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02/09/2016

Porto Alegre, 02 de setembro de 2016 .                                               Ano 10- N° 2.344

 

PIB do Brasil recua 0,6% no 2º trimestre; agropecuária encolhe 2%

A economia brasileira encolheu 0,6% no segundo trimestre sobre os primeiros três meses do ano, mas a indústria e os investimentos deram os primeiros sinais de recuperação. A indústria mostrou expansão de 0,3% no trimestre passado sobre o anterior, interrompendo cinco sequências seguidas de queda. O setor agropecuário brasileiro, no entanto, encolheu 2% no segundo trimestre do ano. A queda foi mais acentuada do que a verificada no período anterior, de 0,3%. Os serviços também apresentaram recuo, de 0,8%, no mesmo tipo de comparação. 

 

Os dados, divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quarta-feira (31), também mostraram que o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro encolheu 3,8% em relação ao mesmo período de 2015.  Comparação com o 2º trimestre de 2015. Em relação ao mesmo trimestre do ano passado, todos os setores tiveram queda: a agropecuária caiu 3,1%, a indústria, 3% e os serviços, 3,3%. Segundo o IBGE, o resultado da agropecuária foi influenciado pelo fraco desempenho de safras importantes no segundo trimestre. Com exceção do café, que apresentou crescimento na estimativa de produção anual de 11,2%, as demais culturas com safra neste período registraram queda na estimativa de produção anual e perda de produtividade: milho (-20,5%), arroz (-14,7%), algodão (-11,9%), feijão (-9,1%) e soja (-0,9%).

Na indústria, pesou a diminuição da produção de máquinas e equipamentos; da indústria automotiva e outros equipamentos de transporte; produtos metalúrgicos; produtos de metal; artigos do vestuário; produtos do refino de petróleo e móveis. Ainda de acordo com a pesquisa, no segundo trimestre de 2016, a despesa de consumo das famílias caiu 5%. Este resultado pode ser explicado pela deterioração dos indicadores de inflação, juros, crédito, emprego e renda ao longo do período, afirma o IBGE. (As informações são do portal UOL Economia e do jornal O Estado de São Paulo)

 
 
 
Alta nos preços dos lácteos no mercado internacional

No leilão de número 170 da plataforma Global Dairy Trade (GDT), realizado no dia 16 de agosto, os produtos lácteos terminaram cotados, em média, em US$2,73 mil por tonelada.
Em relação ao evento anterior, houve alta de 12,1% nos preços. Na comparação com o mesmo período do ano passado, o preço médio acumula valorização de 38,3%.
No caso do leite em pó, a cotação média ficou em US$2,69 mil por tonelada, alta de 19,0% frente ao leilão da primeira quinzena do mês. Este valor é o maior registrado desde outubro de 2015.
Em relação a agosto do ano passado, o leite em pó está custando 45,2% mais.
Foram vendidas 37,77 mil toneladas de produtos lácteos neste leilão, volume 2,3% acima do mesmo período do ano passado.
Os contratos futuros de leite em pó integral subiram estimulados pela atual alta nos preços. Até fevereiro de 2017, as projeções estimam preços entre US$2.643 e US$2.814/tonelada. (Scot Consultoria)

Exportação de soro de leite para China bate recorde

Um grande número de consumidores chineses veem a proteína como parte indispensável a uma dieta saudável. A proteína do soro de leite tornou-se ingrediente essencial na fabricação de alimentos e bebidas, bem como em raçoes suínas. Em Julho, a indústria de laticínios dos EUA enviou volume recorde de soro de leite para a China. Segundo o Daily Dairy Report, a proteína em pó é um insumo básico utilizado na ração dos leitões para aumentar seu desenvolvimento, e dado a recente elevação de preço da carne de porco chinesa,os produtores na China tiveram dinheiro suficiente para gastar com o soro de leite. De acordo com o Global Trade Information Services (GTIS), enquanto as importações de soro de leite da China de 102,6 milhões de libras, [aproximadamente 46.539 toneladas], caíram 3,8% em relação a julho de 2015, os Estados Unidos enviaram um recorde de 66,6 milhões de libras, [aproximadamente 30.209 toneladas], de soro de leite para a China. "Graças aos preços competitivos, os Estados Unidos foram os principais beneficiários do crescente apetite chinês por soro de leite", diz Sara Sharp, especialista em economia agrícola no Relatório do Daily Dairy. 

 
Ela reporta que as exportações de soro dos Estados Unidos para a China foram responsáveis por 64,9% do toral de compras dos país em julho - a maior quota de mercado desde março de 2010. "É provável que o crescimento contínuo das importações de soro de leite pela China, e principalmente concentrados de soro, seja a sustentação da indústria de soro de leite dos EUA," acrescenta Sharp. Ao mesmo tempo que as importações de soro dos EUA para China crescem, as exportações de queijos despencam - mesmo com as importações tendo atingido um recorde em julho, segundo Sharp. A China importou 22,6 milhões de libras de queijo e coalhada em Julho, [aproximadamente 10.251 toneladas], 36,6% mais do que em julho de 2015. Segundo dados da GTIS, nos primeiros sete meses do ano, as importações subiram 26,4% acima do volume de 2015 (ajustado para o ano bissexto). "Como consequência de preços domésticos muito mais elevados, os EUA viram seus embarques de queijo para China caírem 27,3% em relação aos  primeiros sete meses de 2015. 
Enquanto  Nova Zelândia e  Austrália - o primeiro e o segundo maior fornecedor da China - tiveram crescimento de aproximadamente 34%  cada um, nas exportações de queijo para a China, neste ano", acrescenta Sharp. Enquanto a demanda chinesa por soro de leite e queijo aumenta, a florescente importação chinesa de leite em pó, integral e desnatado, enfraqueceu em julho. Dados da GTIS mostram que as importações de leite em pó integral e desnatado em julho, juntas, caíram 8,8% em relação ao ano passado e ficaram 6,7% abaixo na média das importações diárias em junho. Contudo, nos primeiros sete meses do ano, a China importou 22,3% mais leite em pó integral e 0,45% mais leite em pó desnatado do que no mesmo período de 2015. "Os EUA podem claramente competir pelo crescente mercado de soro de leite da China, mas enquanto persistir a grande diferença entre os preços do mercado mundial e dos EUA, os exportadores norte-americanos continuarão alijados dos mercados de queijo e leite em pó", observa Sharp. (DairyReporter - Tradução livre: Terra Viva)

AgriBrasil investirá US$ 1 bilhão em lácteos

A produção do leite no Brasil vai ganhar um reforço importante no próximo ano com o estabelecimento da AgriBrasil na Bahia, empresa de produtos lácteos que está sendo implementada pelo empresário holandês Kees Koolen, com investimentos de US$ 1 bilhão. O executivo, que ficou conhecido principalmente pelo tempo em que foi CEO da Booking.com, falou sobre a fé que tem no mercado brasileiro, durante o segundo dia do Fire, evento de marketing digital realizado na Capital pela startup Hotmart.

Depois de fazer da Booking.com uma empresa de sucesso, que movimenta cerca de R$ 160 bilhões por ano, Koolen se dedicou à vida de investidor. Atualmente ele é estrategista da internacionalização da Uber e investe em startups ao redor do mundo, sendo uma delas a mineira Hotmart. Durante sua palestra no Fire, o executivo afirmou que gosta de investir no Brasil porque é um País que ainda atrai poucos investidores do exterior e, por isso, ele acaba ganhando sozinho grandes oportunidades.

Uma delas é o mercado de produção de leite. Koolen foi criado na zona rural da Holanda e, por isso, já tem expertise no assunto. Para ele, esse é um mercado em potencial no mundo e o Brasil é "o melhor lugar para se produzir leite". O empreendimento será construído em uma região a 200 Km do município Luis Eduardo Magalhães, na Bahia. Mas o executivo explicou que o que tem em mente vai muito além das fazendas de leite como o brasileiro conhece. A ideia, segundo ele, é fazer parceria com universidades, trazer conhecimento novo sobre o setor e também trazer matrizes de raças holandesas para, em seguida, iniciar a reprodução delas no País.

"A ideia é construir de 25 a 50 unidades produtoras nos próximos anos. Também queremos exportar para China, que será o nosso principal mercado. A legislação atual não permite isso, mas a gente vai ter que mudar essas questões. Esse é o tipo de projeto que temos para o Brasil", disse entusiasmado. O executivo ainda completou que a alimentação do rebanho e até a energia utilizada nas fazendas serão produzidas localmente.

Para o executivo, a maior inovação da AgriBrasil é a integração em todo o processo produtivo. Segundo ele, esse é um setor em que ainda há muita fragmentação na produção e o resultado disso é que as pessoas não sabem de onde veio o leite que estão bebendo. "Estamos propondo a fabricação de produtos alimentícios, inclusive para crianças. Então é muito importante ter o controle de qualidade e o conhecimento do trajeto que esse alimento percorreu na produção. É mais que eliminar os intermediários, é integrar esses caminhos. As pessoas querem saber de onde vem a comida que elas estão comendo e é essa demanda que queremos atender", afirma.

Koolen explicou que ainda não há uma data certa para início das atividades, tendo em vista que ainda estão sendo fechados detalhes relativos às finanças e aos aspectos técnicos do negócio. Segundo ele, o empreendimento está sendo planejado há três anos e a expectativa é que ele comece a operar no próximo ano. Sobre a situação política do País e os possíveis impactos disso no investimento, o empresário diz não se preocupar.

"Gosto do Brasil porque acredito que existem muitas oportunidades aqui e não estou envolvido com a política, pois sei que qualquer governo sempre quer o desenvolvimento de seu País. Percebo que no Brasil governar é um desafio muito grande devido à sua extensão territorial e à diferença entre regiões muito e pouco desenvolvidas. Mas acredito que se você traz projetos que promovem o desenvolvimento do país, o governo sempre irá dar suporte", analisa. (Diário do Comércio)

 

Brasil e China assinam acordo de investimento em agricultura
Um acordo para a criação de um Fundo de Investimento do Desenvolvimento da Agricultura do Brasil e China, com capital de US$ 1 bilhão, foi assinado nesta sexta¬feira em Xangai, ao fim de seminário que reuniu empresários dos dois países, com a presença do presidente Michel Temer, em sua primeira viagem internacional após assumir o cargo, na quarta¬feira. O fundo participará da cadeia do setor agrícola brasileiro, especialmente em serviços agrícolas e de melhoramento de infraestrutura, incluindo armazenamento, logística e portos. O banco chinês Haitong, de Xangai, diz que a ideia é aproveitar as vantagens da indústria e financiamento das partes chinesas. Xie Tao, presidente do grupo Hunan Dakang International Food and Agriculture, disse ver oportunidades importantes no Brasil e acha que a economia vai melhorar nos próximos 18 meses. Por sua vez, o ministro da Agricultura do Brasil, Blairo Maggi, anunciou plano de elevar a participação brasileira nas exportações agrícolas mundiais, de 7% para 10% do total no prazo de cinco anos. "Não vou estar lá (no ministério) até lá, mas é preciso plantar a partir de agora", afirmou. Segundo o ministro, com essas medidas implementadas o Brasil poderia faturar cerca de US$ 30 bilhões a mais por ano. (Valor Econômico)
 

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