Porto Alegre, 22 de agosto de 2016 . Ano 10- N° 2.336
O Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do Rio Grande do Sul (Sindilat) pretende entregar ao ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, um documento com reivindicações para flexibilizar as normas regulamentadoras que regem a relação trabalhista nos laticínios. A expectativa é de que a reunião ocorra hoje. O pedido deve ser reforçado, durante a Expointer, ao ministro da Agricultura, Blairo Maggi. O presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, afirma que entende a importância das normas, mas ressalta que muitas destas regras "acabam onerando e tirando a competitividade" do setor. As reivindicações estão relacionadas à NR 10, que prevê o acompanhamento de um engenheiro em projetos de eletricidade; à NR 12, relacionada à ergonomia; ao artigo 60 da CLT, que proíbe horas extras em locais insalubres; e alei 13.287/2016, sancionada em maio, que proíbe gestantes ou lactantes de trabalhar em local insalubre. O Sindilat alega que é necessário tempo para se adequar à NR 10. Com relação à NR 12, a entidade afirma que a ergonomia é uma questão interpretativa. Já a CLT, conforme o sindicato, deixa a entender que pode haver autorização para horas extras nesses ambientes de trabalho. No entanto, nenhuma empresa do Estado obteve este acordo até o momento, segundo o Sindilat. Conforme o diretor-executivo da entidade, Darlan Palharini, a lei 13.287, por sua vez, faz com que muitas vezes a empresa tenha de colocar a funcionária gestante ou lactante em uma área que ela desconhece. O presidente da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação (FTIA/RS), Valdemir Corrêa, se mostra contrário à flexibilização, embora entenda que, em certos casos, pode haver prazos maiores para adaptação. "Precisamos ter algumas normas porque se trata de condições de trabalho e da saúde do trabalhador", reitera o sindicalista. De acordo com Corrêa, embora não se possa generalizar, há empresas que deixam de tomar as medidas necessárias à segurança do trabalhador. (Correio do Povo)
A Clínica do Leite, do Departamento de Zootecnia da ESALQ, recebeu durante três dias a visita de auditores do INMETRO. O laboratório é credenciado pelo Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e como tal, os gestores da clínica haviam entrado, há dois anos, com pedido de acreditação pelo INMETRO.
Como não foi observada nenhuma não conformidade crítica, a equipe de avaliadores recomendou a acreditação pelo segundo ano consecutivo, com base nas exigências da norma ABNT NBR ISO/IEC 17025:2005. Diante dessas avaliações, a Clínica, que é dividida em três setores, permanece com o padrão de qualidade internacional, seguindo todos os quesitos dos melhores laboratórios de análise de leite do mundo. O setor de Academia, é responsável pelos treinamentos destinados a técnicos e produtores na parte de gestão; o setor de Sistema de Informação gera ferramentas e softwares para ajudar o produtor a gerenciar melhor sua fazenda; o Laboratório é a unidade que monitora o leite produzido no País.
Para o gerente técnico da Clínica do Leite, Laerte Dagher Cassoli, a acreditação trata-se de um reconhecimento e uma evidência da importância do trabalho para a sociedade. "Isso passa pela essência da USP - realizar um trabalho de excelência, de vanguarda, e esse trabalho é feito aqui, totalmente alinhado com o propósito da Universidade. A acreditação é um reconhecimento de que operamos com alto padrão de qualidade, como qualquer laboratório de ponta no mundo", destaca Cassoli.
De acordo com o gerente, um outro diferencial do Laboratório consiste nas pessoas que lá trabalham. "Nossos equipamentos de análise são os mesmos de outros laboratórios de ponta no mundo e a estrutura também é muito parecida, mas o que faz a diferença realmente é equipe. A qualidade é construída a partir das pessoas. É fundamental termos um time muito bem treinado e engajado, para que tenhamos eficiência nos processos, e consequentemente qualidade", finalizou Cassoli.
Os auditores do INMETRO também exaltaram o grau de engajamento dos colaboradores da Clínica, que reflete diretamente na qualidade do trabalho realizado. "Temos auditado muitos laboratórios, mas dificilmente encontramos um local onde se trabalhe com tamanha satisfação. É uma alegria verificar o quanto a ESALQ é pioneira nesta área", afirmaram os auditores.
Segundo o coordenador da Clínica do Leite, professor Paulo Fernando Machado, a acreditação do INMETRO deve-se ao excelente trabalho realizado. "Entregamos resultados dentro dos padrões internacionais de qualidade e conseguimos atender todos os interessados. Além disso, mantemos ótimos índices de atendimentos e prazos uma vez que nossos funcionários atuam em um ambiente de trabalho adequado para nossas exigências. Reforçamos, finalmente, a excelência da ESALQ/USP nas esferas de ensino, pesquisa e extensão. A acreditação é, portanto, uma garantia de que nossos trabalhos vão se perpetuar", disse o coordenador da clínica. (Esalq)
Rebanho leiteiro britânico está declinando
O tamanho do rebanho leiteiro da Inglaterra caiu 2% no último ano, a maior queda anual nos últimos quatro anos, informou o AHDB Dairy. De acordo com o Serviço de Movimento de Gados Britânicos (BCMS), havia 1,80 milhões de fêmeas leiteiras com mais de 2 anos de idade em 1 de julho de 2016, 37.000 cabeças a menos do que no ano anterior. Os abates de fêmeas leiteiras (de mais de 36 meses) durante o mesmo período aumentaram 13%, para 37.000.
Embora os abates tenham aumentado firmemente desde o meio de 2014, a taxa acelerou no começo de 2016. O aumento foi predominantemente afetado pelo número de vacas nos primeiros anos de lactação.
O declínio líquido no rebanho leiteiro sugere que aqueles animais que estavam sendo abatidos não estavam sendo substituídos por animais mais jovens. Em curto prazo, isso poderia significar que a produção seria menor.
Entretanto, o número de animais jovens ainda é de 15.000 cabeças - maior do que no ano anterior e quase 60.000 cabeças a mais comparado com quatro anos antes. Como resultado, o potencial de aumentar a produção de leite por meio de um aumento no rebanho leiteiro ainda existe. (As informações são do TheCattleSite.com, traduzidas pela Equipe MilkPoint)
Rebanho bovino inicia período de parição com expectativas positivas
O rebanho bovino está na fase final de gestação das vacas e início da parição, que deverá se estender para os próximos meses com expectativa de altas taxas de natalidade. Os rebanhos apresentam bom estado sanitário e os produtores mantêm o monitoramento dos animais no combate às verminoses, realizando tratamentos estratégicos. A condição corporal dos rebanhos é bastante variável. Aqueles submetidos somente ao pastoreio em campos nativos apresentam condições corporais médias para ruins. Há muitos bovinos fracos, debilitados e com baixa resistência às doenças. Já os animais alimentados em pastagens cultivadas de azevém e aveia ou em campos nativos melhorados se encontram em melhores condições corporais, obtendo inclusive ganhos de peso satisfatório. Nas regiões produtoras de leite, as condições climáticas favoreceram o crescimento e manejo das pastagens. De modo geral, a oferta de pasto é boa, principalmente de azevém, diminuindo o uso de alimentos conservados e concentrados, e aumentando a produtividade dos animais. A aveia está chegando ao final do ciclo, mas o azevém está com ótimo desenvolvimento, melhorando a qualidade das dietas fornecidas às vacas. (Jornal do Comércio)
A cotação do leite em pó está perto de recuperar a rentabilidade
Expectativas - O forte aumento no percentual dos preços na última licitação da cooperativa Fonterra da Nova Zelândia de terça-feira - depois de dois eventos com preços em alta - constitui "uma reação de mercado muito positiva, assinala uma tendência e obriga os compradores a observarem mais o mercado", destacou a El Observador o diretor da Conaprole, Miguel Bidegain. Explicou que as indústrias venderam parte de suas produções futuras e isto significa um tempo maior para conseguir melhorar os preços.
A Conaprole fechou negócios para o mês de outubro, e "nossa maior preocupação é obter os melhores preços no menor tempo possível". Por outro lado, a referência que se tem para a recuperação da rentabilidade dos produtores é um preço internacional de leite em pó integral entre US$ 3.000 e US$ 3.200/tonelada, prevista para o final do ano ou começo de 2017. Entretanto, essa referência poderá vir agora com a evolução dos preços observada na última licitação quando chegou a US$ 2.695/tonelada, afirmou o gerente do Instituto Nacional de La Leche (Inale), Gabriel Bagnato em declarações ao programa Tiempo de Cambio da rádio Rural. Com alguma elevação a mais poderia chegar ao nível de preços de transferência para o produtor mais próxima aos custos de produção, que ronda entre US$ 0,25 a US$ 0,26/litro.
O produtor recebe esse valor para o leite. As últimas elevações alimentam a esperança de que o preço do leite em pó integral chegando a US$ 3.200/tonelada permitirá o pagamento de US$ 0,30, melhorando as expectativas. Bagnato explicou que a indústria em geral vendeu entre três e cinco meses na frente. Mas, o importante é analisar as tendências que terminam direcionando o mercado para cima ou para baixo. Lembrou que no leilão anterior da Fonterra a elevação do leite em pó integral foi de 10%, e agora quase 19%. A expectativa é quanto à permanência dessa tendência nas próximas licitações. Trata-se dos primeiros sinais de recuperação do mercado internacional de lácteos diante da retração na oferta e incremento da demanda. Consultado sobre a situação do Brasil, que ganhou protagonismo como principal mercado dos lácteos uruguaios, Bagnato explicou que existe uma retração na demanda interna diante das dificuldades econômicas. No entanto, explicou, essa perda foi amplamente superada pela queda de 5% na produção, o que estabelece um cenário propício para exportações do Uruguai e da Argentina para o país do Norte. (El Observador - Tradução livre: Terra Viva)
Ainda segundo o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, em julho o Brasil exportou US$ 11,89 milhões em produtos lácteos. Na comparação com o mês anterior, o faturamento aumentou 24,7%. O volume embarcado também aumentou. Passou de 3,22 mil toneladas em junho passado para 3,73 mil toneladas em julho, alta de 15,7%. O produto mais exportado foi o leite em pó, que somou 2,71 mil toneladas e US$ 9,54 milhões em faturamento. Os principais compradores dos produtos lácteos brasileiros, em valor, foram a Venezuela (57,0%), a Arábia Saudita (7,5%) e os Emirados Árabes Unidos (5,5%). Na comparação com igual período de 2015, tanto volume como faturamento reduziram de 61,0% e 73,1%, respectivamente. (Scot Consultoria)