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03/02/2016

 

         

Porto Alegre, 03 de fevereiro de 2016                                                Ano 10- N° 2.198

 

  GDT: preços de lácteos com forte queda

O resultado do leilão GDT desta terça-feira (02/02) registrou nova queda, com preços médios de lácteos em US$ 2.276/tonelada, valor 7,4% inferior ao do leilão anterior.

O leite em pó integral apresentou queda de 10,4%, sendo comercializado a US$ 1.952/tonelada. O leite em pó desnatado teve uma redução menor no preço, equivalente a -2,2%, indo de US$1.835/ton a US$1.792/ton. O queijo cheddar também registrou queda, chegando a US$2.807/tonelada (-4,2% sobre o último leilão).

Neste leilão foram vendidas 24.474 toneladas de produtos lácteos, volume cerca de 25,2% inferior ao mesmo período do ano passado.

Os contratos futuros de leite em pó integral voltaram a apresentar queda, com projeção de preço para julho de cerca de US$2.000/ton.

A ofertada sustentada em regiões relevantes, como Europa e Estados Unidos, bem como quedas menores do que a esperada na produção da Nova Zelândia, a demanda fraca em importadores, os baixos preços do petróleo e a alta do dólar frente a diversas moedas estão na raiz do pessimismo do leilão deste dia 02/02. (GDT/Milkpoint)
 
 
 

Pesquisador americano proferirá palestra aberta na Embrapa sobre Melhoramento Genômico para gado de leite 

O pesquisador americano John Cole, do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (Usda), irá proferir uma palestra aberta a interessados no tema, no dia 04/02, às 10 horas, no auditório da Embrapa Pecuária Sul. O tema abordado será "Programas de Melhoramento Genômico para Gado de Leite nos Estados Unidos". Cole é graduado em Sistemas de Produção Animal (gado de leite), tem mestrado em Ciências em animais leiteiros, e doutorado em Ciências de aves domésticas e bovinocultura leiteira, estudos realizados na Universidade Estadual de Louisiana. 

A pesquisa do Dr. Cole é voltada ao melhoramento genético, saúde e bem-estar de bovinos de leite, otimização de informações genômicas em programas de melhoramento, e descoberta de variantes causais associados a defeitos recessivos e características complexas em bovinos. Ele foi responsável pela introdução de avaliações genéticas de natimortalidade nos EUA, bem como o desenvolvimento de um sitema de inclusão de dados de animais mestiços. Sua equipe também é responsável pelos índices de seleção econômicos utilizados para classificar os touros e vacas leiteiras. Um trabalho recente de sua equipe se concentrou em estratégias de acasalamento incluindo informações sobre defeitos recessivos, identificação de regiões genômicas associadas com a fertilidade da vaca, resistência ao estresse térmico e avaliação genômica da saúde deste animal usando dados fornecidos pelos agricultores. 

Suas contribuições para essa área científica são documentadas por 75 artigos científicos e comentários, bem como 18 capítulos de livros e relatórios técnicos. Cole foi agraciado com o Prêmio 2015 Jay L. Lush em Melhoramento Animal e Genética pela Associação Americana de Ciência em Gado de Leite, em reconhecimento de suas contribuições para a genética do gado leiteiro. Dentre suas várias colaborações nacionais e internacionais, merece também destaque para sua atuação como Pesquisador Visitante Especial no programa brasileiro "Ciência sem Fronteiras". (Embrapa)

Como os acordos de livre comércio impulsionaram as exportações de lácteos dos EUA a seis países

Após uma década da implementação do Acordo de Livre Comércio da América do Norte (NAFTA), as exportações de lácteos dos Estados Unidos ao México aumentaram de US$ 250 milhões a US$ 1,6 bilhão. Isso fez do México o parceiro comercial de lácteos dos Estados Unidos mais positivamente afetado pelos Acordos de Livre Comércio (ALCs) entre 2004 e 2014, de acordo com um relatório divulgado pelo Conselho de Exportações de Lácteos dos Estados Unidos (USDEC) e pela Federação Nacional de Produtores de Leite do país (NMPF).

No total, os ALCs ajudaram a trazer US$ 8,3 bilhões adicionais à indústria de lácteos dos Estados Unidos de todos os países estudados durante esse período. Esse número incluiu maior receita aos produtores de leite devido à maior demanda. Esse estudo não inclui o potencial impacto da Parceria Trans-Pacífico (TPP), que ainda está sendo avaliado.

O estudo mostrou claramente que os ALCs tiveram um impacto positivo na indústria de lácteos dos Estados Unidos. O impacto foi estimado comparando uma projeção de tendência baseada nas exportações antes da entrada no acordo com as exportações reais após a implementação, disse o economista da NMPF, Peter Vitaliano, que conduziu o estudo. Com base no valor das vendas em dólar, abaixo estão os seis países que mais foram afetados positivamente desde que os ALCs foram implementados.

1. México: Após a implementação do NAFTA, em 1994, as exportações de lácteos dos Estados Unidos ao México (maior destino de exportação dos lácteos americanos) aumentaram 558%. As exportações de lácteos dos Estados Unidos aumentaram de US$ 250 milhões em 1993 para um total de US$ 1,6 bilhão em 2014. O crescimento mais significativo nas exportações de produtos lácteos a esse mercado foi no leite desnatado, onde as exportações dos Estados Unidos aumentaram de US$ 85 milhões em 1993 para um total de US$ 775 milhões em 2014 (um aumento de 809%).

2. Coreia do Sul: Para o Acordo de Livre Comércio entre Estados Unidos e Coreia (KORUS), o acesso ao mercado para os produtos lácteos ocorreu através de uma combinação de eliminação de tarifa e expansão de cotas sujeiras a tarifas. Para os produtos lácteos, houve uma redução de tarifas para alguns produtos, mas a maioria dos produtos enfrentou expansão das cotas sujeitas a tarifas com períodos de remoção gradativa das tarifas de 5-15 anos. As exportações de lácteos dos Estados Unidos à Coreia do Sul aumentaram de US$ 223,7 milhões em 2011 (antes da entrada em vigor do acordo em 2012) para US$ 416 milhões em 2014, um aumento de 86%. O acordo, o primeiro negociado pela Coreia do Sul com um importante fornecedor de lácteos, mostrou ser especialmente crítico em garantir que os Estados Unidos não perdessem espaço em termos de competitividade, dado que a Coreia do Sul subsequentemente negociou ALCs com União Europeia (UE), Austrália e Nova Zelândia, os três maiores concorrentes globais da indústria de lácteos americana. 

3. Austrália: O Acordo de Livre Comércio entre Estados Unidos e Austrália (AUSFTA) entrou em vigor em 1 de janeiro de 2005. Com esse acordo, mais de 99% das exportações de bens de consumo e industriais dos Estados Unidos ficaram livres de tarifas. Desde o início do acordo, as exportações de lácteos dos Estados Unidos aumentaram 3.012%, de um total de US$ 5,6 milhões em 2004 para um total de US$ 173 milhões em 2014. Um fator importante no impacto positivo desse acordo para a indústria de lácteos dos Estados Unidos foi não somente como as tarifas sobre os lácteos australianos foram manejadas, mas também, o cuidado tomado com a forma como as tarifas dos lácteos dos Estados Unidos foram tratadas sob o acordo. Além disso, é importante notar que uma severa seca após o fechamento do AUSFTA impactou as dinâmicas comerciais entre os Estados Unidos e a Austrália impactando negativamente a produção australiana em um momento em que a produção americana estava crescendo.

4. Cingapura: Os produtos lácteos dos Estados Unidos obtiveram acesso livre de tarifas ao mercado de Cingapura ainda antes da entrada em vigor do ALC Estados Unidos-Cingapura em 2004. Entretanto, o comércio continuou expandindo nesse mercado, com as exportações de lácteos dos Estados Unidos aumentando, de US$ 8,1 milhões em 2003 para US$ 99,9 milhões em 2014, um aumento de 1.132%.

5. Marrocos: A maioria dos produtos lácteos dentro do Acordo de Livre Comércio entre EUA e Marrocos (que entrou em vigor em 1 de janeiro de 2006) teve uma eliminação gradativa de tarifas em um período de 15 anos. Isso significa que eles estarão livres de tarifas em 1 de janeiro de 2020. Para os produtos lácteos, o Marrocos tem sido o parceiro de ALC que apresentou o maior nível de crescimento em uma base proporcional. As exportações de lácteos dos Estados Unidos aumentaram de US$ 64.499 em 2005 para um total de US$ 97,1 milhões, um aumento impressionante de 150.437%. 

6. Chile: Para o Acordo de Livre Comércio entre Estados Unidos e Chile, que entrou em vigor em 1 de janeiro de 2004, a maioria das tarifas para bens agrícolas foram quase completamente eliminadas, com o último ano de remoção de tarifas sendo em 2015. As exportações de lácteos dos Estados Unidos aumentaram de US$ 2,6 milhões em 2003 para US$ 60,2 milhões em 2014, um aumento de 2.225% desde a implementação do acordo. 

O crescimento de um ponto inicial mínimo como esse ajuda a ilustrar a importância de cultivar mercados ao longo do tempo, junto com acordos comerciais bem negociados. A expansão das exportações de lácteos dos Estados Unidos ao Chile são as mais notáveis, dado que o Chile é um produtor de lácteos competitivo. Um importante elemento não tarifário do ALC Estados Unidos-Chile foi o estabelecimento de uma via de regulamentação aos Estados Unidos para fornecer uma lista de plantas que pretendiam exportar ao Chile. Esta medida removeu a barreira de regulamentação que tinha anteriormente dificultado para as plantas de lácteos dos Estados Unidos a obter aprovação das autoridades chilenas para exportar a esse mercado. Esse elemento não tarifário do acordo foi um fator crítico para garantir que as companhias americanas realmente fossem capazes de aproveitar as oportunidades que a eliminação de tarifas introduziu. (As informações são do blog do USDEC, traduzidas pela Equipe MilkPoint)

Uruguai - Falta de chuvas agrava as dificuldades dos produtores

Ao rosário de dificuldades que afetam os produtores de leite, continuam acrescentando contas. A falta de chuvas, generalizada em toda a bacia leiteira, é a última adversidade que começaram a enfrentar. Ao baixo preço que recebem há meses, fruto especialmente das dificuldades que a indústria tem em concretizar negócios no mercado internacional, se adiciona um inesperado aumento dos custos devido às complicações geradas com a falta de chuvas.

Mario Fossatti, coordenador da área de leite da Federação Uruguai de Grupos CREA (Fucrea), comentou a El Observador que "a situação era muito boa, mas, nos últimos 15 ou 20 dias mudou totalmente". Explicou, por exemplo, que o milho está sofrendo bastante, que em várias propriedades já se vê a metade seca, a tal ponto que está levando os produtores a adiantar a elaboração de silos para evitar um dano maior. A falta de água, além disso, praticamente paralisou o crescimento das pastagens, e os últimos pastos de verão não brotaram desde o último pastejo. Os produtores estão usando reservas e concentrados em uma situação que não é favorável para fazer esses investimentos, dado que não existe dinheiro disponível, explicou. Fossatti destacou que tudo isto é especialmente prejudicial porque o cenário não é bom "a conjuntura não ajuda", afirmou; se o comércio exterior e os preços fossem melhores os problemas seriam suportados de com maior facilidade.

Outra má notícia para os produtores
O leilão quinzenal da neozelandesa Fonterra, que é referência para o mercado de produtos lácteos, caiu pela terceira vez consecutiva. Não somente caiu, mas houve redução de 7,4% na média da tonelada de todos os produtos, representando o maior percentual de quedas dos últimos três eventos. Além disso, o leite em pó integral, o produto mais exportado pelo Uruguai, baixou 10,4%. (El Observador - Tradução livre: Terra Viva) 
 

Produção/Espanha
A captação de leite na Espanha em dezembro passado subiu 6,5%, chegando a 579.078,7 toneladas, apesar dos baixos preços aos produtores. Este percentual de crescimento é maior que o registrado em todo o ano. Em 2015 a produção começou a aumentar especialmente a partir de abril, quando findaram as cotas. No acumulado do ano, o crescimento foi de 2,1% em relação a 2014, chegando a 6.793.284,7 toneladas. O aumento na Espanha acompanha a média da União Europeia. O Observatório Lácteo da UE não tem os dados de dezembro ainda, mas, de janeiro a novembro de 2015 o crescimento foi de 2,2% em relação ao mesmo período do ano anterior. O incremento foi mais do dobro do projetado pela Comissão Europeia, que então avaliou um aumento de 1% na produção em relação a 2014, depois do fim das cotas. Em 2015 a Espanha perdeu 691 pecuaristas de leite, fechando dezembro de 2015 com 16.399 produtores. Quanto aos preços, em dezembro o produtor espanhol recebeu em média € 0,31/litro, [R$ 1,34/litro], que é o mesmo preço registrado em novembro, mas, € 0,034/litro, [R$ 0,15/litro] menos que um ano antes. O preço médio recebido pelo produtor em 2015 na Espanha foi de € 0,31/litro, ou seja, € 0,052/litro, [R$ 0,23/litro] a menos que a média de 2014. (Agrodigital - Tradução livre: Terra Viva)
 

 

    

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