As dificuldades climáticas e o início da entressafra resultaram em recuperação dos preços dos produtos lácteos no Rio Grande do Sul neste mês de fevereiro. Segundo levantamento do Conseleite divulgado nesta quarta-feira (24/02), o valor de referência do leite para fevereiro é de R$ 0,8590, aumento de 0,98% em relação ao consolidado de janeiro, que ficou em R$ 0,8506 e já representou alta de 0,99% em relação ao previsto de R$ R$ 0,8422. As cotações estão bem acima dos valores de mercado de fevereiro de 2015, contudo, não acompanham o desempenho do setor em Santa Catarina e Paraná, onde os preços estão em um patamar superior. O descolamento entre a realidade gaúcha e a dos demais estados da Região Sul preocupa o Conseleite/RS. “A realidade em Santa Catarina está descolada, bem acima dos preços do Rio Grande do Sul. Precisamos entender o que está acontecendo”, frisou o presidente do Conseleite, Jorge Rodrigues.
A tendência de aumento foi acompanhada por outros produtos lácteos como o queijo e o creme, por exemplo. Segundo o presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, a previsão é de novas elevações nos próximos meses com o período de volta às aulas, quando aumenta a demanda das famílias. “A lei da oferta e da procura é soberana. Temos menos leite no mercado e uma demanda ampliada típica desta época do ano”, justificou Guerra. Segundo ele, o reajuste é essencial para assegurar a competitividade da indústria gaúcha, que enfrenta concorrência acirrada pelo mercado interno. Também garante valorização adequada ao produtor que vem enfrentado aumento de custos e achatamento de rentabilidade. Muitos criadores de gado leiteiro têm abandonado a atividade ou substituído-a por outras mais lucrativas como o milho e a soja. Com aumento do milho, pontua ele, também se reduziu a oferta de ração aos animais, o que diminuiu a produção de leite a patamares abaixo dos níveis tradicionais da entressafra.
Custo de Produção
Durante a reunião, as entidades representativas dos produtores de leite também deliberaram por realizar reunião no próximo dia 17 de março, às 9h, na Fetag. A ideia é debater os modelos de produção e os custos do processo. Devem estar presentes representantes da Farsul, Fetag e Fecoagro, e a ideia é avaliar parâmetros de cálculo que permitam a avaliação se os parâmetros de custo de produção do Conseleite estão de acordo com a realidade do mercado. Os apontamentos serão apresentados na próxima reunião do Conseleite, em 22 de março.
Tabela 1: Valores Finais da Matéria-Prima (Leite) de Referência1, em R$ – Janeiro de 2016.
Matéria-prima | Valores Projetados Janeiro / 16 |
Valores Finais Janeiro / 16 |
Diferença (final – projetado) |
I – Acima do Leite Padrão | 0,9686 | 0,9781 | 0,0096 |
II – Leite Padrão | 0,8422 | 0,8506 | 0,0083 |
III – Abaixo do Leite Padrão | 0,7580 | 0,7655 | 0,0075 |
(1) Valor para o leite posto na plataforma do laticínio com Funrural incluso (preço bruto - o frete é custo do produtor)
A Tabela 2 mostra os valores projetados para o preço de referência no mês de fevereiro de 2016, tanto do preço de referência do leite padrão quanto dos preços de referência acima e abaixo do leite padrão.
Tabela 2: Valores Projetados da Matéria-Prima (Leite) de Referência1, em R$ – Fevereiro de 2016.
Matéria-prima |
Fevereiro /16 * |
I – Acima do Leite Padrão (Maior valor de referência) | 0,9878 |
II – Leite Padrão (Preço de referência) | 0,8590 |
III – Abaixo do Leite Padrão (Menor valor de referência) | 0,7731 |
(1) Valor para o leite posto na plataforma do laticínio com Funrural incluso (preço bruto - o frete é custo do produtor)