Porto Alegre, 26 de outubro de 2015 Ano 9 - N° 2.133
Foto: Evento contou com a presença de representantes do setor lácteo
Crédito: Divulgação/Emater
A abertura de novos mercados, como Rússia e China, será imprescindível para a recuperação de preços dos produtos lácteos em 2016.O assunto foi abordado na sexta-feira passada (23/10) no Seminário Regional do Leite, em Frederico Westphalen pelo o secretário de Estado do Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo (SDR), Tarcísio Minetto. "O nosso desafio é expandir a exportação, produzir com qualidade, aumentar a oferta de produto e qualificar a gestão da propriedade para produzir sempre melhor, buscando a sustentabilidade da atividade", disse.
A declaração do secretário vai de acordo à posição do Sindicado da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat), que, na ocasião, estava representado pelo seu secretário-executivo, Darlan Palharini. Segundo ele, a saída para elevar a rentabilidade do setor produtivo e a margem de lucro das indústrias é aproveitar a demanda existente no mercado internacional, em um momento em que a questão cambial favorece o produto brasileiro.
Palharini também pontuou a necessidade de se criar ferramentas que incentivem a exportação de lácteos para outros países como a Rússia, China e Japão, entre outros, que já importam proteínas do Brasil, e o lácteo tem que estar junto nessa pauta. Não sendo mais moeda de troca para o país importar lácteo, até porque o Brasil é o quinto maior produtor no mundo, mas como exportador é um dos países com a menor cota no mundo.
Durante o evento, que foi marcado pela presença de autoridades e lideranças, também foi discutida a criação de um Programa Estadual de Incentivo à formação de pastagens perenes, aprimorando o Troca-Troca de Sementes. No encontro, trataram ainda da necessidade de uma fiscalização mais igualitária no que se refere à qualidade do leite e a criação de uma Câmara Setorial Regional do Leite, nas regiões do Médio Alto Uruguai e Rio da Várzea. (Assessoria de Imprensa Sindilat)
Carta com propostas e sugestões para o desenvolvimento do setor leiteiro nas regiões do Médio Alto Uruguai e Rio da Várzea foi entregue a representantes da indústria de laticínios ao fim do Seminário Regional do Leite, em Frederico Westphalen, na sexta-feira (23/10). O secretário executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat), Darlan Palharini, recebeu uma cópia do documento, assinado pelo Fórum Regional do Cooperativismo, EMATER_ESREG, Regional Sindical FETAG e Regional Sindical FETRAF. Segundo ele, os assuntos são pertinentes e já estão sendo acompanhados pelo sindicato, que trabalha na articulação constante do setor leiteiro. O termo sugere 11 itens para promover o desenvolvimento da categoria e sanar as demandas dos municípios e região. São eles:
1. Criação de um programa estadual de incentivo à formação de pastagens perenes aprimorando o Programa Troca-Troca de sementes, como forma de produção de alimento aos rebanhos de forma constante ao longo do ano, aumentando a qualidade do leite e melhorando a escala de produção de um grande número de produtores;
2. Exigir fiscalização igualitária (no que se refere à questão de qualidade do leite) para cooperativas, laticínios e empresas privadas, dando maior transparência e credibilidade aos processos;
3. Que sejam fortalecidas ações que visem à manutenção dos produtores que saírem da atividade leiteira, através do fortalecimento da ATER pública e de caráter emancipatório;
4. Criação da Câmara Setorial Regional do Leite nas regiões dos Coredes Rio da Várzea e Médio Alto Uruguai, com participação ativa das cooperativas, produtores e suas representações sindicais e sociais;
5.Construir ações municipais para discutir a cadeia do leite de forma a envolver o conjunto dos atores locais, que possa discutir os gargalos da atividade leiteira que estão levando a exclusão dos produtores da atividade, e que possa ser um espaço de sugestão de políticas públicas municipais que auxiliem os produtores;
6.Construção de planos municipais de apoio à cadeia do leite contendo um mapeamento do número e localização dos produtores com posterior análise individual da situação e de seu projeto de vida, de forma a estabelecer ações praticas sobre cada caso, evitando assim a saída de agricultores da atividade leiteira;
7.Capacitação continua aos transportadores, trabalhadores de indústrias e técnicos que trabalham na atividade leiteira afim de que a qualidade possa estar garantida também após o recolhimento do produto nas propriedades;
8.Que o Programa Mais Leite Saudável do Ministério da Agricultura possa ser executado pelas cooperativas e pela EMATER de forma a atender o conjunto dos agricultores familiares, auxiliando-os no aumento da produtividade e da qualidade do leite;
9.Criação de um Programa Estadual de Gestão Rural que possa auxiliar agricultores produtores de leite e prosseguir na atividade com sustentabilidade e viabilidade econômica;
10.Apoio a programas de assistência técnica grupais instituindo unidades de referencia no trabalho de gestão, qualidade e escala da atividade leiteira;
11.Capacitação de produtores em seu meio e também nos centros de treinamento do Emater (Erechim, Bom Progresso, Nova Petrópolis, Teutônia). (Assessoria de Imprensa Sindilat)
O clima seco e os efeitos da crise estão contribuindo para que o setor lácteo de Minas Gerais encerre o ano com produção e faturamento equivalentes aos registrados no ano passado. O grande desafio enfrentado pelas indústrias em 2015 foi o aumento expressivo dos custos, entre 15% a 20%, enquanto o repasse para os produtos finais ficou próximo à inflação, que até setembro acumulou alta de 7,64% na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
Esses assuntos forma discutidos, ontem (22), durante a Assembleia Geral 2015 do Sindicato das Indústrias de Laticínios do Estado de Minas Gerais (Silemg), realizada na capital mineira. De acordo com o presidente do Silemg, João Lúcio Barreto Carneiro, o atual cenário da economia brasileira vem interferindo no setor, uma vez que o poder de compra dos consumidores está menor, porém, o impacto está concentrado em produtos de maior valor.
"O setor de lácteos vem registrando perdas com os efeitos da crise econômica nacional, porém, de maneira mais branda que os demais. Em alguns itens, como o leite longa vida, requeijão e manteiga, por exemplo, a demanda não foi afetada, por ser de primeira necessidade. O impacto é mais forte nos produtos de maior valor agregado como queijos finos e iogurtes, por exemplo", avaliou o dirigente sindical.
Em relação à produção, o volume de leite captado também deve encerrar o ano próximo a 2014, quando foram processados pela indústria mineira em torno de 9,7 bilhões de litros. "O período atual, setembro e outubro, já seria de elevação da produção, porém, como as chuvas não ocorreram a produção contínua equivalente ao período de entressafra, por isso, acreditamos que vamos encerrar o ano com a captação estável".
Ainda segundo Carneiro, o grande problema enfrentado pela indústria de laticínios de Minas Gerias neste ano foi o aumento expressivo dos custos de produção, que ficaram entre 15% e 20% superiores. "Tivemos grande reajuste na energia elétrica, nos transportes, nos insumos e na mão de obra. São altas que impactam diretamente no desempenho do setor. Tivemos que absorver grande parte dessa elevação, já que não foi possível repassar para o consumidor. Com isso, a margem das indústrias estão mais ajustada".
A desvalorização do real frente ao dólar foi positiva para o setor por inibir as importações de queijos e de leite em pó, que chegavam ao País com valores bem abaixo dos praticados pelas indústrias locais. Com a queda nas importações e a menor oferta, os valores pagos pelo leite em pó no mercado nacional estão em patamares suficientes para garantir retorno financeiro. As importações vinham principalmente da Argentina e do Uruguai.
"Com a queda nas importações, o mercado se recuperou. Estávamos com os preços muito baixos em decorrência dos produtos importados. Enquanto o leite em pó chegava ao Brasil a R$ 9 o quilo, era impossível competir com o nosso cotado a R$ 11 o quilo. O setor agora está aquecido, o que foi fundamental para sustentar os preços do leite in natura, trazendo bons resultados para toda a cadeia produtiva. Estamos recebendo entre R$ 12,5 a R$ 13 pela negociação do quilo do produto", explicou. (As informações são do Diário do Comércio)
Produção/NZ
A Cooperativa neozelandesa Fonterra disse que o fornecimento de leite em setembro caiu 8,7% quando comparado com o mesmo mês de 2014. Isto fez com que no acumulado da temporada (junho/setembro) a produção tenha caído 5,3%. Pelo desempenho atual, a previsão é de que a temporada fechará 5% abaixo da anterior.
Como a cooperativa é responsável por aproximadamente 80% do processamento de leite da Nova Zelândia é provável que a queda no volume atingirá todo o país, fazendo com que o seja menor não somente ao de 2014/15, mas também ficará abaixo da produção de 2013/14. (The Dairy Site - Tradução livre: Terra Viva)
Durante visita da presidente Dilma Rousseff ao Estado, o secretário da Agricultura, Ernani Polo, relatou os prejuízos que os incidentes climáticos causaram à agricultura. Em ofício entregue à presidente, Polo destaca perdas no trigo, no tabaco e no milho, além da diminuição da produção de leite e o atraso no plantio de soja. O setor pede prioridade para seguros agrícolas, garantias de subvenção e linhas de crédito emergenciais. (Jornal do Comércio)