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26/07/2016

Porto Alegre, 26 de julho de 2016                                                Ano 10- N° 2.317

 

 Adaptação à nova lei a pleno vapor

De mocinho a vilão, o leite está na berlinda. Depois de 11 edições da Operação Leite Compensado e quatro da Operação Queijo Compensado, realizadas pelo Ministério Público Estadual, o setor é desafiado a se adequar até o final do ano à legislação criada para qualificar a produção e coibir fraudes. Sancionada no começo do ano, e regulamentada em junho, a Lei nº 14.835 instituiu o programa de qualidade na produção, transporte e comercialização de leite no Rio Grande do Sul.

- A legislação está na vanguarda e estimulará a profissionalização e qualificação do setor, desde o produtor até chegar ao consumidor - opina Letícia de Albuquerque Vieira Cappiello, consultora de qualidade do Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do Rio Grande do Sul (Sindilat).

Na prática, todos os integrantes da cadeia passarão a atuar de forma integrada. Tanto o produtor quanto o transportador terão vínculo com a indústria e deverão preencher cadastro junto ao Departamento de Defesa Agropecuária da Secretaria da Agricultura. O decreto de regulamentação, assinado pelo governador José Ivo Sartori no dia 27 de junho, estabelece prazo de 180 dias, passando a vigorar em 25 de dezembro. O presidente do Instituto Gaúcho do Leite (IGL), Gilberto Piccinini, destaca que antes mesmo do decreto, as indústrias e cooperativas já estavam se adaptando às novas normas. Porém, ressalta que nem todos produtores e empresas conseguirão se adequar no prazo.

- Embora algumas enfrentem dificuldades, a maioria das indústrias e dos produtores e transportadores já estão atuando conforme a nova legislação - estima Piccinini.

CADASTRO DE FORNECEDORES
A principal questão se refere ao cadastro de produtores e na área logística. No caso do transporte, os laticínios deverão qualificar os profissionais. Esta situação fará com que equipes sejam realocadas e profissionais contratados para fazer os cadastros e acompanhar virtualmente os processos e os trajetos dos caminhões.

- O custo não será elevado. Nas grandes os procedimentos já são feitos, nas pequenas haverá a necessidade de organizar a equipe ou contratar um profissional para se dedicar a essa etapa do processo - detalha Letícia.

O investimento das indústrias não será repassado para o consumidor, pois não impactará significativamente na produção, estima Piccinini:

- As medidas irão tornar a cadeia mais profissionalizada. Esse é o início do processo que almejamos - relata.

Karla Prestes Pivato Oliz, fiscal estadual agropecuária da Secretaria da Agricultura, diz que haverá mais fiscalização:

- A partir da nova lei será possível conhecer o tamanho da propriedade, o volume de produção e acompanhar todas as etapas da cadeia.

A legislação visa a estimular novos investimento no setor de leite. Segundo Pedro Signori, secretário-geral da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag), 40 mil produtores abandonaram a atividade desde o início da Operação Leite Compen$ado, em 2013. Ele argumenta que, com a ação do Ministério Público, muitas empresas fecharam e provocaram efeito cascata. (Zero Hora)

 

 
Empresas de lácteos encolheram, diz Rabobank

O dólar forte e a volatilidade cambial, aliados aos preços baixos das commodities lácteas no mercado internacional, afetaram de forma dramática o faturamento da maior parte das companhias do segmento no mundo em 2015, de acordo com o banco holandês Rabobank. O último levantamento "Global Dairy Top 20", realizado pelo banco e divulgado ontem, mostra que a suíça Nestlé se manteve na liderança do ranking das 20 maiores do segmento em 2015, considerando o faturamento. Mas as receitas em dólar da empresa caíram, saindo de US$ 27,8 bilhões em 2014 para US$ 25 bilhões ano passado. 

A francesa Lactalis se consolidou na segunda posição da lista, mas também perdeu faturamento. Suas receitas haviam alcançado US$ 19,5 bilhões em 2014 e caíram para US$ 18,3 bilhões em 2015. Em terceiro no ranking, a francesa Danone também registrou queda nas receitas, que saíram de US$ 19,5 bilhões em 2014 para US$ 16,7 bilhões ano passado. O ano de 2015 foi "difícil para a maioria das empresas do setor", avalia o banco holandês. Isso estimulou fusões e aquisições, uma vez que as empresas buscam valor adicional em seus mercados domésticos e novas oportunidades em outros locais, destaca o banco em relatório. Como reflexo desse ambiente difícil, o faturamento somado das 20 maiores empresas de lácteos encolheu 13% em 2015, para US$ 194 milhões, calcula o Rabobank. O banco destaca ainda que a neozelandesa Fonterra perdeu a quarta colocação no ranking para a americana Dairy Farmers of America (DFA). A DFA subiu na lista após adquirir o controle da DairiConcepts, joint venture que operava anteriormente com a Fonterra (ver gráfico).

 
 

Segundo o banco, uma série de fatores explica a queda da Fonterra. A cooperativa sofreu mais que a maioria das empresas do ramo devido ao recuo dos preços dos lácteos. E, além de ter saído da DairiConcepts, vendeu seu negócio de iogurtes e sobremesas lácteas na Austrália à Lactalis. O banco também ressalta que, de uma maneira geral, as empresas chinesas, que vinham se destacando no ranking, cresceram a uma taxa menos acelerada em 2015. Nesse caso, o faturamento foi impactado pela desvalorização do yuan. Mas uma dessas companhias, a Yili, registrou crescimento de 8% e conseguiu subir da 10ª posição em 2014 para o oitavo lugar ano passado. Segundo o banco, o segmento registrou 96 operações de fusões e aquisições em 2015 ¬ haviam sido 98 em 2014. E as três maiores companhias do ranking se movimentaram para ampliar suas receitas.

O relatório destaca também a entrada de uma nova empresa no "Global Dairy Top 20": a canadense Agropur, após a compra da Davisco em 2014 e uma "sólida performance" no ano. A chegada da Agropur à 20ª posição tirou a americana Land O'Lakes da lista. Outra conclusão do levantamento do Rabobank é que a desaceleração da China tem levado as companhias globais do segmento a buscar novos mercados para se desenvolver. Um efeito disso foi que a África entrou no mapa mundial dos lácteos. A Danone, por exemplo, fez quatro negócios no continente de junho de 2015 até agora. Segundo o banco, em 2015, houve 14 negócios envolvendo o segmento na África, e mais quatro até agora este ano. Em 2014, haviam ocorrido apenas três operações no continente. (Valor Econômico)

Universidade Brasileira do Leite vai capacitar técnicos para a indústria

A capacitação e a formação de profissionais de qualquer área sempre foram uma preocupação no mundo empresarial. E entre os desafios a serem superados estão a disponibilidade de tempo e a distância. Como resposta, a Associação Brasileira das Pequenas e Médias Cooperativas e Empresas de Laticínios (G100) criou uma plataforma de ensino voltada aos temas mais relevantes do setor lácteo.
 
A Universidade Brasileira do Leite é um projeto de educação corporativa, desenvolvido pelo G100 com o objetivo de construir uma ponte entre o desenvolvimento de pessoas (competências humanas) e dos negócios (competências empresariais). Serão disponibilizados cursos modulares à distância, de curta duração, máximo de 36horas, interativos, que buscam atualizar e capacitar profissionais da indústria de laticínios em temas relativos à sua área de atividade. 
 
Segundo o diretor executivo do G100, Wilson Massote, normalmente os laticínios se encontram em regiões mais afastadas dos grandes centros urbanos, onde está a maior oferta de treinamento e capacitação técnica. Destaca que com a revolução que a era da informática e da web estão trazendo, os cursos virtuais tornaram-se possíveis. O acesso à tecnologia possibilitou o desenvolvimento e a implantação de plataformas de ensino de alta performance, devido também a facilidade de aquisição de computadores pessoais e conexão à internet. 
 
Massote lembra que as grandes empresas ainda fazem de alguma forma esse trabalho de capacitação interna, mas com a Universidade Brasileira do Leite vão poder aderir à modalidade de capacitação virtual. "Os microempresários precisam desse apoio. Já as pequenas e médias cooperativas e empresas de laticínios é indispensável qualificar e capacitar seus técnicos, e criar a sua massa crítica", garante.
 
O consumidor ao adquirir produtos lácteos também compra a qualidade dos serviços que neles foram utilizados, portanto, quanto mais especializados e treinados forem os técnicos que participam dos processos produtivos da cadeia do leite, mais garantia de o setor estar ofertando maior qualidade segurança do alimento. "Esse esforço desenvolvido pelo G100 visa atender a todos, consumidores e indústria, da forma mais qualificada possível", sinaliza Massote.
 
A Universidade Brasileira do Leite é dirigida aos profissionais da área de laticínios de empresas associadas ou não ao G100. Os cursos serão ministrados por especialistas da área, em módulos abordando os principais temas relativos à indústria de laticínios. Total de no máximo 36 horas por módulo, divididas em atividades distribuídas no espaço de 30 a 40 dias. Os participantes receberão inicialmente informações para estudo preparatório para que haja alinhamento de conhecimentos. Na sequência, haverá o envio escalonado do conteúdo didático para estudo, avaliação contínua e esclarecimento de dúvidas. O processo é interativo. Haverá três ou quatro aulas ao vivo, online, de duas horas de duração, aos sábados.
 
A iniciativa tem como parceira a Americas Academic Center (AAC), que está no Brasil desde 2008, já formou mais de 30 mil alunos em seus programas "online" e mantém convênio formal com universidades brasileiras, como USP e UNESP, assim como também com universidades americanas. O primeiro curso será sobre qualidade do leite  e deverá iniciar a partir da segunda quinzena de setembro, as inscrições iniciam na próxima semana e  ocorrerão através do site do G100 , pelo endereço www.g100.org.br será possível obter a partir da próxima semana todas as informações. (Agrolink com informações de assessoria)

 
 
Sete empresas homologadas
Mais seis frigoríficos e um laticínio com inspeção estadual tiveram indicação homologada para o Sistema Brasileiro de Inspeção de produtos de Origem Animal (Sisbi-POA). Com a medida, as indústrias poderão comercializar seus produtos em todo o país. Receberam o certificado de equivalência ao Sistema de Inspeção Federal (SIF) o laticínio Sans Souci, de Eldorado do Sul; e os frigoríficos Charque Paladar, de Arvorezinha; Boa Esperança, de Santo Antônio da Patrulha; Coqueiro, de São Lourenço do Sul; Borrússia, de Osório; Paverama, de Paverama; e entreposto Alles, de Dois Irmãos. (Correio do Povo)
 

 

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