Porto Alegre, 19 de abril de 2016 Ano 10- N° 2.249
O preço dos produtos lácteos no Rio Grande do Sul registrou aumento na maioria dos itens avaliados mensalmente pelo Conseleite/UPF. Análise divulgada nesta terça-feira (19/4) indica que o preço de referência projetado para abril é de R$ 0,9809, valor 3,63% maior do que o consolidado de março, que ficou em R$ 0,9466. O valor fechado de março já ficou 0,89% acima do projetado (R$ 0,9383).
A alta reflete a severa entressafra e foi puxada, principalmente, pela reposição do preço do leite UHT, mas também expressa o reajuste do queijo, requeijão e outros produtos lácteos. Segundo o professor da UPF Marco Antônio Montoya, apesar dos valores estarem acima dos registrados no mesmo mês de 2015, nominalmente (descontando a inflação), os preços estão estáveis e, inclusive, com tendência de queda. "O leite referência está acima do nível de anos anteriores, mas isso não quer dizer que está cobrindo os custos de produção", ponderou.
O presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, pontuou o impacto do mercado internacional nos preços dentro do Brasil. Segundo ele, apesar de ter colaborado com as exportações nos últimos meses, a cotação do dólar caiu e deve, agora, dificultar a situação dos exportadores. "Apesar de ter estimulado as vendas, o dólar também afetou o custo dos insumos", completou.
Uma das sugestões da reunião foi que sejam retomados os encontros entre os Conseleites do Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina. Também foram debatidas as estratégias que podem ser adotadas pelo setor para estímulo à qualificação constante da produção. Representados pelo diretor da Farsul e presidente do Sindilat, Jorge Rodrigues, os produtores pediram a adoção de uma tabela que oriente o pagamento do leite por qualidade no RS. Guerra explicou que as empresas já trabalham com escalas próprias de pagamento, mas informou que as indústrias definiram pela criação de uma tabela com o aval do Conseleite que atenda aos índices da Instrução Normativa IN 62. O assunto deve seguir em debate no Conseleite.
Alexandre Guerra
Foto: Carolina Jardine/Imprensa Sindilat
O resultado do leilão GDT desta terça-feira (19/04) registrou alta de 3,84% sobre o leilão anterior, com preços médios de lácteos em US$ 2.263,00/tonelada. O leite em pó integral apresentou alta, sendo comercializado a US$ 2.156/tonelada (+7,10% sobre o último leilão), mantendo o aumento dos preços observado nos últimos dois leiloes.
O leite em pó desnatado também apresentou alta, no entanto, mais sutil que o leite em pó integral, sendo de 0,35% e chegando a US$ 1.727/tonelada. Enquanto, por outro lado, o queijo cheddar teve queda de -5,12% comparado ao último leilão, sendo comercializado a US$ 2.636/tonelada.
Foram vendidas 21.206 toneladas de produtos lácteos neste leilão, volume cerca de 6,51% abaixo do mesmo período do ano passado, o que indica que o leilão GDT não vem sinalizando melhoras na demanda.
Os contratos futuros de leite em pó integral continuam sem apontar para grandes mudanças ao longo de 2016. Até outubro, as projeções estimam preços entre US$2.100 e US$2.350/ton, sem nenhuma alteração significativa no atual patamar de preços. (Milkpoint/GDT)
Conseleite/PR
A diretoria do Conseleite-Paraná reunida em Curitiba, atendendo os dispositivos disciplinados no Capítulo II do Título II do seu Regulamento, aprovou e divulgou os valores de referência para a matéria-prima leite realizados em março de 2016 e a projeção dos valores de referência para o mês de abril de 2016, calculados por metodologia definida pelo Conseleite-Paraná, a partir dos preços médios e do mix de comercialização dos derivados lácteos praticados pelas empresas participantes. Os valores de referência indicados nesta resolução correspondem à matéria-prima leite denominada Leite CONSELEITE IN62, que se refere ao leite analisado que contém 3% de gordura, 2,9% de proteína, 600 mil uc/ml de células somáticas e 600 mil uc/ml de contagem bacteriana.
Para o leite pasteurizado o valor projetado para o mês de abril de 2016 é de R$ 1,8757/litro. Visando apoiar políticas de pagamento da matéria-prima leite conforme a qualidade, o Conseleite-Paraná disponibiliza um simulador para o cálculo de valores de referência para o leite analisado em função de seus teores de gordura, proteína, contagem de células somáticas e contagem bacteriana. O simulador está disponível no seguinte endereço eletrônico: www.conseleite.com.br/conseleite. (Fonte: Conseleite/PR)
O fiscal agropecuário Diego Viali dos Santos apresentou nesta segunda-feira (18) para representantes do serviço veterinário oficial e das cadeias produtivas de bovinos e suínos o resultado do estudo intitulado "Identificação de áreas de risco para a febre aftosa no Rio Grande do Sul utilizando a técnica de múltiplos critérios". O trabalho foi financiado por um Acordo de Cooperação Técnica entre a Faculdade de Veterinária da Ufrgs, o Fundesa e a Secretaria da Agricultura.
O estudo, que levou em conta 22 critérios, apontou que o principal risco de ingresso do vírus ocorre nas regiões de fronteira e através da movimentação ilegal de animais. Para ter um ponto de partida, a pesquisa analisou os casos de febre aftosa registrados no estado de 1986 a 2001. "O resultado comprovou que a maior parte dos casos ocorreu nas regiões onde apontamos como as de maior risco", afirma Diego Viali dos Santos.
A conclusão do trabalho pode contribuir para a definição de políticas de vigilância animal, otimizando recursos. "Se o maior risco está nas regiões fronteiriças, é lá que deve estar o reforço da vigilância ativa", destaca Santos.
Com base no resultado do estudo, o presidente do Fundesa, Rogério Kerber sugeriu que o Grupo de Avanço de Status Sanitário no Rio Grande do Sul se reúna nos próximos dias para avaliar as medidas que podem ser tomadas para minimizar o risco de reingresso do vírus da febre aftosa no Rio Grande do Sul. "Em primeiro lugar, precisamos conscientizar os produtores da importância deles no processo de defesa sanitária. Não é apenas uma atividade do serviço oficial", afirma. (As informações são do Fundesa)