Porto Alegre, 30 de setembro de 2015 Ano 9 - N° 2.117
Diante da eminente regulamentação da Lei 13.137/2015, que permite a utilização dos créditos presumidos do PIS/COFINS, o Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat) recomenda que os seus associados protocolem a partir desta quinta-feira (01º/10) os projetos de melhoria da qualidade do leite. Isso porque a lei prevê a concessão de crédito presumido de 50% para empresas e cooperativas que apresentarem propostas com investimento de 5% do benefício. O registro deve ser feito diretamente nas regionais ou postos do Ministério da Agricultura (MAPA).
A orientação foi repassada durante encontro na tarde desta quarta-feira (30/09) com associados para esclarecer questões ligadas ao decreto e à apresentação de projetos. Um deles é de que a lei abrange o leite e os seus derivados. Segundo o secretário-executivo, Darlan Palharini, havia dúvidas sobre a inclusão dos derivados.
Sobre os projetos, o Sindicato apresentou a sugestão de um trabalho voltado ao monitoramento da tuberculose e brucelose. Entre as justificativas, explicou o secretário-executivo, está a importância da certificação diante da possibilidade de habilitação para exportação do leite, como para a Rússia e China.
Outro esclarecimento é que a obtenção dos créditos retroativos entre 2010 e 2015 poderá ser feita independente da apresentação de projeto. Já há um calendário específico para a solicitação dos valores ainda neste ano. A previsão é de que os créditos de 2010, no percentual de 60%, possam ser obtidos em 2015. Os valores referentes a 2011 serão pagos a partir de 1º de janeiro de 1016; os de 2012, em 2017; 2013, em 2018; e, por fim, os de 2014, em 2019. A medida não abrange as cooperativas, que não poderão solicitar os retroativos.
Crédito:: Divulgação/Sindilat
O governo não tem alternativa à recriação da CPMF, disse o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, em reunião da Comissão Mista de Orçamento (CMO) realizada ontem no Congresso Nacional. "A CPMF é o plano A, B e C" do governo federal, disse ele. O plano do governo de voltar com a taxação de movimentações financeiras foi duramente atacada durante a sessão. "Propusemos a CPMF porque ela tem o menor impacto inflacionário sobre a economia", explicou Barbosa depois de mais uma crítica ao chamado imposto do cheque. "Qualquer imposto sabemos que é um sacrifício por parte da população. Tem esse nome porque é uma obrigação. Não iríamos propor algo se não fosse necessário" acrescentou ele.
Durante a sessão, foi sugerido pelo deputado Ricardo Barros (PP¬PR) que o governo eleve a Cide, o que necessitaria apenas de um decreto, em vez de voltar com a CPMF. Entretanto, a sugestão foi descartada por Barbosa, porque a contribuição incidente sobre combustíveis "jogaria o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para cima quando o combate a inflação começa a dar frutos". Barbosa ressalvou ainda que a "Cide é uma proposta que o governo pode eventualmente adotar, mas essa é uma avaliação do Ministério da Fazenda", que, segundo Barbosa, "está ouvindo sugestões sobre a tributação, mas continuamos a achar que melhor opção é CPMF", apesar de saber da resistência política no Congresso à proposta.
O ministro também destacou a necessidade de manutenção dos vetos feitos pela presidente Dilma Rousseff, como o relativo ao aumento dos servidores do Judiciário, que devem ser analisados hoje no Congresso. Isso é importante, prosseguiu, porque "nesse momento, é importante aprovar medidas na direção certa". Essa foi uma referência a recente perda do grau de investimento pelo Brasil após o rebaixamento da nota soberana do país decidida pela Standard & Poor's, que junto a outros fatores ele classificou de "turbulências", que criam "incertezas e atrapalham a recuperação". "Uma vez reduzida a incerteza, tem reflexo imediato na taxa de juros e câmbio e aí pode iniciar recuperação", disse. Segundo ele, a elevação da Selic foi necessária devido a inflação gerada pelo fim do represamento de diversos preços, como o de energia elétrica, feitos no ano passado. "A taxa básica de juros subiu junto com inflação. É remédio necessário para impedir que aumento temporário seja permanente", avaliou, acrescentando que os juros podem cair com a queda da inflação.
Outro tema enfatizado pelo ministro do Planejamento foi a necessidade de cortes nos gastos obrigatórios do governo, especialmente na Previdência. "Enfrentar questão da Previdência é agenda que precisamos avançar tanto no curto prazo quanto no longo prazo", disse o ministro. Como exemplo, ele apontou que o governo fez até o momento um esforço fiscal de R$ 134 bilhões e "ainda assim a despesa total subiu R$ 65 bilhões", o que aconteceu, segundo ele, "devido a crescimento das despesas obrigatórias". (Valor Econômico)
Produção em várias frentes
Na Cinnamon Ridge Farms, em Donahue, no Estado de Iowa, a expressão mais usada é verticalizar a produção. Com 2 mil hectares cultivados com soja e milho, rotacionados religiosamente todos os anos, a fazenda tem ainda pecuária de leite e de corte, criação de suínos e produção de ovos.
- Quando uma atividade está em baixa, a outra está em alta - explica John Maxwell.
Após passar por um inverno à temperatura de 20 graus negativos, com a neve congelando o solo em um metro de profundidade, o produtor se prepara para colher a safra de verão nos meses de setembro e outubro. Nas lavouras, cultivadas em plantio direto e convencional e com técnicas de agricultura de precisão, contará com ajuda da mulher Joan. Ela opera a única colheitadeira da propriedade e dá conta de boa parte do trabalho, ao lado da filha que também dirige as máquinas.
Na produção animal, o produtor tem oito funcionários, um deles estagiário brasileiro, que se revezam para alimentação das criações e do monitoramento do galpão de ordenhas mecanizadas.
- Se der qualquer problema no processo, o computador aciona um comando e recebemos o aviso pelo celular - conta Divair Weber, 23 anos, de Nova Laranjeiras (PR).
Formado no Brasil em técnica agropecuária, o jovem ficará seis meses na Cinnamon Ridge Farms, onde conquistou o 6º lugar em concurso nacional de produtividade leiteira da raça jersey. O rendimento médio das mais de 230 vacas em lactação é de 32 litros por dia - no Brasil, a média é de 4,45 litros. No total, o rebanho leiteiro chega a 600 animais.
Comércio sem vendedor
Com o leite, além da venda para indústria, a fazenda aproveita para produzir queijo. Em um comércio às margens de uma rodovia, os produtores vendem ovos, leite, pães e carne bovina e suína. Detalhe: a loja não tem vendedor, apenas câmeras de vídeo. Com os preços indicados nos produtos, os compradores podem escolher e deixar o dinheiro equivalente.
- Até hoje, apenas um comprador levou mais mercadoria do que o dinheiro deixado - conta Joan.
A foto do comprador "infiel", captada pelas câmeras, foi impressa e afixada na loja com pedido para que o avisassem que havia faltado dinheiro na compra. Poucos dias depois, o homem pagou as mercadorias. O modelo de negócio self service de produtos coloniais não é comum nos Estados Unidos. A opção é mais uma das feitas para economizar mão de obra. (Zero Hora)
No próximo mês, 83 empresas brasileiras estarão na cidade de Colônia, na Alemanha, para participar da Anuga, a principal feira de alimentos e bebidas do mundo. Segundo estimativa da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), os brasileiros devem fechar US$ 1,4 bilhão em negócios durante o evento e nos 12 meses seguintes. O número supera o da edição anterior, quando 73 empresas geraram US$ 1,1 bilhão em vendas. A última edição da Anuga, realizada a cada dois anos, foi em 2013. Este ano, o evento acontecerá entre 10 e 14 de outubro. De acordo com o gerente de Exportação da Apex, Christiano Braga, durante a feira, os exportadores brasileiros apresentam seus produtos a potenciais compradores. "As pessoas que trabalham com exportação de alimentos e bebidas vão a essa feira para descobrir tendências de mercado, seja em embalagens ou produtos", afirma. (Monitor Mercantil)