais compostas por quaisquer pessoas interessadas ou startups/empresas já constituídas. A proposta é que os participantes apresentem um projeto que relacione soluções para aumentar a eficiência do segmento da cadeia produtiva do leite no Brasil por meio de projetos de tecnologia que podem envolver aplicativos mobile, soluções de hardware ou software e tecnologias que estejam relacionadas à melhoria da eficiência da atividade.

As propostas para a competição nacional entre empreendedores devem ter foco nas áreas do agronegócio do leite, que abrangem desde os insumos agropecuários, logística de captação, distribuição do leite, indústria de laticínios até o consumidor final. Dessa forma, soluções para a maior eficiência de culturas utilizadas na atividade leiteira, como milho, pastagens, cana e outras, podem ser incluídas. Os benefícios para os ganhadores vão desde a participação e o aprendizado em um processo que envolve a formulação de uma ideia com potencial de mercado até a possibilidade de alavancar um negócio lucrativo. Após a primeira etapa de avaliação das ideias inscritas, até 40 projetos seguirão para as oito finais locais, que serão realizadas dentro de universidades - referências em agropecuária. Apenas oito projetos, um de cada final local, irão para a final nacional, que ocorrerá em Brasília. (Esalq/USP)
 

PGPAF
Açaí (fruto), babaçu (amêndoa), borracha natural, cacau (amêndoa), cará, inhame, laranja, leite, trigo e triticale (tipo de cereal). Estas são as culturas com desconto no pagamento dos financiamentos do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), neste mês de setembro. A medida foi publicada no Diário Oficial da União desta sexta-feira feira (9). A dedução vale para o período de 10 de setembro de 2016 a 9 de outubro.  Os produtos tiveram o valor de mercado abaixo do preço de garantia, definido com base no custo de produção, do Programa de Garantia de Preços da Agricultura Familiar (PGPAF). O PGPAF é bom para o governo, pois contribui para a manutenção da capacidade de pagamento do produtor, e bom para o produtor, que pode planejar os investimentos e o custeio da safra com equivalência em produtos. O açaí, por exemplo, tem desconto de 56,34% no Amapá, e o babaçu está com 51,22% de abatimento no Maranhão. O bônus é calculado, mensalmente, pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e divulgado pela Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário (Sead).  A Conab faz um levantamento nas principais praças de comercialização dos produtos da agricultura familiar e que integram o PGPAF. Confira aqui a lista completa dos produtos com os descontos no Diário Oficial da União. (MDA)

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