Porto Alegre, 16 de junho de 2016 Ano 10- N° 2.289
O IBGE divulgou nesta quinta-feira (16/06) os dados referentes à captação brasileira de leite no primeiro trimestre de 2016. De janeiro a março, foram captados 5,86 bilhões de litros, uma queda de 4,5% em relação ao mesmo período do ano passado. Se considerarmos ainda que o mês de fevereiro de 2016 teve 29 dias e ajustarmos a variação, a queda no período foi de 5,5%.
Gráfico 1 - Captação formal de leite pela indústria
Entre as regiões, apenas o Norte apresentou alta na captação em relação ao primeiro trimestre de 2015 (+1%). Por outro lado, todas as demais regiões apresentaram quedas expressivas: Nordeste (-11,4%); Centro-Oeste (-7%); Sul (-4,7%) e Sudeste (-2,8%).
Gráfico 2 - Variação da captação de leite por região (1º Tri 2016 x 1º Tri 2015)
Gráfico 3 - Variação da captação de leite nos principais estados (1º Tri 2016 x 1º Tri 2015)
O Valor Bruto da Produção (VBP) da agropecuária deste ano está estimado em R$ 504,4 bilhões, 3,3% menor do que o de 2015 (R$ 521,9 bilhões). Os dados foram divulgados na última segunda-feira (13) pela Secretaria de Política Agrícola (SPA) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
O VBP corresponde ao faturamento dos principais produtos agropecuários, como grãos, carnes, café e cacau. Apesar da redução, a soja isoladamente apresenta alta de 0,6%, com o maior VBP entre todos os produtos agropecuários: R$ 113,1 bilhões.
As lavouras correspondem a R$ 327,5 bilhões do VBP total e a pecuária, RS$ 176,9 bilhões. Entre as lavouras, além da soja, outros destaques são a cana-de-açúcar (R$ 51,5 bilhões) e o milho (R$ 42,8 bilhões). Na pecuária, a carne bovina representa R$ 75,1 bilhões, seguida pela carne de frango (R$ 50,4 bilhões) e pelo leite (R$ 25,6 bilhões).
Segundo a Coordenação Geral de Estudos e Análises da SPA, o principal motivo da redução do VBP está na queda da produção e da produtividade de culturas relevantes, como arroz, feijão, milho e soja, como apontam os levantamentos de safra referentes ao mês de maio. As estimativas indicam também uma redução na produção de frutas, que registraram uma das maiores médias de preço entre os grupos de produtos que compõem o IPCA-15 do mês de maio.
O maior valor bruto da produção agropecuária é da região Sul (R$ 147,8 bilhões), seguida do Centro-Oeste (R$ 139,4 bilhões), Sudeste (R$ 134,7 bilhões), Nordeste (R$ 44,9 bilhões) e Norte (R$ 29,5 bilhões). Entre os estados, as maiores reduções no VBP são observadas no Maranhão, Piauí, Bahia e Tocantins, principalmente por causa da seca que prejudicou lavouras de milho e soja. (As informações são do Mapa)
Preços
Quando exatamente os preços subirão, dependerá de fatores como crescimento da demanda e redução dos estoques. Durante a Conferência IFCN Dairy, um encontro anual de pesquisadores e analistas para debaterem sobre economia agrícola, os baixos preços do leite foram discutidos. Os mecanismos de deixarem os preços nacionais acompanharem os preços do mercado mundial resulta em quedas de preços de leite locais mais rapidamente em mercados abertos do que em mercados regulados. "Há 14 meses que o mundo enfrenta crise econômica no setor de laticínios, período em que a margem da economia agrícola está no mínimo 10% abaixo da média. Isto surgiu a partir da crise do setor lácteo de 2012 e do "boom" dos preços dos laticínios de em 2013/2014", resume como foi o surgimento da crise, Torsten Hemme, Diretor Administrativo do IFCN. Agora os agricultores sobrevivem fazendo ajustes nos fluxos de caixa e manejando estoques, desde gado, a alimentação. Frequentemente manutenção e investimentos são postergados para reduzir os resultados negativos das propriedades. "Fazendas são pequenas operações, que também precisam utilizar ferramentas de gestão, e diversificação de riscos. Temos acompanhado e apoiado esse desenvolvimento", afirmou Anders Fagerber, presidente do Conselho do IFCN, durante a conferência. Com cerca de 70 especialistas em laticínios de todo mundo a Rede de Pesquisadores IFCN está presente em 40 países. O que ocorrerá no mercado futuro dos lácteos foi explicado.
A perda em dólares ocorreu nos primeiros cinco meses de 2016.Caem os preços e sobem os volumes exportados. As exportações de produtos lácteos até maio totalizaram US$ 226 milhões, o que representa queda de 14% em relação ao mesmo período de 2015, conforme dados do Inale.