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09/05/2016

 

Porto Alegre, 09 de maio de 2016                                                Ano 10- N° 2.262

 

   Fonterra projeta preço de US$ 6,34/quilo para leite em pó orgânico em 2016/17

A cooperativa neozelandesa Fonterra, produtora e exportadora de laticínios, estima um preço de 9,20 dólares neozelandeses (US$ 6,34) por quilograma de leite em pó orgânico para a temporada 2016/17. A empresa está lançando um sistema de preços de mercado para o leite orgânico que deve determinar as cotações do produto a partir do desempenho do segmento de orgânicos da Fonterra. 

A projeção inicial representa um avanço em relação aos 5,65 dólares neozelandeses/kg pagos aos produtores. Atualmente, os produtores de leite orgânico recebem um prêmio fixo acima da cotação do leite convencional.

O diretor de assuntos cooperativos da Fonterra, Paul Grave, afirma que a projeção reflete os preços elevados de produtos derivados de leite orgânico no mercado global, em face do aumento da demanda. "O apetite dos consumidores está crescendo mais rapidamente do que a oferta", explica.

Conforme o executivo, as margens na operação de leite orgânico são similares às obtidas nos produtos mais rentáveis da cooperativa. "O mercado orgânico é lucrativo." Segundo ele, a Fonterra está focada em impulsionar a área de orgânicos para aproveitar os preços de mercado globais elevados, a fim de gerar retornos nesse segmento para beneficiar os produtores que integram a cooperativa. (As informações são do Estadão Conteúdo)
 
EUA: crescem pequenos laticínios que processam e vendem produtos com valor agregado
 

Travis Pyykkonen, de 35 anos de idade e fundador da1871 Dairy, teve a ideia de divulgar uma nova visão do leite - um produto saudável e - bucólico. Ele imaginou um local onde os clientes poderiam adicionar manteiga de blackberry e manjericão ou banana com amêndoas ao leite fresco e pasteurizado no local. Sobre alguns armários abandonados, ele viu sobremesas de iogurte e sorvetes artesanais. "Eu idealizei inicialmente um microlaticínio e uma microcervejaria", comentou Travis. 

Sua companhia 1871 Dairy atualmente já fornece leite de vacas criadas a pasto para os principais restaurantes de Chicago incluindo o Alinea, o Next e o Blackbird. Nos próximos meses, Pyykkonen mudará sua operação de Wisconsin para um bairro localizado no oeste do centro da cidade, onde os frigoríficos e os defumadores de peixe estão dedicando espaço para pequenas delicatessens e torrefadoras de café. A ação de adicionar o leite a essa longa lista de alimentos tradicionais está sendo redescoberta por jovens empresários, reintroduzindo pequenos lotes e frequentemente, com preços altos. 

Essa tendência de "leites e lácteos sofisticados" é mais do que moda. Os preços historicamente baixos do leite estão gerando dificuldades aos produtores. Eles estão abstendo-se do modelo tradicional de vender aos processadores comerciais, engarrafando seu próprio leite (além de sorvetes e iogurtes) e vendendo-o diretamente aos clientes. Além disso, eles estão anunciando as várias maneiras pelas quais esses produtos podem ser diferentes do leite convencional - seja pela não homogeneização, produção orgânica, de vacas criadas a pasto ou localmente produzidos. 

A maioria do leite dos Estados Unidos viaja menos de 160 quilômetros da fazenda à planta que o embala, de acordo com o Dairy Management Incorporated, uma organização de comércio nacional que ajudou a promover a campanha "Got Milk?". Ainda assim, somente nos últimos anos o produto tem sido promovido aos consumidores com o apelo de ser um produto local.

Atualmente, muitos cardápios de restaurantes citam a proveniência de seus produtos lácteos da mesma forma que promovem carne produzida a pasto e tomates hidropônicos. E os consumidores estão dispostos a gastar mais pelo leite de boutique nos mercados rurais e varejistas de produtos de alta qualidade. Na rede Whole Foods Markets, as vendas de leite de vacas criadas a pasto - em grande parte produzido localmente - registraram um "crescimento de duplo dígito durante os últimos dois anos e provavelmente aumentarão em 2016", disse a gerente de produtos locais da divisão do Meio-Oeste da companhia, Julie Blubaugh. 

Esse aumento é ainda mais notável dado o longo aumento nas vendas gerais de leite. O consumo anual de leite fluido caiu para 72 quilos por pessoa em 2014, de 112 quilos em 1975, de acordo com dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). A produção americana de leite está alta, impulsionada pela demanda por queijos, manteiga e iogurte.
Ainda não há estatísticas sobre o crescimento dos microlaticínios, mas já foi identificado que um fator que impulsiona esse mercado é a nostalgia sentida pelos consumidores no momento da compra. 

O Manhattan Milk, pequeno distribuidor na cidade de Nova York, distribui garrafas de leite orgânico produzidos por animais no pasto em fazendas da região. Ele inclusive distribui os produtos nas portas de locais distantes como Greenwich, Connecticut. Uma das ideias da 1871, de acordo com Pyykkonen, é distribuir garrafas em Chicago de bicicleta. Para ele, a motivação para entrar no negócio de leite foi pessoal. Quando sua filha mais velha estava mudando do leite materno para o leite de vaca, há cerca de oito anos, ele e sua esposa começaram a prestar mais atenção aos rótulos dos lácteos. Eles notaram a falta de transparência sobre a verdadeira origem do leite ou o método de produção.

Pyykkonen ficou obsecado pelo assunto, deixou o seu trabalho e mergulhou de cabeça no assunto, lendo livros e visitando fazendas. Ele chamou sua companhia de 1871 Dairy, uma referência ao ano do grande incêndio de Chicago. No verão de 2015, ele comprou 12 vacas das raças Jersey, Guernsey e Holstein-Friesian, alimentadas a pasto. O laticínio pasteuriza o leite cru a 62oC, temperatura menor do que muitos processadores comerciais, o que ajuda a reter suas enzimas benéficas. O leite é vendido nos mercados rurais e em várias lojas varejistas de produtos diferenciados em Chicago, e assim como com muitos produtores de alimentos de pequena escala, o preço o torna um produto de nicho. Vendido por um valor de US$ 7 em um galão 1,9 litros; o produto é três vezes mais caro comparado à maioria dos leites dos supermercados. Pyykkonen aprendeu que seus clientes querem mais do que a palavra orgânico no rótulo; eles querem a satisfação de saber que o leite foi produzido perto de casa, em lotes pequenos e não em tanques industriais.

Em East Homer, Nova York, um pequeno laticínio chamado Trinity Valley começou a engarrafar seus próprios produtos em 2014 além de vender seu leite cru para grandes processadores comerciais. Branden Brown, que gerencia a fazenda com sua esposa, Rebekah, e seus pais, Ken e Sue Poole, disse que estavam perdendo dinheiro após vários anos de preços recordes baixos e viram a chance de cobrar mais por produtos premium. "Nesses dias, com o mercado de leite tão volátil, os produtores têm três opções: ter um nicho e processar seu próprio leite; ficar maior; ou sair da atividade leiteira", disse Brown.

A Trinity Valley se tornou seu próprio intermediário em 2014, convertendo os campos de milho na estrada em planta de processamento e loja de varejo. Primeiro, embalava 150 galões por semana de leite não homogeneizado puro e com chocolate. Em dois anos, o laticínio aumentou sua produção para 1.600 galões por semana, fornecendo leite a hospitais, teatros e lojas de conveniência da região central de Nova York. "Se fizéssemos isso há cinco ou 10 anos atrás, não acho que o movimento de compras de produtos locais estaria tão forte como agora, permitindo que nós e outros laticínios fôssemos sustentáveis", disse Brown.

De acordo com o grupo comercial Dairy Managemet, a indústria está perdendo uma oportunidade de marketing em não focar nos produtos locais. O vice-presidente executivo para estratégias e inovações externas, Alan Reed, disse que uma forma de aproveitar isso é destacar os produtores que produzem leite. "A história da produção do leite e dos cuidados com as vacas pode ser contada pelos produtores de leite de todo o país. Somos bons em embalar de forma eficiente em galões brancos, mas, o negócio está se direcionando para outros caminhos e precisamos acompanhar essa inovação", completou Reed. 

O diretor de marketing do Trickling Springs Creamery, pequeno laticínio em Chambersburg, Pensilvânia, Joe Miller, disse que um fator que vem acelerando esse crescimento da companhia nos últimos quatro anos é uma alteração na cara da marca: em seus sorvetes orgânicos, os rótulos agora trazem fotos das fazendas onde o leite se origina. Com o sucesso dessa campanha, o laticínio também fará uma alteração nos rótulos do leite em breve.

 "Os clientes querem aprender a história por trás dos alimentos para conhecer o seu valor", disse Miller. "Quanto mais você abre as portas para eles verem os bastidores, mais confortáveis eles se sentem com seu produto".

Da mesma forma que os chefs têm investido na televisão e nas mídias sociais, Pyykkonen espera que os produtores e processadores de leite possam se tornar bem conhecidos - ou, menos anônimos. "O segredo era fazer com que os produtores contassem as suas histórias", finalizou ele. (As informações são do The New York Times, traduzidas pela Equipe MilkPoint Indústria)

 

Ritmo da retomada das exportações agrícolas argentinas surpreende
Há poucos dias, o presidente da Sociedade Rural, Luis Miguel Etchevere, disse a produtores que a Argentina é tão boa na exportação de grãos que "basta deixá¬los no porto que alguém vai buscá¬los". Embora exagerada, a declaração simboliza o bom momento do setor no país. No primeiro trimestre deste ano, o valor das exportações argentinas do agronegócio cresceu 23,5%, com destaques para produtos como grãos, com aumento de 54%, e óleos, com 65%. O campo salvou as vendas externas, abaladas pela fraca demanda brasileira por produtos industriais, e evitou que o presidente Mauricio Macri amargasse um tombo no déficit comercial logo no começo da sua gestão. Segundo dados do Ministério da Agroindústria, nos primeiros três meses do ano a Argentina vendeu no exterior 19,9 milhões de toneladas de grãos, oleaginosas e seus subprodutos, o que representou incremento de 67,6% na comparação com o mesmo período do ano passado. Era esperado que as exportações de produtos agropecuários crescessem com a mudança de governo, principalmente porque foi uma promessa de Macri, desde a campanha eleitoral, acabar com as restrições e taxas que prevaleceram durante praticamente todo o ciclo kirchnerista, que durou 12 anos. Mas o resultado, em alguns casos, surpreendeu. No conjunto, a soma das vendas de itens agropecuários com os manufaturados da mesma origem atingiu US$ 8,3 bilhões do total de US$ 12,4 bilhões obtido pelo país com exportações no primeiro trimestre deste ano. A retirada da taxa de exportação para produtos como trigo e carne e a redução gradual do percentual no caso da soja foram implantadas junto com a desvalorização cambial de mais de 30% ¬ e, ainda, com o fim das restrições à compra de moeda estrangeira. A soma desses três fatores abriu as portas para o mercado externo, segundo Ezequiel de Freijo, economista da Sociedade Rural. 
 
O presidente da República também se apressou em fazer "lobby" a favor de seu país junto a outros chefes de Estado. Tudo indica, segundo informações do ministro da Agroindústria, Ricardo Buryaile, que depois de um embargo de 15 anos os limões cultivados em Tucumán, no norte argentino, voltarão a ser vendidos no mercado dos Estados Unidos. O mesmo se espera em relação à carne bovina. Segundo o ministério, o fim das restrições gerou a reabertura de vários mercados e a conquista de novos, como Alemanha, México, Egito, França, Reino Unido, Canadá e Holanda. Além disso, segundo dados divulgados pela Casa Rosada, aumentou o número de portos nos quais a Argentina poderá desembarcar seus produtos. Os que registraram maior aumento no volume exportado no primeiro trimestre foram trigo (105%), óleo de soja (89%), milho (84%), óleo de girassol (80%) e farinha de soja (73%). O trigo é emblemático, já que volumes muito pequenos do produto saíram da Argentina durante o governo de Cristina Kirchner, que tentava, com isso, evitar o aumento no preço local da farinha. Segundo o ministério, os triticultores recuperaram mercados históricos como Egito, Marrocos, Indonésia e Vietnã. O governo Macri também se reaproximou do Brasil, historicamente o principal destino das vendas externas do produto. Há cerca de três meses, o ministro Buryaile se reuniu com dirigentes da Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo) para retomar o vínculo. Em 2006, um ano antes de Cristina assumir a presidência, o Brasil importou da Argentina cerca de 6 milhões de toneladas do cereal. O resultado do agronegócio no exterior ajudou a compensar a queda de 22% das vendas externas de produtos de origem industrial, altamente dependentes do mercado brasileiro. No geral, as exportações argentinas cresceram 3% de janeiro a março em relação a igual intervalo de 2015, segundo dados oficiais. Mas, puxado pelo agronegócio, o segmento de produtos primários registrou aumento bem maior, de 39%. Os manufaturados de origem agropecuária avançaram 15%. Graças ao campo, o déficit na balança caiu de US$ 1,2 bilhão para US$ 381 milhões na comparação entre os primeiros três meses de 2015 e 2016. Mas o que mais anima o setor é o que vem pela frente. Chamou a atenção de Freijo o crescimento de 70% na produção da indústria química no primeiro trimestre. Segundo ele, o resultado revela que os fabricantes de agrotóxicos se preparam para as próximas encomendas. "Em maio será a campanha do trigo e em setembro virão milho e soja". 
 
O economista lembra que para a carne bovina, no entanto, os resultados mais expressivos vão demorar mais tempo para aparecer porque a primeira providência dos pecuaristas foi aumentar o estoque. O reflexo da retomada do setor começa a aparecer também na venda de máquinas. Segundo Etchevere, durante os quatro dias de uma recente exposição do setor as vendas de tratores e colheitadeiras somaram US$ 8 bilhões. "A partir de agora a Argentina vai produzir muito mais, o que mostra que isso não era tão difícil como o governo anterior tentou mostrar", destaca ele. O recente recuo do dólar em relação ao real também animou os produtores rurais argentinos. "Quando o dólar estava em mais de R$ 4, o Brasil era um competidor forte; mas, com valores em torno dos R$ 3,50, estamos um pouco mais equiparados", afirma Freijo. Por enquanto não há previsões do quanto podem aumentar as exportações do agronegócio argentino em 2016. Mas o resultado seria melhor não fossem as fortes chuvas de abril, que afetaram fortemente as plantações e a pecuária. A soja foi a mais atingida. Etchevere calcula a perda de 4 milhões de toneladas num ano em que se esperava produzir 60 milhões. O prejuízo vai chegar a mais de US$ 1 bilhão, segundo ele. Um quadro de inundações nunca visto na história recente da Argentina terminou com mais de 40 mil famílias desalojadas, caminhos intransitáveis e apodrecimento dos grãos. "Trabalho há 30 anos no campo e nunca havia visto nada igual", afirma o produtor Luis Angriman. Na sua Província, Entre Rios, na região central do país, em apenas 25 dias choveu mais do que a média da água que historicamente cai ao longo de um ano. Ele estima que vai perder entre 50% e 60% da sua produção de soja e de 20% a 30% do cultivo de arroz. Como ocorreu a tantos outros produtores argentinos, a inundação atrapalhou muito o sonho de Angriman de que a partir da mudança de governo haveria um salto de produção. "Quando começamos a colheita veio a chuva", afirma o produtor. (Valor Econômico)
 
 
2ª Mostra da Terneira será realizada na Expocon de Condor no próximo final de semana
Com produção de leite estimada em 25,5 milhões de litros ao ano, Condor, na região Noroeste do Estado, investe na criação de terneiras. Na próxima sexta-feira (13/05), às 13h30, a médica veterinária da Embrapa, Renata Suñé, e o extensionista da Emater/RS-Ascar, Felipe Bieger, estarão no município do Corede Noroeste Colonial proferindo palestra sobre A importância da criação da terneira no futuro rebanho leiteiro e sobre Genética. As palestras irão se realizar na Câmara de Vereadores de Condor e fazem parte da programação da Feira Regional da Agroindústria, Comércio, Agricultura Familiar, Agronegócio e Show (Expocon), que se realiza de 13 a 15 de maio. Ainda dentro da programação da Expocon, no sábado (14/05), um júri irá premiar os melhores exemplares das raças Jersey e Holandesa, inscritas na 2ª Mostra da Terneira de Condor. De acordo com a Emater/RS-Ascar, 13 produtores de leite do município enviaram animais para serem avaliados em quatro categorias: terneira menor jersey, terneira menor holandesa, terneira maior jersey e terneira maior holandesa. Foram inscritas 50 terneiras, 14 a mais do que na primeira edição da Mostra. Os animais ficarão expostos ao público até o encerramento da Expocon, no domingo, na rua 15 de Novembro, no centro da cidade. (Emater - RS)

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